Antigo Testamento
I Samuel – O Vaso que marcou uma Época
Sumário
4- O Primeiro estágio da Vida de Samuel
5- O Segundo Estágio da Vida de Samuel
6- O Terceiro Estágio da Vida de Samuel
1- Dados Gerais
1- O Livro de I Samuel descreve a transição na liderança dos juízes para os reis. Três personagens se destacam nesse livro:
- Samuel – o último juiz e primeiro profeta
- Saul – o primeiro rei de Israel
- Davi – o rei escolhido e ungido, mas ainda não oficialmente reconhecido como sucessor de Saul
2 – O autor de I Samuel é anônimo, mas a tradição judaica do Talmude diz que ele foi escrito por Samuel. É possível que ele tenha escrito a primeira parte do livro, mas o registro de sua morte em I Sm 25:1 deixa claro que ele não escreveu o conteúdo total dos dois livros (I e II Sm). I Cr 29:29 se refere às crônicas registradas por “Samuel, o vidente”, “pelo profeta Natã” e por “Gade, o vidente”. É evidente que esses três homens contribuíram para esses dois livros, e é bem possível que um único compilador, talvez um membro da escola de profetas, tenha usado essas crônicas para compor o livro de Samuel.
3–Samuel nasceu por volta de 1105 a.C. e ministrou como juiz e profeta de Israel aproximadamente entre 1067 e 1015 a.C. Isso implica que foi sendo preparado para o serviço ao Senhor desde seu nascimento até atingir, mais ou menos, a idade de 38 anos quando passou, efetivamente, a exercer o ofício de juiz e profeta como Vaso escolhido e preparado por DEUS para a restauração do povo.
4 –I Samuel cobre um período de 94 anos, do nascimento de Samuel à morte de Saul (1105-1011 a.C.). Os filisteus oprimiram fortemente a Israel de 1087 até a batalha de Ebenézer, em 1047 a.C. (I Sm 7:10-14). Note-se então, que Samuel passou pelo menos uns 20 anos sofrendo (já como juiz e profeta levantado pelo Senhor) com o povo a opressão dos filisteus. Os filisteus continuaram, porém, a exercer grande controle militar e econômico. Eles viviam nas planícies costeiras, e o relevo do país em que os Israelitas viviam impediu que os filisteus os conquistassem.
5 – Samuel é um tipo de Cristo pelo fato de ter sido profeta, sacerdote e juiz. Por ser altamente respeitado pelo povo, Samuel inicia um novo período para o país.
6 – Davi, entretanto, é um dos mais importantes retratos de Cristo no A.T. Ele nasceu em Belém, trabalhou como pastor de ovelhas e governou Israel na posição de rei. Ele é o rei ungido que se torna o precursor do Rei Messiânico. DEUS permite que Davi, “um homem que Lhe agrada” (13:14), se torne o maior rei de Israel.
7 – A palavra-chave é: transição. I Samuel registra a crítica transição vivida por Israel do governo de DEUS através dos juízes para um governo intermediado pelos reis. Essa transição se desenvolve em três estágios: de Eli para Samuel; de Samuel para Saul e de Saul para Davi.
8 – De acordo com a tradição judaica, os capítulos de 1 a 24 foram escritos pelo próprio Samuel. No início do capítulo 25 nos é dito que Samuel morreu, o que implica que o restante do livro não foi escrito por ele. Sabemos, entretanto, que essa parte foi escrita pelo profeta Natã e por Gade, o vidente, tal como está registrado em I Crônicas 29:29.
9 – Samuel é citado nas Escrituras como o primeiro dos profetas (At 3) e ele deu início a uma sucessão de profetas que durou cerca de mil anos e até “terminar” em João Batista.
2- Versos Significativos
1 – “Mas o jovem Samuel crescia em estatura e no favor do Senhor e dos homens” (I Sm 2:26). Veja um relato muito significativo. Embora Samuel fosse um menino e tivesse o mau exemplo dos filhos de Eli, “filhos de Belial”, ele não se deixou contaminar pelo procedimento rebelde desses “incircuncisos de coração”.
2 – “e tendo-se deitado também Samuel, no templo do Senhor, em que estava a arca, antes que a lâmpada de DEUS se apagasse,” (I Sm 3:3). Veja que interessante:
2.1- DEUS, nos dias em que “a palavra do Senhor era mui rara e as visões não eram frequentes” e, considerando que os olhos do sacerdote Eli “já começavam a escurecer…”, levanta um menino a quem Ele gerou com dores de parto por meio de uma mulher chamada Ana que, na tipologia bíblica, representa a Graça. Somente pela Graça somos gerados para o Reino de DEUS.
2.2- Outro ponto relevante: a menção ao TEMPLO do SENHOR. Veja que a arca estava em Siló, localidade que abrigava a Arca e que mais à frente vai ser mencionada por causa do Tabernáculo (que estava em Siló), portanto não há a menção como Templo, como aqui se faz. Isso indica que, para DEUS, as exterioridades da exuberância da Casa de DEUS (às quais os homens em geral dão muita relevância) são muito menos importantes do que a realidade espiritual para a qual ela aponta. Em outras palavras, o que interessa para DEUS é a consciência que certamente Ele gostaria que permeasse a TODOS os remidos quanto ao significado do que é a CASA de DEUS e do que representa a ARCA nela contida. E isso só se dá verdadeiramente, por meio de REVELAÇÃO, nas interioridades do coração, pelo temor a DEUS e na realidade de uma SANTA reverência ao Seu Nome.
2.3- Por fim, esse versículo demonstra que DEUS sempre preserva Seu testemunho, mesmo em épocas em que a visão está se esvaindo e Sua Palavra não é mais tão frequente assim. Isso demonstra a provisão do Amor de DEUS pelo homem que Ele criou, ao mesmo tempo em que, manifesta a intrínseca natureza humana alienada de DEUS e claramente tendenciosa ao pecado, ao engano e ao erro.
3 – “Agora, pois, fazei um carro novo, tomai duas vacas com cria, sobre as quais ainda não se pôs jugo, e atai-as ao carro; seus bezerros, levá-los-eis para casa.” (I Sm 6:7). Veja que as vacas sobre as quais ainda não se havia posto jugo não somente foram “andando e berrando” e “se encaminharam diretamente para Bete-Semes”, como não “se desviaram nem para a direita nem para esquerda…”. Isso não só manifesta a sobrenaturalidade do caminhar delas, já que naturalmente falando deveriam extraviar-se, dado que seriam tidas por “vacas rebeldes” ainda mais quando separadas de suas crias. Mas também, manifestam o quanto às vezes, nós mesmos, somos mais faltos de visão e direção do que os próprios animais. A mula de Balaão teria muito a dizer a esse respeito.
4 – “Feriu o Senhor os homens de Bete-Semes, porque olharam para dentro da arca do Senhor, sim, feriu deles setenta homens; então o povo chorou, porquanto o Senhor fizera tão grande morticínio entre eles.” (I Sm 6:19). Nisso, DEUS reafirma o que havia dito a Moisés que já Lhe havia feito esse pedido: “Rogo-te que me mostre a Tua Glória…” (Ex 33:18) e a resposta que obteve, mesmo sendo quem era foi: “Não me poderá ver a face, porquanto homem nenhum verá a minha face e viverá.” (Ex 33:20). Assim, devemos ter em muito mais consideração as palavras de Jesus no Sermão da Montanha: “Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a DEUS.” (Mt 5:8). Isso não somente demonstra o problema deles; talvez aponte o nosso.
5 – “…, mas o povo tomou do despojo ovelhas e bois, o melhor do designado à destruição para oferecer ao Senhor, teu DEUS, em Gilgal.” (I Sm 15:21). Essa menção é largamente conhecida. Amaleque tipifica a carne. Tomar do melhor de Amaleque para oferecer ao Senhor é desconsiderar que o “lado bom da carne” é tão detestável a DEUS quanto o que Saul considerou como “toda coisa vil e desprezível” à qual destruiu totalmente. O que pouco se menciona é que, assim como Josué, Saul no “início” de sua vida com DEUS, fez de Gilgal seu “quartel-general”; onde “gravitava” em sua caminhada com DEUS. Várias passagens demonstram isso: I Sm 11:15, I Sm 13:4, I Sm 13:7, I Sm 13:12, I Sm 15:12. Josué obteve vitória, pois à permanência em Gilgal se juntou a OBEDIÊNCIA. Saul experimentou derrota. Como Gilgal significa a “remoção da carne” tipificando a verdadeira circuncisão citada no N.T., o que depreendemos como lição disso?
Primeiramente o fato de que a OBEDIÊNCIA é a medida da verdadeira circuncisão. Segundo que existe a possibilidade de “gravitar” em torno de Gilgal e, portanto, não experimentar vitória. A desobediência de Saul manifestada nas duas oportunidades são advertências para nós com respeito a:
-Religiosidade que, conhece os “ritos de santidade” a DEUS (manifestado na oferta de holocaustos ao Senhor), mas o faz fora da Palavra revelada de DEUS; portanto constitui-se em algo que está desprovido de REALIDADE. De outro lado, no mesmo episódio, vemos a falta de confiança na Palavra profética de DEUS (expressa nesse contexto por meio do profeta Samuel) nos momentos em que se sofre a pressão do povo, do tempo e das circunstâncias (I Sm 13).
-Esforço próprio (daquilo que se imagina possa servir/ofertar a DEUS proveniente de nós mesmos conforme I Sm 15) o que ainda manifesta um profundo desconhecimento de quem naturalmente somos e de Quem verdadeiramente DEUS é.
Obediência, confiança e autoconsciência são importantes marcas de um verdadeiro servo que está preparado para reinar.
6 – “Disse mais Davi: O Senhor me LIVROU das garras do leão e das do urso; Ele me LIVRARÁ das mãos deste filisteu. Então, disse Saul a Davi: Vai-te, e o Senhor seja contigo.” (I Sm 17:37). A CONFIANÇA em DEUS que tinha Davi era fruto de um RELACIONAMENTO. Nesse episódio, fica claro que, para ele ter se disposto a guerrear contra Golias, supostamente muito mais forte e capaz de facilmente destruí-lo, ele o faz mediante um interessante movimento no processo de investida contra Golias: olha para TRÁS e CONSTATA o que DEUS já fez; e então olha para FRENTE e CRÊ que Ele FARÁ.
7 – “…, no entanto, não vos desvieis de seguir o Senhor, mas servi o Senhor de todo vosso coração. Não vos desvieis; pois seguiríeis coisas vãs, que nada aproveitam e tampouco vos podem livrar, porque vaidade são.” (I Sm 12:20b-21). Essa foi a advertência feita por Samuel ao povo de Israel pouco depois desses, lhe terem pedido um rei que reinasse sobre eles. Não obstante, Samuel ter manifestado seu desagrado (e o de DEUS) com respeito ao pedido do povo (manifestado pelos trovões e chuva após a oração do profeta – I Sm 12:18), ele adverte ao povo que, no mínimo, ainda que nessa nova condição, pelo menos não se desvie de seguir ao Senhor; andando somente nos Seus caminhos. Mas, antes de enfatizar as consequências advindas de qualquer desvio, o profeta menciona o que o desvio manifesta: o DESVARIO das almas buscando “COISAS VÃS, que NADA aproveitam e tampouco vos podem LIVRAR, porque VAIDADE são”. Enquanto o povo de DEUS não entender isso, verdadeiramente, ainda fará provisão para os delírios insaciáveis da alma.
8 – “Então, todos os filhos de Belial, dentre os homens que tinham ido com Davi, responderam e disseram: Visto que não foram conosco, não lhes daremos do despojo que salvamos; cada um, porém, leve sua mulher e seus filhos e se vá embora.” (I Sm 30:22). Esse episódio está no final do Livro de I Samuel. Ziclague é saqueada pelos amalequitas e Davi, após consultar ao Senhor, sai a caça deles, livra os cativos e recupera todo despojo. Ao retornarem, os filhos de Belial manifestam sua egocentricidade: “o despojo é só nosso; de mais ninguém. Eles não foram conosco, portanto não tem direito algum sobre o mesmo”. Davi então intercede e diz que o despojo deve ser distribuído entre todos: os que foram (arriscando sua vida) e os que não foram (porque estavam cansados ou de alguma outra forma impossibilitados). Daí vemos uma verdade impressionante: não podemos dizer que o egocêntrico seja um filho de Belial; mas certamente podemos dizer que um filho de Belial possui essa característica.
3- A Divisão do Livro
1 – I Samuel registra a difícil transição da teocracia sob o domínio dos juízes para a monarquia com os reis. O livro está construído ao redor de três homens:
– Parte 1: Samuel (caps de 1 a 7)
– Parte 2: Saul (Caps de 8 a 15)
– Parte 3: Davi (caps de 16 a 31).
Parte 1: Samuel (Capítulos 1 a 7)
- A história de Samuel se inicia no final do turbulento período dos juízes, no momento em que Eli é o juiz-sacerdote de Israel. O nascimento de Samuel e o chamado de YAHWEH, feito enquanto ele ainda era pequeno, estão presentes nos capítulos de 1 a 3.
- Por causa de sua resposta a DEUS (3:19), ele é confirmado como profeta (3:20-21), num período em que a “palavra era mui rara e as visões não eram frequentes” (3:1).
- A corrupção em Siló, notadamente promovida pelos filhos de Eli, leva Israel a uma grande derrota para os filisteus (4:1-11). A Arca da Aliança, o “trono” de DEUS entre o povo é, então, perdida para os filisteus. O sacerdócio é interrompido pela morte de Eli e seus filhos. A Glória do Senhor deixa o tabernáculo (Icabô, “foi-se a Glória de Israel”, 4:21)
- Samuel começa a atuar como o último dos juízes e o primeiro da ordem dos profetas (At 3:24). Seu ministério profético traz avivamento a Israel (7:3-17), promove o retorno da Arca e a derrota dos filisteus.
- Quando Samuel está velho e seus filhos não se mostram bons juízes, o povo, erroneamente, começa a clamar por um rei. Eles queriam ter um governador militar e judicial que fosse visível, “como o têm todas as nações” (8:5-20).
Parte 2: Saul (Capítulos 8 a 15)
- Em sua impaciência por querer um rei, Israel opta por menos do que o melhor que DEUS lhe queria dar. Sua motivação (8:5) e seus critérios (9:2) estavam errados. Saul começa bem (9-11), mas suas características positivas logo se desvanecem.
- Apesar do solene aviso profético (12), Saul e o povo começam a agir de modo pecaminoso. Com enorme presunção, Saul assume o papel de sacerdote (II Cr 26:18) e oferece sacrifícios (13). Faz um voto tolo (14) e desobedece a DEUS quanto aos amalequitas (15).
- As poderosas palavras de Samuel em 15:22-23 geram uma patética reação em Saul.
Parte 3: Davi (Capítulos 16 a 31)
- Ao rejeitar Saul, DEUS comissiona Samuel para ungir Davi como o próximo rei de Israel. O rei eleito por DEUS serve na corte de Saul (16:14-23:29) e derrota Golias, o filisteu (17).
- A devoção de Jônatas a Davi leva-o a sacrificar o trono (20:30-31), abdicando do poder por reconhecer que Davi tinha o direito Divino ao reinado (18).
- Davi passa a ser uma ameaça crescente ao insano e enciumado Saul, mas é protegido da ira deste por Jônatas, Mical e Samuel (19).
- A rebelião aberta de Saul contra DEUS é manifestada em sua recusa de largar o que DEUS lhe dissera que não lhe pertencia.
- Davi, mais uma vez, é protegido por Jônatas da fúria assassina de Saul (20), Mas Saul torna-se ainda mais determinado em sua perseguição.
- O futuro rei foge para uma cidade filisteia, finge insanidade (21) e foge mais uma vez para Adulão, onde um grande número de homens se ajunta a ele (22).
- Davi continua a escapar das mãos de Saul e poupa a vida dele em duas oportunidades nas quais poderia tê-lo matado (24-26).
- Davi busca mais uma vez refúgio entre os filisteus, mas não lhe é permitido lutar contra Israel.
- Saul, temeroso quanto à iminente batalha contra os filisteus, toma a atitude tola de consultar uma médium em En-Dor para ouvir o suposto conselho do falecido Samuel (28).
- O Senhor repreende a Saul e pronuncia Seu veredito: ele e seus filhos serão mortos pelos filisteus no Monte Gilboa (31).
4- O Primeiro estágio da Vida de Samuel
- Samuel foi levantado por DEUS como o vaso para realizar a transição. Ele foi o último dos juízes e aquele que introduziu os reis. Ele foi um vaso que marcou uma época. Naquele tempo, notamos que Eli também foi o último dos juízes. Em termos históricos ou cronológicos, Eli provavelmente foi juiz na mesma época que Sansão. Os juízes não governavam sobre todo o Israel, mas apenas sobre parte da nação.
- Veja a vida de Eli: ele parecia ser um homem bom, mas era muito velho, muito frágil e muito fraco. Ele não podia ver muito bem, pois estava quase cego. Eli também honrava mais a seus filhos do que a DEUS.
- Ele tinha dois filhos que eram sacerdotes, os quais eram extremamente ímpios. Eles transformaram o sacrifício em abominação, em algo repugnante aos olhos do povo. Eles afastavam as pessoas de DEUS, ao invés de levá-las a conhecê-Lo.
- Eli permitia que seus filhos continuassem a agir assim desse modo. Ele honrava mais a seus filhos do que a DEUS e, em certo sentido, isso representava a condição espiritual do povo no final da época dos juízes.
- Durante esse período, a Palavra de DEUS era mui rara, ou seja, DEUS raramente falava. Ele gosta de falar. Ele nunca diz coisas sem propósito, mas sempre fala a verdade. Contudo a condição do povo era tal, que eles praticamente fecharam-Lhe a boca. DEUS não podia falar, pois eles não tinham ouvidos para ouvir. Era inútil que DEUS falasse com eles.
- Essa era a condição espiritual dos filhos de Israel durante a época dos juízes. De tempos em tempos eles experimentavam libertação de seus inimigos, mas o coração deles nunca se voltou totalmente para DEUS.
- Naqueles dias, tudo estava em densas trevas. Parecia não haver qualquer esperança para o povo, mas DEUS, em Sua grande Misericórdia, iria fazer algo Glorioso. Ele iria introduzir o Reino e seu Rei.
Um Nazireu
Secretamente, DEUS estava preparando um vaso. Sempre que Ele quer se mover, sempre que Ele quer fazer algo na Terra, DEUS primeiro preparará um vaso. De forma oculta, DEUS preparava um vaso para aqueles tempos de trevas.
Para realizar essa transição, Ele usou uma mulher: Ana. Seu nome significa “graça”. DEUS a confinou de tal maneira que ela teve de orar como em dores de parto. Dessa oração um filho foi gerado.
O nome que lhe foi dado é Samuel, ou seja, “aquele que foi pedido a DEUS”. Esse filho nasceu da oração de dores de parto de Ana e, mesmo quando ainda estava no ventre da mãe, seu futuro como nazireu já estava definido.
No capítulo 6 de Números vemos que um nazireu é uma pessoa consagrada ao Senhor. Durante o período de seu voto, um nazireu não poderá beber vinho, não permitirá que a navalha toque seu cabelo, nem se aproximará de um cadáver, pois isso o tornaria impuro.
Tudo isso tem um único significado: um nazireu é uma pessoa TOTALMENTE consagrada e dedicada a viver para DEUS. Samuel era um nazireu consagrado por toda a vida. Samuel já nasceu totalmente dedicado a DEUS.
Quando ele foi desmamado, ele foi enviado ao Tabernáculo que estava em Siló, pois o templo ainda não havia sido construído. Ele foi enviado de modo a ministrar, ainda menino, diante de DEUS. E ele serviu diante de DEUS sob a orientação de Eli, que era o sacerdote e juiz naquela época.
Os dois filhos de Eli eram homens ímpios quando Samuel era uma criança. Nós sabemos como um menino poderia ser facilmente influenciado a imitar os “irmãos” maiores. Entretanto, mesmo que fosse ainda um menino e vivesse num contexto de iniquidade, Samuel preservou-se em pureza diante de DEUS. Ele não foi afetado pela maldade que o cercava. Samuel serviu a DEUS com fidelidade sob a orientação de Eli.
Somos todos filhos da graça, tal qual Samuel. Contudo, isso não é suficiente. Temos de ser nazireus no sentido espiritual. Em outras palavras, nossa vida foi resgatada e, portanto, devemos ser dedicados a DEUS, devemos viver para Ele. Não importa a atividade na qual estejamos envolvidos, devemos viver consagrados aos interesses do Senhor.
Devemos estar separados do mundo. O vinho e todo o produto da videira falam do prazer mundano, de tudo aquilo que o mundo pode oferecer para nos dar o prazer do pecado. Devemos estar separados do mundo, pois fomos unidos à videira verdadeira, nosso Senhor Jesus Cristo. Recebemos todo o nosso suprimento de Cristo Jesus e não mais do mundo.
Um nazireu deve deixar seu cabelo crescer livremente. Nas Escrituras, isso significa cobertura. Em outras palavras, precisamos cobrir nossa cabeça diante do nosso Cristo. Permitamos que Ele seja a nossa cabeça. Somos o Corpo de Cristo para realizar a Sua Vontade.
Como nazireus, não devemos tocar nenhum cadáver, para que não sejamos contaminados. Nas Escrituras, o cadáver nos fala da carne. Não devemos tocar em nossa própria carne nem na carne de outras pessoas, pois a carne contamina terrivelmente e sempre produz morte.
Portanto todos devemos ser nazireus, separados e dedicados ao Senhor. Será que já nos consagramos deste modo?
O Vaso que marcou uma época
Naquela época, os filhos de Israel estavam vivendo em um tempo de transição. Na transição dos juízes para o reinado; e essa era uma grande transição. Hoje em dia, estamos também vivendo em um tempo de transição. O tempo em que vivemos é a dispensação da graça. Entretanto, até mesmo essa época da graça chegará a seu final. Um dia ela terminará e o tempo da justiça irá começar sobre a Terra. Um dia, o reino desse mundo se tornará o Reino de Nosso DEUS e de Seu Cristo. Em outras palavras, o Reino de DEUS virá sobre a Terra e, quando isso acontecer, a Justiça irá Reinar sobre toda a Terra. Hoje em dia, a iniquidade governa sobre a Terra, mas, um dia, a Justiça Reinará sobre tudo. O Rei da Justiça chegará, e sabemos que este dia logo virá.
Quando realiza essa transição, DEUS necessita de um vaso. DEUS prepara um vaso para realizar esta mudança. Onde está esse vaso? Quem será este vaso? Na verdade, o pensamento de DEUS está em Sua Igreja, pois ela deveria ser esse vaso.
A Igreja deveria ser o vaso por meio do qual a era da graça seria concluída e a era da justiça seria introduzida. A Igreja deveria ser o instrumento para preparar a vinda do Rei. Infelizmente, ela fracassou, pois mundanizou-se. Portanto, DEUS está levantando um povo dentro da Igreja: a Bíblia os chama de Vencedores. DEUS levanta um povo dentre o Seu povo redimido, o qual está sendo preparado, assim como Samuel.
Fidelidade
Na vida espiritual precisamos de tempo para crescer. Quando nascemos não saímos do ventre de nossa mãe já adultos. A mesma coisa acontece no sentido espiritual. Precisamos crescer em favor de DEUS e dos homens.
Não apenas precisamos crescer espiritualmente, mas também precisamos aprender a ministrar, a servir a DEUS como aprendizes. Talvez no início, façamos coisas pequenas, tal como Samuel que abria as portas do Tabernáculo. Contudo, é nessas coisas pequeninas que nossa fidelidade é provada, à medida em que aprendemos a ministrar diante de DEUS pelo ministrar ao povo de DEUS.
Será que estamos sendo fiéis? DEUS está buscando pessoas fiéis e não pessoas talentosas. Se formos fiéis, DEUS irá nos escolher. O que faz a diferença é sermos fiéis ou infiéis. Devemos ser fiéis nas pequenas coisas, pois fazendo assim, DEUS nos concederá coisas maiores.
Precisamos ouvir o chamado de DEUS. Em outras palavras, deve haver um relacionamento pessoal com Ele. Nossa relação com Ele não pode ser indireta. Temos de ter comunicação direta com DEUS. Ele chamou a cada um de nós para cumprir uma função no Corpo de Cristo. Se formos fiéis, tanto a Palavra como o próprio Senhor virão até nós.
5- O Segundo Estágio da Vida de Samuel
A segunda parte da vida de Samuel é descrita nos capítulos de 7 a 12 de I Samuel. Quando os filisteus vieram atacar os filhos de Israel, estes se encontravam em condição tão miserável que não podiam lutar, pois DEUS não estava com eles.
Contudo, eles eram muito supersticiosos, pois pensavam que, se trouxessem a Arca de DEUS consigo, então DEUS lutaria por eles. Chegaram a essa conclusão, porque a Arca de DEUS já tinha lutado por eles anteriormente; no episódio da queda das muralhas de Jericó. Ocorre que as condições (do povo) numa e noutra situação eram totalmente diferentes.
DEUS não respeita nenhum tipo de superstição. DEUS não estava com eles, porque eles estavam em rebeldia. Como a Arca representava a presença de DEUS, os filhos de Israel colocaram sua fé na Arca, pensando que agora DEUS iria lutar por eles. Mas isso não aconteceu. Pelo contrário, além da derrota, DEUS permitiu que a Arca fosse tomada pelos filisteus.
O testemunho de DEUS, a Glória de DEUS havia deixado Israel. Quando Eli recebeu a notícia de que a Arca fora tomada, caiu para trás, quebrou o pescoço e morreu. Ao mesmo tempo, sua nora piedosa deu à luz um filho a quem chamou de Icabode, ou seja, “foi-se a Gloria do Senhor”, pois a Arca havia sido tomada. Mas DEUS sabia como proteger a Sua própria Glória.
A Arca ficou então sete meses na terra dos filisteus e, durante esse tempo, eles não puderam suportá-la. Houve pragas sobre a terra e sobre as pessoas. Os filisteus ficaram tão apavorados que enviaram a Arca de volta a Israel. Infelizmente, não havia nenhum encargo pela Arca de DEUS e pelo próprio DEUS no coração dos filhos de Israel.
Eles deixaram a Arca na casa de Abinadabe, em Quiriate-Jearim, escondida no meio da floresta por 20 longos anos. Sabe o que aconteceu nesse tempo? Ninguém sequer perguntou pela Arca.
Libertação para os Filhos de Israel
Samuel, o profeta de DEUS, começou a falar, e por intermédio de seu ministério, o coração dos filhos de Israel começaram a voltar ao Senhor. Então veio a libertação. Seguidamente as pessoas buscam libertação, mas o coração delas não está voltado para DEUS.
Quando governaram, os juízes não foram capazes de trazer o coração dos filhos de Israel de volta para DEUS. Eles foram usados por DEUS para trazer libertação de tempos em tempos.
Mas DEUS levantou o profeta Samuel e, pela voz de DEUS, por meio dele, o coração dos filhos de Israel começou a voltar-se para o Senhor. Eles reconheceram que haviam pecado contra o Senhor e Samuel orou por eles. Após a oração de Samuel, DEUS lutou por eles, e os filisteus foram derrotados. Houve libertação, e Samuel chamou aquele lugar de Ebenézer – “até aqui nos ajudou o Senhor”.
O Pedido por um Rei
Os filhos de Israel haviam sido uma Teocracia desde o tempo em que saíram do Egito, quando DEUS fez com eles uma aliança no Monte Sinai, até aquele momento. DEUS era seu Rei. DEUS havia estabelecido Sua ligação com o povo através do sacerdócio, mas Ele próprio era seu Rei. Contudo, nesse momento da sua história, os israelitas rejeitaram a DEUS como seu Rei. Isso ficou claro quando eles pediram um Rei que governasse sobre eles como as demais nações. Por essa razão, Samuel ficou entristecido.
Samuel buscou a DEUS e Ele lhe disse: “Eles não estão rejeitando a ti, mas a Mim. Dê a eles um rei para que saibam como é a vida sob um rei como as demais nações”. Ainda que isso não agradasse a Samuel, ele obedeceu e disse ao povo: “Muito bem, DEUS dará um rei para vocês”.
Aqui há uma importante observação a ser feita: ao agirem assim, não somente os filhos de Israel manifestaram sua necessidade de um governo “visível”, palpável, “natural” demonstrando sua falta de VISÃO e DISCERNIMENTO na REALIDADE do governo de DEUS sobre eles; mas também reiteraram a manifestação de que seus olhos estavam postos NAS OUTRAS NAÇÕES (ou, em outras palavras, no MUNDO) e não em DEUS.
Afinal, não foi isso que sucedeu com o povo no deserto quando desejou as coisas do Egito? Ou seja, ao invés de estarem com os olhos postos na Terra Prometida, eles estavam desejando os alhos e bugalhos do Egito. Sempre que há FALTA DE VISÃO, há desvios e desvarios, como manifestado pelo pedido do povo aqui mencionado. Agora pense: como será que DEUS não se sentiu, haja visto TUDO o que fez até então a favor de Seu povo? Por essas e outras que vemos que DEUS é Amor, e que o Amor é, por natureza, incondicional.
A Fidelidade de Samuel
Samuel então os desafiou: “Tenho vivido diante de vocês desde a minha juventude até hoje. Se causei dano a alguém, se defraudei algum de vocês, se tomei algo de vocês, se cometi alguma injustiça ou julguei injustamente, digam-me para que eu faça restituição.”
Os filhos de Israel então disseram: “Nunca fizeste nada errado”. Isso mostra que tipo de vida Samuel havia vivido diante do povo. Então ele disse: “Vocês pediram por um rei, e isto foi um erro, pois vocês rejeitaram a DEUS, e eu vou provar isto.” Aquele era o tempo da colheita, no qual não se esperava chuva. Samuel disse: “Eu vou invocar a DEUS e Ele enviará chuva e trovões”. Portanto, a chuva e os trovões caíram sobre o povo, e eles subitamente perceberam que eles haviam errado muitíssimo ao pedir um rei.
Eles disseram; “Nós pecamos. Acima de todos os pecados, adicionamos o pecado de pedir por um rei como as demais nações”. Samuel então disse: “Sim, vocês realmente cometeram todo este mal, mas agora já está feito. De agora em diante sejam fiéis a DEUS. Se o coração de vocês se voltar para DEUS, Ele ainda vai abençoá-los; mas se vocês se desviarem certamente vão perecer. Quanto a mim, DEUS não me permita que eu cesse de orar por vocês e ensinar-lhes o caminho bom e direito.”
Pense a respeito disto: Samuel foi rejeitado pelo povo quando eles pediram por um rei, mas foi capaz de ser fiel até o fim a este povo. Agiu como um fiel servo de DEUS intercedendo pelo povo.
Um Servo do Senhor
Há algumas coisas importantes na vida de Samuel que devem ser enfatizadas. Dentre elas:
O ministério profético
O que é o ministério profético? Ele não consiste apenas em trazer a mente de DEUS às pessoas, mas também em trazer de volta o coração das pessoas a DEUS. Um profeta deve falar por DEUS, mas seu falar tem total autoridade que ele tocará o coração das pessoas (e não a mente delas) e fará com que se volte para DEUS.
No final do Antigo Testamento, está escrito que DEUS enviaria o profeta Elias (Ml 4:5) e ele converteria o coração dos pais aos filhos e dos filhos aos pais. Portanto, o ministério do profeta é tocar os corações, e foi isso que Samuel fez. Sua obra não foi apenas uma mudança exterior, mas uma mudança interior. Qualquer mudança ou libertação apenas exterior é temporária. Mas uma mudança interior de coração é permanente, e esse é o ministério do profeta.
O Altar
Samuel também era juiz e, enquanto exercia essa função, ele construiu um altar. Qual o significado disso? Um altar é um lugar onde você invoca o Nome do Senhor. Portanto, nota-se que Samuel não julgava de acordo com sua própria visão. Ele julgava invocando o Nome do Senhor, ou seja, ele julgava com o julgamento de DEUS.
A Firmeza da Obediência
Nota-se claramente, que Samuel era um homem de forte personalidade. Era firme em suas convicções. Mas vemos também que ele era um homem flexível nas mãos de DEUS. Ele estava descontente com o pedido dos filhos de Israel, pois sabia que eles estavam errados. Contudo, quando DEUS disse que deveria atendê-los, Samuel obedeceu. Nós temos de ser flexíveis para podermos ser usados por DEUS; mas na verdade, a flexibilidade demonstra uma absoluta firmeza em que se obedeça a Vontade de DEUS.
Essa é uma importante lição. Talvez, em determinadas circunstâncias, ainda que possamos saber que o pedido que outros nos fazem é contrário ao que seria o melhor de DEUS para a vida delas; ainda que saibamos que elas vão sofrer por força de uma má escolha; ainda assim, DEUS mesmo pode nos ordenar que obedeçamos ao que esses nos pedem. Por que? Porque DEUS certamente usará as circunstâncias adversas futuras (fruto de más escolhas) para tratar com aqueles que assim agiram. Ter a presciência (fruto de revelação Divina) de que aquela escolha é má e que causará problemas, leva-nos a naturalmente sermos inflexíveis e querer que as pessoas tomem ciência do que estão pedindo para que não incorram no erro; e consequentemente sofram.
Mas isso demonstra a Grandeza do Amor de DEUS. Como um Pai, Ele vai permitir que as pessoas colham os frutos de suas más escolhas para que possam aprender. Não que Ele o deseje. Mas DEUS usará com propósitos de restauração. Acontece que ser profeta, às vezes, pode implicar em conhecer de antemão situações e circunstâncias em que pessoas (até as que nos são mais próximas e a quem mais amamos) precisam passar no seu processo de crescimento em e com Cristo. Agir assim, nessa consciência, não só demonstra flexibilidade (quanto a nos dobrarmos a Vontade de DEUS), como firmeza (em obedecer a Sua voz), mas também maturidade (para entender que a caminhada é tal, que muitas vezes as duras lições são individuais; na relação pessoal do Senhor com Seus filhos).
O Intercessor Fiel
Mesmo que Samuel tenha sido rejeitado pelo povo, ele permaneceu fiel. Ele não apenas lhes disse que estavam errados, mas também afirmou: “Eu vou orar sem cessar por vocês.” Este é realmente um servo do Senhor.
6- O Terceiro Estágio da Vida de Samuel
A Unção de Saul
O terceiro estágio na vida de Samuel vai do capítulo 13 ao 24 de I Samuel. Naquele tempo, Deus o usou para realizar a transição. Em primeiro lugar ele unge a Saul. Tendo o povo pedido um rei como as demais nações, Deus concede o que eles queriam, mas faz também que a alma do povo definhasse.
Seguidamente, quando pedimos algo a Deus, que realmente não é a Sua Vontade, Ele muitas vezes permitirá que o tenhamos. Contudo, lembre-se: ao mesmo tempo, a nossa alma definhará. Não é bom forçar Deus a ouvir-nos. É muito melhor que nós O ouçamos, do que pedir que Ele nos ouça (evidentemente no sentido de fazer a “nossa” vontade, não a Dele).
Que tipo de rei as nações tinham? O mundo sempre olha para as aparências; portanto, Deus lhes deu um rei de acordo com a aparência exterior. Esse homem se chamava Saul e seu nome significa “aquele que foi pedido”.
Na verdade, Saul não era um homem mau. Segundo o ponto de vista do mundo, ele era um homem respeitável. Ele era formoso, alto e sobressaía do povo do ombro para cima.
Saul era um homem humilde, pois quando Samuel lhe disse que Deus o havia escolhido como rei, ele falou: “Quem sou eu? Eu sou o menor de minha família; minha família é a menor tribo de Benjamim; e Benjamim é a menor dentre as doze tribos? Quem sou eu?”
E quando foram lançadas sortes para a escolha do rei e Saul foi indicado, ele não foi achado, pois se escondera entre a bagagem. Quando ele foi ungido rei, alguns homens iníquos disseram: “Quem é este que reinará sobre nós?”
Ele era um bom homem e teve um bom começo. Contudo, era um homem carnal. E, aos olhos de Deus, na carne não habita bem algum. O problema é que não vemos isso. Aos nossos olhos, via de regra, existe muita coisa má na carne, mas também existe muita coisa boa. Quantas vezes vemos em nós mesmos tanto coisa ruim, mas ao mesmo tempo, como ainda não nos consideramos “tão ruins assim”, não é mesmo?
Algumas vezes somos simpáticos, outras amáveis, e ainda outras generosos. Afinal de contas, “existe algum bem em nós”, não é mesmo? Esse tipo de homem é Saul, o homem carnal. Existe algo de “bom” nele, mas a carne nunca poderá obedecer a Deus. As coisas de Deus são loucura para o homem natural. Ele não pode e nem irá fazer a Vontade de Deus.
Deus rejeita a Saul
Chegou o momento do teste. Samuel disse a Saul: “Espere por mim em Gilgal por sete dias, para que eu venha e ofereça sacrifício”. Os filisteus estavam se reunindo naquele local para a batalha. Saul estava com o povo. Ele esperou, esperou e esperou até o sétimo dia, mas Samuel não chegava.
Portanto, antes que o dia terminasse, ele resolveu que não podia esperar mais. Ele pensou que os filisteus poderiam ataca-lo sem que ele tivesse orado a Deus. Saul era religioso, era legalista, e isso o forçou a oferecer sacrifício.
Então Samuel chegou. Ele ainda estava no prazo de sete dias, mesmo que bem no final dele. Todavia, Saul não pôde esperar e, por esta causa, Deus disse que o reino lhe seria tirado e dado a uma pessoa mais digna, um homem segundo o coração de Deus.
Mais tarde, no capítulo 15, Deus deu a Saul outra chance ao pedir que eliminasse os amalequitas. Saul eliminou todo o povo, mas trouxe o rei Agague vivo. Ele também eliminou as ovelhas e o gado, mas guardou a melhor parte delas viva. Saul pensava que havia feito a Vontade de Deus. Ele considerou aquilo como um grande feito, tendo chegado a edificar um monumento para si próprio.
Um Homem segundo o Coração de Deus
Devemos nos lembrar da história dos filhos de Jessé: quando veio Eliabe, o primogênito, Samuel olha para ele, vê sua estatura elevada e pensa: “Estou diante do rei de Israel”. Mas Deus lhe disse: “Eu olho para o coração e não para a aparência”.
Parece estranho, mas muitas vezes ocorre o seguinte: primeiro vem a carne e, depois, o espírito. A lei vem primeiro e, depois, a Graça. Portanto, primeiro vem Saul e, depois, Davi. Saul fazia parte do plano de Deus, mas não de Seu propósito. No propósito de Deus, o reinado é segundo Davi e, um Dia, o Filho de Davi se sentará no Trono.
Ao lermos a vida de Saul, recebemos um alerta: se vivermos segundo a carne, não seremos diferentes dele. Ele foi ungido, mas não viveu segundo a unção. Saul viveu segundo a carne.
A palavra cristão significa “ungido”. Todos os que creram no Senhor Jesus Cristo como Senhor e Salvador são, nesse sentido, ungidos. Mas a questão é: vivemos debaixo dessa unção? Permitimos que o Espírito Santo conduza plenamente nossas vidas. Somos obedientes? Ou agimos pela razão? Pelas aparências? Fazemos a Vontade de Deus ou a nossa própria vontade?
7- Capítulo 01
Significado de alguns importantes nomes nesse Livro:
- Ramataim-Zofim Dupla altura dos vigias
- Elcana Que Deus criou.
- Jeroão Significa Aquele que achará Misericórdia
- Eliú Significa Ele é Deus, assim como vemos em Eliú no livro de Jó; figura do Espírito Santo
- Toú Significa Baixa
- Zufe Significa Doze – o número doze indica aquilo que tem haver com o Governo Divino
- Ana Graça
- Penina Pérola, simbolizando prosperidade
- Siló Descanso. Também pode ser compreendido como “SHEL+LOH” Significando “a quem alguma coisa pertence, aquele que tem o Reino”.
- Samuel Do Senhor o pedi.
- Joel Deus é o Senhor (YHWH)
- Abias YHWH é Pai.
- Quis Força, Poder. Arco ou chifre. A ideia é de autoridade, supremacia.
- Abiel Deus é meu Pai; Pai da força.
- Zeror Pacote, embrulho (algo pronto, acabado)
- Becorame Primogenitura, primogênito.
- Afias Eu farei respirar, revivido.
- Micmás Local de armazenagem.
- Bete-Àven Casa de iniquidade, de idolatria.
- Migrom Local de precipício.
- Bozez Brilhante
- Sem [é exaltado
- Telaim Cordeirinho
- Efraim Deus te fez próspero na terra da minha aflição.
1.1- Árvore genealógica – I Samuel 1:1 – Efraim Zufe Toú Eliú Jeroão Elcana
1.2 – Segundo o Primeiro Livro das Crônicas, capítulo 6, Elcana era levita, descendente direto de Corá. Como os levitas não possuíam herança de terras, também eram conhecidos pela território tribal onde nasceram. Elcana, portanto, era um levita efraimita. Por isso, seu filho Samuel servia no tabernáculo, pois somente os levitas poderiam fazê-lo.
1.3 – Ele tinha duas mulheres:
Ana – Significa “graciosa” ou “cheia de graça”. Vem do original em hebraico Hannah, mais tarde do latim Anna, que quer dizer “graciosa, cheia de graça”.
Penina cujo nome significa Pedra Preciosa (Hebraico), ou em algumas traduções significaria Pérola.
Aqui, a primeira menção superinteressante na Palavra nesse livro. Isso porque Penina, que significaria, pedra preciosa, é formada a partir de muita pressão, de muito calor, de certa obscuridade, haja visto que se encontra no seio da terra, até que surja exuberante em beleza e brilho.
O processo de formação de uma pérola, no entanto, conforme muitas das traduções de seu significado, pressupõe um processo de transformação a partir de algo que incomoda, um cisco, como no caso das conchas.
Logo, o sentido aqui é claro. Penina não tipifica a realidade para o que seu nome aponta, mas ela é um instrumento de Deus para produzir EM OUTRO (A) aquilo para o que o seu nome aponta; no caso em Ana.
O Senhor nos disse que não deveríamos dar “pérolas aos porcos”. O significado pleno disso já foi anteriormente demonstrado quando estudamos Levítico 11. O porco não rumina e, por isso, nunca poderia apreciar o significado do que está por detrás de uma pérola e todas as suas simbolizações.
Penina foi para Ana aquele cisco, aquela MULHER IRRITANTE “(A sua rival a provocava excessivamente para a irritar, porquanto O SENHOR lhe havia cerrado a madre)” (I Sm 1:6). Que pérola foi formada a partir daí: Samuel. Que tremendo Deus utilizar toda Sua Soberania para “gerar” Samuel da oração de uma mulher “atribulada de espírito” (I Sm 1:15) um profeta do Senhor. Isso porque havia um Propósito maior para que “a lâmpada de Deus não se apagasse” (I Sm 3:3). Afinal, conforme Pv 20:27 “O espírito do homem é a lâmpada do Senhor.”.
1.4 – Elcana subia de ano em ano para adorar e sacrificar ao Senhor em Siló. Presumivelmente, a palavra deriva do termo hebraico shalah ou “descansar”. Em Siló, Israel encontrou descanso e, se há uma referência messiânica em Gênesis 49.10, está na ideia que é no Messias que será encontrado o descanso. Josué, depois da conquista da terra por Israel, a princípio estabeleceu seu lar em Gilgal, mas depois mudou-se para Silo (Js 14.6; 18.1). O tabernáculo foi erigido ali, e a cidade tornou-se um importante santuário; na época dos juízes, o local reteve seu lugar como o centro dos cultos a Yahweh (Jz 18.31). O sítio da antiga Siló, uma cidade no monte de Efraim e a capital religiosa de Israel no tempo dos Juízes, está situado ao norte de Betel.
1.5 – É muito interessante notar com o Espírito Santo vai nos deixando, pelo caminho, pérolas (que trocadilho!) que significam muito. Em I Sm 1:9, vemos uma menção importante. Diz-se que Eli, o sacerdote na época, estava assentado numa cadeira, “JUNTO A UM PILAR NO TEMPLO”. Fica claro, que a questão envolvida nesse episódio tinha por propósito manter DE PÉ a casa de Deus. Vimos em Êxodo, que para que o Tabernáculo ficasse de pé, era necessário que, em sua estrutura, as tábuas estivessem fixadas em dois encaixes (MORTE E RESSURREIÇÃO DE CRISTO), UNIDAS DE FORMA JUSTAPOSTAS (UNIDADE ENTRE OS FILHOS DE DEUS) E TRAVADAS PELOS CINCO TRAVESSÕES (Ministério dos Apóstolos, Profetas, Evangelistas, Pastores e Mestres).
1.6 – O voto (Num 30) de Ana tinha como propósito MAIOR preparar para o Senhor um varão nazireu (Num 6).
1.7 – Outro ponto relevante foi que o sacerdote Eli a teve por embriagada. Em At 2:15 Pedro vai explicar que aquilo a quem os homens atribuíam como embriaguez dos discípulos do Senhor Jesus Cristo, quando estes receberam o Espírito Santo, era na verdade, a manifestação do Espírito em e sobre todos aqueles que haviam crido no Senhor e em Sua Obra consumada no Calvário. Agora, parece que havia algo sendo gerado, pelo Espírito, através do “espírito atribulado” de Ana. Que paradoxo: ela havia feito um voto de que daria seu filho ao Senhor, como nazireu (que é aquele que não se “contamina” com vinho ou bebida forte) e, no entanto, foi tida como embriagada. Isso nos mostra, através dos opostos, aquilo que Deus deseja nos falar. Assim notamos, como a visão natural, até mesmo de um sacerdote de Deus, é tantas vezes falha (muito embora vamos ver que a visão de Eli já se obscurecia), e vamos entender o porquê!
1.8 – Ao mencionar “Não tenhas, pois, a tua serva por filha de Belial.” quando se justificava perante Eli, Ana parece deixar-nos uma característica dos filhos de Belial: a embriaguez diante do Senhor.
1.9 – Ao final do capítulo 01 de I Samuel vemos uma menção clara a MORDOMIA. “Pelo que também o trago COMO DEVOLVIDO ao SENHOR, por todos os dias que viver; POIS DO SENHOR O PEDI – significado do nome Samuel. E eles adoraram alio SENHOR.” (I Sm 1:28). Ana deixa claro que o filho era do Senhor, não dela, ainda mais depois da concretização de sua vontade como resposta ao voto feito ao Senhor. Daí vemos a seriedade do que é fazer-se um voto ao Senhor. Por isso, a Palavra nos ensina que é melhor que não façamos voto, mas se o fizermos não devemos tardar em cumpri-lo. As coisas do Senhor são extremamente sérias!!!
8- Capítulo 02
2.1 – O capítulo 02 se inicia com o cântico de Ana. Nele, o Senhor é demonstrado como Aquele que é o Único Deus, absolutamente Santo e que detém total controle sobre tudo e sobre todos. Ele é quem fortalece os fracos e abate os fortes, alimenta os famintos, dá vigor e filhos àquela que era estéril, tira a vida e a dá, empobrece e enriquece. Ao final, o cântico traz pelo menos duas Verdades tremendas: o Senhor é quem guarda os pés dos Seus santos e que os homens não prevalecem pela força.
2.1 – Vemos a seguir como era grande o pecado dos filhos de Eli perante o Senhor. Eles são chamados e filhos de Belial. E aqui a uma segunda menção, nesse livro, de outra característica daqueles a quem se atribuem a denominação filhos de Belial: o de desprezar o Senhor. No caso deles, o aspecto relacionado estava ligado às ofertas destinadas ao Senhor. O pecado dos filhos e Eli era duplo:
– De um lado, eles não observavam as prescrições segundo as quais deveriam tomar da porção destinadas aos sacerdotes, ao contrário, o faziam de forma compulsória, desrespeitosa e sem a observância das prescrições estabelecidas. Isso não representava uma formalidade, de caráter meramente legal, mas essas prescrições traziam consigo verdades espirituais a elas relacionadas.
– De outro lado, tomavam a sua parte antes que a gordura e o sangue fossem oferecidos ao Senhor. O sangue foi prescrito como proibido (Lv 17:10) porque o mesmo deveria ser oferecido no altar, pois deveria fazer EXPIAÇÃO pela alma do ofertante, uma vez que a vida da carne está no sangue e porquanto é o sangue que faz expiação em virtude da vida. A gordura, que representa a abundância de vida que se acumulou, deveria ser integralmente oferecida ao Senhor, e somente a Ele (Lv 3:16-17 e Lv 7:22-38). Os detalhes a esse respeito estão descritos no resumo do livro de Levítico (Ofertas e leis das Ofertas).
2.2 – Após Ana ter DEVOLVIDO ao Senhor, Samuel, Deus a abençoou e ela concebeu e teve mais três filhos e duas filhas. Esse princípio é extremamente importante: tudo o que consagramos ao Senhor é na verdade Dele. Deus não exige de nós nada que seja nosso, mas Dele mesmo. Assim foi com Abraão em relação a Isaque. Quando Abraão oferecia Isaque no altar do Senhor, ele oferecia a si mesmo ao Senhor. Por causa da fidelidade e obediência de Abraão ao Senhor, este lhe concedeu não somente a preservação da vida de Isaque, como uma descendência como a areia do mar. O nosso pouco consagrado ao Senhor se transforma em muito, muitíssimo!! A multiplicação dos cinco pães e dois peixinhos falam exatamente disso.
2.3 – A partir do vs 22 de I Samuel 2 vemos algo importante acontecendo. Eli OUVIA constantemente o que seus dois filhos, Hofni e Finéas, faziam: deitavam-se com as mulheres à porta da Tenda da Congregação, dentre outros maus procedimentos. Interessante notar como Eli não os repreendeu asperamente, mas tão somente disse aos mesmos que NÃO ERA BOA A FAMA que deles se ouvia. Eli parecia fraco no trato com seus filhos. Por outro lado, Eli parece tinha um coração voltado para o Senhor. Isso que ele ouvia acerca de seus filhos o preocupava com respeito ao mau exemplo que dava com respeito ao povo. Ou seja, ele tinha consciência do dever que tinham, em especial os sacerdotes, de serem exemplos para o povo em obediência e santidade diante de Deus.
2.4 – Mais uma vez vemos como o Senhor está no controle de tudo. A Palavra diz: “Entretanto, não ouviram a voz de seu pai, porque O SENHOR OS QUERIA MATAR” (I Sm 2:25). Mais à frente veremos como o ouvir da má fama, ter conhecimento da iniquidade, do pecado e não tratar com ele, traz algo terrível: PERDER A VISÃO, que em outras palavras nada mais é do que NÃO OUVIR AO SENHOR. Obviamente que, posteriormente, o Senhor traria sobre toda família a penalidade relativa ao julgamento de todo esse procedimento libertino e desprovido de temor ao Senhor. QUE TERRÍVEL!!
2.5 – O Senhor, ao estabelecer as palavras de juízo, deixa uma coisa clara: AOS QUE ME HONRAM, HONRAREI; AOS QUE ME DESPREZAM, SERÃO DESMERECIDOS!!
2.6 – Por outro lado, veja o que o Senhor estabelece como princípios relacionados àquele que Ele viria a levantar como sacerdote na Casa de Deus:
– Deveria ser um sacerdote FIEL
– Deveria ser obediente e proceder segundo tudo o que o Senhor tivesse no CORAÇÃO e na MENTE.
– Teria edificada pelo Senhor uma casa estável
– Esse sacerdote receberia a bênção de andar diante do UNGIDO DO SENHOR para SEMPRE!!
2.7 – Como a questão envolvida no transgredir os preceitos do Senhor tinha como elemento de maior gravidade a questão de não obedecer as prescrições relacionadas aos sacrifícios (porque esses trazem consigo realidades espirituais de extrema seriedade), então dentre tantas penalidades a descendência da família de Eli, como família sacerdotal, seria a de implorar por fazer parte do sacerdócio para ter direito a um pedaço de pão. Veja que a transgressão levaria a falta de alimento. E, é claro que a realidade espiritual a isso correlacionada, fica muito evidente. Primeiro a miséria espiritual, depois a consumação física, palpável.
9- Capítulo 03
3.1 – O capítulo 03 inicia com a citação de que “Naqueles dias, a Palavra do Senhor era mui rara; e as visões não eram frequentes.” Veremos mais à frente que ambas as coisas são a mesma coisa. Então, por que aprouve ao Espírito Santo citar a ambas.
3.2 – A questão envolvida aqui é a seguinte:
– Ao citar “a Palavra do Senhor era mui rara” o foco está na menção implícita de o Senhor desejar falar, mas de estar impossibilitado de fazê-lo porque não havia a contraparte para receber o que Ele desejava falar. Para tanto, era necessário que houvesse um processo continuado de santificação e obediência à Sua voz.
– “as visões não serem frequentes” implica em que não havia nos sacerdotes uma sede de Deus que os fizesse buscar os motivos pelos quais Deus a eles não se manifestava. Como veremos, o ter visão, significa o ouvir o Senhor. Isso fica mais claro quando vemos o exemplo de Samuel nesse capítulo.
3.3 – A uma contraposição de ideias interessante nos versículos 2 e 3. Eli estava deitado no lugar costumado, ao passo que Samuel deitara-se no Templo do Senhor. Parece haver uma oposição de ideias entre fazer algo corriqueiro, repetido, usual, rotineiro versus o deitar-se no Templo do Senhor, na Casa de Deus, na Sua presença.
3.4 – Eli carregava duas verdades consigo. Naturalmente, ele envelhecia e é normal uma relativa perda de visão. De outro lado, seus olhos começavam a escurecer-se, a ponto tal que começava a não poder ver. E é claro que isso traz consigo uma mensagem espiritual. Jacó em Gn 48:10 teve sua visão comprometida, “de modo que não podia ver bem.” No entanto, enquanto sua visão natural parecia definhar, sua visão espiritual, ao contrário, parecia estar melhor do que nunca. Isso fica claro não só no episódio da benção feita com as mãos cruzadas a Efraim e Manassés, como também sobre as bênçãos proféticas que ele menciona em Gn 49 acerca de todos os seus filhos; de todas as tribos de Israel.
3.5 – Veja que após o Senhor falar e Samuel ouvir é feita uma menção que correlaciona esses termos com o ter VISÃO. Isso fica muito claro no versículo 15b desse capítulo: “porém temia relatar a VISÃO a Eli”.
3.6 – E concluímos o capítulo com uma afirmação tremenda: “Continuou o Senhor a APARECER em Siló, enquanto POR SUA PALAVRA o Senhor se MANIFESTAVA ali a Samuel”. Vemos que a forma de o Senhor se manifestar era a de REVELAR a Sua Palavra a Samuel. Isso é VISÃO ESPIRITUAL, saber ouvir o Senhor e estar preparado para tal por meio de uma vida santificada e obediente a Ele. Logo, VISÃO ESPIRITUAL está associada a AUDIÇÃO ESPIRITUAL. Se quisermos VER o Senhor, temos de estar preparados para OUVÍ-LO.
10- Capítulo 04
4.1 – O capítulo 04 se inicia com uma batalha. A do povo de Israel contra os filisteus. O povo de Israel se acampou junto a Ebenézer (Até aqui nos ajudou o Senhor –I Sm 7:12), ao passo que os filisteus se acamparam junto a Afeca (cidade cujo nome significa Fortificação).
Afeca -Vencer As Fortalezas Do Inimigo
TEXTO BASE: Js 12:18 e I Sm 4:1
1“o rei de Afeca, outro; o de Lasarom, outro;”
2 Co 10:3-5
3 “Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne.
4 Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e, sim, poderosas em Deus, para destruir fortalezas; anulando sofismas;
5 e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo.”
Afeca significa “fortaleza” ou “cerco”. Espiritualmente essa vitória tem um significado: O inimigo levanta fortalezas para tentar impedir o avanço do povo de Deus. As fortalezas podem ser:
• Exteriores – são os cercos aparentes e visíveis, como ocorreu em Samaria em 2 Rs 6:24-25 que rouba a paz e tranquilidade do dia a dia das pessoas. São constantes ameaças que buscam desequilibrar o homem. Essas fortalezas exteriores, o mundo ao redor, provocam ansiedade que gera sequelas das lutas sem êxito e dessa forma acarreta desgaste emocional, o stress, o sentimento de incapacidade de viver a promessa, e como consequência monta fortalezas interiores.
• Interiores – o povo de Deus andando num deserto exterior, criou no seu interior um deserto e um local de morte. Os espias que se sentiram gafanhotos Nm 13:33. As fortalezas interiores são formadas por causa da incredulidade, contaminações, traumas ou comprometimentos espirituais, são pessoas que mesmo debaixo de uma palavra, nesse tempo de conquistas, não conseguem viver o cumprimento dela, porque elas perdem o vigor de lutar pela sua conquista.
O QUE AS FORTALEZAS DO INIMIGO PROVOCAM NA VIDA DO HOMEM
O objetivo das fortalezas do inimigo é destruir e matar o homem, elas agem da seguinte maneira:
• Colocando limites na vida do homem, através de prisões – em Samaria ninguém entrava nem saía. (2 Rs 6:23).
• Gerando a miséria – havia fome em Samaria. (2 Rs 6:25).
• Habilitando o espírito de loucura – o homem tomado pelo desespero e a falta de perspectivas e roubado do seu futuro. (2Rs 6:29).
• Gerando o Conformismo, a resignação dentro do coração e a falta de reação. (2 Rs 6:30).
• Gerando apostasia e provocando questionamentos na relação com Deus. (2 Rs 7:2).
• Matando através da prisão provocada pela fortaleza – como os espias e o povo no deserto.
O diabo quer matar o mover através da fortaleza, como fez com Paulo.
Atos 21:34 – “E na multidão uns clamavam de uma maneira, outros de outra; mas, como nada podia saber ao certo, por causa do alvoroço, mandou conduzi-lo para a fortaleza.”
Deus não nos livra de enfrentarmos as fortalezas do inimigo, mas, sim, nos capacita e habilita e entra conosco nessa guerra para nos dar vitória. Ninguém pode paralisar um ungido de Deus. As portas do inferno, as suas fortalezas não resistem a Igreja de Cristo. Nada poderá nos resistir.
Toda fortaleza que Deus permite que seja levantada é para nos habilitarmos e para reafirmar que as portas do inferno não prevalecem contra a Igreja de Cristo.
TOMAR POSIÇÃO, PARA QUE VENCERMOS AS FORTALEZAS DO INIMIGO
É necessário:
1) COLOCAR A FÉ EM AÇÃO
A Palavra diz: A fé sem obras é morta, o justo viverá ela fé. (I Jo 5:4)
“porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé.”
E essa é a vitória que vence as fortalezas mundo: a nossa fé.
Fé para crer que Deus é capaz de nos dar vitória. Mesmo no meio de um deserto eu sei que vou sair e conquistar como Josué, mesmo num cerco como o de Samaria, amanhã essas horas, terá ocorrido o maior milagre da minha vida.
Mesmo como Paulo, lançado na fortaleza eu sei que vou romper limites e levar a palavra e testemunhar o poder de Deus até os confins da terra.
Um homem conquistador tem uma fé invencível que o impulsiona na direção da fortaleza para vencê-la.
Fé para andar segundo a palavra de Deus e não segundo a sabedoria humana.
Fé que não desiste diante das lutas e dos problemas, mas insiste e resiste.
2) GUERREAR FOCADO NO ALVO
(Ef 6:12) “Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.”
Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim, contra os principados e potestades, contra os dominadores desse mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestiais.
Muitas vezes nos desgastamos porque estamos batalhando pela carne não pelos objetivos maiores do reino. Precisamos saber contra o que é contra quem estamos lutando.
3) PRECISAMOS USAR ARMAS ESPIRITUAIS
(2 Co 10:3-4) “Porque, andando na carne, não militamos segundo a carne.
Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas;”
Que armas são essas?
3.1. Prática da palavra
(Ap 12:11) – “Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho… “
3.2. Oração intercessória
(Ex 17:11 e 12) “E acontecia que, quando Moisés levantava a sua mão, Israel prevalecia; mas quando ele abaixava a sua mão, Amaleque prevalecia.
Porém as mãos de Moisés eram pesadas, por isso tomaram uma pedra, e a puseram debaixo dele, para assentar-se sobre ela; e Arão e Hur sustentaram as suas mãos, um de um lado e o outro do outro; assim ficaram as suas mãos firmes até que o sol se pós.”
3.3. Jejum destrói fortalezas
(Mt 17:21) “Mas esta casta de demônios não se expulsa senão pela oração e pelo jejum.”
3.4. Clamor
(Mt 7:7) “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á.”
3.5. A busca de Deus
(Is 55:6) “Buscai o Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.”
(Jr 33:3) “Invoca-me, e te responderei; anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas que não sabes.”
(Tg 5:16) “Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo.”
3.6. Louvor
(At 16:25 e 26) “E, perto da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a Deus, e os outros presos os escutavam.
E de repente sobreveio um tão grande terremoto, que os alicerces do cárcere se moveram, e logo se abriram todas as portas, e foram soltas as prisões de todos.”
(2 Cr 20:22) “E, quando começaram a cantar e a dar louvores, o SENHOR pôs emboscadas contra os filhos de Amom e de Moabe e os das montanhas de Seir, que vieram contra Judá, e foram desbaratados.”
3.7. Espírito conquistador – Tomar posse, no espírito, da promessa e andai por ela.
(Js 14:6-1) “Isto, pois, é o que os filhos de Israel tiveram em herança, na terra de Canaã, o que Eleazar, o sacerdote, e Josué, filho de Num, e os cabeças dos pais das tribos dos filhos de Israel lhes fizeram repartir,
Por sorte da sua herança, como o SENHOR ordenara, pelo ministério de Moisés, acerca das nove tribos e da meia tribo.
Porquanto às duas tribos e à meia tribo já dera Moisés herança além do Jordão; mas aos levitas não tinha dado herança entre eles.
Porque os filhos de José eram duas tribos, Manassés e Efraim, e aos levitas não se deu herança na terra, senão cidades em que habitassem, e os seus arrabaldes para seu gado e para seus bens.
Como o SENHOR ordenara a Moisés, assim fizeram os filhos de Israel, e repartiram a terra
Então os filhos de Judá chegaram a Josué em Gilgal; e Calebe, filho de Jefoné o quenezeu, lhe disse: Tu sabes o que o SENHOR falou a Moisés, homem de Deus, em Cades-Barnéia por causa de mim e de ti.”
Essa Vitória Contra As Fortalezas Nos Trará
4) Um tempo de desfrutarmos de valores jamais sonhados.
(Is 45:1-3) “Assim diz o SENHOR ao seu ungido, a Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater as nações diante de sua face, e descingir os lombos dos reis, para abrir diante dele as portas, e as portas não se fecharão.
Eu irei adiante de ti, e endireitarei os caminhos tortuosos; quebrarei as portas de bronze, e despedaçarei os ferrolhos de ferro.
Dar-te-ei os tesouros escondidos, e as riquezas encobertas, para que saibas que eu sou o SENHOR, o Deus de Israel, que te chama pelo teu nome.”
Tudo que é precioso está guardado por fortalezas e tudo que é precioso pertence por direito aos filhos de Deus.
Somos filhos de Deus, logo somos destruidores de fortalezas.
(1 Co 2:9) “Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, E não subiram ao coração do homem, São as que Deus preparou para os que o amam.”
5) Tempo de expansão das fronteiras do Reino de Deus.
(Mt 11:12) “E, desde os dias de João o Batista até agora, se faz violência ao reino dos céus, e pela força se apoderam dele.”
6) A conquista de todas as nossas promessas, ninguém poderá nos resistir.
(Js 23:14) “E eis que vou hoje pelo caminho de toda a terra; e vós bem sabeis, com todo o vosso coração, e com toda a vossa alma, que nem uma só palavra falhou de todas as boas coisas que falou de vós o SENHOR vosso Deus; todas vos sobrevieram, nenhuma delas falhou.”
CHAMAMENTO
(Js 1.5-6) “Ninguém te poderá resistir, todos os dias da tua vida; como fui com Moisés, assim serei contigo; não te deixarei nem te desampararei.
Esforça-te, e tem bom ânimo; porque tu farás a este povo herdar a terra que jurei a seus pais lhes daria.”
4.2 – Interessante a menção feita pelo Espírito Santo no versículo 02 deste capítulo. “Israel foi derrotado pelos filisteus; e estes mataram, NO CAMPO ABERTO, cerca de quatro mil homens…”. Como os filisteus tipificam o Eu, conforme vimos no livro de Juízes, juntando ambas menções temos um quadro importante de ser mencionado.
4.3 – Podemos ver como a luta contra o Eu é dura. O Eu se posiciona em um local/cidade cujo significado do nome já indica uma fortaleza, uma fortificação. De outro lado, vemos que, NO CAMPO ABERTO, o Eu promove uma séria derrota ao povo de Deus.
4.4 – Isso explica, e muito, do porquê do ocorrido em Ex 13:17. “Tendo Faraó deixado ir o povo, Deus não o levou pelo caminho da terra dos filisteus, posto que mais perto, pois disse: Para que, porventura, o povo, não se arrependa, vendo a guerra, e torne ao Egito. Porém Deus fez o povo rodear pelo caminho do deserto perto do Mar Vermelho; e, arregimentados, subiram os filhos de Israel do Egito”.
4.5 – Ao retornarem ao arraial os anciãos do povo perguntaram: “Porque O SENHOR nos feriu hoje diante dos filisteus…?”. Eles atribuíram sua derrota, não aos filisteus, mas ao Senhor. Será? Veja, de um lado isso é verdade, no sentido de que TODAS as nossas vitórias são em primeira análise uma vitória do Senhor. Por outro lado, eles transferiram o “problema” para Outro, ao passo que deveriam analisar O PORQUÊ isso lhes havia sucedido, ou seja, deveriam fazer um autoexame.
4.6 – Vemos claramente tanto no A.T. como no N.T. que as vitórias do povo de Deus, individual ou corporativa, são uma manifestação do PODER de DEUS, SENDO INCLUSIVE MUITAS VEZES OBTIDA DE FORMA SOBRENATURAL, PARA QUE FICASSE PATENTE AOS OLHOS DO POVO QUE QUEM OS CONCEDIA A VITÓRIA ERA O SENHOR, NÃO A FORÇA DO SEU BRAÇO.
4.7 – Daí veio a brilhante ideia. “Vamos trazer de Siló a Arca da Aliança…”. Talvez eles estivessem se baseando num episódio específico quando da tomada da cidade de Jericó quando explicitamente o Senhor os prescreveu o que deveriam fazer para tomar a cidade. Isso incluía o levar a Arca para a frente de batalha no processo de rodear a cidade. Ou, quem sabe, lembravam-se do episódio da travessia do Jordão, quando a Arca parou no meio, suportada pelos ombros dos sacerdotes, através dos varais traspassados nas argolas a ela ligada. Talvez a Arca os trouxesse a noção de que eles estariam seguros. Eles estavam corretos?
4.8 – Aqui duas questões bastante importantes devem ser consideradas:
– No episódio de Josué, na tomada de Jericó, PORQUE ELES ESTAVAM EM UM CORRETO RELACIONAMENTO COM DEUS, DEUS mesmo se manifestou a eles para lhes explicitar A FORMA pela qual o Senhor os daria vitória naquela situação. Mas essa NÃO era de forma alguma o que lhes sucedia nesse episódio. Não só o Senhor não lhes prescreveu o levar a Arca para a frente do campo de batalha, como algo a ser observado SEMPRE e de forma CONTINUADA, como não lhes prescreveu NADA nesse episódio específico. E tomar decisões sem buscar a VONTADE do Senhor na luta contra os filisteus, é se expor ao risco eminente da derrota.
– Por outro lado, vemos que os filhos de Eli, Hofni e Finéias, eram aqueles que levavam a Arca da Aliança de Deus. Os responsáveis pelo sacerdócio, eram eles mesmos grandes pecadores diante do Senhor. Estavam fazendo perverter os bons costumes do povo. Transgrediam grandemente com respeito às ofertas ao Senhor. O Senhor não se manifestava a Eli (que perdia a visão) e muito provavelmente eles, seus filhos, não ouviam a voz de Deus. Num ambiente de derrota espiritual, de sacerdócio contaminado, haveria o Senhor de dar-lhes vitória, ou seria a derrota uma materialização de uma realidade espiritual já consolidada?
4.9 – Daí o Senhor manifesta uma “nota” bastante elucidativa no versículo 05. “Sucedeu que, vindo a Arca da Aliança do Senhor ao arraial, rompeu todo o Israel em grandes brados, e ressoou toda a terra”. Que manifestação de ALMA! Que manifestação de superstição! A Arca representa o próprio Senhor no meio de Seu povo, mas a realidade da Arca deve estar no coração e na mente dos sacerdotes e de todo o povo. Se não estivermos em uma correta relação com o Senhor, com a Arca da Aliança, a presença dela em nosso meio deve expor nossas faltas, nossa vergonha, deve nos levar a arrepender-nos.
4.10 – A ilusão deles quanto a eles mesmos era tão grande, que eles bradaram em alta voz, supondo que a vitória lhes estaria garantida pela presença dessa peça da mobília do Tabernáculo entre eles. Sem dúvida, a Arca é algo grandioso, na medida do que ela representa. Mas a derrota lhes estava preparada, pois que já estava se processando desde a muito. De nada nos adianta nos julgarmos povo escolhido, detentores das promessas e aliança de Deus, se não nos portamos em reverência a Ele, a todos os Seus princípios, à Sua Palavra. Paulo deixa isso claro em Romanos 2: 17- 29.
4.11 – No versículo 11 temos uma declaração extremamente significativa relacionada, obviamente ao EU: “Sede fortes, ó filisteus! Portai-vos varonilmente, PARA QUE NÃO VENHAIS A SER ESCRAVOS DOS HEBREUS, COMO ELES SERVIRAM A VÓS OUTROS! Portai-vos varonilmente e pelejai!”
4.12 – Resultado: A arca foi tomada, foram mortos dos dois filhos de Eli, Hofni e Finéias e Israel experimentou dura derrota. Mais de 30 mil homens foram mortos.
4.13 – Ao chegar a notícia a Eli, esse que sentia seu coração tremer POR CAUSA DA ARCA DE DEUS, e que estava assentado AO PÉ DO CAMINHO, ELE CAIU DA CADEIRA PARA TRÁS, JUNTO AO PORTÃO E TEVE SEU PESCOÇO QUEBRADO e morreu. Eli, já idoso de 98 anos de idade, seus olhos tinham cegado e já não podia ver.
4.14 – Foi então que nasceu seu neto, filho de Finéias com sua nora. Ao menino foi dado o nome de Icabô, porque “FOI-SE A GLÓRIA DE ISRAEL, POIS FOI TOMADA A ARCA DE DEUS”.
11- Capítulo 05
A ARCA DE Deus faz um caminho na terra dos filisteus: Asdode GateEcrom. Nesses locais por onde passou a Mão do Senhor castigava duramente os filisteus.
Símbolos Satânicos no Vaticano: A Mitra de Dagom
Papa Bento XVI e a Mitra de Dagom
Outra imagem pagã visível nessa fotografia é a mitra, que não é nada mais que a antiga mitra em formato de cabeça de peixe usada pelos sacerdotes filisteus do deus Dagom.
Esse deus-peixe foi totalmente destruído pelo Deus da Bíblia Sagrada!
Um dos símbolos mais óbvios que o catolicismo romano é apenas o amaldiçoado satanismo vestido e camuflado como cristianismo é essa mitra de Dagom.
Quem é Dagom e o que é sua mitra? Você pode perguntar. Vamos examinar a Bíblia.
“Então os príncipes dos filisteus se ajuntaram para oferecer um grande sacrifício ao seu deus Dagom, e para se alegrarem, e diziam: Nosso deus nos entregou nas mãos a Sansão, nosso inimigo.” (Juízes 16:23).
Deus então tornou bem claro que Dagom era apenas um deus falso e sem poder:
“Os filisteus, pois, tomaram a arca de Deus e a trouxeram de Ebenézer a Asdode. Tomaram os filisteus a arca de Deus, e a colocaram na casa de Dagom, e a puseram junto a Dagom. Levantando-se, porém, de madrugada no dia seguinte, os de Asdode, eis que Dagom estava caído com o rosto em terra, diante da arca do SENHOR; e tomaram a Dagom, e tornaram a pô-lo no seu lugar. E, levantando-se de madrugada, no dia seguinte, pela manhã, eis que Dagom jazia caído com o rosto em terra diante da arca do SENHOR; e a cabeça de Dagom e ambas as palmas das suas mãos estavam cortadas sobre o limiar; somente o tronco ficou a Dagom. Por isso nem os sacerdotes de Dagom, nem nenhum de todos os que entram na casa de Dagom pisam o limiar de Dagom em Asdode, até ao dia de hoje. Porém a mão do SENHOR se agravou sobre os de Asdode, e os assolou; e os feriu com hemorróidas, em Asdode e nos seus termos. Vendo então os homens de Asdode que assim foi, disseram: Não fique conosco a arca do Deus de Israel; pois a sua mão é dura sobre nós, e sobre Dagom, nosso deus.” (1 Samuel 5:1-).
Quão terrível é que o papa, vista uma mitra em formato de cabeça de peixe de Dagom?
Ele está glorificando o mesmo ídolo falso, fraco, mudo e cego que o Deus da Bíblia amaldiçoou e destruiu, e então se voltou para derramar uma dolorosa retribuição sobre o povo e a terra dos filisteus!
Esse papa está usando uma mitra do amaldiçoado Dagom! Esse único símbolo deveria ser suficiente para convencer qualquer pessoa sóbria e em boas faculdades mentais que todo o sistema católico romano é amaldiçoado, porque ressuscitou o antigo satanismo de muitas formas, inclusive essa mitra em formato de cabeça de peixe de Dagom.
Entretanto, antes de deixarmos esse assunto, precisamos aprender mais alguns fatos:
A. “Dagom — Peixinho; diminutivo de dag = peixe, o deus-peixe; o deus nacional dos filisteus (Juízes 16:23). Esse ídolo tinha o corpo de um peixe, a cabeça e os braços de um homem. Era uma deidade assíria-babilônia.” [Easton’s Illustrated Dictionary]. Dagom teve origem na Babilônia. Verdadeiramente, Apocalipse 17 está correto quando chama a igreja do Falso Profeta de “Mistério Babilônia”.
B. Quando você examina a figura, vê várias representações do modo como a mitra de Dagom era usada. Na extremidade esquerda você vê um sacerdote de Dagom vestido com uma mitra espargindo água benta com uma mão e segurando uma vasilha de água na outra.
C. A figura na direita superior, mostra dois sacerdotes de Dagom espargindo água benta enquanto olham para um símbolo egípcio da adoração ao sol.
D. Esta gravura acima, representa a deusa Cibele com sua mitra de Dagom, espargindo água benta. Cibele era adorada em Roma e era chamada de “a grande deusa rainha-mãe”. Alguns eruditos dizem que a Basílica de São Pedro foi na verdade, construída no antigo sítio em que estava o principal templo de Cibele.
O termo “deusa rainha-mãe” é diretamente equivalente ao amaldiçoado termo “rainha dos céus” (Jeremias 7:18; 44:17,25).
É altamente provável que a Virgem Maria possa ter sido tomada da figura da deusa Cibele, considerando-se especialmente o uso da mitra e a localização da Basílica de São Pedro no antigo sítio do principal templo de Cibele. (Ibidem).
O fato de o papa Bento XVI segurar o crucifixo vergado e vestir a mitra no formato de cabeça de peixe de Dagom demonstra sua contínua lealdade ao sistema religioso do Falso Profeta, a partir do qual o verdadeiro Falso Profeta emergirá.
12- Capítulo 06
1 -Aqui vemos a decisão tomada pelos filisteus de devolver a arca da Deus de volta. Sete meses esteve a arca do Senhor na terra dos filisteus. Sete na Bíblia sempre se refere a um tempo completo.
2 – Ao devolverem-na, os filisteus estabeleceram uma condição que na visão deles faria expiação pelos seus pecados, funcionaria como uma oferta pela culpa: “Segundo o número dos príncipes dos filisteus, cinco tumores de ouro e cinco ratos de ouro, porquanto a praga é uma e a mesma sobre todos vós e sobre todos os vossos príncipes”. Os tumores tipificavam a penalidade sofrida e, em conjunto com o rato, que tipificavam aqueles que faziam a destruição da terra (I Sm 6:5), supostamente fariam a expiação pela expiação pela culpa.
3 – Observe que, conforme Levítico, essa simbolização é expressiva: Doninhas e Ratos – Perda de Vitalidade (Lv 11:29): A doninha e o rato trazem prejuízo as plantações em crescimento. A doninha trabalha por baixo do solo e afeta diretamente as raízes das plantas. O rato do campo come a vitalidade das plantas novas. O livro de Cantares menciona as raposinhas que arruínam as vides em flor. Se a flor é destruída, o fruto não aparecerá. Ambos, doninhas e ratos, operam secretamente por baixo do solo, portanto não são coisas vistas com tanta facilidade. Eles são perigosos e mais difíceis de serem apanhados. Eles simbolizam aquelas coisas aparentemente pequenas e insignificantes que surgem no nosso dia a dia. Palavras vãs, pequenos comentários descuidados, atitudes precipitadas e etc… Por isso, se notarmos a ausência de vigor e prosperidade espiritual, devemos nos colocar à luz do Espírito e da Palavra, visando identifica-los e extermina-los.
4-Eles então fizeram um CARRO NOVO, tomaram duas vacas COM CRIA, SOBRE AS QUAIS AINDA NÃO HAVIA SIDO COLOCADO JUGO, e ATARAM-NAS AO CARRO. Os seus bezerros voltaram para a casa.
5-Tomaram a arca do Senhor, colocaram-Na sobre o carro, pegaram um cofre e colocaram dentro dele as figuras de ouro que seriam ofertadas como oferta pela culpa e deixaram-nos ir. Até para fazer expiação, segundo seu conceito, o EU busco se esconder (num cofre). Só Quem tem a chave é que desvenda. Nada mais coerente, já que os ratos que destroem a terra trabalham de forma subjacente e sorrateiramente.
6-As vacas subiram pelo caminho rumo ao território de Bete-Semes (Casa do Sol – tipificando colocar na luz). Isso foi a confirmação a que se propuseram para perceber que aquilo que lhes sucedeu, NÃO ERA CASUAL.
7-As vacas andavam e berravam. Sob o ponto de vista natural é compreensível, uma vez que elas tinham sido separadas de suas crias. Mas há um aspecto espiritual. A colocação do jugo sobre elas que NUNCA tinham experimentado algo semelhante. Sabemos que o “tomar o jugo” tem haver com o processo de sermos transformados. Implica no aquietar-se diante Daquele que agora dirige nossas vidas, sem ficarmos dando coices, mas aceitando esse novo Senhorio; o Senhorio de Cristo.
8-Não é à toa que é feita a explícita menção de que “os de Bete-Semes andavam fazendo a sega do trigo no vale”. Essa é uma expressão que fala do trabalhar da cruz em nós. Aparece diversas outras vezes na Escritura:
“Não é hoje a sega do trigo? Clamarei, pois, ao Senhor, e dará trovões e chuva; e sabereis e vereis que é grande a vossa maldade, que tendes feito perante o Senhor, pedindo para vós um rei. (I Samuel 12:17)
O trigo é esmiuçado, mas não se trilha continuamente, nem se esmiúça com as rodas do seu carro, nem se quebra com os seus cavaleiros. (Isaías 28:28)
Semearam trigo, e segaram espinhos; cansaram-se, mas de nada se aproveitaram; envergonhados sereis das vossas colheitas, e por causa do ardor da ira do Senhor. (Jeremias 12:13)
Eis que eu vos apertarei no vosso lugar como se aperta um carro cheio de feixes. (Amós 2:13)
9-A menção predominante neste livro é A PEDRA. Assim, no vs 14 vemos o carro se achegando ao campo de Josué, o bete-semita, A ARCA DO SENHOR foi colocada sobre esta grande pedra, pedra esta que se encontra até hoje no campo de Josué.
10- Mas os homens de Bete-Semes olharam para dentro da Arca e o Senhor feriu 70 deles O número setenta na Bíblia tipifica as todas as nações. Remover a tampa onde o sangue havia sido aspergido, como fizeram alguns israelitas curiosos (I Sm 6:19-20), significava expor-se e colocar em operação a ministração da morte. Se alguém desejasse olhar as tábuas de pedra dentro da arca teria que remover ou deixar de lado o sangue. Se nós rejeitamos o sangue (a lei do Espírito de Vida) caímos para o nível da lei (a Lei do pecado e da morte). Somente em Cristo podemos encontrar Vida, “Porque o fim da lei é Cristo, para justificação de todo aquele que crê” (Rm 10:4).
11-Em função disso, os moradores de Bete-Semes enviaram mensageiros aos habitantes de Quiriate-Jearim pedindo a eles que fizessem subir a Arca para que ficasse em poder deles. Que interessante! Por que Quiriate-Jearim era conhecida como a Cidade das florestas, hoje é muito conhecida como a Cidade dos Olivais. Também é chamada Quiriate, Quiriate-Arim, Quiriate-Baal, Baala e Baale. Era uma cidade gibeonita, nos limites de Judá e Benjamim, e que foi cedida a Judá (Js 9.17 – 15.9,60 – 18.14,15,28 – Jz 18.12 – 1 Cr 2.50, 52) – o lugar onde a arca se conservou por vinte anos (I Sm 6.21 – 7.1,2 – II Sm 6.2 – I Cr 13.5,6 – II Cr 1.4) – ‘campo de Jaar’ (Sl 132.6) – foi reocupada depois do cativeiro (Ed 2.25 – Ne 7.29)
13- Capítulo 07
1-Observe que a Arca vai para Quiriate-Jearim, para a casa de Abinadabe. E que Eleazar, filho de Arão (Nm 3:2) foi consagrado para que guardasse a Arca.
2- Abinadabe significa: Pai Está Disposto (É Nobre; Generoso). Era um habitante da cidade de Quiriate-Jearim, no território de Judá, a uns 14 km de Jerusalém, no lar de quem portanto, se guardou por um tempo a arca do pacto. Quando a Arca sagrada foi trazida de Bete-Semes, depois duma desastrosa estada de sete meses entre os filisteus, ela foi depositada no lar de Abinadabe, e o filho dele, Eleazar, foi santificado para guardá-la. Nesse lar, a Arca permaneceu, possivelmente, uns 70 anos, até que Davi providenciou sua transferência para Jerusalém.
Quanto tempo durou a arca da aliança, na casa de Abinadabe?
(1 Samuel 7:1-2) “E os homens de Quiriate veio, e foi buscar a arca do Senhor, e trouxe-a para a casa de Abinadabe, na colina, e santificou Eleazar seu filho para manter a arca do Senhor. E aconteceu que, enquanto a arca ficou em Quiriate, que o tempo foi longo, pois era de vinte anos, e toda a casa de Israel suspirou pelo Senhor.
(1 Samuel 10:24) “Samuel disse a todo o povo: Vedes [Saul] quem o Senhor
escolhida, que não há ninguém como ele, entre todos os povos? E todo o povo gritou, e disse: Deus salve o rei.”
(2 Samuel 6:2-3) “E Davi se levantou … para trazer dali a arca de Deus …. E eles
a arca de Deus sobre um carro novo, e trouxe-o para fora da casa de Abinadabe, que estava em Gibeá ….
(At.13: 21) “Pediram então um rei, e Deus lhes deu Saul, filho de Cis, uma
homem da tribo de Benjamin, pelo espaço de quarenta anos. “
Ao contemplarmos esses textos vemos que os 20 anos mencionados pelo escritor não é o tempo total gasto na arca na casa de Abinadabe, mas o tempo de Israel, lamentando depois que o Senhor após o retorno da arca. Após os 20 anos, Samuel conversou com todos os filhos de Israel, chamando-os de volta para o Senhor.
A próxima vez que a arca é mencionada, está em 1 Samuel 14:18 (embora os Estados Septuaginta, esse foi o éfode, e não a arca). A partir daquele momento, não há nenhuma menção da Arca, até 2 Samuel 6, quando Davi buscou trazer a arca da casa de Abinadabe.
Os 20 anos – Significação
Aqui algo interessante deve ser dito: Jacó esteve em “tratamento” durante vinte anos na presença de Labão (Gn 31:41). É interessante notar que após estes vinte anos uma coluna (a segunda na experiência de Jacó) foi erigida: Mispá (“Vigie o Senhor entre mim e ti”). Isso claramente aponta para a vigilância do Senhor para com nosso eu, já que Jacó teve sua vida confrontada por Labão que era a personificação dele mesmo.
Ora, portanto é significativo pensar que em um âmbito coletivo, agora em I Sm 7, tenhamos a mesma citação de tempo relacionada à coletividade: o povo de Israel. Pois foi, exatamente esse tempo, que o povo de Deus dirigia “lamentações ao Senhor”. Devemos lembrar que o número 20 = 2×10. O número 2 relaciona-se a testemunho e o número 10 a responsabilidade, a o cumprimento da Lei.
Em suma, se dermos uma olhada para trás observando a sequência dos números, então, com facilidade, podemos reconhecer uma linha de pensamentos entrelaçados ligando os números entre si e também fazendo claro a integridade de toda a sequência. Isso serve de confirmação do significado tanto do todo dos números como também de cada um individualmente. A ordem dos pensamentos nos mostra uma nova beleza; a sua plenitude se constitui em uma prova. Fica claro que a soma de toda a verdade está contida nisso e não podemos ir além.
Durante a transferência, outro filho de Abinadabe, Usa, caiu morto quando a ira de Jeová se acendeu contra ele por ter tocado a Arca, desconsiderando a ordem. (Nm 4:15; I Sm 6:20-7:1; II Sm 6:1-7; I Cr 13:6-10).
3-Observe então que depois de vinte anos com a casa de Israel dirigindo lamentações ao Senhor é que fala o profeta Samuel a toda a casa de Israel dizendo” Se com todo o vosso coração vos converterdes ao Senhor, tirai dentre vós os deuses estranhos e os astarotes, e preparai o vosso coração ao Senhor, e servi a ele só, e vos livrará da mão dos filisteus. Então os filhos de Israel tiraram dentre si aos baalins e aos astarotes, e serviram só ao Senhor.” (I Sm 7:3,4). Ou seja, eles estavam praticando idolatria na mesma medida em que clamavam ao Senhor. Mas o que são esses baalins e astarotes?
Baalins e Astarotes
Baalins
- A palavra “Baal” tem vários significados. Pode significar “Senhor”, “Proprietário”, “Mestre” e “Marido”. A palavra Baal pode ser usada tanto para humanos com certa autoridade quanto para divindades. Na verdade, Baal é um título (Senhor), assim como a palavra hebraica “Adonai” que também significa “Senhor” era utilizada para se referir à divindade israelita Jeová.
- Provavelmente, os israelitas escolheram chamar Jeová de “Senhor” usando a palavra “Adonai”, justamente para diferenciar esta divindade (Jeová), das outras inúmeras divindades que também eram chamadas de “Senhor”, só que usando a palavra “Baal”. Pode-se até inferir que em dado momento, o próprio Jeová tenha sido chamado/entendido como sendo “Baal”, uma vez que Jeová em Israel já fora identificado com a divindade canaanita ‘El, e se apropriado de atributos que eram dela, como “Pai de todos os deuses” e “Pai dos homens”, etc.. Jeová também incorporou, posteriormente, elementos como “fertilidade”, “chuva”, “controle do tempo” que eram características de Baal Hadade.
- Significa “Senhor Hadade” ou “Senhor da Tempestade” era a divindade do trovão, da chuva e da fertilidade dos cananeus, similar à divindade Adad cultuada pelos Assírios e Babilônios. O nome Hadade era usualmente dado pelas pessoas aos seus filhos, como forma de oferecer proteção daquela divindade à eles (similar aos israelitas que colocavam o nome de Jeová no nome de seus filhos, por exemplo “Elias” – que significa “Meu Deus (ELI) é Jeová (YAHU)” – ELIYAHU). O nome Hadade não é citado isoladamente como uma divindade, mas encontra-se na Bíblia como um composto do nome de dois reis: Ben-Hadade (que significa “Filho de Hadade”) e Hadedezer (que significa “Hadade é minha ajuda”).
- (1 Reis 15 18) Então Asa ajuntou a prata e o ouro que haviam sobrado no tesouro do templo do Senhor e do seu próprio palácio. Confiou tudo isso a alguns dos seus oficiais e os enviou a Ben- Hadade, filho de Tabriom e neto de Heziom, rei da Síria, que governava em Damasco, Estela de Baal Hadade encontrada em Ugarit, Síria, 1400 AEC – Museu do Louvre- Paris
- Significa “Senhor Hadade Trovejador”. A palavra Rimom em hebraico significa Romã. Os escribas judeus alteram a grafia desta divindade de “Ramán” = “Trovejador” para “Rimom” =” Romã (fruta)” propositadamente, como forma de menosprezar um deus estrangeiro. Na bíblia temos duas citações dessa divindade, uma em que ela representa a própria divindade, e outra em que ela representa um lugar (que recebeu tal nome em homenagem a esse deus):
- Representando o deus Hadade-Rimom: (2 Reis 5:18). Mas que o Senhor me perdoe por uma única coisa: quando, meu senhor, vai adorar no templo de Rimom, eu também tenho que me ajoelhar ali, pois ele se apoia em meu braço. Que o Senhor perdoe o teu servo por isso”. Representando um lugar: (Zacarias 12:11). Naquele dia muitos chorarão em Jerusalém, como os que choraram em Hadade-Rimom no vale de Megido.
- “Senhor de Peor”. Peor era uma montanha localizada na região de Moabe (atual Jordânia). Não se sabe se este Baal era mais uma manifestação local da divindade Baal Hadade (ligada à fertilidade) ou outro deus específico da região (mais um deus chamado “Senhor”). Especula-se que Baal Peor seja outra designação de “Quemós”, a divindade nacional dos Moabitas.
- (Números 25:3) Assim Israel se juntou à adoração a Baal-Peor. E a ira do Senhor acendeu-se contra Israel.
- Significa “Senhor da Aliança”. Segundo o livro de Juízes, essa era a forma predominante de adoração no território de Israel, nessa época, principalmente na cidade de Siquém. A “Aliança” ao qual esse Baal se refere deve ser uma aliança entre cidades canaanitas (Siquem inclusive) ou a aliança feita por meio de tratados entre tribos (um exemplo é o “tratado” firmado por Siquém e Jacó em Genesis 34). Interessante que “Baal Berite” (Senhor da Aliança), parece ser equivalente à “El-Berite” (Deus da Aliança), outra divindade cultuada pelos canaanitas. Isso é uma evidencia que o nome “’El” (Deus) também era usado para tratar divindades cujo nome era “Baal”:
- (Juízes 8 33) Logo depois que Gideão morreu, os israelitas voltaram a prostituir-se com os baalins, cultuando-os. Ergueram Baal-Berite como seu deus…
- Baal- Berite e El-Berite são os mesmos deuses da cidade de Siquém, note: (Juízes 9:3-4 3). Os irmãos de sua mãe repetiram tudo aos cidadãos de Siquém, e esses se mostraram propensos a seguir Abimeleque, pois disseram: “Ele é nosso irmão”. Deram-lhe setenta peças de prata tiradas do templo de Baal- Berite, as quais Abimeleque usou para contratar alguns desocupados e vadios, que se tornaram seus seguidores. (Juízes 9:46) Ao saberem disso, os cidadãos que estavam na torre de Siquém entraram na fortaleza do templo de El-Berite.
- A origem dessa divindade é incerta. O erudito bíblico Frank Moore Cross atribui sua origem à Montanha Amanus, na Síria. Inscrições encontradas na fenícia identificam um deus chamado “El-Hamom”, possivelmente Baal-Hamom e El-Hamom eram a mesma divindade. Esse deus foi amplamente venerado na cidade de Cártago, no 5º século AEC. Na bíblia, Baal-Hamom é citado como um lugar onde o Rei Salomão possuía um vinhedo.
- (Cantares de Salomão 8:11) Salomão possuía uma vinha em Baal-Hamom; ele entregou a sua vinha a arrendatários. Cada um devia trazer pelos frutos da vinha doze quilos de prata. Estátua de Baal-Hamom, Cártago – Bardo Museum na Tunísia
- Significa “Senhor do Norte” ou “Senhor [da Montanha de] Zefon. A palavra “Zefon” em hebraico significa “norte”, por isso pode parecer ambíguo quando esta palavra se refere ao norte de algum lugar ou à montanha chamada “Zefon” (Norte) que fica na Síria. Baal Zefon provavelmente era mais uma forma em que era conhecido Baal Hadade, deus dos trovões. Na bíblia o nome Baal-Zefon é descrito como um lugar perto de onde os israelitas acamparam, durante a época do êxodo.
- (Êxodo 14 2) “Diga aos israelitas que mudem o rumo e acampem perto de Pi-Hairote, entre Migdol e o mar. Acampem à beira-mar, defronte de Baal-Zefom.
- Segundo a mitologia dos cananeus de Ugarit na Síria, a montanha Zefon era lugar de morada dos deuses onde eles se reuniam em assembleias. Interessante que essa tradição é preservada no livro de Isaias na bíblia. (Isaías 14 13) No que se refere a ti, disseste no teu coração: ‘Subirei aos céus. + Enaltecerei o meu trono+ acima das estrelas+ de Deus* e assentar-me-ei no monte de reunião, + nas partes mais remotas do Norte*. *Norte = Zefon
- Significa literalmente “Senhor das Moscas”. Acredita-se que o nome original desta divindade seria “Baal-Zebel” (com a letra hebraica LAMEDE “
- (2 Reis 1:2) Certo dia, Acazias caiu da sacada do seu quarto no palácio de Samaria e ficou muito ferido. Então enviou mensageiros para consultar Baal-Zebube, deus de Ecrom, para saber se ele se recuperaria.
- Os baalins citados em Juízes 2:11, deuses menores do panteão fenício, muito próximo dos bíblicos elohim (Gênesis 1:1 e referencias), depois identificados como espíritos protetores, bastante populares e cultuados inclusive pelos hebreus (Juízes 2:12-13).
Astarote
- Deusa da fertilidade, sexualidade e guerra. Seu culto era bem proeminente pelos cananeus. A deusa Astarte é ligada à deusa Ishtar dos ssírios/babilônicos. (1 Reis 11 5) Ele seguiu Astarote, a deusa dos sidônios,
- Easter (Inglês) Eastre (Anglo-saxão) Ishtar (Babilônia) Astarote (Hebreu) Astarte (Grego) Rainha dos céus Azerá (Canaã) Nammu (Acádia) Semíramis Todos os nomes estão ligados a tal figura como a deusa da fertilidade.
4-Vemos então o povo de Israel retirando do seu meio os baalins e astarotes e passando a servir somente ao Senhor. Eles então se congregam em Mispa, Samuel ora por eles, eles fazem uma libação ao Senhor, confessam seus pecados e jejuam todo aquele dia. Devemos lembrar do significado de Mispa (Gn 31:49).
O que significa libação?
Libação era o derramamento de algum líquido, geralmente era vinho, óleo e até mesmo leite, como um ato de culto a Deus.
Não se sabe ao certo como surgiu esse tipo de oferta de adoração. Sabe-se que era um ato comum em cultos de diversos povos pagãos da antiguidade, que o utilizavam para adorar seus falsos deuses.
Na Bíblia, encontramos mesmo antes da Lei dada a Moisés, a prática da libação, mas, claro, em adoração a Deus. Vejamos:
“Então, Jacó erigiu uma coluna de pedra no lugar onde Deus falara com ele; e derramou sobre ela uma libação e lhe deitou óleo.” (Gênesis 35.14).
Mais tarde, temos a libação presente nas leis dadas por Deus ao povo de Israel. No capítulo que fala das ofertas contínuas a serem praticadas pelo povo, vemos em Êxodo 29.40-41 a ordem para que houvesse libação juntamente com ofertas de sacrifício:
“Com um cordeiro, a décima parte de um efa de flor de farinha, amassada com a quarta parte de um him de azeite batido; e, para libação, a quarta parte de um him de vinho…”. Dessa forma essa prática se tornou parte do código de leis cerimoniais dadas por Deus aos israelitas.
Temos também o uso dessa expressão de forma figurada no Novo Testamento. O apóstolo Paulo pegou emprestado essa figura do Antigo Testamento para falar a respeito da sua iminente morte:
“Quanto a mim, estou sendo já oferecido por libação, e o tempo da minha partida é chegado.” (2 Timóteo 4. 6). Paulo estava querendo dizer que, da mesma forma que a libação era uma oferta derramada e oferecida a Deus, a vida dele também em breve seria derramada e oferecida a Deus, ou seja, Paulo via a sua morte como um sacrífico agradável a Deus, que estava muito próximo de acontecer.
5-“…mas trovejou o Senhor aquele dia com grande estampido sobre os filisteus e os aterrou de tal modo, que foram derrotados diante dos filhos de Israel. Saindo de Mispa os homens de Israel, perseguiram os filisteus e os derrotaram até abaixo de Bete-Car.”(I Sm7:10-11).
6-Bete-Car em hebraico significa casa do pasto, casa da pastagem das ovelhas ou a casa de um cordeiro. Foi esse o lugar, onde os israelitas cessaram de perseguir os filisteus, tendo sido a perseguição desde Mispa (1 Sm 7.11). Pelo texto, se infere que a cidade, ou fortaleza, estava edificada no alto de um monte. Aqui, também, Samuel colocou uma pedra (vs. 12), e lhe chamou Ebenézer, em memória do auxilio que o Senhor tinha dado aos homens de Israel, e também como sinal do fim da perseguição.
7- “Tomou, então, Samuel uma pedra e a pôs entre Mispa e Sem, e lhe chamou Ebenézer, e disse: ATÉ AQUI NOS AJUDOU O SENHOR.” (I Sm 7:12). Aqui, duas mensagens claras estão implícitas: a primeira é que o povo de Deus, usufruindo do cuidado de Deus em posicioná-los adequadamente, coloca Seu povo entre Mispa e Sem, ou seja o povo deve estar sempre à luz do vigiar do Senhor quanto às manifestações nosso EU (tipificado por Mispa) e Sem (que significa nome afamado), esse último implicando a tendência natural do nosso EGO de tomar a frente, buscar independência e buscar glória pessoal.
8-No vs 13 desse capítulo, temos algo importantíssimo: “…nunca mais vieram os filisteus ao território de Israel, porquanto foi a mão do Senhor contra eles todos os dias de Samuel.” A ênfase aqui talvez, esteja menos sobre o ministério de Samuel, embora extremamente relevante, mas sobre a tomada de posição do povo de Deus quanto a retirada da idolatria de seu meio e a busca de todo o coração pelo Senhor. Isso parece óbvio pelo texto, mas não é, especialmente quando vemos em Josué que os povos cananeus não foram de todo expulsos por Judá, Efraim e Manassés, quando da tomada da Terra Prometida (Js 15:63; Js 16:10; Js 17:12-13). E é claro que isso tem um significado espiritual.
9-No entanto, vemos o importante exercício do ministério profético (e porque não dizer, em certo sentido em especial, do papel de juiz) de Samuel que “…E julgou Samuel todos os dias de sua vida a Israel. De ano em ano, fazia uma volta, passando por Betel, Gilgal e Mispa; e julgava a Israel em todos estes lugares.” (I Sm 7:15-16).
10-Devemos lembrar, que foi em Betel que Jacó teve a visão da escada celestial com os anjos de Deus subindo e descendo. Lá foi onde, ele, primeira vez, ofereceu uma libação ao derramar azeite sobre aquela pedra que havia feito de travesseiro. E foi àquela cidade que outrora se chamava Luz que ele deu o nome de Betel.
11-Devemos lembrar que foi em Gilgal que o povo de Deus, sobrevivente do deserto, teve feita sua circuncisão por meio de Josué, conforme mandado do Senhor, antes da entrada na Terra Prometida. Lá tiveram o “opróbrio do Egito” lançado fora; clara figura da carne.
12-E agora, em Mispa, vemos a necessidade de um contínuo voltar (nosso) a Deus para uma avaliação de julgamento de Deus sobre a separação entre nós e a vida egocêntrica. Daí que, à luz do Espírito de Deus necessitamos ser julgados para avaliar nosso ANDAR NO ESPÍRITO em confronto com a vida de “independência” do Senhor. Por isso, não poderia ser outro o nome dado aquela PEDRA colocada entre Mispa e Sem: EBENÉZER; até aqui nos ajudou o Senhor. A luta contra o eu sou diária!!
13-Porém, Samuel, ele mesmo, devia voltar a Ramá (lugar alto) e buscar sempre a direção de Deus, as instruções de Deus para o exercício deste ministério. E não foi à toa que lá ele edificou um altar ao Senhor. Altar sempre nos fala de consagração.
14- Capítulo 08
1-Agora, Samuel está envelhecido. Seus filhos foram por ele estabelecidos como juízes em Israel. O primogênito chama-se Joel (Deus é YHWH) e o segundo Abias (Deus é Pai). Eles foram juízes em Berseba.
2-Berseba – Esse lugar é primeiro mencionado em relação com Agar, que vagueou com seu filho Ismael “pelo ermo de Berseba”, quando despedida por Abraão. (Gn 21:14) Penando que seu filho fosse morrer de sede, ela se afastou de Ismael, mas Deus ouviu o menino e dirigiu Agar para um poço. (Gn 21:19)
Esse talvez, fosse um poço cavado anteriormente por Abraão, mas naquele tempo ainda sem nome, em vista do relato que segue. Alguns dos filisteus apoderaram-se à força dum poço nessa região, aparentemente sem que o soubesse Abimeleque, rei de Gerar. Ele e Ficol, chefe de seu exército, dirigiram-se a Abraão, a fim de propor-lhe um pacto de paz. Quando Abraão criticou severamente Abimeleque pelo ato de violência dos servos deste em apoderar-se do poço, Abimeleque jurou desconhecer isso, concluiu um pacto com Abraão e aceitou dele sete cordeiras, como evidência do direito de propriedade de Abraão sobre o poço. “É por isso que [Abraão] chamou aquele lugar de Berseba, porque ambos fizeram ali um juramento.” (Gn 21:31)
Abraão plantou então ali uma tamargueira e invocou “o nome de Jeová, o Deus que perdura indefinidamente”. (Gn 21:33). Foi de Berseba que Abraão se dirigiu a Moriá, para oferecer Isaque como sacrifício, e voltou para morar ali. (Gn 22:19).
Quando Abraão morreu, os filisteus taparam os poços que ele cavara. Mas, quando Isaque, mais tarde, passou a morar ali, ele passou a reabri-los e a chamá-los pelos nomes que seu pai lhes havia dado. (Gn 26:18). Sofrendo a oposição dos filisteus, retirou-se de lugar em lugar até que encontrou amplo espaço em Reobote, e, mais tarde, subiu a Berseba. (Gn 26:22, 23). Enquanto os servos de Isaque escavavam um poço em Berseba, Abimeleque, possivelmente outro rei de Gerar (com o mesmo nome ou título que aquele que havia pactuado com Abraão, ou talvez o mesmo), veio junto com Ficol, o chefe do seu exército, a Isaque, a fim de propor-lhe um pacto de paz. Depois de festejarem e beberem, acordaram bem cedo na manhã seguinte e fizeram declarações juramentadas um ao outro. Nesse mesmo dia, o poço produziu água, e Isaque chamou-o de Siba, significando “Juramento; ou: Sete”, e referindo-se a um juramento ou uma declaração jurada por sete coisas. (Gn 26:31-33).
Por usar “Siba” (outra forma do nome Seba), Isaque evidentemente preservava o nome Berseba, que Abraão dera a esse lugar. A possibilidade de esse ser o mesmo poço, anteriormente escavado por Abraão, e reescavado pelos homens de Isaque, é indicada em Gn 26:18, supracitado. Durante os anos em que Isaque viveu ali, ele abençoou Jacó em lugar de Esaú, e enviou-o a Harã, para tomar uma esposa dentre as filhas de Labão, irmão de sua mãe. (Gn 28:1, 2, 10). Mais tarde, Jacó, já então conhecido como Israel, ofereceu sacrifícios ao Deus de Isaque em Berseba, em caminho para juntar-se a José seu filho, no Egito. (Gn 46:1-5).
Nos mais de 250 anos que se passaram até que Canaã foi repartida entre as 12 tribos de Israel, havia crescido uma cidade em Berseba (Js 15:21, 28), a qual foi designada à tribo de Simeão, como cidade encravada no território de Judá. (Js 19:1, 2) Ali os filhos de Samuel oficiavam como juízes. (1Sm 8:1, 2).
Elias, fugindo da ira da Rainha Jezabel, deixou seu ajudante em Berseba e se dirigiu para o sul, atravessando o Neguebe em direção ao Horebe.
(1Rs 19:3) Zibia, a mãe do Rei Jeoás de Judá, era deste lugar. (2Rs 12:1).
Berseba foi denominada de ponto terminal do registro do povo, feito por Davi, em todo o Israel (2Sm 24:2, 7), e de ponto inicial das reformas na adoração feitas por Jeosafá. (2Cr 19:4).
As referências de Amós a Berseba, nos seus dias, sugerem fortemente que era então um lugar de atividades religiosas impuras (Am 5:5; 8:14), talvez associadas, de algum modo, com o idólatra reino setentrional. Estatuetas da deusa Astarte (ou Astarote) foram escavadas ali, assim como em muitas outras partes de Israel.
Daquele tempo em diante, exceto pela breve menção da reocupação da cidade e de suas aldeias dependentes após o exílio babilônico (Ne 11:27), seu nome desaparece do registro bíblico.
3-Ocorre que os filhos de Samuel não andavam nos caminhos do Senhor, nem de Samuel. Eles se inclinavam à avareza, aceitavam subornos e pervertiam o direito. Eram mesmos, filhos de Belial (I Sm 2:12) e não se importavam com o Senhor. Era muito grande o pecado desses homens perante o Senhor, inclusive porque desprezavam a oferta do Senhor (I Sm 2:17).
4-Aproveitando-se disso, os anciãos de Israel pediram para que Samuel lhes constituíssem um rei que os governasse, “como o têm todas as nações…”. Vemos que os juízes foram muito importantes especialmente na época que os antecedeu (livro de Juízes). Poderia, a princípio parecer que o pedido era de certa forma fundamentado. Não, mas existiam outras questões subjacentes.
5-E esses motivos estão claramente colocados em I Sm 12:1-12. Nessas passagens, Samuel resigna seu cargo e expõe de forma clara seu testemunho irrepreensível. Ao fazer tal menção e correlacioná-la ao rei que o povo de Israel pedia, ele teve o cuidado de fazer uma retrospectiva desde a saída do Egito.
6-E ao fazê-lo, citando Moisés, Arão, Jacó (e etc…) e toda história da saída do Egito, ele não deixa de mencionar que o povo, “porém esqueceu-se do Senhor, seu Deus; então, os (o Senhor) entregou nas mãos de Sísera, comandante do exército de Hazor, e nas mãos dos filisteus, e nas mãos do rei de Moabe, que pelejaram contra eles. E clamaram ao Senhor e disseram: Pecamos, pois deixamos o Senhor e servimos aos baalins e astarotes; agora, pois livra-nos das mãos de nossos inimigos, e te serviremos. O Senhor enviou a Jerubaal, e a Baraque, e a Jefté, e a Samuel; e vos livrou das mãos de vossos inimigos em redor…” (I Sm 12:9-11).
7-Por que toda essa menção? Porque o que fica claro é que sim, os juízes foram usados por Deus para livrar o povo de seus inimigos. Portanto, eles têm o seu valor. Mas, assim como na época de Samuel, a questão envolvia idolatria e tinha a ver com a relação do povo com o Senhor. Ou seja, a questão nãos estava nos juízes, mas em Deus! E era dependente da relação deles com Deus. O que abria portas de fraqueza pelas quais eles sofriam nas mãos de seus inimigos era sua própria idolatria e falta de obediência à Palavra do Senhor.
8-Daí que é impressionante o MOTIVO PRINCIPAL DO PEDIDO DE UM REI COMO O TEM AS NAÇÕES: “Vendo vós que Náas, rei dos filhos de Amom, vinha contra vós outros, me dissestes: Não! Mas reinará sobre nós um rei; ao passo que o Senhor, vosso Deus, era o vosso rei.” (I Sm 12:12).
9-Apesar de todos os sinais, prodígios e maravilhas operados sobrenaturalmente pelo Senhor a favor deles, eles ainda não criam, não tinham uma vida que honrasse a Deus, e por isso pediram um rei como tem as nações.
10-Ora, se os inimigos são espiritual e tipologicamente representativos das guerras relacionadas ao nosso ego, temos claramente a figura de um retrocesso de quem repudia o andar na dependência do Senhor e busca meios carnais, humanos de caminhar, de buscar proteção, se assemelhando às nações que nunca vivenciaram o agir de Deus a seu favor como o povo de Israel havia feito. Eles repudiavam Àquele que os escolheu. E assim faz todo aquele que anda segundo a carne, segundo sua visão natural, segundo o curso deste mundo, segundo as escolhas que tem no ego sua fonte originadora.
11-Deus diz a Samuel para não se entristecer, porque eles não rejeitavam a Samuel, mas ao Senhor; “…, mas a Mim, para que EU não reine sobre eles…”. Então, por mandado do Senhor, Samuel lhes expõe todos os direitos que um rei humano teria sobre eles; e chega ao ponto de dizer-lhes: “Então, naquele dia, clamareis por causa do vosso rei que houverdes escolhido; mas o Senhor não vos ouvirá naquele dia…” (I Sm 8:18).
12- “Porém o povo não atendeu à voz de Samuel e disse: Não! Mas teremos um rei sobre nós. Para que sejamos também como todas as nações; o nosso rei poderá governar-nos, sair adiante de nós e fazer as nossas guerras.” (I Sm 8:19-20). Veja o modelo inadequado do povo no tocante ao rei que demandavam. Porém nada mais óbvio a respeito desta atitude, pois que “…a OBSTINAÇÃO é como a idolatria e culto de ídolos do lar…” (I Sm 15:23).
15- Capítulo 09
1-O nome Quis geralmente tem seu significado compreendido como força e poder, mas também possui outras traduções menos literais como arco ou ainda chifre, associando-se claramente à ideia de autoridade e supremacia. Trata-se de um nome que faz plenas referências à capacidade de se impor por meio da fé e da coragem, sem temer quaisquer discordâncias ou até ameaça, porque a verdadeira crença não recua diante dos ímpios e sempre se mostra altiva para ajudar a reerguer aqueles que carecem de auxílio. Observe que Quis é citado em Et 2:5.
2- Abiel significa, no hebraico, meu pai é o Senhor.
3-Zeror significa, no hebraico, feixe.
4-Becorate significa, no hebraico, primogenitura.
5-Afias significa, no hebraico, revivido.
6-Interessante notar que como o povo de Israel necessitava da aparência exterior para se sentir seguro a tal ponto que desejou um rei como o tem outras nações, que Deus envia o profeta a um homem que era “moço e tão belo, que entre os filhos de Israel não havia outro mais belo do que ele; desde os ombros para cima, sobressaía a todo o povo”. (I Sm 9:2).
7-Outra nota digna de menção é a contida no versículo 16 deste capítulo. “Amanhã a estas horas, te enviarei um homem da terra de Benjamim, o qual ungirás por príncipe sobre o meu povo de Israel, E ELE LIVRARÁ O MEU POVO DAS MÃOS DOS FILISTEUS; PORQUE ATENTEI PARA O MEU POVO, POIS O SEU CLAMOR CHEGOU ATÉ MIM”. Vemos menções equivalentes em Ex 2:23 e I Sm 4:9.
8- “…E para quem está reservado tudo o que é precioso em Israel? Não é para ti e para toda a casa de teu pai?”. Assim disse Samuel a Saul. Então respondeu Saul: “Porventura não sou benjamita, da menor das tribos de Israel? E a minha família, a menor de todas as famílias da tribo de Benjamim?”
De Benoni a Benjamin: a escolha de Jacó.
“Ao sair-lhe a alma (porque morreu), deu-lhe o nome de Benoni; mas seu pai lhe chamou Benjamin” (Gn 35:18).
Benoni = filho da minha dor
Benjamim = filho da minha destra
Jacó não se agradou em ter que chamar o filho de “filho da dor”, isso era o mesmo que profetizar derrota e infelicidade. Benoni, poderia ser marcado em vida, pela morte da mãe. Ninguém além de Jacó, sabia tão bem a importância de um novo nome, logo ele que tivera o nome trocado de Jacó para Israel, após lutar obstinadamente com um anjo no vale de Jaboque. Logo ele que buscou com toda fé e força a realização das promessas de Deus.
“Já não te chamarás Jacó e sim Israel, pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens e prevaleceste” (Gn 35:18)
Convertendo situações
Esse acontecimento da vida de Jacó e Raquel, nos ensina a olharmos para o presente, idealizando um futuro marcado pela conversão de situações. Provas virão, tristezas, morte, separação, impossibilidades sobre as quais não temos o controle. Jacó não podia devolver a vida a Raquel, contudo escolhe sorrir pelo que nasce ao invés de chorar o que parte. A mãe olha para o filho e vê dor, o pai olha e vê louvor. O modo como compreendemos os revezes que às vezes nos sucedem é fundamental para e decisivo para nossa transformação. “Você não pode mudar a direção do vento, mas pode ajustar as velas do barco para chegar ao destino planejado”.
Jacó sabia disso, havia aprendido com Deus que em meio a toda circunstância, a todo túnel que parece não haver luz, existe uma saída para o alto, para um novo e vivo caminho!
9-Samuel agora chama Saul para um jantar. Dá-lhe o lugar de honra e serve a “porção que te dei…” (I Sm 9:23). “Tomou, pois, o cozinheiro A COXA com o que havia nela e a pôs diante de Saul. Disse Samuel: Eis que isto é o que te foi reservado; toma-o e come, pois se guardou para ti para esta ocasião, ao dizer eu: Convidei o povo…” (I Sm 9:24).
A coxa (e o peito movido) e sua(s) simbologia(s) bíblica
“E disse Abraão ao seu servo, o mais antigo da casa, que tinha o governo sobre tudo o que possuía: Põe a tua mão debaixo da minha coxa, para que eu te faça jurar pelo Senhor, Deus do céu e da terra, que não tomarás para meu filho mulher dentre as filhas dos cananeus, no meio dos quais eu habito; mas que irás à minha terra e à minha parentela, e dali tomarás mulher para meu filho Isaque.” (Gn 24:2-4)
“Quando este viu que não prevalecia contra ele, tocou-lhe a juntura da coxa, e se deslocou a juntura da coxa de Jacó, enquanto lutava com ele. Disse o homem: Deixa-me ir, porque já vem rompendo o dia. Jacó, porém, respondeu: Não te deixarei ir, se me não abençoares. Perguntou-lhe, pois: Qual é o teu nome? E ele respondeu: Jacó. Então disse: Não te chamarás mais Jacó, mas Israel; porque tens lutado com Deus e com os homens e tens prevalecido. Perguntou-lhe Jacó: Dize-me, peço-te, o teu nome. Respondeu o homem: Por que perguntas pelo meu nome? E ali o abençoou. Pelo que Jacó chamou ao lugar Peniel, dizendo: Porque tenho visto Deus face a face, e a minha vida foi preservada. E nascia o sol, quando ele passou de Peniel; e coxeava de uma perna. Por isso os filhos de Israel não comem até o dia de hoje o nervo do quadril, que está sobre a juntura da coxa, porquanto o homem tocou a juntura da coxa de Jacó no nervo do quadril.” (Gn 32:25-31)
“Quando se aproximava o tempo da morte de Israel, chamou ele a José, seu filho, e disse-lhe: Se tenho achado graça aos teus olhos, põe a mão debaixo da minha coxa, e usa para comigo de benevolência e de verdade: rogo-te que não me enterres no Egito; mas quando eu dormir com os meus pais, levar-me-ás do Egito e enterrar-me-ás junto à sepultura deles. Respondeu José: Farei conforme a tua palavra.” (Gn 47:29-30)
“Depois tomarás do carneiro a gordura e a cauda gorda, a gordura que cobre as entranhas e o redenho do fígado, os dois rins com a gordura que houver neles e a coxa direita (porque é carneiro de consagração), e uma fogaça de pão, um bolo de pão azeitado e um coscorão do cesto dos pães ázimos que estará diante do Senhor, e tudo porás nas mãos de Arão, e nas mãos de seus filhos; e por oferta de movimento o moverás perante o Senhor. Depois o tomarás das suas mãos e o queimarás no altar sobre o holocausto, por cheiro suave perante o Senhor; é oferta queimada ao Senhor. Também tomarás o peito do carneiro de consagração, que é de Arão, e por oferta de movimento o moverás perante o Senhor; e isto será a tua porção. E santificarás o peito da oferta de movimento e a coxa da oferta alçada, depois de movida e alçada, isto é, aquilo do carneiro de consagração que for de Arão e de seus filhos;” (Ex 29:22-27)
“…o peito com a gordura trará, para movê-lo por oferta de movimento perante o Senhor. E o sacerdote queimará a gordura sobre o altar, mas o peito pertencerá a Arão e a seus filhos. E dos sacrifícios das vossas ofertas pacíficas, dareis a coxa direita ao sacerdote por oferta alçada. Aquele dentre os filhos de Arão que oferecer o sangue da oferta pacífica, e a gordura, esse terá a coxa direita por sua porção; porque o peito movido e a coxa alçada tenho tomado dos filhos de Israel, dos sacrifícios das suas ofertas pacíficas, e os tenho dado a Arão, o sacerdote, e a seus filhos, como sua porção, para sempre, da parte dos filhos de Israel. Esta é a porção sagrada de Arão e a porção sagrada de seus filhos, das ofertas queimadas do Senhor, desde o dia em que ele os apresentou para administrar o sacerdócio ao Senhor; a qual o Senhor, no dia em que os ungiu, ordenou que se lhes desse da parte dos filhos de Israel; é a sua porção para sempre, pelas suas gerações.” (Lv 7:30-36)
“…e a fará jurar, e dir-lhe-á: Se nenhum homem se deitou contigo, e se não te desviaste para a imundícia, violando o voto conjugal, sejas tu livre desta água de amargura, que traz consigo a maldição; mas se te desviaste, violando o voto conjugal, e te contaminaste, e algum homem que não é teu marido se deitou contigo, então o sacerdote, fazendo que a mulher tome o juramento de maldição, lhe dirá: – O Senhor te ponha por maldição e praga no meio do teu povo, fazendo-te o Senhor consumir-se a tua coxa e inchar o teu ventre; e esta água que traz consigo a maldição entrará nas tuas entranhas, para te fazer inchar o ventre, e te fazer consumir-se a coxa.” (Nm 5:21-22).
Análise Interpretativa
Podemos analisar esse tema sob, pelo menos, TRÊS significações:
- Sob o ponto de vista da Aliança (quando tratado o termo hebraico de COXA em função do contexto como significação do órgão genital masculino (exemplo de Abraão);
- Ou sob o ponto de vista da necessidade de fraqueza humana, quando tratado o termo COXA/NERVO no contexto de sustentáculo da força humana, natural (exemplo de Jacó).
- Sob o ponto de vista das ofertas. Aqui devemos considerar os textos acima em detalhes. Mas simplificadamente, veja que a coxa e o peito movido eram ofertados diante do Senhor. A coxa, nesse sentido, fala da dependência de Deus (em oposição à força humana, natural) através da comunhão, já que estas ofertas pacíficas eram compartilhadas com os sacerdotes. E o peito movido fala da vida de ressurreição (feixes movidos) em conexão com o peitoral do juízo de que se vestia o Sumo Sacerdote. No peitoral estavam as pedras representativas dos filhos de Israel, todas esculpidas como sinetes (sinal, selo, marca). Em Cantares 8:6-7 vemos o Esposo falando: “Põe-Me como SELO sobre o teu coração, como SELO sobre o teu braço, porque o amor é forte como a morte, e duro como a sepultura, o ciúme; as suas brasas são brasas de fogo, são veementes labaredas. As muitas águas não poderiam apagar o amor, nem os rios afoga-lo…”. Assim o Sumo Sacerdote exercia seu ministério: trazendo os filhos de Israel junto ao coração (Ex 28:15-29).
Coxa – Explicação no contexto de Aliança
Frequentemente nas Escrituras o termo yerech (ךרי), normalmente traduzido como “coxa”, é usado para se referir aos genitais de uma pessoa. Abaixo, alguns exemplos:
“Todas as almas que vieram com Ya’akov para o Egito e que saíram da sua coxa [yerecho], fora as mulheres dos filhos de Ya’akov, eram todas sessenta e seis almas”. (Bereshit/Gênesis 46:24)
“Todas as almas, pois, que procederam da coxa [yerech] de Ya’akov, foram setenta; Ya’akov, porém, já estava no Egito”. (Shemot; Êxodo 1:5).
Essa referência é aplicável tanto a homens, quanto a mulheres, uma vez que de acordo com Bamidbar/Números, a mulher que é pega em ato de infidelidade conjugal recebe maldição exatamente sobre a sua fertilidade, na Torá descrita como “o ventre e a coxa”:
“Mas se te desviaste, violando o voto conjugal, e te contaminaste, e algum homem que não é teu marido se deitou contigo,- então o sacerdote, fazendo que a mulher tome o juramento de maldição, lhe dirá: YHWH te ponha por maldição e praga no meio do teu povo, fazendo-te YHWH consumir-se a tua coxa [yerechech] e inchar o teu ventre”. (Bamidbar/Números 5:20-21).
Algumas traduções, como a NVI, trazem algo como: “que o Senhor faça de você objeto de maldição e de desprezo no meio do povo fazendo que a sua barriga inche e que você jamais tenha filhos.” Isso porque, de fato, na cultura israelita antiga uma mulher que não pudesse ter filhos, que tivesse a “coxa consumida”, era tida como uma desafortunada e, muitas vezes, uma pessoa amaldiçoada, visto que a mulher dependia de sua descendência para que pudesse sobreviver.
É também praticamente consenso entre comentaristas, tanto judeus quanto cristãos, que o juramento colocando a mão na coxa referia-se a uma prática que, embora hoje em dia pudesse ser vista como tabu, era comum naquela época: A de jurar tocando a circuncisão, que era o objeto da aliança com o povo. Observa-se isso em dois lugares na Torá:
“E disse Avraham ao seu servo, o mais velho da casa, que tinha o governo sobre tudo o que possuía: Põe agora a tua mão debaixo da minha coxa [yerechi], para que eu te faça jurar por YHWH Elohim dos céus e Elohim da terra, que não tomarás para meu filho mulher das filhas dos cananeus, no meio dos quais eu habito”. (Bereshit/Gênesis 24:2-3)
“Chegando-se, pois, o tempo da morte de Israel, chamou a Yossef, seu filho, e disse-lhe: Se agora tenho achado graça em teus olhos, rogo-te que ponhas a tua mão debaixo da minha coxa [yerechi], e usa comigo de beneficência e verdade; rogo-te que não me enterres no Egito”. (Bereshit/Gênesis 47:29)
Pode-se perceber que o texto bíblico faz muitas referências à coxa como eufemismo para os genitais. Porém, existe também o uso literal, como pode ser visto nos dois exemplos abaixo:
“E Ehud fez para si uma espada de dois fios, do comprimento de um côvado; e cingiu-a por baixo das suas vestes, à sua coxa [yerech] direita.” (Shoftim/Juízes 3:16)
“Cinge a tua espada à coxa [yarech], ó valente, com a tua glória e a tua majestade”. (Tehilim/Salmos 45:3)
Poucas são as passagens nas quais o termo yerech (ךרי) é usado, e a maioria delas é inconclusiva quanto à parte do corpo a que se refere. Se forem consideradas apenas as passagens onde a referência é clara, há mais ou menos um número equivalente de instâncias que se referem à região genital, e passagens que se referem claramente à coxa propriamente dita. Portanto, pode-se compreender perfeitamente que a coxa pode ser um eufemismo para a região genital.
16- Capítulo 10
1-Já no início desse capítulo, Samuel toma um vaso de azeite e derrama sobre a cabeça de Saul, o beija e diz: “Não te UNGIU, porventura, o Senhor por príncipe sobre sua herança, o povo de Israel?”. Veja que interessante: o profeta diz claramente que A HERANÇA DO SENHOR É SEU POVO.
2-Veja que, conforme já descrito em Lv 7:32-35 a unção acompanha a oferta da coxa (e naquele contexto também o peito movido diante do Senhor). Muito embora essa ordenança se destina exclusivamente à família sacerdotal, não aos reis humanos que haveriam de governar sobre eles.
3-Em Dt 17:14-20 vemos os direitos e deveres de um rei conforme determinados pelo Senhor:
“Quando entrares na terra que te dá o Senhor teu Deus, e a possuíres, e nela habitares, e disseres: Porei sobre mim um rei, assim como têm todas as nações que estão em redor de mim;
Porás certamente sobre ti como rei aquele que escolher o Senhor teu Deus; dentre teus irmãos porás rei sobre ti; não poderás pôr homem estranho sobre ti, que não seja de teus irmãos.
Porém ele não multiplicará para si cavalos, nem fará voltar o povo ao Egito para multiplicar cavalos; pois o Senhor vos tem dito: Nunca mais voltareis por este caminho.
Tampouco para si multiplicará mulheres, para que o seu coração não se desvie; nem prata nem ouro multiplicará muito para si.
Será também que, quando se assentar sobre o trono do seu reino, então escreverá para si num livro, um traslado desta lei, do original que está diante dos sacerdotes levitas. E o terá consigo, e nele lerá todos os dias da sua vida, para que aprenda a temer ao Senhor seu Deus, para guardar todas as palavras desta lei, e estes estatutos, para cumpri-los;
Para que o seu coração não se levante sobre os seus irmãos, e não se aparte do mandamento, nem para a direita nem para a esquerda; para que prolongue os seus dias no seu reino, ele e seus filhos no meio de Israel. (Deuteronômio 17:14-20)
4-Agora observe um detalhe: no versículo 02 o profeta o diz que ele “haveria de encontrar dois homens junto ao sepulcro de Raquel, no território de Benjamim, em Zelza, os quais te dirão: acharam-se as jumentas que fostes procurar, e eis que seu pai já não pensa no caso delas e se aflige por causa de vós…” (I Sm 10:2).
5-Essa menção é extremamente relevante por que:
5.1-Ratifica o entendimento anterior de que a citação feita por Saul com respeito a tribo de Benjamim em I Sm 9:21 (que tem essa designação pela mudança de nome dada por Israel) nada tem a ver com suposta humildade, mas manifesta a questão da incapacidade humana natural (Saul) de ter o entendimento devido diante das circunstâncias adversas pelas quais, muitas vezes passamos (aqui se relacionando à morte de Raquel). Zelza significa no hebraico “sombra do calor do sol”. Ora, vemos na Palavra do Senhor que a NUVEM na caminhada no deserto foi para eles um CUIDADO DO SENHOR. Ou seja, aqui vemos um aparente paradoxo que nos enfatiza a ideia da necessidade de uma correta visão: um sepulcro em Zelza.
5.2- Isso fica evidente no caso de Saul pela forma depreciativa segundo a qual ele menciona a tribo. Sim, era uma tribo menor em área geográfica, mas nunca menor no sentido depreciativo, significando ser de menor valor. Se observarmos que o mandamento do Senhor contido em Nm 26:52-56 foi cumprido, então Manassés que era uma tribo numericamente menor teria ficado com uma área útil geograficamente maior. Ora, isso seria uma incongruência, o que implica que o CONTEÚDO DA TERRA de Benjamim deveria ser bastante expressivo. Ou seja, uma terra fértil. Assim também com respeito as experiências humanas que visam formar Cristo em nós.
5.3-E os dois homens citados aqui claramente tipificam a questão de testemunho.
5.4-As jumentas foram achadas. Em Josué vimos que um rei (Pirão, rei de Jarmute) cujo nome vem da palavra hebraica PERE, e significa jumento selvagem. Jarmute significa ESTAR ALTO, SER ELEVADO, SER EXALTADO. Segundo Jó: “o homem vai é falto de entendimento; sim, o homem nasce como a cria do jumento montês” (Jó 11.12). [Versão Almeida, Versão Corrigida e Revisada Fiel]. O jumento selvagem rejeita qualquer jugo ou restrição. Ele “é” livre, independente e falto de entendimento. O homem natural é como ele. Jarmute (elevação) – tipifica o orgulho, a posição, a fama e a arrogância. Portanto, como trata-se de uma cidade, indica a cidade onde habitam os faltos de entendimento, ou seja, aqueles que agem por seus impulsos naturais. Veja o que aconteceu com Nabucodonosor conforme o registro de Daniel 5.20-21.
O Carvalho de Tabor (Hebraico, altura)
O carvalho é um gênero de árvore que ocupa o primeiro lugar entre as árvores por causa da sua longevidade, suas grandes dimensões e qualidade da madeira. Símbolo de força moral e física, como o atesta a sua expressão em latim, robur, o mesmo termo utilizado para robustez e força.
O carvalho tem uma grande relevância na simbologia bíblica. Abraão recebeu as revelações de Deus junto a um carvalho, tanto em Hebrom como em Siquém. O Antigo Testamento mencionava também que a morada de Abraão em Hebrom era junto a um frondoso carvalho.
Os carvalhos são as principais árvores dos bosques e florestas naturais de Israel. As três espécies que crescem lá têm em comum sua madeira forte e dura e todas alcançam uma grande altura e chegam a uma idade muito avançada. Existem na Síria cerca de nove espécies de carvalho, e quase outras tantas variedades (Isaías 6:13; 44:14; Oséias 4:13; Amós 2:9).
O nome hebraico, Allon, significa carvalho (Amós 2:9). Florestas de carvalhos extensivos ainda existem em Basã, e esses, juntamente com os cedros do Líbano, simbolizada orgulho e a altivez (Is 2:13; Zc 11:2). O povo de Tiro fez os remos para os seus navios de carvalhos de Basã (Ez 27:6). Na Bíblia o pé de carvalho é o símbolo da força: ‘(o amorreu) era forte como os carvalhos’ (Amós 2:9).
Abraão habitava nos carvalhais de Manre; em Siquém, Jacó usou um pé de carvalho como esconderijo; Rebeca foi sepultada debaixo de uma dessas árvores (Gênesis 13:18; 35:4; 35:8). Josué erigiu uma grande pedra aproveitando-se da sombra do carvalho; o Anjo do Senhor assentou-se debaixo dessa árvore que estava em Ofra; Absalão ficou preso pela cabeça em seus galhos; a madeira do carvalho foi usada para praticar idolatria; os remos dos barcos da Síria eram feitos da madeira do carvalho (Josué 24:26; Juízes 6:11,19; 2 Samuel 18:9; Isaías 44:14; Ezequiel 6:13; 27:6).
O carvalho tem uma vida longa e, quando envelhece ou é cortado, ele tem a capacidade de se renovar, lançando novos brotos do toco ou raízes e com o tempo se transformam em árvore grande. Em sua profecia, descrevendo o destino do povo judeu, para os quais foi decretado que eles deveriam sofrer grandes perdas, o profeta Isaías usa a imagem do velho carvalho (juntamente com uma Elá, Terebinto) que está perto do portão de Shallekhet em Jerusalém e que frequentemente tinha seus galhos e tronco cortado, apenas o seu coto permanecia. Mas, se ainda ficar a décima parte dela, tornará a ser destruída. Como terebinto e como carvalho, dos quais, depois de derribados, ainda fica o toco, assim a santa semente é o seu toco. (Is 6:13).
O Carvalho e nós – os “Carvalhos de Justiça”
Todas as vezes que nos deparamos com problemas em nossa vida, observamos o quanto somos frágeis. As alegrias se vão e só fica a verdade de que somos impotentes para lidar com adversidades que surgem no decorrer de nossa existência.
Pois é, essa árvore é usada pelos botânicos e geólogos como um medidor de catástrofes naturais do ambiente. Quando querem saber o índice de temporais e tempestades ocorridas numa determinada floresta, eles observam logo o carvalho (existindo no local, é claro), que naturalmente é a árvore que mais absorve as consequências de temporais.
Quanto mais temporais e tempestades o carvalho enfrenta, mais forte ele fica! Suas raízes naturalmente se aprofundam mais na terra e seu caule se torna mais robusto, sendo impossível uma tempestade arrancá-lo do solo ou derrubá-lo! Mas não pense que os cientistas precisam fazer essas análises todas para saber isso! Basta apenas eles olharem para o carvalho. Por absorver as consequências das tempestades, a robusta árvore assume uma aparência disforme, como se realmente tivesse feito muita força.
Muitas vezes uma aparência triste! Cada tempestade para um carvalho é mais um desafio a ser vencido e não uma ameaça! Numa grande tempestade, muitas árvores são arrancadas, mas o carvalho permanece firme! Assim somos nós. Devemos tirar proveito das situações contrárias à nossa vida e ficar mais fortes! Um pouco marcados. Muitas vezes com aparência abatida, mas fortes!!! Com raízes bem firmes e profundas na terra!
Podemos, com isso, compreender o que o nosso PAI maravilhoso quis nos ensinar, quando disse que podemos todas as coisas naquele que nos fortalece. E também a confiança do rei Davi quando cantou: “Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte eu não temerei mal algum, porque Tu estás comigo…”
Deus nos deixa lições interessantes em sua criação para nos transformar até mesmo em meio a situações adversas e para mostrar que nossa força está Nele. “A fim de que sejamos chamados carvalhos de justiça, plantados pelo Senhor, para sua glória.”. (Is 61:3)
Gibeá-Eloim – O Monte de Deus
1-Que significativo: passar pelo sepulcro de Raquel no território de Benjamim, em Zelza, seguir pelo carvalho de Tabor, encontrar-se ali com três homens que vão a Betel e seguir para Gibeá-Eloim, a cidade cujo nome significa o Monte de Deus. Que caminhada!!!
2-Ocorre que lá, ele haveria de encontrar uma guarnição de filisteus. Que terrível essa luta contra o nosso eu. Mas que lindo! Há um grupo de profetas que está profetizando, descendo do alto, precedidos de saltérios, e tambores, e flautas, e harpas!!
3-Nesse ponto o Espírito do Senhor se apossa de Saul e ele é transformado em outro homem. Toda essa caminhada é para Saul um sinal de Deus, não um, mas vários sinais.
4-“Tu, porém, descerás antes de mim a Gilgal, e eis que eu descerei a ti, para sacrificar holocaustos, e para oferecer ofertas pacíficas; ali sete dias esperarás, até que eu venha a ti, e te declare o que hás de fazer.” (1 Sm 10:8). Aqui o teste da obediência!!
5-Logo ao virar-se Saul, Deus muda-lhe o coração. E é somente nesse sentido, que um homem pode ser “mudado em outro homem”. Logo ele começa a profetizar e temos um versículo bastante expressivo: “E, tendo profetizado, seguiu para o alto”.
Saul escolhido Rei
1-Samuel convoca a todo o povo em Mispa. Sim, esse local é pelos motivos já explicados. O local adequado para que o profeta pudesse transmitir sua mensagem.
2-Ao ser indicada a tribo de Benjamim, a família de Matri e, dentre essa família, foi indicado Saul, porém não puderam encontra-lo. Onde ele estava? Escondido entre a bagagem. Por que?
2.1-Por que não queria fazer o que Deus quer que fizesse? (assim foi com Jonas)
2.2-Por que não queria nos comprometer?
2.3-Por que tinha medo de mudar?
3- “E correram, e o tomaram dali, e pôs-se no meio do povo; e era mais alto do que todo o povo desde o ombro para cima. Então disse Samuel a todo o povo: Vedes já a quem o Senhor escolheu? Pois em todo o povo não há nenhum semelhante a ele. Então jubilou todo o povo, e disse: Viva o rei!” (1 Sm 10:23,24). Mais uma vez vemos como mesmo um profeta de Deus pode cometer o equívoco de julgar segundo as aparências.
17- Capítulo 11
1- “Então, subiu Naás, amonita, e sitiou a Jabes-Gileade; e disseram todos os homens de Jabes a Naás: Faze aliança conosco, e te serviremos. Porém Naás, amonita, lhes respondeu: Farei aliança convosco sob a condição de vos serem vazados os olhos direitos, trazendo assim eu vergonha sobre todo o Israel. Então, os anciãos de Jabes lhe disseram: Concede-nos sete dias, para que enviemos mensageiros por todos os limites de Israel e, não havendo ninguém que nos livre, então, nos entregaremos a ti. Chegando os mensageiros a Gibeá de Saul, relataram este caso ao povo. Então, todo o povo chorou em voz alta.
Eis que Saul voltava do campo, atrás dos bois, e perguntou: Que tem o povo, que chora? Então, lhe referiram as palavras dos homens de Jabes. E o Espírito de Deus se apossou de Saul, quando ouviu estas palavras, e acendeu-se sobremodo a sua ira. Tomou uma junta de bois, cortou-os em pedaços e os enviou a todos os territórios de Israel por intermédio de mensageiros que dissessem: Assim se fará aos bois de todo aquele que não seguir a Saul e a Samuel. Então, caiu o temor do SENHOR sobre o povo, e saíram como um só homem.
Contou-os em Bezeque; dos filhos de Israel, havia trezentos mil; dos homens de Judá, trinta mil. Então, disseram aos mensageiros que tinham vindo: Assim direis aos homens de Jabes-Gileade: Amanhã, quando aquentar o sol, sereis socorridos. Vindo, pois, os mensageiros, e, anunciando-o aos homens de Jabes, estes se alegraram e disseram aos amonitas: Amanhã, nos entregaremos a vós outros; então, nos fareis segundo o que melhor vos parecer.
Sucedeu que, ao outro dia, Saul dividiu o povo em três companhias, que, pela vigília da manhã, vieram para o meio do arraial e feriram a Amom, até que se fez sentir o calor do dia. Os sobreviventes se espalharam, e não ficaram dois deles juntos.
Então, disse o povo a Samuel: Quem são aqueles que diziam: Reinará Saul sobre nós? Trazei-os para aqui, para que os matemos. Porém Saul disse: Hoje, ninguém será morto, porque, no dia de hoje, o SENHOR salvou a Israel. Disse Samuel ao povo: Vinde, vamos a Gilgal e renovemos ali o reino. E todo o povo partiu para Gilgal, onde proclamaram Saul seu rei, perante o SENHOR, a cuja presença trouxeram ofertas pacíficas; e Saul muito se alegrou ali com todos os homens de Israel.” (I Samuel 11:1-11)
Os moradores de Jabes-Gileade, uma cidade próxima ao rio Jordão ao Sul de Israel, foram intimidados pelos amonitas e com medo resolveram negociar com o inimigo. A proposta do general amonita Naás, era a seguinte, se vocês nos deixarem vazar o olho direito de cada homem de Jabes-Gileade, não mataremos vocês, vocês serão apenas nossos servos. O desejo desse general não era matar, mas escravizar e envergonhar o povo de Jabes-Gileade.
Veja que não é por acaso que o nome desse general é Naás, que significa serpente. Aliás, o nome Naás, tem a mesma origem de satanás. Como satanás negociou com Eva, o alvo de Naás era negociar e vencer sem guerrear, subjugando o povo de Deus.
A serpente, o animal mais sagaz de todos os animais que o SENHOR fez, sempre quis negociar com os homens de Deus.
Veja no caso do próprio Jesus, quando foi tentado no deserto, durante as três tentativas de negociação propostas por satanás, o Senhor não cedeu, não negociou com o inimigo.
Para satanás, será sempre mais vantajoso evitar o confronto, pois ele sabe que se o crente o enfrentar, ele será derrotado em nome de Jesus.
Faraó, que na Bíblia representa o diabo, um dia tentou negociar com Moisés fazendo a seguinte proposta:
“Então, Faraó chamou a Moisés e lhe disse: Ide, servi ao SENHOR. Fiquem somente os vossos rebanhos e o vosso gado; as vossas crianças irão também convosco. Respondeu Moisés: Também tu nos tens de dar em nossas mãos sacrifícios e holocaustos, que ofereçamos ao SENHOR, nosso Deus. E também os nossos rebanhos irão conosco, nem uma unha ficará; porque deles havemos de tomar, para servir ao SENHOR, nosso Deus, e não sabemos com que havemos de servir ao SENHOR, até que cheguemos lá.” (Ex 10:24-26)
Devemos ter o posicionamento de Moisés. “Nem uma unha ficará!”
Veja que a lição que podemos aprender, desde o Éden, é que não devemos negociar com Satanás. A orientação que Tiago nos dá é a seguinte: “Sujeitai- vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.” (Tg 4:7)
Não negociamos com satanás, não fazemos concessão com as trevas. Não abrimos mão da nossa liberdade em Cristo Jesus.
1Jo 3:8 nos diz que Jesus se manifestou para destruir as obras do Diabo. “Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo.” Podemos ler também em João 8:36: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.”
Mas porque o povo de Jabes-Gileade optou por negociar com Naás? Talvez por, pelo menos duas razões:
- Negociaram com o inimigo para sobreviverem.
Não negocie com o inimigo e nem tenha a atitude de simplesmente buscar sobreviver, de auto preservação.
No desejo de sobreviver, muitos negociam com o inimigo dizendo: “Eu não posso dizimar, pois devolvendo o dízimo eu ficarei sem o dinheiro para pagar as contas.”
Outros sobrevivem contando uma mentirinha aqui, outra ali. Eles pensam: “Eu não posso contar a verdade para a minha esposa, pois ela nunca vai me perdoar.” Assim vão sobrevivendo.
Pessoas estão sobrevivendo com uma vida dupla, negociando com Naás. Muitos estão sobrevivendo alimentando a sensualidade, o orgulho, a arrogância, achando que estão fazendo o que é correto. Na verdade, Naás está escravizando cada uma dessas pessoas.
O desejo de sobreviver pode ser o maior inimigo da vitória. A vitória é para aqueles que aborrecem a própria vida, que em face da morte não amam a própria vida. A vitória na vida de um cristão autêntico, vem por meio de uma disposição de morrer pela causa. Isso é o que Cristo fez por nós, Ele morreu pela causa, e quando agimos assim, nos parecemos com Cristo.
“Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida.” (Ap 12:11)
Toda pessoa que morre por uma causa legítima, é considerado mártir. A igreja, no seu início, produziu muitos mártires e por causa deles, o evangelho se fortaleceu e se expandiu. Satanás não quer que você morra pela causa, pois ele sabe que quem luta contra ele, renunciando as suas vontades, recebe aprovação de Deus.
“Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.” (Mt 16:24)
2. Negociaram com o inimigo para evitar a batalha.
Muitos estão contentes e acomodados com uma vida ruim. Desencorajados para novos desafios. Outros, nem acreditam que a vida pode ser diferente. O inimigo não quer que você alargue as suas estacas, expanda, cresça. Nós somos como uma mola. Toda mola que estica nunca mais volta a ser do mesmo tamanho.
Naás não quis matar o povo, mas sua estratégia era ferir e subjugar os homens de Israel fazendo-os escravos. O texto nos diz que Satanás quer no cegar os olhos. Veja as consequências do mutilamento desses homens de olhos vazados.
Os olhos são a lâmpada do corpo.
“São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão!” (Mt 6:22-23)
“nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus.” (2Co 4:4)
· Ser cego de um olho é ter menos luz e menos revelação. (Lc 11:34)
· O soldado usava o escudo na frente de um olho e usava o outro para mirar o inimigo. Com apenas um olho ele expunha toda a cabeça ao ataque do adversário.
· Quem se sujeita a ficar cego de um olho, ainda que tenha uma visão parcial, fica sem a visão estereoscópica, sem profundidade.
Em Apocalipse, O Senhor é aquele que possui os sete olhos e os olhos são os sete espíritos de Deus.
“Então, vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os anciãos, de pé, um Cordeiro como tendo sido morto. Ele tinha sete chifres, bem como sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra.” (Ap. 5:6)
Podemos dizer que, em certo sentido, ter os olhos furados é perder a unção do Espírito!
Deus quer que você seja completo nele, enquanto que o inimigo deseja mutilar o homem, torná-lo deficiente. Veja um outro exemplo de mutilação na Bíblia.
“Então, disse Adoni-Bezeque: Setenta reis, a quem haviam sido cortados os polegares das mãos e dos pés, apanhavam migalhas debaixo da minha mesa; assim como eu fiz, assim Deus me pagou. E o levaram a Jerusalém, e morreu ali.” (Jz 1:7)
Adoni-Bezeque era rei de Bezeque, uma cidade na província cananéia. Diz o texto que ele mutilou e subjugou setenta outros reis.
Cortar os polegares significa:
· Perder a força para agarrar. Na batalha a espada era a arma mais importante. Uma mão sem polegar não consegue segurar a espada.
· Ser incapaz de fazer movimentos precisos como o de pinça. É uma das coisas que nos difere dos animais, o polegar. Tirar o polegar era uma forma de colocar o homem no nível de um animal.
· Perder o equilíbrio no andar. Um soldado sem equilíbrio é facilmente derrotado.
. Devemos lembrar que na consagração dos sacerdotes, o óleo era passado na orelha direita, no polegar da mão direita, e no dedo do pé direito. Ora, cortar os polegares dos pés e das mãos pode ser entendido como retirar a capacitação para ouvir e obedecer à Palavra do Senhor. Ou seja, afeta a consagração.
Nunca pense que um olho, ou um polegar seja pouco!
“…pois aquele que é vencido fica escravo do vencedor.” (2Pe 2:19b)
“Apanhai-me as raposas, as raposinhas, que devastam os vinhedos, porque as nossas vinhas estão em flor.” (Ct 2:15)
Como reagir diante da afronta de satanás?
Olhando para Saul, podemos imitá-lo e vencer Naás nos dias de hoje.
Esse foi o dia em que Saul foi confirmado na sua posição de líder sobre a nação. Todos nós temos um dia em que somos confirmados diante do povo, e geralmente, esse dia é o dia da adversidade.
Tenha uma santa indignação. V. 6
E o Espírito de Deus se apossou de Saul, quando ouviu estas palavras, e acendeu-se sobremodo a sua ira.
E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. (Rm 12:2)
Quando Saul ouviu o que aconteceu, o Espírito do Senhor desceu sobre ele em poder e Saul ficou com raiva. É correto ficar com raiva, quando a nossa raiva é fruto de uma santa indignação.
Seja realista. V.7a
Tomou uma junta de bois, cortou-os em pedaços e os enviou a todos os territórios de Israel por intermédio de mensageiros que dissessem: Assim se fará aos bois de todo aquele que não seguir a Saul e a Samuel.
Saul pode ter parecido ameaçador, mas essa foi a maneira de fazer o ovo entender o perigo de negociar com o inimigo. Existem momentos em que a nossa pregação consiste em apresentar o plano de Deus, o céu, o paraíso e os benefícios do Reino de Deus. Mas também, existem situações onde devemos mostrar o inferno para as pessoas, fazê-los enxergar as consequências do pecado, mostrar a destruição que está por vir sobre os filhos da desobediência.
3. Busque unidade. V. 7b
Você deve sublinhar versículo 7. “Então, caiu o temor do SENHOR sobre o povo, e saíram como um só homem.”
Quando Deus molda-nos juntos como um só, o inimigo sempre será vencido! Esse é o poder da unidade. Precisamos buscar unidade hoje, mais do que em qualquer outro tempo. Buscamos unidade no falar, no pensar, no agir.
“Da multidão dos que creram era um o coração e a alma. Ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum.” (At 4:32)
“e o SENHOR disse: Eis que o povo é um, e todos têm a mesma linguagem. Isto é apenas o começo; agora não haverá restrição para tudo que intentam fazer.” (Gn 11:6)
“Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!” (Sl 133:1)
4. Tenha uma atitude perdoadora. V. 12
Então, disse o povo a Samuel: Quem são aqueles que diziam: Reinará Saul sobre nós? Trazei-os para aqui, para que os matemos. Porém Saul disse: Hoje, ninguém será morto, porque, no dia de hoje, o SENHOR salvou a Israel.”
Nunca seremos instrumentos úteis a Deus, a menos que tenhamos uma atitude perdoadora. Saul demonstrou nobreza e isso conquistou o coração dos homens de Israel. Em 1 Samuel 11:14, lemos que o reinado de Saul foi confirmado, ofereceram sacrifícios de comunhão com Deus, e então fizeram uma grande festa.
Interessante notar a fala de Saul: “Vinda, vamos a Gilgal, e renovemos o reino ali. E todo o povo partiu para Gilgal, onde proclamaram Saul seu rei, perante o Senhor, a cuja presença trouxeram ofertas pacíficas;” (I Sm 11:14-15a).
18- Capítulo 12
1- O capítulo 12 registra a despedida de Samuel de Gilgal, quando ele entregou a liderança política das doze tribos a Saul. Esse é um momento amargo de Samuel. Somos informados sobre os conflitos internos e relutância desse homem de Deus; algo comum a vários protagonistas da Bíblia. Muitos deles lutaram com a esperança e a dúvida, com o triunfo e a frustração, com a aceitação e o desafio ante a vontade divina.
2-Vs.1,2 — Vai diante de vós. Saul estava liderando Israel e atendendo às necessidades da nação. Samuel fez alusão às duas razões citadas pelos anciões de Israel na sua demanda por um rei: (1) a idade avançada de Samuel e (2) o comportamento dos filhos dele, os quais demonstraram improbidade para os importantes ofícios públicos de sacerdote e juiz (I Sm 8.5).
3-Vs.3-5 — Samuel alicerçou seu ofício em Israel e sua própria integridade.
Perante o Senhor e perante o seu ungido.
Samuel perguntou se alguém queria acusá-lo diante de Deus e do ungido do Senhor. Os israelitas inocentaram Samuel de qualquer improbidade ou injustiça na função de suas tarefas. Os registros passados de Samuel foram estabelecidos para inspirar confiança em sua presente exortação.
4-Vs.6,7 — A declaração todas as justiças se referem aos benefícios que Deus havia concedido ao Seu povo. Esses atos testificavam a retidão de Deus em abençoar o Seu povo realizando as promessas da Sua aliança.
5-Vs.8 — Havendo entrado Jacó no Egito, vossos pais clamaram ao Senhor, e o Senhor enviou a Moisés e Arão, que tiraram a vossos pais do Egito. Samuel sintetizou a descida da família de Jacó ao Egito (Gn 46), a opressão do Egito (Ex 2; 15) e a conquista de Canaã (Js 1; 12).
6-Vs.9 — Esqueceram-se do Senhor, seu Deus. Samuel contou sobre a apostasia da nação e a subsequente disciplina divina. Sísera foi um líder cananeu (Jz 4.2-22). Moabe. Os moabitas eram descendentes da relação incestuosa de Ló e sua filha mais velha (Gn 19.30-37). A opressão moabita é registrada em Juízes 3.12-30.
7-Vs.10 — Clamaram ao Senhor e disseram: Pecamos. Após um período de opressão, os israelitas se arrependeram é clamaram ao Senhor por livramento. Baalins e astarotes eram deidades de fertilidade (I Sm 7.3,4).
8-Vs.11 — Jerubaal, também conhecido como Gideão, livrou Israel dos midianitas (Jz 6-8). Jefté venceu os amonitas (Jz 11).
9-Vs.12 — Naás, rei dos filhos de Amom, vinha contra vós. A ameaça de Naás certamente foi sentida muito antes do ataque ameaçador de Jabes-Gileade (I Sm 11.1-3) e, de certo, foi um fator a mais para o pedido de Israel por um rei (I Sm 8.20).
10-Vs.13,14 — Se temerdes ao Senhor não é meramente uma atitude religiosa, mas uma séria e obediente resposta à revelação do caráter santo de Deus.
11-Vs.15,16 — As consequências de desobedecer a aliança com Deus estão listadas em Deuteronômio 28.15-68.
12-Vs.17,18 — A estação para a sega do trigo em Israel era nos meses de maio e junho. E o Senhor deu trovões e chuva naquele dia. A terra de Israel recebia a sua chuva durante a estação do inverno. Se a chuva do inverno caísse durante a sega de trigo, seria muito incomum. O milagre tinha como objetivo convencer o povo de seu grande pecado em exigir um rei. O milagre também serviu para aumentar o respeito de Israel por Deus e por Samuel.
13-Vs.19,20 — Não temais. Com tais palavras, Samuel queria dizer: Não temais a pena de morte por causa da desobediência.
14-Vs.21 — O termo vaidades se refere aos falsos deuses e ídolos (Is 44-9-20).
15-Vs.22 — Por causa do seu grande nome. Nos tempos antigos, o nome sustentava o caráter. O nome de Deus fala da reputação e dos atributos dele. Abandonar o povo seria inconsistente com a reputação de fidelidade de Deus (Ex 34.6; Dt 31.6; Js 1.5; Hb 13.5).
16-Vs.23,24 — Longe de mim que eu peque contra o Senhor, deixando de orar por vós. Samuel assegurou ao povo que ele não se esqueceria de orar por eles. Para o profeta, a ausência de oração era uma falta, um pecado. Na realidade, a vida de Samuel ilustra a importância que ele dedicava à oração (I Sm 7.5; I Ts 5.17; Tg 5.16). Embora ele estivesse deixando as suas atribuições de juiz em Israel, Samuel prometeu ensinar o povo.
17-Vs.25 — A advertência perecereis antecipa o julgamento final executado por Deus de aprisionamento e expulsão do território (Dt 28.41,63,64).
19- Capítulo 13
1- “Agiste nesciamente”
A ação de Saul contra os filisteus provocou uma forte reação destes. Um exército “em multidão como os grãos de areia que há à beira do mar” se levantou contra Saul. “Os próprios homens de Israel viram que estavam num sério aperto, porque o povo se via apertado; e o povo se escondeu nas cavernas, e nos recessos, e nos rochedos, e nas criptas, e nas cisternas.” (I Sm. 13:5, 6) O que Saul faria?
Samuel havia dito a Saul que o encontrasse em Gilgal, onde o profeta ofereceria sacrifícios. Saul esperou, mas Samuel se atrasou e o exército de Saul estava se dispersando. De modo que o rei decidiu ele mesmo oferecer os sacrifícios.
Assim que o fez, Samuel chegou. Depois de ouvir o que Saul havia feito, Samuel lhe disse: “Agiste nesciamente. Não guardaste o mandamento de Jeová, teu Deus, que ele te ordenou, porque se o tivesses guardado, Jeová teria tornado firme o teu reino sobre Israel por tempo indefinido. E agora teu reino não durará. Jeová certamente achará para si um homem que agrade ao seu coração; e Jeová o comissionará como líder do seu povo, porque não guardaste o que Jeová te ordenou.” (I Sm. 10:8; 13:8, 13, 14).
Com falta de fé e com presunção, Saul preferiu desobedecer ao mandamento de Deus de esperar que Samuel oferecesse o sacrifício. Quanta diferença entre o proceder de Saul e o de Gideão, um anterior comandante dos exércitos israelitas!
Jeová ordenou que Gideão reduzisse seu exército de 32 mil para 300 homens, e ele obedeceu. Por que? Porque tinha fé em Jeová. Com a ajuda de Deus, Gideão derrotou 135 mil invasores. (Jz. 7:1-7, 17-22; 8:10) Jeová teria ajudado também a Saul. Mas, por causa de sua desobediência, os filisteus saquearam Israel. (I Sm. 13:17, 18).
Mas há um segundo aspecto. Samuel havia dito a Saul: “Tú, porém, descerás adiante de mim a Gilgal, e eis que eu descerei a ti, para sacrificar o holocausto e para apresentar ofertas pacíficas; sete dias esperarás, até que eu venha ter contigo E TE DECLARE O QUE HÁS DE FAZER.” (I Sm 10:8).
Esse é um ponto fundamental. Saul deveria aguardar a ORIENTAÇÃO DE DEUS, por meio do profeta, sobre o que haveria de fazer.
Diante de dificuldades, como tomamos decisões? Em certos casos, pessoas sem fé talvez achem conveniente desconsiderar os princípios divinos e a orientação específica vinda de Deus. Na ausência de Samuel, Saul talvez tenha pensado que seu gesto era sensato. Mas, para quem realmente deseja a aprovação de Deus, o único proceder correto é aplicar os princípios bíblicos pertinentes a qualquer questão, aguardar o falar de Deus e agir em obediência.
Holocausto
A palavra original é derivada de uma raiz que significa ‘ascender’, e aplicava-se à oferta que era inteiramente consumida pelo fogo e no seu aroma subia até Deus. Uma pormenorizada descrição dos holocaustos se pode ler nos primeiros capítulos do Levítico.
Pertenciam à classe dos sacrifícios expiatórios, isto é, eram oferecidos como expiação daqueles pecados, que os oferentes tinham cometido – eram, também, sacrifícios de ação de graças – e, finalmente, constituíam atos de adoração.
Os altares para holocaustos eram invariavelmente edificados com pedras inteiras, à exceção daquele que foi feito para acompanhar os israelitas na sua jornada pelo deserto, e que se achava coberto de chapas de cobre.
Os holocaustos, bem como as ofertas de manjares, e as ofertas pacíficas, eram sacrifícios voluntários, sendo diferentes dos sacrifícios pelos pecados, pois estes eram obrigatórios – e tinham eles de ser apresentados de uma maneira uniforme e sistemática, como se acha estabelecido em Lv caps. 1 a 3.
Os três primeiros (holocaustos, ofertas de manjares, e as ofertas pacíficas) exprimem geralmente a ideia de homenagem, dedicação própria, e ação de graças – enquanto os sacrifícios pelos pecados tinham a ideia de propiciação.
Os animais, que serviam para holocaustos, podiam ser reses do rebanho ou da manada, e aves – mas se eram novilhos ou carneiros, ou rolas, tinham de ser machos, sem defeito, e deviam ser inteiramente queimados, sendo o seu sangue derramado sobre o altar, e as suas peles dadas aos sacerdotes para vestuário.
Havia holocaustos de manhã e de tarde – e eram especialmente oferecidos todos os sábados, também no primeiro dia de cada mês, nos sete dias dos pães asmos, e no dia da expiação.
O animal era apresentado pelo oferente, que punha sobre ele a sua mão, confessava seus pecados e depois o matava, fazendo o sacerdote o sacrifício do animal.
Realizavam-se holocaustos nos atos de consagração dos sacerdotes, levitas, reis, e lugares – e na purificação de mulheres, dos nazireus, e dos leprosos (Êx 29.15; Lv 12.6 – 14.19; Nm 6; I Rs 8.64). Antes de qualquer guerra também se efetuavam holocaustos, e em certas festividades, ao som das trombetas.
Ofra, Bete-Horom e o Vale de Zeboim (vs 17-18)
1-Ofra: Filhote (dos veados). Cidade de Benjamim. (Js 18:21, 23). Sua localização relativa pode ser inferida da narrativa sobre os embates de Israel com os filisteus durante o reinado de Saul. A partir de seu acampamento em Micmás, grupos de saqueadores filisteus faziam surtidas em três direções diferentes.
Um grupo tomava a estrada para Ofra. Outro ia na direção oeste, na estrada de Bete-Horom, ao passo que ainda outro seguia para o leste, na “estrada que dá para o termo que olha para o vale de Zeboim”.
2-Bete-Horom: Casa da caverna. Havia sois locais com este nome em Efraim, respectivamente chamados ‘o superior’ e ‘o inferior’, perto da fronteira de Benjamim (Js 10.10). A posição de Bete-Horom na orla do planalto, mesmo ao pé da descida para a fértil planície de Sarom, e sobre a grande estrada que parte de Jerusalém, tornou esse lugar de grande importância do ponto de vista militar.
Quando Gibeom foi ameaçado pelos cananeus da baixa região, Josué derrotou-os e perseguiu-os, subindo a ladeira de Bete-Horom e continuou a feri-los na descida de Bete-Horom (Js 10.10,11). E mais tarde, nos perturbados tempos do reinado de Saul, os filisteus que estavam acampados em Micmás tinham sob a sua ação estratégica aqueles lugares. Depois disso, refortificou Salomão, tanto a Bete-Horom de cima, como a Bete-Horom de baixo – e também Gezer. (I Rs 9.17; II Cr 8.5). Foi passando por Bete-Horom que os egípcios invadiram Judá durante o reinado de Roboão.
3-Vale de Zeboim: Vale no território de Benjamim, perto de Micmás. Nos dias do Rei Saul, um bando de saqueadores filisteus costumava fazer surtidas desde Micmás e “se virava para a estrada que dá para o termo que olha para o vale de Zeboim, para o ermo”. (I Sm 13:16-18)
“…Não havia nem um ferreiro em toda a terra de Israel…” (vs19)
Não havia nenhum ferreiro na terra de Israel naqueles dias. Os filisteus não lhes permitiram por medo de que iriam fazer espadas e lanças para os hebreus. (I Samuel 13:19)
Em uma época que territórios eram conquistados através de guerras, faltavam armas em Israel. A nação inimiga dos filisteus, mantinha o monopólio absoluto de fabricação e manutenção de todo material bélico e ferramentas de trabalho: foices, machados, relhas, sachos. Ironicamente, os filisteus ainda cobravam em siclos para realizar serviços de ferreiros para Israel. Essa passagem Bíblica é bem curiosa, ainda mais se lembrarmos que, foi justo nesse período, que o pequeno Davi venceu o gigante filisteu chamado Golias.
A fama dos filisteus fazia estremecer as nações em derredor e a superioridade militar deles, estava ligada justo a capacidade de trabalhar com metais, uma herança dos povos hititas. Assim, os filisteus que já levavam vantagem na estatura (gigantes), também eram imbatíveis em aparatos de guerra. Uma prova disso, pode ser dada observando a disputa entre Davi e Golias:
“Um guerreiro chamado Golias, que era de Gate, veio do acampamento filisteu. Tinha dois metros e noventa centímetros de altura. Ele usava um capacete de bronze e vestia uma couraça de escamas de bronze que pesava sessenta quilos; nas pernas usava caneleiras de bronze e tinha um dardo de bronze pendurado nas costas. A haste de sua lança era parecida com uma lançadeira de tecelão, e sua ponta de ferro pesava sete quilos e duzentos gramas. Seu escudeiro ia à frente dele.” (I Sm 17:4-7)
E quais eram as armas de Davi? Cinco pedras lisas (seixos) e uma pequena bolsa de couro, tipo baladeira. I Samuel 17:40
Na casa do rei Saul havia equipamentos bélicos em pouca quantidade, suficiente apenas para dois guerreiros: “Por isso, no dia da batalha, nenhum soldado de Saul e Jônatas tinha espada ou lança nas mãos, exceto o próprio Saul e seu filho Jônatas”. (I Samuel 13:22).
Saul e Jônatas, não se acharam com coragem de enfrentar Golias, até que aparece Davi e se dispõe a lutar, confiado não nas armas de guerra que lhe foram oferecidas pelo Rei, mas na fé no Nome do Senhor Deus. O final da história é bem conhecido: o pequeno herói ruivo, chamado Davi, vence o gigante. A partir daí, seu nome recebe destaque em Israel e em todas as redondezas, ultrapassando os séculos e chegando até nossos dias com a lição de que: “as armas humanas são inferiores e nada podem contra Deus. Agindo Deus, quem impedirá?” (Isaías 40:10-13).
E dessa narrativa sobre não haver ferro em Israel, traço algumas lições que podem bem servir para todos os tempos:
“Tu vens contra mim com espada, lança e escudo; eu, porém, vou contra ti em nome do Senhor dos exércitos, do Deus das fileiras de Israel, que tu insultaste.” Davi em I Samuel 17:45.
1-Ainda que nos falte recursos materiais para enfrentar algumas situações, confiemos na providência Divina que é capaz de suprir além do que pensamos ou pedimos.
2-Existia o conhecimento de que Deus era com Israel para ganhar batalhas e por isso os filisteus temiam que o exército israelita se equipasse, aumentando o poder destrutivo. Assim, mantem o monopólio e ainda lucram financeiramente com isso. O povo de Deus acaba “não amolando os instrumentos de guerra” e até ficando sem eles ao gastarem tempo e dinheiro com coisas que não edificam esquecendo as que realmente importam para Deus.
3-Israel precisava saber que a força para vencer batalhas, não estava nas armas, mas em Deus. Não ter ferreiros, poderia ser um entrave, um problema para os incrédulos. Para o povo de Deus, pelo contrário, deveria ser a oportunidade de glorificar ao Senhor e foi justo o que fez Davi. Ficou claro que nem todas as armas dos filisteus seriam capazes de derrotar um homem com a fé de Davi. As adversidades na vida do cristão podem servir de lamento e de murmúrio, mas não deveria, porque nesses momentos, quando estamos fracos, então somos fortes; naquele que batalha por nós.
20- Capítulo 14
A vitória de Jônatas sobre os filisteus – Princípios Espirituais
1-É preciso tomar uma atitude corajosa e extrema – Jônatas e seu Moço atravessaram para o outro lado. (I Sm 14:2)
1.1-É preciso atitude, é preciso ação e reação, é preciso alguém se dispor e sair do comodismo e passar para o outro lado.
1.2-O inimigo sempre vai tentar amedrontar, confrontar.
2- Não Envolva Pessoas Medrosas e Covardes – Somente Jônatas e seu escudeiro de armas contra o exército filisteu. (I Sm 14: 1)
2.1-Saul e seus seiscentos homens estavam sentados, mas não tinham coragem de enfrentar os inimigos. (I Sm 14:2)
2.2-Quando Deus está conosco, é melhor o pouco seguro do que uma multidão que se acomoda.
3- Nunca Esqueça Que a Sua Vitória Está em Cima – Havia uma penha aguda (Íngreme) do lado do norte e outra do lado do sul, os nomes eram Bozez (Significa Brilhante; Superação) e Sené (Significa Espinhosa). (I Sm 14:4,5).
3.1-Muitos não vencem as adversidades porque estão olhando pra trás, pra baixo, ou para os lados. Faça como o salmista: “Elevo os Meus olhos Para os Montes (Alto)”
3.2-Deus começou a entregar os inimigos filisteus a Jônatas na subida do monte agudo. (I Sm 14:13,14).
4- Coloque Sua Inteira Confiança Em Deus, porque para o Senhor Não haverá nenhum impedimento, ele há de livrar com muitos ou com poucos. (I Sm 14:6)
4.1-Quando Deus quer dar uma grande vitória ele não trabalha pela ótica humana, foi assim com Gideão.
5-Faça Prova Com Deus e Obtenha Dele as Respostas – Se nos disserem assim, parai até que cheguemos a vós, então ficaremos no nosso lugar e não subiremos a eles. Porém dizendo assim subi até nós, então subiremos, pois o Senhor os entregou nas nossas mãos, e isso será por sinal. (I Sm 14:9)
6- Seus Inimigos Terão Uma Visão De Sua Vitória Triunfal; Eis Que os Hebreus Saíram dos Buracos (Cavernas). (I Sm 14:11)
6.1- Ninguém podia imaginar, mas deu uma visão aos filisteus de que o povo de Deus, a nação do Senhor, estavam todos saindo do buraco. Na realidade, era só Jônatas e seu escudeiro. Eram dois que valiam por uma nação inteira.
7- Quando você sair do buraco vai perceber que seu exemplo será um reflexo em muitos que também saíram. Então todo o povo se ajuntou e vieram a peleja. (I Sm 14:20)
Conclusão: Há um novo tempo de Deus para a vida dos Seus. Sempre uma nova oportunidade que bate a nossa porta. Possamos aprender com as lições da vida, crescer com as adversidades.
A insensata conjuração de Saul – A responsabilidade da Liderança
1-Após dois anos de reinado as coisas pareciam estar tomando jeito. Aquela rejeição inicial, tão comum no início de carreira, já era obstáculo superado. Bom, depois de suas últimas vitórias sobre os amonitas e filisteus, sobrara muito pouco de petulância em seus opositores para resistirem à sua liderança. E não era uma simples vitória, vencera exércitos já consagrados com um pequeno grupo de soldados mal aparelhados e armas artesanais. Ele estava se tornando em um líder forte, inspirador e corajoso. Um herói para seu povo, que o escolhera e obtivera a aprovação do próprio Deus para sua nomeação.
2-É certo que o profeta Samuel o havia repreendido há pouco tempo por tomar a frente do sacrifício, quando na verdade deveria ter tido fé e paciência para esperar o respeitado sacerdote. Mas aquele episódio pertencia ao passado, e suas vitórias presentes, já falavam muito mais alto. Obras heroicas deviam ter muito mais importância do que preciosismos sacerdotais, o povo devia saber disso. Aliás, quem sabe se, mesmo Deus, já deveria ter repensado o propósito de tirar o reinado de suas mãos, ele estava se mostrando um rei tão competente, um guerreiro corajoso que mantinha a devoção a Deus e não abria mão dos holocaustos.
3-Porém há dias em que a fidelidade de grandes homens é posta à prova. Naquela manhã, um alvoroço incomum tomou conta do arraial. Seu filho Jônatas saíra com seu escudeiro e sozinhos enfrentaram uma guarnição dos filisteus. Deus estava operando um grande livramento e o reboliço foi grande, hebreus que haviam se vendido ao exército inimigo aproveitaram a oportunidade e rebelaram-se, o exército do Rei Saul então não tinha outra opção e correu em massa sobre os inimigos. Porém (tinha que ter um, porém), no calor do momento e sem pesar o impacto de sua autoridade, Saul declarou um atrevido voto sem consultar o Senhor. Disse ele que maldito seria o homem que se alimentasse até a tarde.
4-Essa era uma estratégia militar extrema que forçaria o povo a lutar de unhas e dentes até a morte. Não, ele não queria colocar em risco a reputação que havia construído até aqui com tanto esmero. Uma derrota agora poderia minar a confiança do povo nele, principalmente por ter sido seu filho quem provocara a rebelião. Imagine só, o povo culpando o novo rei, até agora imbatível, por uma derrota desnecessária provocada pela falta de controle do mesmo sobre o próprio filho. Não, esse pesadelo Saul não queria ter, e por isso tomou uma atitude tão drástica. Mas esse é o ponto, ao precipitar-se Saul havia esquecido que o que lhe concedera as vitórias não era seu carisma e sim a mão de Deus. Agora ao lutar com as próprias forças, ele estava castigando o próprio povo com a fome, em troca de uma vitória militar. Uma atitude autoritária, desumana e tenebrosamente perigosa.
5-O que aconteceu em seguida era inevitável, o povo desmaiava de fome, mas não quebravam o jejum forçado. Jônatas, que nem sabia do voto, ao encontrar um manancial de mel usou a ponta da vara que tinha na mão e comeu. Logo foi repreendido por um soldado amedrontado com a maldição de Saul. Mesmo assim, Jônatas não acatou a ordem do rei, reconhecia que a atitude de Saul era não só desnecessária, mas reduzia as forças do povo na peleja tornando-se numa ameaça ao próprio exército. E, como um abismo chama outro abismo, quando caiu a tarde e o povo foi liberado por Saul para comer, lançaram-se aos despojos como predador faminto comendo a carne dos animais abatidos com sangue e tudo! Um pecado deplorável, principalmente naquela época.
6-A atitude egoísta de Saul foi mais que um erro, foi um abuso de autoridade. Há abuso de autoridade sempre que alguém investido desta usa-a para servir a seus próprios interesses. Toda vez que a reputação pessoal é colocada acima do bem coletivo. Toda vez que os laços afetivos ganham primazia em relação a competência. Quando há apadrinhamento, tráfico de influências, desvio de funções, nepotismo ou assédio moral. Quando alguém confunde o patrimônio da coletividade com o seu, quando utiliza bens e recursos públicos para seus deleites ou quando age em benefício de outrem com prejuízo ao bem comum.
7-Essa é uma palavra para líderes. Você sabe quem é, mas seus liderados o imaginam de acordo com suas expectativas. Para o povo você não é você. É uma idealização que de você fizeram. Pastor, quando o povo olha para você eles veem um ser acima de qualquer suspeita, a voz de Deus na terra. Ministros, a igreja vê em vocês o plano perfeito de Deus para um homem e uma família. Líderes, para seus liderados, vocês são o exemplo a ser seguido. Isso é um fenômeno que ocorre naturalmente no meio social de quem transpira autoridade.
8-É justamente aqui que mora o perigo. Autoridade é poder, mas poder delegado. Só tem autoridade quem está abaixo de autoridade. Quem se submete a retransmitir a autoridade que recebeu de cima nas limitações de quem o delegou. E na obra do Senhor toda a autoridade emana do trono de Deus. Autoridade é mordomia, é servir de exemplo não distribuir ordens, é dispensação não domínio. É liderar pela influência positiva, não pela imposição de ideias. É respeito, não é tirania e muito menos autocracia.
9-É por isso que o apóstolo Pedro ao instruir os presbíteros, a liderança da igreja nos legou a imortal frase: “Apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, … , nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho.” (IPedro 5.2,3)
10-Há abuso de autoridade toda vez que o irmão se utiliza do púlpito para atacar quem não concorda com sua opinião ou estilo. Quando o dirigente decide quem ministra no culto pela afinidade pessoal. Quando o pastor ignora seu ministério e impõe suas decisões a igreja. Quando o ministério decide a titularidade dos cargos pelos laços afetivos e não pela vocação ou capacidade dos nomeados. Quando o líder usa o voto de minerva para legislar em causa própria. Quando alguém se utiliza da Palavra de Deus para enriquecimento próprio. Quando alguém usa charlatanismo, manipulação coletiva, chantagem emocional ou sensacionalismo para conseguir apoio a sua causa. Quando o mensageiro não vive o que prega, mas impõe ao povo uma carga que ele mesmo não quer carregar. Quando alguém se considera imune a críticas e não aceita admoestações.
11-Recebemos de Deus autoridade. Temos autoridade, somos autoridade. Somos mordomos e prestaremos conta diante de Deus dessa mordomia. Deus não tolera abusos e desusos da autoridade por ele delegada. Somos o exemplo a ser seguido. Ou seremos um bom exemplo ou um mau exemplo, mas sempre seremos o exemplo. O povo sempre verá em nós a imagem do embaixador de Deus na terra. Tenhamos essa convicção em temor e tremor. Façamos bom uso dessa autoridade com reverência, com integridade, com sabedoria, com bom senso, com mãos santas e coração puro. De atitudes egoístas e abusivas, como a de Saul, o mundo já está cheio, a nós resta fazer a diferença. Afinal, as ovelhas são do Senhor e por elas Ele deu Sua Vida!!
21- Capítulo 15
O pecado de Saul: Arrogância e Rebeldia
1-Saul era rei de Israel, ungido pelo profeta Samuel, escolhido por Deus para essa função. Uma função honrosa e de grande responsabilidade, afinal não era uma liderança qualquer, era a liderança sobre o POVO DE DEUS, a nação escolhida para ser chamada assim pelo próprio Altíssimo. Uma linhagem que Ele separou e na qual podemos perceber sua ação desde a criação do homem em Adão, até o nascimento de Jesus, pelo qual, todas as famílias da Terra são benditas hoje.
2-Fora da linhagem escolhida por Deus, a humanidade se multiplicou em várias outras, e muitas destas se opondo aquela. Amaleque era neto de Esaú (Gn 36.12), que estava fora da geração escolhida por Deus, que seguiu através de Jacó (que teve seu nome mudado para Israel). O povo gerado por Amaleque, os amalequitas, constantemente se opunham aos Israelitas e se levantaram contra eles na travessia do deserto quando saíram do Egito rumo Canaã (V. 2).
3-Diante dessa inimizade, através do profeta Samuel, Deus dá ordens claras e expressas a Saul: destruir os amalequitas totalmente. Não deveria sobrar homens, mulheres, crianças, animais ou qualquer objeto. (I Sm 15.3).
4-Saul sai ao encalço dos amalequitas e destrói todo esse povo, mas poupa o rei Agague e o leva cativo. Destrói tudo que, aos seus olhos, era mal, vil e desprezível, porém poupa parte do que os amalequitas tinham de melhor: ovelhas, bois, animais gordos e cordeiros. (Gn 15.7-9)
5-A Palavra de Deus volta a Saul e Samuel pergunta: Por que te lançaste ao despojo e fizeste o que era mau aos olhos do Senhor? (v 17-19) Qual seria o pecado de Saul? A resposta simples é: Desobediência. Porém, depois de analisar o texto, e olhando a condenação proferida por Samuel, podemos ver que é mais que isso. A desobediência é apenas a manifestação, a exteriorização do mal que se escondia no interior do coração de Saul.
6-Vejamos o que o texto diz: “Samuel, porém, respondeu: Acaso tem o Senhor tanto prazer em holocaustos e em sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? A obediência é melhor do que o sacrifício, e a submissão é melhor do que a gordura de carneiros. Pois a rebeldia é como o pecado da feitiçaria, e a arrogância como o mal da idolatria. Assim como você rejeitou a palavra do Senhor, ele o rejeitou como rei”.
Podemos identificar duas causas para a desobediência de Saul.
1)Arrogância e idolatria. Que relação há entre a arrogância e a idolatria? Saul era orgulhoso, arrogante. Ele queria a glória para ele mesmo, queria ver seu nome exaltado, então para ele, isso valia mais que fazer a vontade de Deus. Ele acabava usando o nome de Deus para que o seu recebesse a glória. Aí vemos a idolatria, ele idolatrava ao seu próprio nome, esse era o deus a quem ele escolheu servir, o próprio Saul. Como podemos comprovar isso?
- Saul levanta um monumento em sua própria homenagem (v.12).
- Ele teve medo do povo (v24), não foi ousado para falar ao povo o que ele precisava ouvir e cedeu as suas vontades. Mas o que o povo poderia fazer para ele temer? Seu verdadeiro medo poderia simplesmente o de ter a sua popularidade comprometida. Talvez o mais importante para ele fosse estar nas graças do povo, ver seu nome sendo exaltado e aclamado.
- Saul nega sua culpa, ele tenta colocar sua visão mesmo diante de um questionamento e de ordens tão claras. Ele no seu íntimo, sabe que fez o que era mau, porém não admite suas atitudes e intensões. Ao contrário de Davi que honra a Deus pedindo que suas palavras sejam verdadeiras e sua boca não ultrapasse aquilo que está em seu coração (Sl 17), as palavras de Saul são mentirosas e sua mente pecaminosa justifica seu erro (v. 20-21). O motivo que faz Saul admitir seu erro, é o medo da condenação. Quando ele vê que suas falsas justificativas não são suficientes, ele admite o erro (v.22-25). Porém, o temor dele não é da ira de Deus ou de descumprir as ordenanças do Altíssimo, seu medo é de perder sua posição de destaque e honra. Ele inicialmente solicita que Samuel volte com ele para adorar a Deus (v.25-26), porém aquando Samuel nega seu pedido, seus reais motivos aparecem. Ele quer manter sua posição e precisa que Samuel avalize isso diante do povo e dos anciãos (v. 30).
Quantos líderes se levantam com esse orgulho no coração? Querem ter seus ministérios conhecidos, divulgados na mídia. Não simplesmente para proclamar o nome de Deus e ganhar almas, mas usando a proclamação para exaltar seus nomes. Quantas vezes não brigamos na igreja, tomamos posições, atitudes radicais, mas quando olhamos sinceramente para o nosso interior, o que verdadeiramente nos motiva é nosso coração? Quantas obras são praticadas, em nome de Deus, programações são organizadas, cultos são realizados, mas no cerne, o objetivo é o nosso prazer, é cultuar o próprio homem? Não somos arrogantes e idólatras como Saul?
2)Rebeldia e feitiçaria. A palavra de Deus era dada diretamente da boca dos profetas, quando Saul rejeitou a palavra de Samuel, ele rejeitou a própria palavra de Deus, ele rejeitou o próprio Deus. Sua rebeldia não era contra Samuel, mas contra Deus em sua palavra manifesta por meio dele.
A princípio poderia pensar que Saul acreditasse sinceramente fazer a vontade de Deus. Ao ser questionado por Samuel ele fala – “executei as palavras do Senhor” (v13). A consciência talvez não o acusasse de ter agido de forma “ligeiramente” diferente da solicitada e pensasse que Deus se alegraria de poder tirar proveito daquilo que parecia útil aos olhos de Saul. Saul raciocina que, se tudo iria ser destruído, porque não aproveitar para ser sacrificado a Deus. Para ele, talvez fosse uma grande honraria usar do melhor que o povo opositor tinha para glorificar ao Deus que eles combatiam. Seria uma grande humilhação a esse povo, e isso tudo presenciado pelo rei deles, argumentaria Saul (v15, 21). Mas a falta de arrependimento legítimo, sendo sua culpabilidade só admitida ao ver seu poder sendo ameaçado, desmerece qualquer intensão, pois ele se volta para a manutenção do seu status, o que lhe importa é não ser rejeitado como rei. Além disso, mesmo tenha tido intensões verdadeiras, isso não anula o fato de ter desobedecido. E essa rebeldia contra a vontade de Deus o condena.
Outro ponto é que Saul só se refere a Deus como o Deus de Samuel, ele repetidamente diz: teu Deus. Parece que Saul não tinha o Senhor como senhorio da sua vida.
Mas qual a relação com a feitiçaria? Veja em Êxodo um exemplo do que os feiticeiros são capazes de fazer: “Disse o Senhor a Moisés e a Arão: “Quando o faraó lhes pedir que façam algum milagre, diga a Arão que tome a sua vara e jogue- a diante do faraó; e ela se transformará numa serpente”. Moisés e Arão dirigiram- se ao faraó e fizeram como o Senhor tinha ordenado. Arão jogou a vara diante do faraó e seus conselheiros, e ela se transformou em serpente. O faraó, porém, mandou chamar os sábios e feiticeiros; e também os magos do Egito fizeram a mesma coisa por meio das suas ciências ocultas. Cada um deles jogou ao chão uma vara, e estas se transformaram em serpentes. Mas a vara de Arão engoliu as varas deles. Contudo, o coração do faraó se endureceu e ele não quis dar ouvidos a Moisés e a Arão, como o Senhor tinha dito” (NVI). Vejam, não os sinais que eles puderam fazer, mas o resultado: o coração de faraó se endureceu. Faraó ouviu a palavra de Deus trazida por Moisés, mas os feiticeiros banalizaram essa palavra. Através de suas artimanhas, eles transmitiram a Faraó a ideia de que aquela mensagem não era importante, mesmo que Moisés e Arão fizessem aquele sinal, eles fizeram algo parecido, então aos olhos de Faraó, aquela palavra perdeu seu significado. Saul se fez como os feiticeiros de faraó, tirou o valor da Palavra de Deus.
Quantas vezes não desprezamos o conhecimento da Palavra de Deus e pouco nos importamos com qual é a verdadeira vontade de Deus? Conseguindo uma igreja cheia, obtendo os resultados esperados, não importa qual é a mensagem, não importa se nossa doutrina é sã. Achamos que Deus se importa mais com os resultados do que com a obediência a sua palavra. Para nós, muitas vezes não importa o caminho ou a forma; se é em nome de Deus, se os números forem positivos, a prática foi justificada.
Estejamos atentos para ouvir a Palavra de Deus rejeitando qualquer mensagem diferente (Gl. 6.1-9). Samuel transmitiu a voz de Deus a Saul, hoje nós temos a Bíblia para nos orientar. Mas não basta só isso. Saul ouviu, mas desprezou seguir o que a Palavra indicava. Cumpra o que a Bíblia diz. “Tornai- vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.” (Tg 1.22). Não confiemos em nossos pensamentos e lógica, coloque-os debaixo do crivo da Palavra. “Assim, eu lhes digo, e no Senhor insisto, que não vivam mais como os gentios, que vivem na inutilidade dos seus pensamentos. Eles estão obscurecidos no entendimento e separados da vida de Deus por causa da ignorância em que estão, devido ao endurecimento do seu coração”. Não confie em seu coração ou intensões. “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (Jr 17.9). Peça a Deus que te ajude a conhecer quem você é: “ver se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno” (Sl 139.24). Que realizar a vontade de Deus e glorificar o seu nome sejam os verdadeiros motivos do nosso viver.
E, há que se constatar, que NÃO PODEMOS OFERTAR A DEUS NADA QUE PROVÊM DA CARNE. NEM MESMO AQUILO QUE IMAGINAMOS SER “A PARTE BOA”; “o melhor das ovelhas, dos bois e etc…”. Um elemento claro nas Escrituras que referenda explicitamente, isto é, que na Oferta de Manjares (que fala da natureza humana) duas coisas eram proibidas de serem ofertadas: fermento e mel. O fermento, como sabemos, é uma figura clara do pecado nas Escrituras. Mas e o mel? O mel tipifica a doçura humana, natural. Ela não pode ser ofertada a Deus. E detalhe: ambas estão sujeitas à fermentação: o mel e o próprio fermento, são claro!
Deus falou ao seu povo quando pediram um rei: “Se vocês temerem, servirem e obedecerem ao Senhor, e não se rebelarem contra suas ordens, e, se vocês e o rei que reinar sobre vocês seguirem o Senhor, o seu Deus, tudo lhes irá bem! Todavia, se vocês desobedecerem ao Senhor e se rebelarem contra o seu mandamento, sua mão se oporá a vocês da mesma forma como se opôs aos seus antepassados” (I Sm 12.14-25). Saul não cumpriu as ordenanças e foi destituído.
O Que São Ídolos Do Lar Ou Terafins? – I Sm 15:23
Terafins são mostrados na Bíblia com três designações, conforme as traduções Almeida Revista e Atualizada, Almeida Revista e Corrigida e Nova Tradução na Linguagem de Hoje, porém todas com o mesmo significado, diferente apenas na literalidade;
Na tradução de Almeida Revista e Atualizada é mostrado como “ídolos do lar” ou deuses estranhos;
Na tradução de Almeida Revista e Corrigida é mostrado como “terafins” ou deuses estranhos;
Almeida Revista e Atualizada
Gênesis
31.19 -Tendo ido Labão fazer a tosquia das ovelhas, Raquel furtou os ídolos do lar que pertenciam a seu pai.
31.34 -Ora, Raquel havia tomado os ídolos do lar, e os pusera na sela de um camelo, e estava assentada sobre eles; apalpou Labão toda a tenda e não os achou.
31.35 -Então, disse ela a seu pai: Não te agastes, meu senhor, por não poder eu levantar-me na tua presença; pois me acho com as regras das mulheres. Ele procurou, contudo não achou os ídolos do lar.
Gênesis
35.2 -Então, disse Jacó à sua família e a todos os que com ele estavam: Lançai fora os deuses estranhos que há no vosso meio, purificai-vos e mudai as vossas vestes;
Preste atenção que Labão estava procurando os seus Ídolos do Lar que Raquel havia furtado e que Jacó chama de deuses estranhos;
Juízes
17.5 -E, assim, este homem, Mica, veio a ter uma casa de deuses; fez uma estola sacerdotal e ídolos do lar e consagrou a um de seus filhos, para que lhe fosse por sacerdote.
18.14 -Os cinco homens que foram espiar a terra de Laís disseram a seus irmãos: Sabeis vós que, naquelas casas, há uma estola sacerdotal, e ídolos do lar, e uma imagem de escultura, e uma de fundição? Vede, pois, o que haveis de fazer.
18.17 -Porém, subindo os cinco homens que foram espiar a terra, entraram e apanharam a imagem de escultura, a estola sacerdotal, os ídolos do lar e a imagem de fundição, ficando o sacerdote em pé à entrada da porta, com os seiscentos homens que estavam armados com as armas de guerra.
18.18 -Entrando eles, pois, na casa de Mica e tomando a imagem de escultura, a estola sacerdotal, os ídolos do lar e a imagem de fundição, disse-lhes o sacerdote: Que estais fazendo?
18.20 -Então, se alegrou o coração do sacerdote, tomou a estola sacerdotal, os ídolos do lar e a imagem de escultura e entrou no meio do povo.
Preste atenção, que apesar de Jacó em Gênesis ter mandado destruir os Ídolos do Lar, em Juízes eles continuavam sendo motivo de adoração;
I Samuel
15.23 -Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e a obstinação é como a idolatria e culto a ídolos do lar. Visto que rejeitaste a palavra do SENHOR, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei.
Preste atenção como a Idolatria continuou…
II Reis
23.24 -Aboliu também Josias os médiuns, os feiticeiros, os ídolos do lar, os ídolos e todas as abominações que se viam na terra de Judá e em Jerusalém, para cumprir as palavras da lei, que estavam escritas no livro que o sacerdote Hilquias achara na Casa do SENHOR.
Ezequiel
21.21 -Porque o rei da Babilônia para na encruzilhada, na entrada dos dois caminhos, para consultar os oráculos: sacode as flechas, interroga os ídolos do lar, examina o fígado.
Oséias
3.4 -Porque os filhos de Israel ficarão por muitos dias sem rei, sem príncipe, sem sacrifício, sem coluna, sem estola sacerdotal ou ídolos do lar.
Zacarias
10.2 -Porque os ídolos do lar falam coisas vãs, e os adivinhos veem mentiras, contam sonhos enganadores e oferecem consolações vazias; por isso, anda o povo como ovelhas, aflito, porque não há pastor.
Almeida Revista e Corrigida
Gênesis
35.2 -Então, disse Jacó à sua família e a todos os que com ele estavam: Tirai os deuses estranhos que há no meio de vós, e purificai-vos, e mudai as vossas vestes.
35.4 -Então, deram a Jacó todos os deuses estranhos que tinham em suas mãos e as arrecadas que estavam em suas orelhas; e Jacó os escondeu debaixo do carvalho que está junto a Siquém.
Preste atenção que deuses estranhos ou Ídolos do Lar é o mesmo que Terafins, porém a partir de Juízes passaram a se chamar terafins;
Juízes
17.5 -E tinha este homem, Mica, uma casa de deuses, e fez um éfode e terafins, e consagrou a um de seus filhos, para que lhe fosse por sacerdote.
18.14 -Então, responderam os cinco homens que foram espiar a terra de Laís e disseram a seus irmãos: Sabeis vós também que naquelas casas há um éfode, e terafins, e uma imagem de escultura, e uma de fundição. Vede, pois, agora, o que haveis de fazer.
18.17 -Porém, subindo os cinco homens, que foram espiar a terra, entraram nela, e tomaram a imagem de escultura, e o éfode, e os terafins, e a imagem de fundição, ficando o sacerdote em pé à entrada da porta, com os seiscentos homens que estavam armados com as armas de guerra.
18.18 -Entrando eles, pois, em casa de Mica e tomando a imagem de escultura, e o éfode, e os terafins, e a imagem de fundição, disse-lhes o sacerdote: Que estais fazendo?
18.20 -Então, alegrou-se o coração do sacerdote, e tomou o éfode, e os terafins, e a imagem de escultura, e entrou no meio do povo.
II Reis
23.24 -E também os adivinhos, e os feiticeiros, e os terafins, e os ídolos, e todas as abominações que se viam na terra de Judá e em Jerusalém, os extirpou Josias, para confirmar as palavras da lei, que estavam escritas no livro que o sacerdote Hilquias achara na Casa do SENHOR.
Ezequiel
21.21- Porque o rei de Babilônia parará na encruzilhada, no cimo dos dois caminhos para fazer adivinhações; aguçará as suas flechas, consultará os terafins, atentando nas entranhas.
Oséias
3.4 -Porque os filhos de Israel ficarão por muitos dias sem rei, e sem príncipe, e sem sacrifício, e sem estátua, e sem éfode ou terafins.
Zacarias
10:2 -Porque os terafins têm falado vaidade, e os adivinhos têm visto mentira e descrito sonhos vãos; com vaidade consolam; por isso, vão como ovelhas, estão aflitos, porque não há pastor.
Origem Dos Terafins
Diante da importância sobre o Assunto e buscando conhecimento, entendimento e pedindo a Deus discernimento chegamos a uma possível interpretação desse termo.
Terá era pai de Abraão que viveu na terra dos Caldeus, e numa cidade de nome UR, conforme Gênesis 11: 31:
Almeida Revista e Atualizada
Gênesis
11.31 -Tomou Terá a Abrão, seu filho, e a Ló, filho de Harã, filho de seu filho, e a Sarai, sua nora, mulher de seu filho Abrão, e saiu com eles de Ur dos caldeus, para ir à terra de Canaã; foram até Harã, onde ficaram.
Terá como todos os habitantes daquela Região, incluindo a cidade de Harã, eram IDÓLATRAS, conforme nos mostram a História daqueles Povos, e a Bíblia não deixam dúvidas conforme Josué 24: 2:
Almeida Revista e Atualizada
Josué
24.2 -Então, Josué disse a todo o povo: Assim diz o SENHOR, Deus de Israel: Antigamente, vossos pais, Terá, pai de Abraão e de Naor, habitaram dalém do Eufrates e serviram a outros deuses.
Preste atenção: Terá era um idólatra;
A Ordem De Deus Para Abraão – Sair De Harã
Almeida Revista e Atualizada
Gênesis
12.1 -Ora, disse o SENHOR a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei;
Tudo indica que a Ordem de Deus para Abraão sair daquela terra, da parentela e da casa de seu pai teve por motivo a Idolatria;
Abraão precisava ficar livre da influência dos ídolos do lare demais deuses que a casa de seu pai e parentes cultuavam;
Deus precisava conceder experiências espirituais a Abraão para futuramente fazer uma Aliança com ele, conforme aconteceu em Gênesis 22: 1 a 24; A Idolatria era um dos principais empecilho e por isso a Ordem conforme Gênesis 12: 1;
A Origem Dos Terafins – Ídolos Do Lar
Nessa parte do Estudo em questão, quero chamar à atenção para o aspecto tradicional que acompanhou e influenciou toda a Genealogia de Terá, pai de Abraão e Naor, e ao que tudo indica deu sentido a designação de terafins – Ídolos do Lar:
Terá gerou a Naor e a Abraão (Gênesis 11: 26)
Naor gerou a Betuel (Gênesis 24: 15)
Betuel gerou a Labão, irmão de Rebeca que casou com Isaque, filho de Abraão;
Labão gerou a Raquel que roubou os terafins de seu pai quando casada com Jacó que fugiu de Labão, conforme Gênesis 31: 19:
Gênesis
31.19 -Tendo ido Labão fazer a tosquia das ovelhas, Raquel furtou os ídolos do lar que pertenciam a seu pai.
Preste atenção que Abraão gerou a Isaque que gerou a Jacó que casou com Raquel;
Preste mais atenção ainda que Jacó era da linhagem de Abraão.
Abraão tinha abandonado a idólatra;
Preste mais atenção ainda que Raquel era da linhagem de Naor, que era idólatra;
Naor continuou idólatra por ter sido criado na Região de Padã-Arã, espécie de distrito de Harã;
Preste atenção que Naor era irmão de Abraão, filhos de Terá;
Preste atenção que quando Terá saiu de Ur para Harã não levou Naor (Gênesis 11: 31);
Os Terafins – Ídolos Do Lar – E Sua Importância.
Segundo a tradição daquela Época Idólatra, quem tivesse a posse dos Ídolos do Lar, da Família, garantiriam para si ou para os filhos a herança da Família; Os Ídolos do Lar eram uma espécie de Testamento;
Preste Atenção no meu entendimento a respeito de Terá, ter sido o sentido da designação de terafim como Ídolo do Lar;
Teraphim em Hebráico.
Os Ídolos do Lar que Raquel roubou de seu pai certamente eram pequenos o suficiente para que ela pudesse esconder debaixo da sela onde colocou e ficou assentada (Gênesis 31: 34 e 35);
Gênesis
31.34 -Ora, Raquel havia tomado os ídolos do lar, e os pusera na sela de um camelo, e estava assentada sobre eles; apalpou Labão toda a tenda e não os achou.
31.35 -Então, disse ela a seu pai: Não te agastes, meu senhor, por não poder eu levantar-me na tua presença; pois me acho com as regras das mulheres. Ele procurou, contudo não achou os ídolos do lar.
PENSE NISSO:
Não bastam apenas destruir os Ídolos, é necessário apagá-los da memória;
Jacó viveu em Padã-Arã, Região Idólatra, cerca de 20 anos, servindo a Labão, onde constituiu grande parte de toda a sua Família;
Os Objetos foram destruídos, mas os espíritos malignos que sobre os Objetos agiam continuaram influenciando os seus descendentes;
Prova disso, é que as referências Bíblicas estão mostrando como o “Estrategista do Mal” continuou suas ações através dos terafins na História do Povo de Israel;
O mais desalentador é que o “Estrategista do Mal” continuou suas Ações na História da Igreja de Cristo”, através dos terafins – Ídolos do Lar;
Hoje, os terafins estão presente nas mais diferentes formas, em Lares, Estabelecimentos, Instituições Públicas e Privadas, em Geral;
Terafins agem sutilmente quando conseguem possuir a mente de uma pessoa;
Durante todos esses anos como Servo do Senhor e observando diversas situações de pessoas sutilmente possessas de espírito maligno não conseguia uma explicação para o fenômeno;
Quem São E Como Agem Os Terafins
Terafim não é um único anjo e sim uma Classe de Anjos malignos, porém de uma categoria elevada de inteligência, que acompanharam Lúcifer em sua Queda conforme Ezequiel 28: 16;
Terafins atuam através das Heresias, de imagens de escultura e “objetos ungidos” enganando os que os veneram com falsos milagres, Dessa forma, os terafins, por serem espíritos caídos, porém inteligentes, desenvolveram ao longo da História do Homem, a partir da Queda de Adão, diversas estratégias para enganar quanto ao aspecto da Religiosidade;
Ação Dos Terafins No Povo De Israel
Imagens, mas não de uma deidade particular, que foram usadas nos lares e por indivíduos, e que variaram em tamanho:
- eram pequenas o suficiente para serem facilmente levadas em mudanças e escondidas nas selas de um camelo (Gn 31.19, 30, 34)
- ou grandes o bastante para poderem representar um homem (I Sm 19.13).
Eram provavelmente considerados como amuletos de boa sorte. Eram consultados com respeito à prudência de ações propostas (Ez 21.20, 21; Zc 10.2).
A palavra Terafim, como palavra habitual para Deus, é plural na forma, mas pode ser singular em seu significado (I Sm 19. 13). Terafins eram empregados na Babilônia (Ez 21.21).
- Labão utilizou-os em Harã, e sua filha Rachel roubou-os e levou-os consigo para Canaã (Gn 31. 19, 34). Isso se passou sem o conhecimento de Jacó (32). Quando alcançou Siquém, ele demandou a rendição de todos os deuses estranhos que os membros de sua companhia haviam trazido com eles, e removeu-os de suas pessoas (35.2-4).
- Nos dias dos Juízes, Micas, de Efraim, tinha um santuário privado, com sacerdote, éfode e terafins (Jz 17.5), e eventualmente uma imagem de fundição esculpida (18.14), por meio da qual provavelmente o Senhor era consultado (18. 4, 5, 6). Todos esses ídolos levaram os danitas para seu próprio uso (17-20).
- Samuel, o profeta, classificou terafim como bruxaria e rebelião (I Sm 15.23); não obstante, existia um na casa de David, que pertencia indubitavelmente à sua esposa (19.13).
- O terafim figurou largamente na religião corrupta dos Israelitas do norte (Os 3. 4).
- Terafins e outros ídolos eram condenados como abominações, e foram destruídos por Josias em seu trabalho de reforma (II Rs 23. 24); mas eles ainda acharam favor numa parte de pessoas depois do exílio (Zc 10.2)
Conclusão
Possivelmente os terafins receberam esse nome na literatura bíblica por causa dos ídolos do Lar que Terá, Pai de Abraão cultuava;
Tudo indica que as manifestações sempre sutis, porém enganosas, dos terafins, deram espaço para uma Religiosidade. Essa Religiosidade era praticada por outros Povos da antiguidade, como os Romanos, como nos mostra a História;
Certamente essa Religiosidade se propagou através dos Povos da Antiguidade;
Todos os seres malignos precisam ser combatidos a partir da Oração e Jejum, conforme nos ensinou Jesus em Marcos 9: 29.
Uma terceira “Arma” contra os terafins é a perfeita Adoração;
O Episódio em que o Rei Saul se encontrava possuído por um espírito maligno e que Davi com sua perfeita Adoração fazia com que o espírito saísse, através da Adoração, não deixam dúvidas tratar-se de um bom exemplo de combate em relação aos terafins:
1º Samuel
16.23 -E sucedia que, quando o espírito maligno, da parte de Deus, vinha sobre Saul, Davi tomava a harpa e a dedilhava; então, Saul sentia alívio e se achava melhor, e o espírito maligno se retirava dele.
Da parte de Deus = bem entendido, permitido por Deus;
Conclusão Final
Os terafins são uma realidade que precisam ser identificados e expulsos de VIDAS, de Lares, e demais locais onde se expõem imagens religiosas, SEUS PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DE AÇÃO;
Por serem espíritos que agem, principalmente na Área da Religiosidade, onde se praticam reuniões religiosas com Heresias, Joio, imagens de deuses e “objetos ungidos” sua ação é notória e enganosa;
Um Propósito Sistemático de Oração, Jejum e Adoração são as bases para se defender de todas as astutas ciladas do “Estrategista do Mal”.
Retornando ao estudo de I Samuel, capítulo 15:
15.22 — O obedecer é melhor do que o sacrificar. Samuel enfatizou que a sinceridade e a obediência eram pré-requisitos para uma adoração que agradava a Deus. Há aqueles que usam esse e outros versículos para argumentar que Deus nunca pretendeu que a adoração, em forma de sacrifícios, fosse usada para honrá-lo. Porém, tais versículos não anulam a adoração feita dessa forma; eles apontam para o cerne da questão: a importância da integridade de coração daquele que vem adorar o Deus vivo.
15.23 — As ações independentes e rebeldes de Saul foram, não somente uma negação da autoridade de Deus, como um reconhecimento do poder sobrenatural de Satanás por meio da feitiçaria.
Feitiçaria (hb. qesem) era condenada pela Lei (Lv 19.26,31; Dt 18.9-14) e punida com a morte (Êx 22.18). A desobediência ostensiva de Saul foi essencialmente um ato de idolatria porque elevava a sua vontade acima da vontade de Deus.
Ele também te rejeitou a ti. Saul não conseguiu entender que ele não era um líder soberano e independente como os outros monarcas. Em vez disso, era um agente e um representante do Rei Divino.
A rejeição de Saul à Palavra de Deus resultou na rejeição de Saul como representante real de Deus.
15.24,25 — Pequei. Em resposta à repreensão de Samuel, Saul confessou seu pecado e explicou: Temi o povo e dei ouvidos à sua voz. Saul conduziu o povo atendendo aos desejos do povo. É significativo notar que no versículo 09 a palavra é clara de que “Saul e o povo…” pouparam a Agague. Logo, atribuir isso somente ao povo foi, da parte de Saul, a repetição da transferência de culpa, característica dos filhos de Adão.
15.26,27 — Não tornarei contigo; porquanto rejeitaste a palavra do Senhor, já te rejeitou o Senhor, para que não sejas rei sobre Israel. As palavras de Samuel devem ter sido muito dolorosas para Saul. O rei havia desobedecido a Deus, e, de uma vez por todas, não haveria mais oportunidade para ele.
15.28 — O rasgo “acidental” da orla do manto de Samuel (v. 27), ocasionado por Saul, quando o profeta se virava para sair, serviu como sinal de que Deus havia rasgado o reino de Israel. Incidente semelhante está registrado em I Reis 11.30. O teu próximo que iria receber o reino era Davi (1 Sm 16.11-13).
Parênteses Explicativo:
As Vestes Rasgadas
Por que as Pessoas na Bíblia Rasgavam as Vestes?
Na leitura da Bíblia é comum encontrar versículos que dizem que alguém rasgou as suas vestes. Qual o significado desse costume? O que podemos aprender para os dias de hoje?
A prática de rasgar as roupas, nas culturas orientais, mostrava emoções fortes, geralmente angústia, tristeza ou remorso. Podemos observar estes sentimentos nos contextos de vários trechos que falam desse ato.
1- Quando um mensageiro foi falar para Eli que a arca da aliança foi perdida e os filhos do sacerdote, mortos, ele chegou com suas vestes rasgadas (I Samuel 4:12).
2- Quando Davi ouviu a notícia que Absalão havia matado os outros filhos do rei (embora tivesse morrido somente Amnon), ele e as pessoas que estavam com ele rasgaram as roupas (II Samuel 13:31).
3- Quando os oficiais do governo de Judá ficaram perturbados com as ameaças dos assírios, foram ao rei com suas vestes rasgadas (II Reis 18:37).
4- O sumo sacerdote mostrou ultraje quando Jesus afirmou a sua divindade, rasgando as próprias roupas e acusando o Filho de Deus de blasfêmia (Mateus 26:65).
5- Josias percebeu que o povo não estava obedecendo ao Senhor e rasgou suas vestes como sinal de angústia e de remorso. Deus aceitou este comportamento como sinal de seu arrependimento e ouviu sua oração (II Reis 22:11,18-20).
6- O mesmo ato por Esdras mostrou seus sentimentos de vergonha e remorso quando soube do pecado do povo em fazer casamentos com os povos pagãos. Ele foi orar a Deus com as vestes rasgadas (Esdras 9).
É especialmente nesses últimos casos citados, que encontramos uma lição importante. Deus não olha para as roupas rasgadas, embora tenham refletido os sentimentos das pessoas angustiadas e arrependidas.
Em um livro que avisa bastante sobre a vinda de castigo divino, Deus falou o que ele realmente quer dos pecadores: “Ainda assim, agora mesmo, diz o Senhor: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, com choro e com pranto. Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao Senhor, vosso Deus…” (Joel 2:12-13).
Hoje, não temos o costume de rasgar as nossas roupas, mas devemos chegar a Deus com corações quebrantados e arrependidos!
O Manto – Citações Bíblicas
Nas Vestes do Sumo Sacerdote – Deuteronômio:
“Não te vestirás de estofos de lã e linho juntamente. Farás borlas nos quatro cantos do manto com que te cobrires.” (Dt 22:11-12)
Como Penhor em relações Comerciais Israel – Deuteronômio:
“Se emprestares alguma coisa ao teu próximo, não entrarás em sua casa para lhe tirar o penhor. Ficarás do lado de fora, e o homem, a quem emprestaste, aí te trará o penhor. Porém, se for homem pobre, não usarás de noite o seu penhor; em se pondo o sol, restituir-lhe-ás, sem falta, o penhor para que durma no seu manto e te abençoe; isto te será justiça diante do SENHOR, teu Deus.” (Dt 24:10-13)
Como Cobertura e Provisão – Rute:
“Ora, é muito verdade que eu sou resgatador; mas ainda outro resgatador há mais chegado do que eu. Fica-te aqui esta noite, e será que, pela manhã, se ele te quiser resgatar, bem estar, que te resgate; porém, se não lhe apraz resgatar-te, eu o farei, tão certo como vive o SENHOR; deita-te aqui até à manhã. Ficou-se, pois, deitada a seus pés até pela manhã e levantou-se antes que pudessem conhecer um ao outro; porque ele disse: Não se saiba que veio mulher à eira. Disse mais: Dá-me o manto que tens sobre ti e segura-o. Ela o segurou, ele o encheu com seis medidas de cevada e lho pôs às costas; então, entrou ela na cidade.” (Rt 3:12-15)
Representando a Quebra de Autoridade – I Samuel
“Então, disse Saul a Samuel: Pequei, pois transgredi o mandamento do SENHOR e as tuas palavras; porque temi o povo e dei ouvidos à sua voz. Agora, pois, te rogo, perdoa-me o meu pecado e volta comigo, para que adore o SENHOR. Porém Samuel disse a Saul: Não tornarei contigo; visto que rejeitaste a palavra do SENHOR, já ele te rejeitou a ti, para que não sejas rei sobre Israel. Virando-se Samuel para se ir, Saul o segurou pela orla do manto, e este se rasgou. Então, Samuel lhe disse: O SENHOR rasgou, hoje, de ti o reino de Israel e o deu ao teu próximo, que é melhor do que tu.” (I Sm 15:24-28)
Como manifestação de reverência a Autoridade do Ungido do Senhor – I Samuel:
“Disse Davi a Saul: Por que dás tu ouvidos às palavras dos homens que dizem: Davi procura fazer-te mal? Os teus próprios olhos viram, hoje, que o SENHOR te pôs em minhas mãos nesta caverna, e alguns disseram que eu te matasse; porém a minha mão te poupou; porque disse: Não estenderei a mão contra o meu senhor, pois é o ungido de Deus. Olha, pois, meu pai, vê aqui a orla do teu manto na minha mão. No fato de haver eu cortado a orla do teu manto sem te matar, reconhece e vê que não há em mim nem mal nem rebeldia, e não pequei contra ti, ainda que andas à caça da minha vida para má tirares. Julgue o SENHOR entre mim e ti e vingue-me o SENHOR a teu respeito; porém a minha mão não será contra ti. Dos perversos procede a perversidade, diz o provérbio dos antigos; porém a minha mão não está contra ti. Após quem saiu o rei de Israel? A quem persegue? A um cão morto? A uma pulga? Seja o SENHOR o meu juiz, e julgue entre mim e ti, e veja, e pleiteie a minha causa, e me faça justiça, e me livre da tua mão. Tendo Davi acabado de falar a Saul todas estas palavras, disse Saul: É isto a tua voz, meu filho Davi? E chorou Saul em voz alta.” (I Sm 24:9-16)
Como sinal de Tristeza, de Vergonha, de Sofrimento – II Samuel:
“Seguiu Davi pela encosta das Oliveiras, subindo e chorando; tinha a cabeça coberta e caminhava descalço; todo o povo que ia com ele, de cabeça coberta, subiu chorando. Então, fizeram saber a Davi, dizendo: Aitofel está entre os que conspiram com Absalão. Pelo que disse Davi: Ó SENHOR, peço-te que transtornes em loucura o conselho de Aitofel. Ao chegar Davi ao cimo, onde se costuma adorar a Deus, eis que Husai, o arquita, veio encontrar-se com ele, de manto rasgado e terra sobre a cabeça.” (II Sm 15:30-32)
Como chamado de Deus para exercício de Autoridade I Reis:
“Partiu, pois, Elias dali e achou a Eliseu, filho de Safate, que andava lavrando com doze juntas de bois adiante dele; ele estava com a duodécima. Elias passou por ele e lançou o seu manto sobre ele. Então, deixou este os bois, correu após Elias e disse: Deixa-me beijar a meu pai e a minha mãe e, então, te seguirei. Elias respondeu-lhe: Vai e volta; pois já sabes o que fiz contigo.” (I Rs 19:19-20)
Como sinal de Autoridade para o exercício do Ministério – Elias/Eliseu:
“Então, Elias tomou o seu manto, enrolou-o e feriu as águas, as quais se dividiram para os dois lados; e passaram ambos em seco. Havendo eles passado, Elias disse a Eliseu: Pede-me o que queres que eu te faça, antes que seja tomado de ti. Disse Eliseu: Peço-te que me toque por herança porção dobrada do teu espírito. Tornou-lhe Elias: Dura coisa pediste. Todavia, se me vires quando for tomado de ti, assim se te fará; porém, se não me vires, não se fará. Indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho. O que vendo Eliseu, clamou: Meu pai, meu pai, carros de Israel e seus cavaleiros! E nunca mais o viu; e, tomando as suas vestes, rasgou-as em duas partes. Então, levantou o manto que Elias lhe deixara cair e, voltando-se, pôs-se à borda do Jordão. Tomou o manto que Elias lhe deixara cair, feriu as águas e disse: Onde está o SENHOR, Deus de Elias? Quando feriu ele as águas, elas se dividiram para um e outro lado, e Eliseu passou.” (II Rs 2:8-14)
Como manifestação de submissão à Autoridade – II Reis
“Então, se levantou Jeú e entrou na casa; o jovem derramou-lhe o azeite sobre a cabeça e lhe disse: Assim diz o SENHOR, Deus de Israel: Ungi-te rei sobre o povo do SENHOR, sobre Israel. Ferirás a casa de Acabe, teu senhor, para que eu vingue da mão de Jezabel o sangue de meus servos, os profetas, e o sangue de todos os servos do SENHOR. Toda a casa de Acabe perecerá; exterminarei de Acabe todos do sexo masculino, quer escravo, quer livre, em Israel. Porque farei à casa de Acabe como à casa de Jeroboão, filho de Nebate, e como à casa de Baasa, filho de Aías. Os cães devorarão Jezabel no campo de Jezreel; não haverá quem a enterre. Dito isto, abriu a porta e fugiu. Saindo Jeú aos servos de seu senhor, disseram-lhe: Vai tudo bem? Por que veio a ti este louco? Ele lhes respondeu: Bem conheceis esse homem e o seu falar. Mas eles disseram: É mentira; agora, faze-nos sabê-lo, te pedimos. Então, disse Jeú: Assim e assim me falou, a saber: Assim diz o SENHOR: Ungi-te rei sobre Israel. Então, se apressaram, e, tomando cada um o seu manto, os puseram debaixo dele, sobre os degraus, e tocaram a trombeta, e disseram: Jeú é rei!” (II Rs 9:6-13)
Como sinal do exercício de função sacerdotal – I Crônicas
“Foram Davi, e os anciãos de Israel, e os capitães de milhares, para fazerem subir, com alegria, a arca da Aliança do SENHOR, da casa de Obede-Edom. Tendo Deus ajudado os levitas que levavam a arca da Aliança do SENHOR, ofereceram em sacrifício sete novilhos e sete carneiros. Davi ia vestido de um manto de linho fino, como também todos os levitas que levavam a arca, e os cantores, e Quenanias, chefe dos que levavam a arca e dos cantores; Davi vestia também uma estola sacerdotal de linho. Assim, todo o Israel fez subir com júbilo a arca da Aliança do SENHOR, ao som de clarins, de trombetas e de címbalos, fazendo ressoar alaúdes e harpas.” (I Cr 15:25-28)
Como sinal de Tristeza, de Vergonha, de Sofrimento – Esdras:
“Acabadas, pois, estas coisas, vieram ter comigo os príncipes, dizendo: O povo de Israel, e os sacerdotes, e os levitas não se separaram dos povos de outras terras com as suas abominações, isto é, dos cananeus, dos heteus, dos ferezeus, dos jebuseus, dos amonitas, dos moabitas, dos egípcios e dos amorreus, pois tomaram das suas filhas para si e para seus filhos, e, assim, se misturou a linhagem santa com os povos dessas terras, e até os príncipes e magistrados foram os primeiros nesta transgressão. Ouvindo eu tal coisa, rasguei as minhas vestes e o meu manto, e arranquei os cabelos da cabeça e da barba, e me assentei atônito. Então, se ajuntaram a mim todos os que tremiam das palavras do Deus de Israel, por causa da transgressão dos do cativeiro; porém eu permaneci assentado atônito até ao sacrifício da tarde. Na hora do sacrifício da tarde, levantei-me da minha humilhação, com as vestes e o manto já rasgados, me pus de joelhos, estendi as mãos para o SENHOR, meu Deus, e disse: Meu Deus! Estou confuso e envergonhado, para levantar a ti a face, meu Deus, porque as nossas iniquidades se multiplicaram sobre a nossa cabeça, e a nossa culpa cresceu até aos céus. Desde os dias de nossos pais até hoje, estamos em grande culpa e, por causa das nossas iniquidades, fomos entregues, nós, os nossos reis e os nossos sacerdotes, nas mãos dos reis de outras terras e sujeitos à espada, ao cativeiro, ao roubo e à ignomínia, como hoje se vê.” (Ed 9:1-7)
Como manifestação de Autoridade e “Atos de Justiça” – Esther
“Escreveu-se em nome do rei Assuero, e se selou com o anel do rei; as cartas foram enviadas por intermédio de correios montados em ginetes criados na coudelaria do rei. Nelas, o rei concedia aos judeus de cada cidade que se reunissem e se dispusessem para defender a sua vida, para destruir, matar e aniquilar de vez toda e qualquer força armada do povo da província que viessem contra eles, crianças e mulheres, e que se saqueassem os seus bens, num mesmo dia, em todas as províncias do rei Assuero, no dia treze do duodécimo mês, que é o mês de adar. A carta, que determinava a proclamação do edito em todas as províncias, foi enviada a todos os povos, para que os judeus se preparassem para aquele dia, para se vingarem dos seus inimigos. Os correios, montados em ginetes que se usavam no serviço do rei, saíram incontinenti, impelidos pela ordem do rei; e o edito foi publicado na cidadela de Susã. Então, Mordecai saiu da presença do rei com veste real azul-celeste e branco, como também com grande coroa de ouro e manto de linho fino e púrpura; e a cidade de Susã exultou e se alegrou. Para os judeus houve felicidade, alegria, regozijo e honra. Também em toda província e em toda cidade aonde chegava à palavra do rei e a sua ordem, havia entre os judeus alegria e regozijo, banquetes e festas; e muitos, dos povos da terra, se fizeram judeus, porque o temor dos judeus tinha caído sobre eles.” (Ed 9:10-17)
Como manifestação de Sofrimento, Tristeza e Dor – Jó
“Então, Jó se levantou, rasgou o seu manto, rapou a cabeça e lançou-se em terra e adorou; e disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei; o SENHOR o deu e o SENHOR o tomou; bendito seja o nome do SENHOR! Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma.” (Jó 1:20-22)
“Ouvindo, pois, três amigos de Jó todo este mal que lhe sobreviera, chegaram, cada um do seu lugar: Elifaz, o temanita, Bildade, o suíta, e Zofar, o naamatita; e combinaram ir juntamente condoer-se dele e consolá-lo. Levantando eles de longe os olhos e não o reconhecendo, ergueram a voz e choraram; e cada um, rasgando o seu manto, lançava pó ao ar sobre a cabeça. Sentaram-se com ele na terra, sete dias e sete noites; e nenhum lhe dizia palavra alguma, pois viam que a dor era muito grande.” (Jó 2:11-13)
Como expressão de Justiça, de Equidade – Jó
“Ouvindo-me algum ouvido, esse me chamava feliz; vendo-me algum olho, dava testemunho de mim; porque eu livrava os pobres que clamavam e também o órfão que não tinha quem o socorresse. A bênção do que estava a perecer vinha sobre mim, e eu fazia rejubilar-se o coração da viúva. Eu me cobria de justiça, e está me servia de veste; como manto e turbante era a minha equidade.” (Jó 29:11-14)
Como expressão de Autoridade e Poder – Salmo
“Eu te amo, ó SENHOR, força minha. O SENHOR é a minha rocha, a minha cidadela, o meu libertador; o meu Deus, o meu rochedo em que me refúgio; o meu escudo, a força da minha salvação, o meu baluarte. Invoco o SENHOR, digno de ser louvado, e serei salvo dos meus inimigos. Laços de morte me cercaram, torrentes de impiedade me impuseram terror. Cadeias infernais me cingiram, e tramas de morte me surpreenderam. Na minha angústia, invoquei o SENHOR, gritei por socorro ao meu Deus. Ele do seu templo ouviu a minha voz, e o meu clamor lhe penetrou os ouvidos. Então, a terra se abalou e tremeu, vacilaram também os fundamentos dos montes e se estremeceram, porque ele se indignou. Das suas narinas subiu fumaça, e fogo devorador, da sua boca; dele saíram brasas ardentes. Baixou ele os céus, e desceu, e teve sob os pés densa escuridão. Cavalgava um querubim e voou; sim, levado velozmente nas asas do vento. Das trevas fez um manto em que se ocultou; escuridade de águas e espessas nuvens dos céus eram o seu pavilhão.” (Sl 18:1-11)
Como expressão de expressão do indivíduo – Salmo
“Com efeito, Deus é bom para com Israel, para com os de coração limpo. Quanto a mim, porém, quase me resvalaram os pés; pouco faltou para que se desviassem os meus passos. Pois eu invejava os arrogantes, ao ver a prosperidade dos perversos. Para eles não há preocupações, o seu corpo é sadio e nédio. Não partilham das canseiras dos mortais, nem são afligidos como os outros homens. Daí, a soberba que os cinge como um colar, e a violência que os envolve como manto. Os olhos saltam-lhes da gordura; do coração brotam-lhes fantasias. Motejam e falam maliciosamente; da opressão falam com altivez. Contra os céus desandam a boca, e a sua língua percorre a terra.” (Sl 73:1-9)
Como expressão do Ser Santo de Deus – Salmo
“Bendize, ó minha alma, ao SENHOR! SENHOR, Deus meu, como tu és magnificente: sobrevestido de glória e majestade, coberto de luz como de um manto. Tu estendes o céu como uma cortina, pões nas águas o vigamento da tua morada, tomas as nuvens por teu carro e voas nas asas do vento. Fazes a teus anjos ventos e a teus ministros, labaredas de fogo. Lançaste os fundamentos da terra, para que ela não vacile em tempo nenhum. Tomaste o abismo por vestuário e a cobriste; as águas ficaram acima das montanhas; à tua repreensão, fugiram, à voz do teu trovão, bateram em retirada. Elevaram-se os montes, desceram os vales, até ao lugar que lhes havias preparado. Puseste às águas divisa que não ultrapassarão, para que não tornem a cobrir a terra. Tu fazes rebentar fontes no vale, cujas águas correm entre os montes;” (Sl 104:1-10)
Como expressão de falta de proteção, de cobertura – Cantares:
“Já entrei no meu jardim, minha irmã, noiva minha; colhi a minha mirra com a especiaria, comi o meu favo com o mel, bebi o meu vinho com o leite. Comei e bebei, amigos; bebei fartamente, ó amados. Eu dormia, mas o meu coração velava; eis a voz do meu amado, que está batendo: Abre-me, minha irmã, querida minha, pomba minha, imaculada minha, porque a minha cabeça está cheia de orvalho, os meus cabelos, das gotas da noite. Já despi a minha túnica, hei de vesti-la outra vez? Já lavei os pés, tornarei a sujá-los? O meu amado meteu a mão por uma fresta, e o meu coração se comoveu por amor dele. Levantei-me para abrir ao meu amado; as minhas mãos destilavam mirra, e os meus dedos mirra preciosa sobre a maçaneta do ferrolho. Abri ao meu amado, mas já ele se retirara e tinha ido embora; a minha alma se derreteu quando, antes, ele me falou; busquei-o e não o achei; chamei-o, e não me respondeu. Encontraram-me os guardas que rondavam pela cidade; espancaram-me e feriram-me; tiraram-me o manto os guardas dos muros. Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém, se encontrardes o meu amado, que lhe direis? Que desfaleço de amor.” (Ct 5:1-8)
Como expressão de luxúria e falta de consciência de Ser – Isaías
“Diz ainda mais o SENHOR: Visto que são altivas as filhas de Sião e andam de pescoço emproado, de olhares impudentes, andam a passos curtos, fazendo tinir os ornamentos de seus pés, o Senhor fará tinhosa a cabeça das filhas de Sião, o SENHOR porá a descoberto as suas vergonhas. Naquele dia, tirará o Senhor o enfeite dos anéis dos tornozelos, e as toucas, e os ornamentos em forma de meia-lua; os pendentes, e os braceletes, e os véus esvoaçantes; os turbantes, as cadeiazinhas para os passos, as cintas, as caixinhas de perfumes e os amuletos; os sinetes e as joias pendentes do nariz; os vestidos de festa, os mantos, os xales e as bolsas; os espelhos, as camisas finíssimas, os atavios de cabeça e os véus grandes. Será que em lugar de perfume haverá podridão, e por cinta, corda; em lugar de encrespadura de cabelos, calvície; e em lugar de veste suntuosa, cilício; e marca de fogo, em lugar de formosura. Os teus homens cairão à espada, e os teus valentes, na guerra. As suas portas chorarão e estarão de luto; Sião, desolada, se assentará em terra.” (Is 3:16-26)
Como expressão de Juízo, de Santidade, de Justiça – Isaías
“Pelo que o direito se retirou, e a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas praças, e a retidão não pode entrar. Sim, a verdade sumiu, e quem se desvia do mal é tratado como presa. O SENHOR viu isso e desaprovou o não haver justiça. Viu que não havia ajudador algum e maravilhou-se de que não houvesse um intercessor; pelo que o seu próprio braço lhe trouxe a salvação, e a sua própria justiça o susteve. Vestiu-se de justiça, como de uma couraça, e pôs o capacete da salvação na cabeça; pôs sobre si a vestidura da vingança e se cobriu de zelo, como de um manto. Segundo as obras deles, assim retribuirá; furor aos seus adversários e o devido aos seus inimigos; às terras do mar, dar-lhes-á a paga. Temerão, pois, o nome do SENHOR desde o poente e a sua glória, desde a nascente do sol; pois virá como torrente impetuosa, impelida pelo Espírito do SENHOR.” (Is 59:14-19)
Como expressão de Salvação, de Justificação – Isaías:
“Porque eu, o SENHOR, amo o juízo e odeio a iniquidade do roubo; dar-lhes-ei fielmente a sua recompensa e com eles farei aliança eterna. A sua posteridade será conhecida entre as nações, os seus descendentes, no meio dos povos; todos quantos os virem os reconhecerão como família bendita do SENHOR. Regozijar-me-ei muito no SENHOR, a minha alma se alegra no meu Deus; porque me cobriu de vestes de salvação e me envolveu com o manto de justiça, como noivo que se adorna de turbante, como noiva que se enfeita com as suas joias. Porque, como a terra produz os seus renovos, e como o jardim faz brotar o que nele se semeia, assim o SENHOR Deus fará brotar a justiça e o louvor perante todas as nações.” (Is 61:8-11)
Expressão de Cobertura, Justificação, Cuidado Amoroso do Senhor – Ezequiel
“Assim diz o SENHOR Deus a Jerusalém: A tua origem e o teu nascimento procedem da terra dos cananeus; teu pai era amorreu, e tua mãe, hetéia. Quanto ao teu nascimento, no dia em que nasceste, não te foi cortado o umbigo, nem foste lavada com água para te limpar, nem esfregada com sal, nem envolta em faixas. Não se apiedou de te olho algum, para te fazer alguma destas coisas, compadecido de ti; antes, foste lançada em pleno campo, no dia em que nasceste, porque tiveram nojo de ti. Passando eu por junto de ti, vi-te a revolver-te no teu sangue e te disse: Ainda que estás no teu sangue, vive; sim, ainda que estás no teu sangue, vive. Eu te fiz multiplicar como o renovo do campo; cresceste, e te engrandeceste, e chegaste a grande formosura; formaram-se os teus seios, e te cresceram cabelos; no entanto, estavas nua e descoberta. Passando eu por junto de ti, vi-te, e eis que o teu tempo era tempo de amores; estendi sobre ti as abas do meu manto e cobri a tua nudez; dei-te juramento e entrei em aliança contigo, diz o SENHOR Deus; e passaste a ser minha. Então, te lavei com água, e te enxuguei do teu sangue, e te ungi com óleo. Também te vesti de roupas bordadas, e te calcei com couro da melhor qualidade, e te cingi de linho fino, e te cobri de seda. Também te adornei com enfeites e te pus braceletes nas mãos e colar à roda do teu pescoço. Coloquei-te um pendente no nariz, arrecadas nas orelhas e linda coroa na cabeça. Assim, foste ornada de ouro e prata; o teu vestido era de linho fino, de seda e de bordados; nutriste-te de flor de farinha, de mel e azeite; eras formosas em extremo e chegaste a ser rainha. Correu a tua fama entre as nações, por causa da tua formosura, pois era perfeita, por causa da minha glória que eu pusera em ti, diz o SENHOR Deus. Mas confiaste na tua formosura e te entregaste à lascívia, graças à tua fama; e te ofereceste a todo o que passava, para seres dele. Tomaste dos teus vestidos e fizeste lugares altos adornados de diversas cores, nos quais te prostituíste; tais coisas nunca se deram e jamais se darão. Tomaste as tuas joias de enfeite, que eu te dei do meu ouro e da minha prata, fizeste estátuas de homens e te prostituíste com elas. Tomaste os teus vestidos bordados e as cobriste; o meu óleo e o meu perfume puseste diante delas. O meu pão, que te dei, a flor da farinha, o óleo e o mel, com que eu te sustentava, também puseste diante delas em aroma suave; e assim se fez, diz o SENHOR Deus. Demais, tomaste a teus filhos e tuas filhas, que me geraste, os sacrificaste a elas, para serem consumidos. Acaso, é pequena a tua prostituição? Mataste a meus filhos e os entregaste a elas como oferta pelo fogo. Em todas as tuas abominações e nas tuas prostituições, não te lembraste dos dias da tua mocidade, quando estavas nua e descoberta, a revolver-te no teu sangue.” (Ez 16:3-22)
Expressão de Juízo, de Julgamento, de Tratamento – Ezequiel
“Assim diz o SENHOR Deus a Tiro: Não tremerão as terras do mar com o estrondo da tua queda, quando gemerem os traspassados, quando se fizer espantosa matança no meio de ti? Todos os príncipes do mar descerão dos seus tronos, tirarão de si os seus mantos e despirão as suas vestes bordadas; de tremores se vestirão, assentar-se-ão na terra e estremecerão a cada momento; e, por tua causa, pasmarão. Levantarão lamentações sobre ti e te dirão: Como pereceste, ó bem povoada e afamada cidade, que foste forte no mar, tu e os teus moradores, que atemorizastes a todos os teus visitantes! Agora, estremecerão as ilhas no dia da tua queda; as ilhas, que estão no mar, turbar-se-ão com tua saída. Porque assim diz o SENHOR Deus: Quando eu te fizer cidade assolada, como as cidades que não se habitam, quando eu fizer vir sobre ti as ondas do mar e as muitas águas te cobrirem, então, te farei descer com os que descem à cova, ao povo antigo, e te farei habitar nas mais baixas partes da terra, em lugares desertos antigos, com os que descem à cova, para que não sejas habitada; e criarei coisas gloriosas na terra dos viventes. Farei de ti um grande espanto, e já não serás; quando te buscarem, jamais serás achada, diz o SENHOR Deus.” (Ez 26:15-21)
Expressão de Fidelidade, de Entrega Total, de Devoção – Daniel
“Estes três homens, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, caíram atados dentro da fornalha sobremaneira acesa. Então, o rei Nabucodonosor se espantou, e se levantou depressa, e disse aos seus conselheiros: Não lançamos nós três homens atados dentro do fogo? Responderam ao rei: É verdade, ó rei. Tornou ele e disse: Eu, porém, vejo quatro homens soltos, que andam passeando dentro do fogo, sem nenhum dano; e o aspecto do quarto é semelhante a um filho dos deuses. Então, se chegou Nabucodonosor à porta da fornalha sobremaneira acesa, falou e disse: Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, servos do Deus Altíssimo, saí e vinde! Então, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego saíram do meio do fogo. Ajuntaram-se os sátrapas, os prefeitos, os governadores e conselheiros do rei e viram que o fogo não teve poder algum sobre os corpos destes homens; nem foram chamuscados os cabelos da sua cabeça, nem os seus mantos se mudaram, nem cheiro de fogo passara sobre eles. Falou Nabucodonosor e disse: Bendito seja o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que enviou o seu anjo e livrou os seus servos, que confiaram nele, pois não quiseram cumprir a palavra do rei, preferindo entregar o seu corpo, a servirem e adorarem a qualquer outro deus, senão ao seu Deus.” (Dn 3:23-28)
Expressão de Cobertura, de Testemunho – Zacarias:
“Naquele dia, haverá uma fonte aberta para a casa de Davi e para os habitantes de Jerusalém, para remover o pecado e a impureza. Acontecerá, naquele dia, diz o SENHOR dos Exércitos, que eliminarei da terra os nomes dos ídolos, e deles não haverá mais memória; e também removerei da terra os profetas e o espírito imundo. Quando alguém ainda profetizar, seu pai e sua mãe, que o geraram, lhe dirão: Não viverás, porque tens falado mentiras em nome do SENHOR; seu pai e sua mãe, que o geraram, o traspassarão quando profetizar. Naquele dia, se sentirão envergonhados os profetas, cada um dá sua visão quando profetiza; nem mais se vestirão de manto de pelos, para enganarem. Cada um, porém, dirá: Não sou profeta, sou lavrador da terra, porque fui comprado desde a minha mocidade. Se alguém lhe disser: Que feridas são essas nas tuas mãos? responderá ele: São as feridas com que fui ferido na casa dos meus amigos. Desperta, ó espada, contra o meu pastor e contra o homem que é o meu companheiro, diz o SENHOR dos Exércitos; fere o pastor, e as ovelhas ficarão dispersas; mas volverei a mão para os pequeninos.” (Zc 13:1-7)
Expressão de Sofrimento, de Injustiça, de Sacrifício – Mateus
“De novo, perguntou-lhes o governador: Qual dos dois quereis que eu vos solte? Responderam eles: Barrabás! Replicou-lhes Pilatos: Que farei, então, de Jesus, chamado Cristo? Seja crucificado! Responderam todos. Que mal fez ele? Perguntou Pilatos. Porém cada vez clamavam mais: Seja crucificado! Vendo Pilatos que nada conseguia, antes, pelo contrário, aumentava o tumulto, mandando vir água, lavou as mãos perante o povo, dizendo: Estou inocente do sangue deste [justo]; fique o caso convosco! E o povo todo respondeu: Caia sobre nós o seu sangue e sobre nossos filhos! Então, Pilatos lhes soltou Barrabás; e, após haver açoitado a Jesus, entregou-o para ser crucificado. Logo a seguir, os soldados do governador, levando Jesus para o pretório, reuniram em torno dele toda a coorte. Despojando-o das vestes, cobriram-no com um manto escarlate; tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça e, na mão direita, um caniço; e, ajoelhando-se diante dele, o escarneciam, dizendo: Salve, rei dos judeus! E, cuspindo nele, tomaram o caniço e davam-lhe com ele na cabeça. Depois de o terem escarnecido, despiram-lhe o manto e o vestiram com as suas próprias vestes. Em seguida, o levaram para ser crucificado.” (Mt 27:21-31)
Expressão de Sofrimento, de Injustiça, de Sacrifício – Lucas
“Levantando-se toda a assembleia, levaram Jesus a Pilatos. E ali passaram a acusá-lo, dizendo: Encontramos este homem pervertendo a nossa nação, vedando pagar tributo a César e afirmando ser ele o Cristo, o Rei. Então, lhe perguntou Pilatos: És tu o rei dos judeus? Respondeu Jesus: Tu o dizes. Disse Pilatos aos principais sacerdotes e às multidões: Não vejo neste homem crime algum. Insistiam, porém, cada vez mais, dizendo: Ele alvoroça o povo, ensinando por toda a Judéia, desde a Galileia, onde começou, até aqui. Tendo Pilatos ouvido isto, perguntou se aquele homem era galileu. Ao saber que era da jurisdição de Herodes, estando este, naqueles dias, em Jerusalém, lho remeteu. Herodes, vendo a Jesus, sobremaneira se alegrou, pois havia muito queria vê-lo, por ter ouvido falar a seu respeito; esperava também vê-lo fazer algum sinal. E de muitos modos o interrogava; Jesus, porém, nada lhe respondia. Os principais sacerdotes e os escribas ali presentes o acusavam com grande veemência. Mas Herodes, juntamente com os da sua guarda, tratou-o com desprezo, e, escarnecendo dele, fê-lo vestir-se de um manto aparatoso, e o devolveu a Pilatos. Naquele mesmo dia, Herodes e Pilatos se reconciliaram, pois, antes, viviam inimizados um com o outro.” (Lc 23:1-12)
Expressão de Sofrimento, de Injustiça, de Sacrifício – João
“Então, por isso, Pilatos tomou a Jesus e mandou açoitá-lo. Os soldados, tendo tecido uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça e vestiram-no com um manto de púrpura. Chegavam-se a ele e diziam: Salve, rei dos judeus! E davam-lhe bofetadas. Outra vez saiu Pilatos e lhes disse: Eis que eu vo-lo apresento, para que saibais que eu não acho nele crime algum. Saiu, pois, Jesus trazendo a coroa de espinhos e o manto de púrpura. Disse-lhes Pilatos: Eis o homem! Ao verem-no, os principais sacerdotes e os seus guardas gritaram: Crucifica-o! Crucifica-o! Disse-lhes Pilatos: Tomai-o vós outros e crucificai-o; porque eu não acho nele crime algum. Responderam-lhe os judeus: Temos uma lei, e, de conformidade com a lei, ele deve morrer, porque a si mesmo se fez Filho de Deus.” (Jo 19:1-7)
Expressão de Poder, Soberania, Governo – Hebreus:
“Pois a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei Pai, e ele me será Filho? E, novamente, ao introduzir o Primogênito no mundo, diz: E todos os anjos de Deus o adorem. Ainda, quanto aos anjos, diz: Aquele que a seus anjos faz ventos, e a seus ministros, labareda de fogo; mas acerca do Filho: O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre; e: Cetro de equidade é o cetro do seu reino. Amaste a justiça e odiaste a iniquidade; por isso, Deus, o teu Deus, te ungiu com o óleo de alegria como a nenhum dos teus companheiros. Ainda: No princípio, Senhor, lançaste os fundamentos da terra, e os céus são obra das tuas mãos; eles perecerão; tu, porém, permaneces; sim, todos eles envelhecerão qual veste; também, qual manto, os enrolarás, e, como vestes, serão igualmente mudados; tu, porém, és o mesmo, e os teus anos jamais terão fim. Ora, a qual dos anjos jamais disse: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por estrado dos teus pés? Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação?” (Hb 1:5-14)
Expressão de Vitória, Força, Poder – Apocalipse:
“Depois destas coisas, ouvi no céu uma como grande voz de numerosa multidão, dizendo: Aleluia! A salvação, e a glória, e o poder são do nosso Deus, porquanto verdadeiros e justos são os seus juízos, pois julgou a grande meretriz que corrompia a terra com a sua prostituição e das mãos dela vingou o sangue dos seus servos. Segunda vez disseram: Aleluia! E a sua fumaça sobe pelos séculos dos séculos. Os vinte e quatro anciãos e os quatro seres viventes prostraram-se e adoraram a Deus, que se acha sentado no trono, dizendo: Amém! Aleluia! Saiu uma voz do trono, exclamando: Dai louvores ao nosso Deus, todos os seus servos, os que o temeis, os pequenos e os grandes. Então, ouvi uma como voz de numerosa multidão, como de muitas águas e como de fortes trovões, dizendo: Aleluia! Pois reina o Senhor, nosso Deus, o Todo-Poderoso. Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe a glória, porque são chegadas as bodas do Cordeiro, cuja esposa a si mesma já se ataviou, pois lhe foi dado vestir-se de linho finíssimo, resplandecente e puro. Porque o linho finíssimo são os atos de justiça dos santos. Então, me falou o anjo: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E acrescentou: São estas as verdadeiras palavras de Deus. Prostrei-me ante os seus pés para adorá-lo. Ele, porém, me disse: Vê, não faças isso; sou conservo teu e dos teus irmãos que mantêm o testemunho de Jesus; adora a Deus. Pois o testemunho de Jesus é o espírito da profecia. Vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça. Os seus olhos são chama de fogo; na sua cabeça, há muitos diademas; tem um nome escrito que ninguém conhece, senão ele mesmo. Está vestido com um manto tinto de sangue, e o seu nome se chama o Verbo de Deus; e seguiam-no os exércitos que há no céu, montando cavalos brancos, com vestiduras de linho finíssimo, branco e puro. Sai da sua boca uma espada afiada, para com ela ferir as nações; e ele mesmo as regerá com cetro de ferro e, pessoalmente, pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso. Tem no seu manto e na sua coxa um nome inscrito: REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES.” (Ap 19:1-16)
Retornando ao estudo em I Samuel:
15.29 — A Força de Israel. Essa forma de se referir a Deus ocorre somente nessa passagem. A expressão também pode significar a Glória de Israel. Não mente nem se arrepende. A decisão de Deus de rejeitar Saul foi irrevogável. Essa mesma citação é mencionada em Nm 23:19-20.
15.30,31— Pequei; honra-me, porém, agora diante dos anciãos do meu povo e diante de Israel; e volta comigo, para que adore o Senhor, teu Deus. Observe o pronome pessoal utilizado quanto ao povo e o pronome utilizado quanto a Deus. Parece que ele percebeu sua relação incorreta diante de Deus. O pedido de Saul por perdão e o desejo de adorar a Deus sugere que, apesar de suas falhas, ele era sincero e acreditava em Deus. Samuel pode ter discernido que a confissão de Saul no versículo 30 foi mais sincera do que a registrada anteriormente (v. 24).
15.32,33 — Trazei-me aqui Agague (Sig. No Hebraico: “Eu superarei o topo, eu aumentarei.”). Observe que a primeira citação a Agague foi feita em Nm 24:7 no episódio de Balaão. Samuel determinou que faria o que Saul não tinha feito.
Interessante notar a autossuficiência de Agague, a Palavra diz: “Agague, veio a ele, confiante…”. Por que? Porque ele julgava que já se tinha dito a “amargura da morte”. Veja que essa palavra amargura guarda relação com Mara (Estação do Deserto – Verificar a análise detalhada da questão da amargura na estação de Mara). Isso é significativo, pois implica em uma relação direta entre a amargura e a morte. No entanto, ele executou Agague para obedecer à ordem clara de Deus (v. 3).
O verbo traduzido, despedaçou, pode ser simplesmente traduzido como executou. Perante o Senhor. A execução foi uma expressão do juízo divino. Devemos atentar que a palavra “desfilhou” guarda relação com as citações de Dn 11:37 e Mt 24:19 quando utilizadas para fazer menção ao “caráter” e as ações do inimigo de Deus contra o Seu povo, em especial, na grande tribulação.
15.34,35 — E nunca mais viu Samuel a Saul. Samuel foi para Ramá (Sig. No Hebraico: “Lugar Alto”) e Saul foi para Gibeá de Saul (Sig. No Hebraico: “Monte”; com significado de “adoração ilícita”; raiz da palavra “copo ou tigela”). O verbo ver, aqui, significa dar atenção ou considerar com interesse. O ponto importante é que Deus já não mais considerava Saul um rei, e da mesma maneira pensava Samuel.
22- Capítulo 16
16.1—31.13 — A próxima parte do texto registra a ascensão de Davi ao trono. Davi era conhecido como o homem segundo o coração de Deus (I Sm 13.14).
A sua fé era tão exemplar que séculos depois, Deus se agradava em ser chamado o Deus de Davi (II Rs 20.5; Is 38.5).
Davi contribuiu para a adoração do Senhor planejando a construção do templo (II Cr 28.11 — 29.2) e escrevendo muitos salmos (II Sm 23.1).
16.1 — Enche o teu vaso de azeite. O chifre de um animal também servia como recipiente para colocar o óleo ungido E, EVIDENTEMENTE ISSO NOS FALA DO PODER RELACIONADO À UNÇÃO.
Jessé, o belemita, era o filho (ou descendente) de Obede, filho de Rute e Boaz (Rt 4.21,22). Ele é identificado por sua cidade natal, Belém, localizada cerca de 8 Km ao sul de Jerusalém, na rota da caravana de Jerusalém, via Hebrom, para o Egito.
O nome Belém, significa casa do pão, talvez indicando que era o centro dos grãos da região. Também é possível que esse nome tenha sido uma modificação israelita de um nome cananeu dado à cidade anteriormente, uma vez dedicado a Lamu, uma antiga deidade da guerra dos cananeus. Se foi assim, o contraste é maravilhoso! O futuro Príncipe da Paz (Is 9.6; Mq 5.2) nasceria em uma cidade originariamente dedicada a um templo para o deus da guerra! Me tenho provido um rei. Deus deixou claro para Samuel que esse rei seria uma escolha dele.
16.2,3 — A preocupação de Samuel com a sua vida não era infundada tendo-se em vista a degeneração espiritual e o estado perturbador de Saul (I Sm 18.11). Um cordeiro é um filho de carneiro. Dize: Vim para sacrificar. Deus não instruiu Samuel para mentir, e sim providenciou uma legítima oportunidade para Samuel visitar Jessé e sua família. Fazendo o processo de unção em Belém, enquanto oficializava o sacrifício, Samuel evitaria levantar suspeitas em Saul.
16.4 — Como a visita de Samuel foi inesperada, os anciãos da cidade pensaram se ele tinha ido ali a fim de executar algum juízo (I Sm 7.15,16). Os anciãos da cidade eram os responsáveis por guardar aquele local; daí o fato de terem ido ao encontro de Samuel na entrada da cidade. Isso tipifica a responsabilidade pessoal dos varões acerca de suas casas, dos presbíteros acerca das ovelhas confiadas a eles pelo Senhor na Congregação e assim sucessivamente.
16.5 — A palavra hebraica para paz (hb. shalom), significa coisas como elas devem ser. A palavra santificar, significa separar por meio de lavagens e purificações cerimoniais (Ex 19.10,14,22). E santificou ele a Jessé e os seus filhos. Aparentemente, Samuel supervisionou a purificação do pai e dos filhos.
16.6,7 — Eliabe significa meu Deus é pai. E disse. Samuel estava provavelmente dizendo para si mesmo. A aparência e a estatura do filho mais velho de Jessé, Eliabe, recomendava-o para a liderança. Mas as mesmas características foram exatamente aquelas que recomendaram Saul (I Sm 9.2). Em vez de olhar para a aparência, Deus olhou para o coração. Portanto, Deus deu a Samuel uma nova perspectiva. O estado do coração de um homem era muito mais significativo do que a sua habilidade natural e a sua aparência física.
16.8,9 — O nome Abinadabe significa meu pai é nobre. Samá pode vir do verbo ouvir. A apresentação dos filhos de Jessé começou com o mais velho, de maneira tipicamente patriarcal.
Presumiu-se que o primogênito receberia um posto maior do que os demais irmãos. Mais uma vez, o modo de Deus agir era surpreendentemente inverso às expectativas humanas.
16.10 — Embora não esteja claro nesse versículo se o número sete está em adição aos três já apresentados ou se os três estão inclusos no total sete, a passagem de I Samuel 17.12 esclarece que Jessé havia apresentado sete, dos seus oito filhos, ao profeta.
16.11 — Acabaram-se os jovens? Após olhar para os sete filhos de Jessé, Samuel perguntou se alguém havia sido deixado de fora. De fato, o menor estava do lado de fora, no campo, cuidando do gado de seu pai. Apascenta as ovelhas.
Naqueles tempos, os líderes, tanto no aspecto espiritual como no humano, eram frequentemente comparados a pastores de ovelhas (Ez 34). O famoso rei babilônico Hamurabi descreveu-se a si mesmo como pastor do seu povo.
O fato de Davi estar cuidando das ovelhas naquele exato momento, em particular, era como um prenúncio divino de sua indicação como o rei de Israel. Não nos assentaremos em roda da mesa. A ideia é a de que Samuel não moveria um músculo enquanto o último filho não fosse trazido diante dele.
16.12 — Relatar que Davi era ruivo significa que ele tinha cabelos vermelhos; é uma alusão à cor dos cabelos. Formoso de semblante. Essa expressão também pode ser traduzida como belo à vista. Boa aparência. Deus deixou claro a Samuel que a escolha de Davi não tinha sido fundamenta na aparência humana (v. 7). Tal atributo era apenas mais uma vantagem no valor interior de Davi.
E disse o Senhor. Não está claro se outra pessoa além de Samuel ouviu essas palavras de Deus. Unge-o. Davi foi ungido com azeite. O ritual religioso consagrou Davi para o reinado.
16.13 — Em hebraico, a locução se APOSSOU, significa apressou-se sobre. Foi dado a Davi o poder, pelo Espírito Santo, para a função de liderar o povo de Deus, da mesma forma que havia sido dado a Saul (I Sm 10.10). O nome Davi significa amado.
16.14,15 — O Espírito do Senhor se retirou (Sig. No Hebraico: “Afastou-se, desviou-se, foi removido”) de Saul. Depois que o Espírito de Deus veio sobre Davi, Saul já não tinha o poder para servir como rei.
Ao que tudo indica, o ministério do Espírito Santo foi seletivo e temporário na vida dos fiéis do Antigo Testamento. Um espírito mau, da parte do Senhor. Essa informação foi interpretada de várias maneiras no decorrer dos tempos:
- Possessão demoníaca como punição divina;
- Ataque ou influência demoníaca;
- Ação de um mensageiro do mal, como aquele enviado para incitar Acabe (I Rs 22.20-23);
- Um espírito de descontentamento colocado por Deus no coração de Saul. Porém, o que quer que tenha sido, foi imediatamente percebido pelos servos de Saul (I Sm 18.10).
16.16,17 — Que busquem um homem que saiba tocar harpa. Qualquer que tenha sido o problema que afligia Saul, era temporariamente minimizado pela influência da música (v. 23). No passado, acreditava-se que a música exercia influência benéfica sobre aqueles de natureza mórbida ou melancólica.
O relato agora se dedica ao primeiro encontro entre Saul e Davi. As primeiras relações entre os dois são difíceis de compreender. A narrativa é breve e a ordem cronológica não é sempre rigorosamente mantida’. Mas a ideia principal é clara. Davi crescia em estatura e em promessas, ao passo que Saul se deteriorava.
O Espírito do Senhor, que estava sobre Davi, se retirou de Saul, e o assombrava (em hebraico, bdath, “aterrorizar, atemorizar”) um espírito mau, da parte do Senhor (14). O fato de que o espírito do mal fosse da parte do Senhor somente significava que Deus permitiu o ataque de poderes malignos que resultaram em alguma coisa muito parecida com insanidade.
Para aliviar a melancolia do rei, Davi foi trazido à corte como um talentoso tocador de harpa. Embora ainda fosse um pastor, o filho mais jovem de Jessé é apresentado pelo seu amigo à corte como alguém que sabe tocar (talentoso)… e de gentil presença; o Senhor é com ele (18).
A expressão: valente, e homem de guerra, e sisudo em palavras (no hebraico, “fala”) provavelmente faz referência a Jessé, o pai, uma vez que Davi nessa época ainda era um jovem inexperiente, não sabemos. A expressão foi seu pajem/escudeiro de armas (21) é uma rápida previsão dos eventos posteriores resumidos em 18.5, depois da derrota de Golias.
O som da harpa tocada por Davi teve o seu efeito desejado (23) e aparentemente o rei temporariamente melhorou o suficiente para permitir que Davi retornasse à sua casa, onde de novo cuidou das ovelhas de seu pai (17.15).
A harpa (em hebraico, kinnor) é o instrumento musical mais antigo mencionado na Bíblia Sagrada. Era um instrumento portátil (cf. 10.5), com oito ou dez cordas que eram tocadas com uma palheta ou com os dedos. Em termos dos nomes dos instrumentos musicais de hoje, seria provavelmente chamada de lira.
16.18 — E é valente, e animoso, e homem de guerra. Davi, o menino pastor, ainda não havia demonstrado suas habilidades militares. A brilhante descrição dada pelo cortesão, aparentemente, pode ter sido exacerbada, mas foi registrada pelo autor porque antecipava o que Davi se tornaria em vista da sua reputação (I Sm 17.34, 35).
16.19,20 — Envia-me Davi, teu filho. Dados os eventos na primeira parte desse capítulo, inicia-se uma incrível virada dos fatos, e a marca de um grande contador de histórias.
16.21 —Davi deve ter sido nomeado como pajem de arma de Saul após a vitória do jovem belemita sobre Golias (I Sm 17.55-58). Talvez o acontecimento seja mencionado aqui porque alude ao tema do serviço militar de Davi na corte de Saul, ou ainda para enfatizar que Davi era considerado por Saul, antes de este começar a perseguir Davi.
16.22 — Perante mim é uma expressão alusiva à prestação de serviços ao rei (I Rs 10.8).
16.23 — Sob o poder do Espírito de Deus, Davi era capaz de afastar o espírito mau (v. 14) com a sua música tranquilizante (I Sm 18.10). O versículo sugere um prolongado período de tempo.
23- Capítulo 17
Davi e o Preparo Pessoal para Reinar – As Pedras
1ª Pedra: Luta contra Golias – O Gigante Filisteu
Pedra da Intrepidez, Ousadia, Confiança e Fama subsequentes.
17.1-58 — Todo esse trecho revela o inegável direito de Davi de governar o povo de Deus. No pensamento do antigo Oriente Médio, vários elementos trabalhavam juntos para formar o ideal de liderança real. Um desses elementos era o conceito do guerreiro herói.
Esse capítulo, mostra duas cenas contrastantes: Saul, acuado em sua tenda, com uma pilha inútil de armadura e armas, e Davi, em sua destemida marcha para a guerra, apenas com sua funda, mas cheio do poder do Deus vivo!
Há duas batalhas nesse episódio: uma batalha pública, no campo, e uma batalha particular, na tenda do rei!
17.1 — Socó estava localizada a cerca de 24 Km a oeste de Belém. Azeca, a cerca de 2 Km a noroeste de Socó. Os exércitos dos filisteus e dos israelitas estavam reunidos no vale de Elá (Carvalho), cerca de 22,5 Km a oeste de Belém, a cidade natal de Davi.
Os filisteus estavam acampados entre Socó (Sig. No Hebraico: “Cheio de Arbustos, raiz da palavra aponta para “confinar ou fechar com uma cerca ao redor”) e Azeca (Sig. No Hebraico: “Escavar ou Cavar ao Redor”), em uma montanha (v. 3) ao sul do vale.
Azeca, estrategicamente localizada em uma montanha, era uma fortaleza, dentre várias, construída ao longo da fronteira a oeste de Judá para guardar as principais estradas de entrada na região. Azeca é citada em Josué 10:11.
Socó era uma das cidades, posteriormente, fortificadas por Roboão (II Cr 11.7). A descrição, que está em Judá, alerta para o fato de que os filisteus estavam invadindo as terras de Judá. Socó é citada em II Crônicas 11:7.
Observe que Efes-Damim significa no hebraico “Cerca de Sangue”, ou seja, este episódio é marcado por uma sucessão de menções a cercas, à impedimentos, a fortalezas.
17.2,3 — O vale de Elá ou do Carvalho é um vale que se estende de leste a oeste, partindo das montanhas de Judá em direção às terras baixas dos filisteus.
O vale teria sido adequado para as carruagens dos filisteus, não fosse por um desfiladeiro íngreme que se estendia até a metade do vale. O carro de guerra dos filisteus tinha acessórios de ferro e era a mais avançada arma de guerra da época. Provavelmente, o desfiladeiro dificultava o deslocamento do exército filisteu, o que provocava longo atraso para o início da batalha (v. 16).
17.4 — Um homem guerreiro. A expressão em hebraico é, literalmente, um homem que vai entre, exemplificando um guerreiro que vai lutar em um único combate como substituto do exército inteiro, ou seja, em uma espécie de duelo.
O seu oponente precisava ser tão forte como ele. A pessoa mais adequada para assumir esse papel no exército de Israel seria Saul. Quando foi escolhido como rei, Saul destacou-se no meio de todos porque era muito mais alto que seus compatriotas (I Sm 9.2).
Saul, porém, não tomou nenhuma iniciativa para se opor ao soberbo filisteu. Cujo nome era Golias, de Gate, da altura de seis côvados e um palmo. Um côvado equivalia a cerca de 45 cm e um palmo a cerca de 23 cm. Por isso, Golias, cujo nome pode significar o notável, media perto de 2,90 m.
17.5,6 — Um capacete de bronze. Tropas comuns usavam capacetes de couro. A couraça de escamas de Golias era feita de placas de bronze sobrepostas, tecidas em couro. Isso é uma alusão evidente à manifestação da figura do EU incircunciso e aparentemente inexpugnável (Jó 41:13).
Essa armadura pesava cinco mil siclos, ou cerca de 60 quilos; um siclo equivalia a cerca de 12 gramas. Caneleiras de bronze se refere a um tipo de proteção para as pernas de Golias. Escudo de bronze. Essa enorme arma era designada para arremesso. Entre os seus ombros, ou seja, amarrado às suas costas.
17.7,8 — A lança era uma arma designada para o combate corpo a corpo, como uma longa espada. A haste da lança de Golias pesava seiscentos siclos, cerca de 7 quilos e 200 gramas.
Escudeiro. Existem duas palavras diferentes em hebraico para escudo. Uma, magen, refere-se a um pequeno escudo redondo normalmente usados no braço esquerdo. A outra, sinnâ, utilizada aqui, refere-se a um escudo muito maior, alongado, normalmente carregado pelo escudeiro até que o soldado entrasse em confronto. Golias era uma verdadeira máquina de guerra.
17.9,10 — Desafio era um termo extremamente grosseiro que dava a ideia de colocar sob repreensão (v. 25,26). Como os relatos deixam claro posteriormente, as provocações desafiadoras de Golias eram muito mais contra o Deus de Israel do que contra o exército israelita (v. 26,36).
17.11 — Espantaram-se e temeram muito. O exército estava acometido de temor. Talvez os israelitas tivessem se esquecido das vitórias que Deus lhes havia concedido em tempos passados. O esquecimento dos livramentos passados dados por Deus diminuía a confiança, em face ao presente conflito.
17.12-15 — Efrateu. Efrata era um nome de família na tribo de Judá, a área onde Belém estava localizada (Mq 5.2).
17.16 — O atraso de quarenta dias na batalha pode ter sido dado por causa da dificuldade dos carros de guerra filisteus em atravessarem o profundo desfiladeiro do vale do Carvalho, que separava os dois exércitos.
O número quarenta parece ter papel significativo nas narrativas bíblicas simbolizando provação. Certamente, foi um longo período em que Israel teve de ouvir as palavras de insulto do arrogante Golias!
17.17-19 — Nos tempos antigos, os soldados, geralmente, ou viviam do que cultivavam nas terras conquistadas ou dependiam de suprimentos pessoais — trazidos por eles mesmos ou levados por alguém de sua casa. Jessé enviava Davi com provisões, grãos, pães e queijos, para seus filhos e líderes. Um efa era uma medida de grão que equivalia a 22 litros.
17.20-23 — Se levantou pela manhã. Essas são as mesmas palavras usadas para se referir a Abraão quando ele saiu para a sua jornada ao monte Moriá (Gn 22.3). O arraial saía em ordem de batalha. Os soldados estavam saindo em ordem de batalha, mas apenas para chamar para a peleja.
Na mão do guarda da bagagem. Essa informação indica que o que Davi havia feito por seus irmãos era um serviço comum realizado pelas famílias em benefício de seus filhos, no campo de batalha.
17.24 — Fugiam […] temiam. O medo do exército israelita era vergonhoso. Protegidos, localizados no alto da colina, nenhum deles estava correndo perigo imediato.
17.25 — Saul prometeu riquezas, isenção de taxas e de deveres do serviço público e a mão de sua filha em casamento àquele que vencesse Golias.
17.26 — Incircunciso é uma expressão de desprezo, usada para se referir a uma pessoa pagã.
17.27,28 — O irmão mais velho de Davi, Eliabe, foi um tanto rude. A tua presunção e a maldade do teu coração. Essa linguagem é semelhante à usada pelos irmãos de José para demonstrar a fúria deles (Gn 37).
17.29 — Não há razão para isso? Davi protestou, defendendo-se da acusação de presunção (v. 28). Havia razão para a agitação, mas não por causa de Davi, e sim por causa dos filisteus.
17.30-32 — Teu servo irá. Davi pesou as dificuldades dentro da perspectiva divina. Aqui estava uma oportunidade para Deus mostrar o Seu poder.
17.33 — Saul não mostrou qualquer evidência de ter reconhecido Davi como o jovem que tocava a harpa diante dele (I Sm 16.23). Provavelmente, havia muitos jovens que serviam o rei e Saul, pode não ter reconhecido Davi fora do contexto da corte real.
17.34-37 — As vitórias passadas de Davi contra um leão e um urso, deram a ele a fé necessária em Deus para vencer Golias. Para Davi, aquela situação retratava mais uma questão espiritual — a falta de fé dos israelitas — do que uma questão militar.
17.38,39 — E Saul vestiu a Davi das suas vestes […] um capacete de bronze, e […] uma couraça. Em vez de colocar sua armadura espiritual, a confiança em Deus, e ir ao campo de batalha, Saul tentou colocar sua enorme armadura material em um jovem rapaz. A armadura de Saul era designada para um homem de porte grande. Não posso andar com isso. Davi sequer poderia andar vestido com aquele aparato todo, muito menos lutar.
17.40,41 — Tomou o seu cajado na mão. Despreparado para enfrentar Golias como um soldado armado, Davi se preparou para enfrentá-lo como um pastor de ovelhas.
Cinco seixos do ribeiro, ou seja, cinco pedras lisas. A experiência havia ensinado a Davi o quão importante era o formato, o tamanho e a uniformidade da pedra para se alcançar êxito com uma funda. A funda era equipamento típico de um pastor. Era um bolso de couro amarrado a dois cordões. Colocando uma pedra no fundo, o atirador teria de girá-la sobre a cabeça para dar impulso. Ao soltar um dos cordões, a pedra era arremessada em direção ao alvo. Atiradores de fundas eram uma categoria comum de soldados nos exércitos do antigo Oriente Médio (Jz 20,16).
17.42 — Era jovem ruivo e de gentil aspecto. Davi não tinha os sinais da idade e as cicatrizes pertinentes a um campeão de batalhas. Diferentemente de muitos soldados de Israel, Davi sequer tinha barba.
17.43,44 — A aparência de um menino como o desafiante ofendeu o orgulho de Golias. Posteriormente, Golias viu o cajado de pastor (v. 40) e ficou enraivecido porque Davi parecia pronto para enfrentar um cão, em vez de um gigante. Amaldiçoou a Davi. Golias tratou Davi com desprezo. A expressão amaldiçoou é a mesma usada em Gênesis 12.3. Uma vez amaldiçoando uma pessoa do povo de Deus, Golias estava sujeito a ser amaldiçoado por Deus.
17.45 — Em nome do Senhor dos Exércitos. A palavra Exércitos aqui, se refere às milícias do céu e de Israel, sobre as quais Deus é o comandante soberano. A expressão nome do Senhor, alude ao relacionamento e à aliança de Deus com o povo de Israel. Davi estava dependendo do poder de Deus, como guerreiro e defensor do povo dele (Êx 15.3).
17.46,47 — Davi pretendia que a sua vitória demonstrasse a toda a terra que: (1) o Deus de Israel existe e (2) Deus livra os Seus, mesmo contra todas as probabilidades mais impressionantes. As palavras de Davi, do Senhor é a guerra, colocam o confronto na perspectiva correta.
17.48,49 — Apressou-se Davi e correu ao combate. Parte da estratégia de Davi era se adiantar em relação ao gigante. Guiado pelo Senhor, Davi, habilidosamente, atingiu o lugar certo na testa de Golias, com um lance poderoso e fatal.
17.50,51 — E lhe cortou […] a cabeça. A cena foi uma vergonha para o exército inimigo e um sinal decisivo de que Golias estava morto, o que aterrorizou os filisteus.
17.52,53 — Os israelitas perseguiram os filisteus do norte, em direção a Ecrom, ao leste, e em direção a Gate. Cidade também mencionada em Josué 15.36, o nome Saaraim significa dois portões e fica próxima a Socó e Azeca.
17.54 — Davi tomou a cabeça do filisteu e a trouxe a Jerusalém. Nesse tempo, uma parte de Jerusalém estava ocupada pelos israelitas, mas a cidade de Jebus ainda estava nas mãos dos jebuseus (Js 15.63). Mais tarde, ela foi tomada por Davi quando ele se tornou rei sobre toda a nação de Israel (II Sm 5.6-9).
17.55 — Abner, um dos chefes do exército de Saul, também era primo dele (I Sm 14.50). Ele era um dos soldados experientes que ficou silencioso e inativo diante das palavras de afronta de Golias.
De quem é filho esse jovem. Como essa pergunta encaixa-se com o fato de Davi ter servido como músico na corte de Saul (I Sm 16.18-23)? A instável condição mental de Saul (I Sm 16.14,15) pode ter afetado sua memória.
Ele pode ter reconhecido Davi como seu músico, mas ter esquecido o nome de seu pai. Saul precisava saber de qual família Davi pertencia para poder recompensá-la (v. 25). Também é possível que, por trás da pergunta feita a Abner, existisse o principal interesse de Saul: não apenas a identidade de Davi, mas sondar sobre a possibilidade de Davi ser um concorrente ao trono de Israel.
17.56-58 — Filho de teu servo Jessé. Identificando o pai, Davi provavelmente pretendia enfatizar que Jessé não era uma ameaça ao rei, mas sim um servo fiel dele.
Um homem de estatura gigantesca, Golias, de Gate (4), apresentou-se como o campeão dos filisteus, e desafiou um oponente do exército de Israel — uma prática comum nas antigas táticas de guerra. Ele tinha mais de dois metros e oitenta centímetros de altura, usava uma armadura que pesava cerca de sessenta e oito quilos, e a haste de sua lança era como um eixo de tecelão, cuja ponta pesava cerca de nove quilos.
O côvado era a distância desde a ponta do cotovelo até a extremidade do dedo médio, cerca de quarenta e cinco centímetros. O palmo era a distância entre a ponta do mindinho até a ponta do polegar, quando os dedos estão esticados, e mede em torno de quinze a vinte centímetros. Grevas (6), perneiras. Escudo, ou seja, dardo. Ouvindo, então, Saul e todo o Israel… espantaram-se e temeram muito (11). Os israelitas sabiam que Saul, o homem mais alto e mais forte do exército, deveria ser o campeão de Israel.
E Davi era filho de um homem, efrateu, de Belém de Judá (12) — como os livros históricos do Antigo Testamento registram, em alguns casos, compilados a partir de documentos mais antigos (por exemplo, 10.25; I Reis 11.41; 14.19; 15.7; etc.), existe a ocasional repetição de informações dadas anteriormente.
Jessé era um homem idoso nessa época. Os seus três filhos mais velhos estavam no exército com Saul. Davi, porém, ia e voltava de Saul, para apascentar as ovelhas de seu pai (15) — uma referência à aparição anterior de Davi na corte de Saul em Gibeá (ISm 16.19-23).
Davi foi enviado por seu pai ao acampamento de Israel com provisões para os seus irmãos mais velhos. Um efa (17), aproximadamente um alqueire (cerca de 35 litros). Tomarás o seu penhor (18), isto é, alguma lembrança ou recordação deles — Moffatt: “traga-me notícias deles”.
Ao lugar dos carros (20), ao acampamento. Em ordem de batalha, à linha de batalha ou à formação militar. Aparentemente, durante quarenta dias (16) os israelitas procuraram um campeão sem sucesso. A gritos, chamavam à peleja (20), “soltando o seu grito de guerra”.
Se puseram em ordem (21) “posicionaram suas linhas de batalha” (Berk.). Deixou a carga que trouxera (22), pacote ou pacotes. Guarda da bagagem — ou do armazém de suprimentos. Fará isenta de impostos a casa de seu pai em Israel (25), ou seja, livre do trabalho forçado e dos impostos (I Sm 8.11-18).
Quando Golias lançou o seu desafio costumeiro, Davi perguntou aos homens que estavam ao seu redor o que seria feito ao que matasse o filisteu e, portanto, tirasse a afronta de sobre Israel (26) — em hebraico, cherpah, “desgraça, vergonha”, por causa do seu fracasso em enfrentar aquele que desafiava os exércitos do Deus vivo.
O Deus vivo está em contraste com as futilidades sem vida adoradas pelos pagãos. A maneira de falar de Davi ofendeu o seu irmão mais velho, Eliabe, que o repreendeu. Não há razão para isso? (29), ou “Não é um problema?”
As palavras corajosas de Davi chamaram a atenção de Saul, que o convocou à sua presença. Quando ele se ofereceu para lutar contra o gigante filisteu, o rei objetou, com base na pouca idade de Davi.
Como resposta, o jovem relatou a sua experiência com o leão e o urso que atacavam os rebanhos que estavam sob os seus cuidados. Os leões da Ásia são muito semelhantes aos da África, e com base na frequência com que são mencionados no Antigo Testamento (130 vezes), eles eram muito comuns na Palestina nos tempos bíblicos.
Os ursos eram os da espécie de cor marrom, e até mais temíveis que os leões, por causa da sua força superior e das suas ações imprevisíveis. No inverno, quando não era possível obter frutas silvestres, eles atacavam os rebanhos e levavam as ovelhas e os cordeiros.
Mas, a confiança de Davi, fundamentava-se em algo mais seguro do que a sua experiência como um pastor. A base era uma forte fé religiosa. Golias tinha desafiado o exército do Deus vivo (36) — veja 26, comentário. Era o Senhor quem tinha realmente livrado o seu servo do leão e do urso — e Ele me livrará da mão deste filisteu (37). Foi feita uma tentativa de vestir Davi com as armas de Saul. Ele começou a andar (39), ou seja, tentou andar.
Ao perceber a futilidade de tentar lutar com armas que jamais tinha experimentado nem testado, Davi deixou-as de lado, e, ao invés delas, levou o seu cajado (40), a sua funda de pastor e cinco seixos do ribeiro.
Se Davi tivesse usado todas as cinco pedras em sua luta com Golias, ele ainda teria vencido. Mas da maneira como os fatos ocorreram, ele matou o gigante com uma, e estaria pronto caso quatro outros tivessem aparecido no horizonte. O alforje era uma pequena bolsa de dinheiro.
A funda — em hebraico, gela’ — era uma arma usada principalmente pelos pastores, mas também reconhecida como uma arma de guerra. Normalmente, era feita de uma tira de couro, com um bolso no centro onde continha as pedras. As duas extremidades eram seguras na mão, e era girada sobre a cabeça até que o soltar de uma das pontas lançava a pedra com tremenda força. Era possível ter uma boa precisão de pontaria; porém, isso requeria grande habilidade e treinamento (I Cr 12.2).
A ira e o desprezo fizeram com que Golias se irasse; então amaldiçoou a Davi pelos seus deuses (43) e ameaçou dá-lo como alimento às aves e aos animais do campo.
A nobre resposta do filho de Jessé inspirou a muitos frente a grandes desafios: Tu vens a mim com espada, e com lança, e com escudo; porém eu vou a ti em nome do Senhor dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem tens afrontado (45).
O Senhor dos exércitos é uma designação do Deus de Israel usada pela primeira vez em Samuel, mas encontrada normalmente ao longo dos salmos e dos livros proféticos, especialmente em Isaías. Essa expressão se refere a Deus como o Senhor de todos os poderes celestiais e terrenos, o invisível líder de Israel que luta pelo seu povo. O conceito apareceu até mesmo antes que a palavra fosse usada — por exemplo, Êx 15.1, 3; Js 5.14; Nm 21.14.
Confiante em Deus, Davi previu a vitória: toda a terra saberá que há Deus em Israel (46). O Senhor não se limita à espada e à lança para salvar o seu povo, porque do Senhor é a guerra (47). A pedra de Davi atingiu a testa do gigante, atordoou-o (cf. 51) e quando ele caiu por terra, o jovem pegou a própria espada do filisteu e matou-o, ao cortar-lhe a cabeça.
Com a morte de seu campeão, o resto dos filisteus fugiu com terror, perseguido pelos exércitos de Israel com grandes mortes até lugares tão distantes como Gate e Ecrom, duas das principais cidades da Filístia, e passaram por Saaraim (52) nas planícies de Judá, a oeste de Socó e Azeca.
Mais tarde, Davi trouxe a cabeça de Golias a Jerusalém, mas manteve as armas do gigante em sua tenda (54). O fato de Saul e Abner não reconhecerem a identidade do jovem indica um lapso de tempo entre a aparição de Davi como um músico na corte (16.23) e a expulsão dos filisteus. Jovem (56) em hebraico, ‘dem – pode simplesmente significar “homem moço”. A referência de Saul, jovem (58) também enfatiza a aparente juventude de Davi’.
“O nome vitorioso” é, corajosamente, pronunciado por Davi diante dos eventos impossíveis: Tu vens a mim com espada, e com lança, e com escudo; porém eu vou a ti em nome do Senhor dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem tens afrontado, 45. No contexto e nos resultados desse episódio, podemos ver:
- O contraste entre o mundano e o homem de Deus, 32-37;
- A batalha entre as armas de guerra e a funda de pastor, 38-51;
- A supremacia do exército do Senhor sobre os poderes do mal, 52.
O Vale de Elá e o Ribeiro de Davi
O vale de Elá, também conhecido como vale de Elah e também conhecido como vale dos Terebintos ou vale dos Carvalhos é um vale situado no centro de Israel, conhecido principalmente por ser mencionado na Bíblia como o local onde os israelitas estavam acampados quando David lutou com Golias (I Samuel. 17:2, 19).
Situa-se a 20 km a sudoeste de Belém e a cerca de 30 km a oeste de Jerusalém. Historicamente, foi um local de grande importância estratégica devido à ligação com a região de Sefelá e aos montes da Judeia.
Vale de Ela Azeca
A melhor vista do vale é a partir do morro comandante da Azeca. Essa cidade estratégica, foi sabiamente fortificada por Roboão, e foi uma das últimas cidades a cair nas mãos dos babilónios na invasão a Judá em 586 a.C. O vale é o local da batalha de David e Golias.
A Árvore de Elá
O vale recebe o seu nome a partir da árvore Elá, um tipo de árvore de carvalho ou carvalho. Essa árvore de Elá grande e antiga ainda permanece no vale, lembrando aos visitantes do dia, quando as árvores proliferaram nas campinas. (I Reis 10:27).
O Ribeiro de Elá: O lugar onde David apanhou as 05 pedras
O ribeiro de Elá é famoso pelas cinco pedras que contribuíram para a vitória do jovem lançador, David. Alguns supõem que David escolheu as cinco pedras por pensar que Golias tinha quatro irmãos e essas serem necessárias.
Adulão
Localizado no extremo leste do vale é o sítio arqueológico de Adulão. Esse lugar provou ser o lugar perfeito para David para se esconder na sua fuga inicial de Saul. Como hoje se encontra na fronteira entre Israel pré-1967 e a Cisjordânia, assim, como nos dias de David, esse local era aparentemente “terra de ninguém”, onde ele poderia ficar em segurança longe do caminho de Saul e dos filisteus.
Caverna de Adulão
I Samuel 22 diz que Davi se escondeu na “caverna de Adulão”. Hoje em dia, existem muitas cavernas no local e não está claro qual ou quais David tenha utilizado, como muitos têm sido usadas e modificadas desde então. Enquanto ele esteve aqui, 400 homens que tinham dívidas, angústia ou descontentamento, reuniram-se em torno de David.
Vista do Vale do Socó
Esta vista panorâmica do vale de Elá; o Sul é uma visão aproximada do que o exército filisteu viu como eles enfrentaram os israelitas na batalha conhecida como “David contra Golias”. Os filisteus estavam acampados no lado sul do vale e as forças do rei Saul ocuparam o morro na zona norte.
24- Capítulo 18
18.1 — A alma de Jônatas se ligou com a alma de Davi. É provável que a amizade mais verdadeira entre homens registrada na Bíblia seja a que uniu Jônatas e Davi. A PALAVRA HEBRAICA UTILIZADA NESSE TEXTO É SEMELHANTE ÀQUELA UTILIZADA EM Gn 44:30 para designar o amor de Jacó por Benjamim. Isso é extremamente significativo.
18.2 — O tomou e não lhe permitiu que tornasse para casa. A exemplo de Jônatas, Saul também foi cativado por Davi e o chamou para integrar a sua corte novamente (I Sm 16.19-23; 17.15).
18.3 — Essa aliança era um acordo mútuo no qual Davi e Jônatas estavam unidos para cuidar das necessidades e dos interesses um do outro. Foi um tratado entre iguais, ainda que os dois jovens não fossem exatamente iguais.
Certamente, Jônatas foi o que tomou a iniciativa da amizade, tendo-se em vista ser ele um membro da casa real. O amava como à sua própria alma. Essa descrição, repetida para dar ênfase (v. 1), descreve a profundidade e a natureza do amor desinteressado de Jônatas por Davi.
Jônatas e Davi fizeram aliança (3) – em hebraico, berith, um acordo compacto e fechado, voluntariamente feito entre duas pessoas que antes não estavam associadas. É a mesma palavra usada com respeito ao concerto ou aliança de Deus com o seu povo, de onde deriva a palavra “testamento” no Antigo e no Novo Testamento.
18.4 — Espada […] arco […] cinto. Esses artigos eram preciosos e jamais deveriam ser entregues a outra pessoa. Com tais presentes, Jônatas ratificou a sua aliança com Davi. No passado, a ação de Jônatas era interpretada como uma transferência simbólica do poder real da família de Saul para a de Davi.
18.5 — Davi […] conduzia-se com prudência. Essa descrição, alude a um sutil — mas contínuo — contraste entre Davi e Saul. A expressão revela que Davi estava agindo com habilidade e, por isso, atingindo sucesso. As atitudes de Davi opunham-se às atitudes inconsistentes de Saul (I Sm 13.13). O pôs sobre a gente de guerra. Davi não substituiu Abner (I Sm 17.55); ele foi simplesmente reconhecido como um herói militar nacional.
18.6 — Quando Davi voltava de ferir os filisteus. Um evento ocorrido imediatamente após a famosa batalha do capítulo 17, é mencionado aqui. As mulheres de todas as cidades de Israel se ajuntaram para celebrar a vitória e o novo herói nacional. Ao encontro do rei Saul. Um comportamento comum na época.
18.7 — A canção popular que celebrava os feitos militares de Davi tornou-se amplamente conhecida, mesmo entre os filisteus (I Sm 21.11). Milhares […] dez milhares. O emprego poético de exagero é evidente aqui. Davi ainda não havia matado esse número de pessoas. As mulheres não tinham a intenção de ofender ao rei; elas estavam apenas louvando a Deus por Seus crescentes benefícios à nação. Mas, veja que isso, ressaltou o coração orgulhoso de Saul.
18.8 — Saul se indignou muito. Saul viu que as habilidades e os feitos de Davi ofuscavam a sua importância como rei. Senão só o reino? Para Saul, parecia não faltar mais honra alguma a Davi, exceto o próprio trono. Ironicamente, isso era exatamente o que Deus já havia determinado.
18.9 — Saul tinha Davi em suspeita. Saul começou a olhar para Davi com suspeita, procurando por qualquer sinal de traição ou razão para desconfiança.
18.10-13 — Qualquer que seja o caso aqui, Deus estava julgando Saul por sua desobediência anterior, permitindo que sua mente ficasse perturbada. O pecado pode abrir brechas que em casos extremos levam à loucura (Is 1:5).
18.14,15 — Davi se conduzia com prudência. Veja também I Sm 13.13. E o Senhor era com ele. O relacionamento de Davi com Deus era a chave para o seu sucesso.
18.16 — Israel e Judá amavam Davi […] saía e entrava diante deles. As atividades militares de Davi elevaram a sua importância diante do povo.
18.17-20 — Saul havia prometido anteriormente a mão de sua filha em casamento àquele que derrotasse Golias (I Sm 17.25), entretanto, aqui, ele relaciona o referido casamento a conquistas futuras, esperando que Davi pudesse ser morto pelos filisteus. (Porque Saul dizia consigo: Não seja contra ele a minha mão, mas, sim, a dos filisteus.)
Nesses versículos, Davi manifesta genuína humildade ao passo que Saul astúcia maligna. Deus considera mais a intenção do coração do que, necessariamente, o ato prático em si (Mt 5,6,7). Observe ainda a postura de David com respeito a Saul em I Sm 24:6. Merabe, filha mais velha de Saul, significa “aumento” e vem de uma raiz que significa “vir a ser muitos”.
18.21-23 — Para que lhe sirva de laço. Saul esperava que, oferecendo Mical (Sig. No Hebraico: “Aquele que é semelhante a Deus”; raiz da palavra aponta para “prevalecer, vencer, resistir”) em casamento, ele levaria Davi à morte. Sendo eu, homem pobre e desprezível. Davi não tinha os recursos para trazer um dote de casamento adequado a um rei (v- 25). O nome de sua futura esposa tinha haver com sua própria trajetória no caminho do Reino. A coragem, a prudência, a humildade e a sua grande intimidade com Deus (essa, em especial, claro!) foram determinantes de sua bem sucedida trajetória.
18.24,25 — Em muitas culturas do antigo Oriente Médio, o dote era pago pelo noivo ao pai da noiva como forma de compensação econômica pela perda de uma filha que ajudava na casa.
Cem prepúcios. Os prepúcios seriam a prova de que Davi de fato teria matado aquela quantidade de filisteus. Paradoxalmente, o “dote” de David simboliza a “porção dobrada” do que Saul havia astuta e maliciosamente pedido.
18.26,27 — Porém, os dias ainda não se haviam cumprido. Aparentemente, havia um limite de tempo durante o qual Davi teria que cumprir as condições do dote. Duzentos homens. Davi proveu o dobro do número exigido por Saul.
18.28,29 — Viu Saul e notou que o Senhor era com Davi. O sucesso de Davi em tão perigosa façanha levou Saul a acreditar que o Senhor era com Davi. Significativamente, o texto acrescenta que a filha de Saul amava Davi. Com o casamento realizado, Saul tinha colocado uma parte de sua família nas mãos de seu rival, o que lhe trouxe mais um elemento desestabilizador: o medo de Davi.
18.30— A guerra contra os filisteus continuou, bem como os bravos feitos de Davi. Se conduziu mais prudentemente. Essa importante expressão, que significa agir com habilidade, é novamente contrastada com aquela empregada para se referir a Saul (I Sm 13.13), que significa bancar o tolo. Os compromissos militares bem-sucedidos de Davi deram a ele crescente honra e reconhecimento.
25- Capítulo 19
Nobre Intercessão; Ódio Implacável. Não contente em trocar roupa e armas com seu amigo, Jônatas defendeu a causa dele na corte. O rei lhe dava atenção, e ele fazia a defesa de Davi. Quando ele se referia à devoção, à modéstia e à coragem do cunhado, o coração de seu pai se aplacava.
Não devemos, no entanto, tomar a intercessão de Jônatas como um tipo da do Senhor, porque Jesus intercede por nós perante Alguém cujo amor não exige provas. Mas aprendamos a permanecer “no esconderijo do Altíssimo” e a nos esconder até que tenhamos aprendido o que nos convém fazer (v. 2).
Enquanto as tropas de Saul vigiavam a casa do lado de fora, o salmista estava apelando para Deus, sua força, e se escondendo em seu alto refúgio. (Ver o Salmo 59.1-17.) Esperemos em Deus, durante aquelas horas em que o inimigo se acha à nossa espreita. Não devemos apenas orar, pedindo o auxílio de Deus, mas também esperá-lo e buscá-lo.
“Livra-me, Deus meu, dos meus inimigos; põe-me acima do alcance dos meus adversários. Livra-me dos que praticam a iniquidade e salva-me dos homens sanguinários, pois que armam ciladas à minha alma; contra mim se reúnem os fortes, sem transgressão minha, ó SENHOR, ou pecado meu. Sem culpa minha, eles se apressam e investem; desperta, vem ao meu encontro e vê.
Tu, SENHOR, Deus dos Exércitos, és o Deus de Israel; desperta, pois, e vem de encontro a todas as nações; não te compadeças de nenhum dos que traiçoeiramente praticam a iniquidade. Ao anoitecer, uivam como cães, à volta da cidade. Alardeiam de boca; em seus lábios há espadas. Pois dizem eles: Quem há que nos escute? Mas tu, SENHOR, te rirás deles; zombarás de todas as nações.
Em ti, força minha, esperarei; pois Deus é meu alto refúgio. Meu Deus virá ao meu encontro com a sua benignidade, Deus me fará ver o meu desejo sobre os meus inimigos. Não os mates, para que o meu povo não se esqueça; dispersa-os pelo teu poder e abate-os, ó Senhor, escudo nosso. Pelo pecado de sua boca, pelas palavras dos seus lábios, na sua própria soberba sejam enredados e pela abominação e mentiras que proferem.
Consome-os com indignação, consome-os, de sorte que jamais existam e se saiba que reina Deus em Jacó, até aos confins da terra. Ao anoitecer, uivam como cães, à volta da cidade. Vagueiam à procura de comida e, se não se fartam, então, rosnam. Eu, porém, cantarei a tua força; pela manhã louvarei com alegria a tua misericórdia; pois tu me tens sido alto refúgio e proteção no dia da minha angústia. A ti, força minha, cantarei louvores, porque Deus é meu alto refúgio, é o Deus da minha misericórdia.” (Sl 59:1-17).
Toda verdadeira espera está conjugada com o louvor. Canta, alma perseguida, firme na segura confiança de que a gloriosa libertação que esperas está muito próxima! Notemos que a Santa Escritura nunca esconde a má ação nem jamais lhe faz concessões. Ela não desculpa as “mentiras necessárias”. (Ver Levítico 19.11 e Colossenses 3.9)
I Samuel 19.13-24: Saul Controlado Pelo Espírito de Deus. Davi apressou-se em informar Samuel acerca da mudança que se estava operando nos acontecimentos, e sua suspeita de que Saul estava ameaçando sua vida.
Para maior segurança, o profeta o levou para um local onde certo número de moços — morando em cabanas feitas de vime ou de salgueiro — estavam sendo preparados para o ofício profético.
Isso nos dá uma visão da obra construtiva em que Samuel esteve engajado nos últimos anos de sua vida. Eles estavam vivendo numa atmosfera carregada de eletricidade espiritual. Saul tentou invadir essa assembleia sagrada com três grupos sucessivos de mensageiros para prender Davi — e, por fim, foi pessoalmente.
Antes de chegar ao lugar, ele também foi dominado, e lançado por terra em êxtase que durou todo aquele dia e noite. Tais cenas não eram incomuns nos dias de John Wesley e de Jonathan Edwards.
Mas, nessa questão, havia uma grande diferença entre Saul e Davi. Entre Davi e o Espírito profético existia uma real afinidade. Em pureza e simplicidade, ele havia-se rendido a Deus. Saul era um outro homem, dentro das circunstâncias, mas não um novo homem. O Espírito estava sobre ele, mas não nele. Ele tinha dons, mas não a graça. Não havia raiz, e a planta secou.
Os versículos 22 a 24 de I Samuel são bastante interessantes neste contexto:
“Então, foi também ele mesmo a Ramá e, chegando ao poço grande que estava em Seco, perguntou: Onde estão Samuel e Davi? Responderam-lhe: Eis que estão na casa dos profetas, em Ramá.
Então, foi para a casa dos profetas, em Ramá; e o mesmo Espírito de Deus veio sobre ele, que, caminhando, profetizava até chegar à casa dos profetas, em Ramá.
Também ele despiu a sua túnica, e profetizou diante de Samuel, e, sem ela, esteve deitado em terra todo aquele dia e toda aquela noite; pelo que se diz: Está também Saul entre os profetas?
Socó era um local próximo a Ramá, mas no hebraico significa “Torre de Vigia”, porém a raiz da palavra está ligada ao significado de “sobrepujar”. Ao se aproximar desse local, não restou a Saul outra possibilidade que não fosse profetizar. E ao fazê-lo, ele assim como os demais despiu a sua túnica (Hb 4:12-13)
26- Capítulo 20
Davi e o Preparo Pessoal para Reinar – As Pedras
2ª Pedra: A Separação de Jônatas – Figura da Alma
Pedra da Divisão, da Separação, do Negar-se a Si mesmo.
Aliança de Amizade. Quando a dúvida se prolonga a vida fica insuportável; daí o apelo de Davi ao seu amigo. Além disso, ele suspirava para dar uma olhadela no querido lar de Belém e para beber “do poço junto à porta”. A conversa entre os amigos foi dolorosa para ambos.
Somente os que já experimentaram o rompimento de uma comunhão e de um relacionamento amistoso, podem fazer ideia da profundeza e da amargura das águas que começaram a rolar entre os dois amigos.
Jônatas é um dos mais nobres tipos humanos apresentados nas biografias da Escritura. Tanto na sua vida particular, como na pública, ele brilhou com beleza sem similar, como uma estrela num céu escuro. Davi disse que ele era “querido e amável”. Jônatas tinha uma clara previsão da futura grandeza de Davi, mas nunca deixou entrever qualquer sentimento de rivalidade.
Ele amava seu amigo mais do que a si próprio, tanto que, na verdade, para Jônatas, era melhor ver Davi coroado e exaltado do que ele próprio ascender ao trono. O amor expulsa o ciúme. Essa amizade era ideal; e só nos cabe pedir que possamos perceber alguma coisa da sua beleza e conhecer o amor de Cristo assim dessa maneira.
Um Amigo na Corte. Jônatas deve ter sido fortemente tentado a aliar-se ao amigo, para que, juntos, pudessem enfrentar o mundo; mas apegou-se lealmente à sorte de seu pai, embora soubesse que estava destinado ao fracasso e à ruína. Mas ao mesmo tempo, no banquete, levantou-se em defesa do amigo. Que lição para alguns de nós!
O Príncipe dos reis da terra não se sente envergonhado de chamar-nos de irmãos, mas, infelizmente, nós nos esquivamos de reconhecê-lo e de confessá-lo quando em companhia dos que se recusam a aceitar a sua supremacia. Nós silenciamos quando sua honra é escarnecida; recuamos ante a ameaça da tempestade. Se não tomamos posição contra ele, nem ao menos falamos em seu favor. Somos assim covardes apesar de nossa aliança com ele!
O ciúme de Saul explodiu com violência vulcânica. Seu pai e rei insultou-o com palavras injuriosas. Exigiu a execução imediata de Davi, e acabou tentando tirar a vida de Jônatas. Verdadeiramente, pode-se dizer dele, como depois se disse de Judas, que Satanás entrou nele. Conservemo-nos vigilantes de modo a não dar a menor brecha ao diabo.
A Senha das Flechas. Ficara bem claro que as flechas eram contrárias a Davi. Era inútil esforçar-se para lutar contra circunstâncias irresistíveis. Temos de sustentar a nossa posição até que o Capitão, por meio de um sinal indubitável, nos diga que podemos retirar-nos. Mas, quando chegou a hora da separação, o coração dos dois amigos estava quase a romper-se.
Como o rapaz ignorava a tragédia que era representada debaixo da tranquila beleza daquela madrugada! Os passarinhos estavam cantando e as flores desabrochando ao sol, como sempre; mas, para os dois amigos, o sol estava escurecido e uma mortalha cobria a natureza.
Todavia, Deus estava guiando Davi para estabelecer os fundamentos do reino do Messias, e os dois continuavam unidos em Deus. O Senhor estava entre eles. E essa é uma das figuras mais lindas para expressar a relação de amor pela qual estavam ligados e mediante a qual estabeleceram aliança.
A Pedra de Ezel
A Pedra de Ezel é bastante representativa da operação subjetiva da cruz para aqueles que desejam Reinar com Cristo. Ezel significa “divisão, separação”. Foi isso que experimentaram David e Jônatas. Isso é uma clara menção da “separação de alma” a que devemos nos submeter no caminho do Reino.
O amor de ambos, em especial o de Jônatas por Davi, ainda que extremo, era “de alma”. Ou seja, a separação daquilo que a alma representa, certamente deverá estar presente no processo da formação do caráter de Cristo em nós. David, como nosso representante, experimentava essa lição na mesma medida em que outrora teve convicção de que “Tão certo como vive o Senhor, e tú vives, Jônatas, apenas há um passo entre mim e a morte”. Observe a correlação entre ambos textos (I Sm 20:3b e I Sm 20:23, 42).
“Morrer” para as coisas da alma não significa fazê-la morrer na plena acepção da palavra, mas simboliza o “negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e me siga” tão enfatizado por Jesus. Jônatas era a representação humana do amor de alma de David por si mesmo. E a Pedra de Ezel era o marco significativo desta ruptura. Na prática, simboliza o deixar para trás tudo aquilo que nos afasta de Cristo e de Seu Governo sobre nossas vidas. A conquista de Canaã é marcada envolve episódios como esse.
As flechas estão para lá de ti? Animo; existe alguma coisa “mais para lá” de nós. Para lá, está Deus; lá há um reino; cânticos de transbordante êxtase estão lá! Levantemo-nos e marchemos rumo ao desconhecido. Mesmo que tomemos as asas da manhã, não poderemos ultrapassar o amor de Deus.
Obs.: Para melhor entendimento acerca das FLECHAS mencionada, em destaque, nesse episódio, ver o “Resumo detalhado sobre as Flechas na Bíblia”.
Festividade da Lua Nova – I Sm 20:5
A ordem de Deus a Israel era que, em cada lua nova, que marcava o início dos meses lunares do calendário judaico, se tocassem trombetas sobre as suas ofertas queimadas e os seus sacrifícios de participação em comum. (Nm 10:10)
Nesses dias, deviam ser oferecidos sacrifícios especiais, além do contínuo sacrifício diário. A oferta da lua nova devia consistir em uma oferta queimada de dois novilhos, um carneiro e sete cordeiros de um ano, com as correspondentes ofertas de cereal e de vinho, bem como um cabritinho para uma oferta pelo pecado. (Nm 28:11-15).
Isso é tudo o que foi ordenado no Pentateuco a respeito da sua observância, mas a observância da lua nova desenvolveu-se com o tempo, tornando-se uma importante festividade nacional.
Em Isaías 1:13, 14, é colocada ao lado dos sábados e das épocas festivas. Pelo menos no tempo dos profetas posteriores, nos dias da lua nova o povo não se empenhava em negócios, conforme indicado em Amós 8:5. Isso era mais do que as Escrituras exigiam para os dias de lua nova.
Mesmo assim, conforme mostram os últimos dois textos citados, a observância da lua nova pelos judeus, naquele tempo, já se tornara mero formalismo, odioso aos olhos de Jeová.
O dia da lua nova era um dia especial para as pessoas se reunirem e festejarem. Isso se vê no argumento de Saul, quando Davi não compareceu à mesa de Saul no dia da lua nova. Saul disse a si mesmo: “Aconteceu alguma coisa, de modo que não está limpo, por não ter sido purificado.” (I Sm 20:5, 18, 24, 26)
Embora se pudessem realizar certos tipos de trabalho nesse dia, que não podiam ser realizados no sábado, era encarado como dia para a consideração de assuntos espirituais. O povo reunia-se em congresso (Is 1:13; 66:23; Sl 81:3; Ez 46:3), ou visitava profetas ou homens de Deus. (II Rs 4:23)
A observância do dia da lua nova não envolvia a adoração da lua, conforme era praticada por algumas nações pagãs, nem tinha qualquer relação com a astrologia. (Jz 8:21;2Rs 23:5; Jó 31:26-28).
Isaías escreveu sobre um tempo futuro em que toda a carne se ajuntaria para se curvar diante de Jeová nos dias da lua nova. (Is 66:23)
Na profecia de Ezequiel, durante o tempo do exílio em Babilônia, quando ele recebeu a visão de um templo, Jeová disse-lhe: “Quanto ao portão do pátio interno, que dá para o leste, deve continuar fechado pelos seis dias de trabalho e deve ser aberto no dia de sábado, e deve ser aberto no dia da lua nova. E o povo da terra tem de curvar-se à entrada daquele portão, perante Jeová, nos sábados e nas luas novas.” (Ez 46:1, 3).
Atualmente, os judeus celebram a lua nova com muitas cerimônias minuciosas e lhe dão muita importância. Mostra-se, porém, aos cristãos, que eles não têm a obrigação de observar uma lua nova ou um sábado, que são apenas parte duma sombra de coisas vindouras, sendo a realidade encontrada em Jesus Cristo. As festividades do Israel natural têm significado simbólico e um cumprimento com muitas bênçãos, por meio do Filho de Deus. (Cl 2:16, 17).
A Caminhada de Davi no Deserto e a experiência da Fraqueza e Dependência de Deus
Deus Esvazia para Encher
A necessidade de fraqueza é perfeitamente normal. Através do conjunto das Escrituras, Antigo Testamento e Novo, é perfeitamente claro que Deus começa desfazendo os homens e levando-os até um lugar de fraqueza e de vazio, Ele realmente esvazia Seus vasos antes de enchê-los. O Senhor realmente quebra antes de construir. O Senhor tira a força antes que Ele faça a sua força perfeita no mesmo objeto.
Não há dúvida sobre isso na leitura da Palavra de Deus e no estudo da história de qualquer instrumentalidade que serviu o propósito do Senhor de qualquer maneira vital. A necessidade de fraqueza e dependência consciente, é muito real quando entramos na esfera do valor divino é de um grande valor e importância para nós e para o Senhor.
A Razão do Enfraquecimento
Onde, então, que essa necessidade começa? De onde vem sua ascensão? Ela tem sua origem a partir do desejo da natureza pelo poder e força. Universalmente o homem, por natureza, deseja força, e diremos não gosta (que é uma palavra fraca) da fraqueza, revolta-se contra a fraqueza, deseja o poder. Esse desejo está em nós por natureza.
Seria difícil encontrar a pessoa, por mais insignificante que possa parecer, entre homens e mulheres, que realmente, naturalmente, se deleita em estar em desvantagem, tem prazer em ser aviltado, incapaz de levantar-se diante dos outros, de se garantir em si mesmo, possuir uma medida de dignidade.
Não, isso não é da natureza humana, e muitas vezes até mesmo uma humildade falsa é apenas uma maneira sutil de tentar chamar a atenção para si mesmo, e, assim, ganhar uma vantagem.
Ouvimos as pessoas dizerem jactanciosamente que eles eram as pessoas mais humildes do mundo, e que isso foi simplesmente saindo em uma forma de orgulho, sob o pretexto de uma falsa humildade. Nós nunca seremos capazes de rastrear todas as formas de vida do nosso ego, que de alguma forma ou de outra se manifesta no sentido de querer ser forte, visando um tipo de poder, influência, permanência, se garantir em si mesmo, mantendo a cabeça erguida, e assim por diante. Essa é a natureza humana.
Uma Coisa Certa Feita Errada
O ponto é esse, que na natureza humana como ela é agora, o que chamamos humanidade caída, toda a questão de poder tem sido subvertida para que isto se torne uma coisa pessoal, e, assim, tornou-se uma coisa má.
Deus nunca quis que o homem fosse um verme indigno rastejando sobre a terra. Ele desejava que ele fosse nobre, magnífico, o maior produto de Sua mão, dotado de uma grande dignidade, possuidor de maravilhoso poder e força e influência.
Mas Deus planejou tudo isso para Sua satisfação, a Sua glória, Sua honra, para Si mesmo. A coisa toda se tornou pervertida, e tomou uma natureza de interesses pessoais de alguma forma ou de outra, e isso é a natureza humana como nós encontramos agora. É apenas quando o princípio do eu é quebrado que podemos aceitar de bom grado uma posição de ser nada por causa do Senhor.
A Busca de Satanás pelo Poder
Aqui reside o segredo da necessidade da fraqueza, que o homem, como ele é, tem nele uma força subvertida ou busca por força. Lá, reside o supremo objetivo Satânico. O único objetivo dominante de Satanás é poder, força, domínio, e ele colocou essa ideia, essa sugestão, dentro do homem, para ser como Deus, isto é, de ter poder em si mesmo afastado de Deus…
Mesmo os santos, descobrem que em suas naturezas há essa tendência, e que quando Deus abençoa, e abençoa maravilhosamente, há um inimigo na velha natureza que pode tomar posse da própria bênção de Deus e usá-la para sua própria glória; “porque foi maravilhosamente ajudado, até que se tornou forte” (II Crônicas 26:15), e tomou as bênçãos maravilhosas de Deus como um meio de poder, trazendo-o em destaque e levando-o até mesmo em territórios proibidos; esse inimigo mal que está dentro, que mesmo em santos maravilhosamente ajudados e abençoados por Deus, de quando em quando se levanta e se torna sua ruína. É a velha coisa de novo. O supremo objeto de Satanás, trazidos na própria constituição do homem caído e manifestando-se sempre e sempre naquele terreno para poder pessoal, a força para nós mesmos em interesse próprio.
Essa coisa é tão profunda, tão sutil e tão secreta, que eu e você nunca vamos chegar ao fundo da questão. Você e eu nunca vamos chegar, como se diz, até o fim disso. Nós nunca seremos capazes de colocar a mão sobre isto, para agarrar, compreender. É muito profundo para nós, é muito sutil para nós.
As formas em que o desejo de força se mostra muitas vezes são tão profundamente sutis que é pensado ser bom e justo ou é totalmente invisível. Encontra-se mais a volta do mal, da destruição, da ruína, da limitação do povo do Senhor do que somos conscientes. Oh, o tremendo antagonismo com os interesses do Senhor encontrado nesta natureza nossa através de um desejo de força, força de vários tipos, mas força.
A Cruz e a Natureza Humana
Aqui reside a necessidade, então, para a fraqueza, enfraquecimento, de quebra, de esvaziamento. Apenas Alguém com o pleno entendimento sobre a profundidade e amplitude dessa coisa poderia lidar com isso, e você e eu não temos isso.
O Senhor conhece toda a gama, e compreende as dimensões absolutas disso na humanidade, e foi Ele próprio que foi para a Cruz para levar a humanidade caída à morte. A cruz do Senhor Jesus é algo muito maior do que nunca descobriremos, muito mais do que possamos imaginar.
As profundezas de nossa natureza têm sido vistas como nunca vimos antes, e tratadas através da Cruz. Todas as forças sutis, que tanto nos enganam fazendo-nos pensar que são boas, Deus tem visto a sua verdadeira natureza tomou aquilo do qual somos ignorantes a respeito à Cruze lidou com isso, raiz e ramos, do centro para a circunferência…
Você não tem homem mais absoluto para Deus, do que o apóstolo Paulo, um homem que demonstrou que ele morreria pelos interesses do Senhor, e ainda há o perigo nele do velho homem, que Deus reconhece.
Foi uma grande surpresa para ele quando o Senhor deixou claro por que ele colocou um espinho em sua carne. A coisa é tão sutil, que funciona tão secretamente e funciona apesar de tudo o que deveria ser de Deus. Ele trabalha no escuro onde não podemos reconhecê-lo.
Portanto, há uma tremenda necessidade de Deus de tornar a cruz uma coisa real continuamente para o final dessa coisa, para quebrar, esvaziar e nos trazer a um estado de fraqueza e dependência consciente por causa do enorme valor desse estado para o Senhor, diante do enorme prejuízo para os interesses do Senhor ligado a essa tendência, com tal traço no nosso caráter…
Não existe outra coisa. Há a conformidade com o Filho de Deus, abrindo todo o processo e progresso por meio da fé, através da dependência, pela fraqueza, pela qual chegamos lentamente – oh, muito lentamente – ao lugar onde o Senhor pode depender de nós, onde o Senhor sabe que não vamos tomar a Sua bênção, Sua força, Seu uso de nós e revertê-las para nosso benefício, onde ele sabe que estamos nos tornando confiáveis, com a confiabilidade de seu Filho, conformados à Sua imagem.
E assim, o poder é mais abundantemente dispensado sobre nós. É para aqueles que, mais conscientes de sua própria fraqueza, exercitam a maior fé no Senhor como sua força, abrindo um caminho para o Senhor, fazendo com que a maior medida de força se manifeste neles.
O obstáculo para a força do Senhor em nós é, frequentemente, a nossa própria força. O caminho para a Sua força é a nossa fraqueza. Assim, o apóstolo disse que iria se gloriar nas fraquezas para que o poder de Cristo pudesse habitar nele, pudesse acampar sobre dele.
Que o Senhor nos traga para a realidade deste glorioso paradoxo.
Os despojos da Batalha – Leitura: I Cr.26:27
Dessa passagem das escrituras, nós compreendemos que a Casa do Senhor é constituída do fruto do conflito, de nossas batalhas, o Senhor constrói do fruto dos conflitos.
Assim foi com o templo, dado por Davi a Salomão. Quando o templo foi completado, ele se ergueu como um monumento à vitória universal. A sua própria substância declarou triunfo na mão direita e esquerda.
A prata e o ouro, e todas as coisas preciosas de que era constituído, foram tomadas da batalha e foram utilizadas na Casa de Deus. O que é uma ilustração no Velho Testamento é verdade na realidade do Novo. O maior Filho de Davi, o maior que Salomão, Aquele que está aqui, constrói a sua Casa dos despojos da Sua própria guerra, e a guerra dos Seus santos.
Fiquei impressionado quando notei no primeiro livro de Crônicas, Capítulo 17:9, o Senhor está falando a Davi, e uma das coisas que Ele diz é: “Designarei um lugar para o meu povo Israel, e o plantarei, para que ele habite no seu lugar, e nunca mais seja perturbado; e nunca mais debilitarão os filhos da perversidade, como dantes, e como desde os dias em que ordenei juízes sobre o meu povo Israel; e subjugarei todos os teus inimigos”. Você percebe que o Senhor se refere aos juízes de Israel?
O Senhor levantou juízes, como você se lembra, para fazer aquilo que Israel falhou em fazer sob a direção de Josué. Sob a liderança de Josué eles foram ordenados pelo Senhor a destruir totalmente todas as nações da terra, e subjugar completamente todo inimigo. Eles falharam em fazer isso. Eles suportaram os inimigos que permaneceram, eles fizeram concessões, e o Senhor levantou os juízes para salva-los dos resultados terríveis de ter falhado na realização da obra completa de destruição dos inimigos.
Mas os juízes falharam, e o livro de Juízes é uma triste história de como o trabalho ainda está incompleto. O Senhor levantou os juízes para fazer o que não foi feito, mas mais uma vez, os juízes não fizeram o trabalho perfeitamente.
É tremendamente interessante e esclarecedor perceber em I Crônicas 18 e 19, quando o Senhor falou a Davi sobre a construção do Templo, como Davi determinou a derribada de todas essas nações que os juízes não derrubaram; e elas são mencionados nesses dois capítulos. Vá até eles e você vai achar uma lista de todas as nações e povos mencionados no Livro de Juízes.
E Davi – através da visão da Casa de Deus – parece ser levado instintivamente pelo Espírito de Deus a ver que a casa nunca pode ser levantada enquanto esses inimigos não forem subjugados, enquanto eles não forem inteiramente derrubados; e o Senhor cumpriu Sua palavra de subjugar todos os inimigos e lidou com todas essas nações. Quando o Senhor deu a Davi vitória em todos os lados, então ele deu o plano a Salomão para seguir em frente na construção da Casa, e os despojos dessas batalhas foram o material da Casa. O inimigo tinha os recursos para a Casa de Deus, e o inimigo tinha que ser despojado para que a casa fosse construída.
O prédio duplo
Há dois aspectos da construção da Casa de Deus. Nós nos inclinamos a dar maior valor a um do que ao outro.
- Tem o lado numérico. Quando nós pensamos na construção da Casa de Deus, nós pensamos no ajuntamento de almas por meio da salvação e sua condução à verdade, e assim nós só pensamos na casa do Senhor sendo construída no sentido referido por Pedro: “vós também, quais pedras vivas, sois edificados como casa espiritual” (I Pe.2:5a), que é, nós pensamos, o lado numérico, o ajuntamento de pedras individuais e a sua chegada ao seus lugares no edifício espiritual. Bem, esse é um lado verdadeiro da construção da Casa do Senhor, mas é apenas um dos lados, e é apenas metade da verdade.
- Há um outro lado também importante, sem o qual isso será totalmente inadequado, e esse outro é o lado espiritual e moral da construção da Casa de Deus. Você pode ter um grande número de indivíduos salvos e ainda falhar em ter o sentido da Casa de Deus. Você pode ter uma congregação e não ter uma igreja. Você pode ter números, e não ter espiritualmente a Casa de Deus.
A Casa de Deus não é uma coisa numérica, é uma coisa espiritual e moral. Ou seja, tem um caráter, e esse caráter é o que a faz na essência a Casa de Deus. Ela toma o caráter do seu Cabeça e vai finalmente, na sua consumação, ser reconhecida – não como uma grande multidão de almas apenas salvas – mas algo que expressa o caráter do Cabeça, o Senhor Jesus.
O tempo vem quando o Senhor vai fazer com que Seu Nome esteja sobre os Seus; isto é, nós vamos receber uma pedra branca e nela haverá um novo nome; nós vamos ter um novo nome, e vamos ser chamados pelo Seu Nome – Seu Nome estará em nossas testas.
Isso é uma linguagem simbólica, e seu significado é justamente esse: o Senhor Jesus vai ser tão grandemente manifestado nos Seus que à medida que você os vê vai dizer: “Isto é Jesus”. “Isto é o Senhor Jesus”, você vai reconhecer tanto dEle, Ele vai estar tão em evidência, que você vai simplesmente dizer: “Isto é o Senhor Jesus”.
Você vai encontra-lo neles, e ao encontra-los você encontra Ele. E daí Ele vai estar universalmente revelado através dos Seus, e do Seu Nome e Seu Caráter, aquilo que Seu Nome encarna espiritualmente e moralmente estará sobre eles, e eles vão tomar seu caráter Dele, e então haverá uma demonstração universal do caráter e natureza do Senhor Jesus. Isto não vai dispensar Sua manifestação pessoal individual, mas Seu povo vai ser um canal da Sua expressão universal.
A batalha pela revelação
Isso é trabalhado de várias formas e numerosas direções e conexões. Você obtém uma revelação, um ensino do Senhor em relação à verdade; uma abertura dos céus para ver a verdade Divina como nunca viu antes; talvez isso seja uma coisa nova, uma coisa inteiramente nova, ou talvez é uma nova luz sobre uma coisa antiga. De qualquer forma, é uma nova revelação; revelação que vem a você com todo o frescor, toda a alegria, toda a inspiração, e toda a enlevação da abertura dos céus, e por um tempo você se delicia nisso, glorifica e se lava nisso, e você não tem nada mais para falar do que essa revelação que veio até você, e chega ao ponto em que você caminha diretamente a um terrível conflito em relação a essa revelação.
Parece que a primeira glória dela se foi e você se encontra com todo tipo de questionamento a respeito dela. Você está frio, morto, em trevas; a coisa se perdeu e olhando para ela desse ponto de vista, o ponto de vista da experiência, você questiona se realmente você estava certo ou não. Que criaturas estranhas somos nós!
Coisas que vem até nós como mais tremendas na nossa experiência, nas circunstâncias acima, passam a ser coisas que questionamos serem ou não realidade; ou nós simplesmente tomamos posse de algo e corremos com isso por um tempo havendo um frescor sobre ele, e esse frescor foi o próprio ímpeto para nos levar adiante e agora é irreal, e nós entramos num tempo de conflito pela verdade dada a nós pelo Senhor.
Naquele momento de conflito nós somos sondados, nossos corações são contemplados, e somos testados. Vamos nos lembrar de José: “Até o tempo que a palavra se cumpriu, a palavra de Jeová o testou”. A Palavra do Senhor testou José, e nós passamos por coisas que nós estávamos falando e crendo, e então temos todo tipo de questionamento a respeito delas.
A Palavra do Senhor nos prova, mas é nesse conflito que os elementos espirituais e morais são desenvolvidos, e os recursos são trazidas para fora. O conflito garante o despojo para futura construção, daí nos voltamos de novo, não apenas para o campo original em que nos apropriamos daquela verdade, mas em outro muito mais alto, e uma apreensão muito mais profunda e forte daquela verdade, de forma que é mais para nós do que era antes, porque nós fomos para a batalha com ela, e nós voltamos com o despojo para construir; lá foram colocados fatores celestiais frescos sobre ela.
Alguma coisa foi introduzida na verdade original, através do conflito, que deu a essa revelação um valor extra; é o poder da ressurreição. A verdade de Deus vem de Deus, com toda sua glória, beleza e força Divinas, e nós nos regozijarmos nessa luz por um tempo, e então nós somos levados à morte com essa própria luz; mas na batalha, no conflito, na morte, no ser sondado, provado, testado, revelado, e sermos levados ao lugar que, se ela for, nós vamos, porque ela é a nossa vida, daí o poder da ressurreição começa a operar e nós voltamos com a revelação mais forte do que nunca, e com a adição de despojos para a construção.
Nós sabemos o valor dessa revelação mais do que nunca provamos antes, porque nós nunca havíamos passado por um conflito com ela, e nunca havíamos entrado em conflito usando-a, nunca tínhamos testado esse armamento, nunca testamos aquela espada; mas agora algo de valor foi acrescentado a ela, que nós nunca soubemos disso até ter entrado no conflito com ela. Isso acontece assim com a revelação.
Muitas pessoas são vistas alcançar revelação, elas a abraçaram, falavam só da revelação que tiveram. Nós estamos muitos felizes e ficamos encantados quando as pessoas fazem isso, mas nós dizemos: “É, em breve eles serão testados por isso, e essa revelação vai testa-los”, e eles passam por um período de conflito e terrível escuridão, cheio de questionamentos, se realmente a coisa é verdadeira e correta, e agora o Senhor está colocando-a dentro deles. Era algo bem amplo em termos de circunferência; e era, em um sentido, uma medida, objetivo; mas agora o Senhor está plantando a revelação em nós, e nós na revelação. Nós vamos passar por isso e dizer: “Antes, era algo dado a mim, mas pertencia a outro, agora é meu”, e então vamos começar a construir com o despojo do conflito.
A Batalha por uma posição tomada
Nós tomamos a posição, nós nos declaramos – e como é fácil nesses encontros e conferências tomar posições, em conjunto com o corpo de Cristo – declaramos que seguiremos em certa direção, que para nós esse será o curso para sempre: “Eu nunca, nunca irei abandoná-lo”. Nós podemos cantar essas coisas prontamente em hinos: e amanhã podemos nos encontrar revendo a coisa toda, olhando em volta para ver se não há uma porta de saída.
É verdade, nosso coração é inconsistente e nós tomamos atitudes, nós tomamos posições, fazemos declarações. E à medida que o tempo passa, na força disso, vamos em frente, e daí somos desafiados na nossa posição: “Daí cantou Moisés e os filhos de Israel…” Eles chegaram do outro lado do mar e todo o Israel cantou; e o que eles cantaram? Uma canção de absoluta vitória.
Você poderia pensar que eles já estavam na terra, mas não demorou muito eles estavam murmurando contra o Senhor e contra Moisés. Eles foram testados, desafiados, provados pela posição que eles tomaram, e atravessaram um período negro. Então nós, a qualquer momento que fazemos uma declaração, devemos cedo ou tarde ser testados por ela. (Eu espero que o efeito do que estou dizendo não te leve a dizer: Eu nunca vou me declarar de novo. Se você tomar essa atitude simplesmente vai lograr o Senhor).
É necessário, para obter o despojo, que sigamos adiante. As qualidades vão ser desenvolvidas no caminho, e é em parte correto que na medida da devoção que temos, nós declaramos, tomamos posição; e o Senhor nos chama a fazer isso, e isso dá a Ele o terreno para nos testar. De alguma forma na ordem das coisas, parece que o Senhor requer declaração antes que Ele possa fazer algo. Se você nunca se declarou, sempre teve reservas, teve tantos cuidados, o Senhor nunca foi capaz de fazer algo em você. É quando nós tiramos o pé do fundo e nos lançamos no profundo e dizemos que estamos junto com o Senhor, é que o Senhor pode começar a fazer as coisas. Nós somos testados pela posição que tomamos, e testados pelo nosso compromisso, e essas qualidades são trazidas àqueles que estão construindo, com despojo da batalha.
“Então, quando Deus quer trazer mais poder a nossa vida, Ele traz mais pressão. Ele está gerando força espiritual por forte fricção. Alguns não gostam disso e tentam fugir das pressões, ao invés de obter o poder e usá-lo para crescer além das causas de dor.”
“Oposição é essencial a um verdadeiro equilíbrio de forças. As forças centrípeta e centrífuga agindo em oposição uma a outra mantém o planeta em órbita. Uma atraindo e a outra repelindo, se age e reage, e ao contrário de se perder no espaço em um caminho de desolação, ela persegue sua órbita equilibrada no sistema solar.”
“Assim Deus guia nossas vidas. Não é suficiente ter uma força impelindo – nós necessitamos da mesma maneira de uma força repelindo, e assim Ele nos mantém firmes pelas experiências penosas da vida, pela pressão da tentação e prova, pelas coisas que parecem contra nós, mas realmente estão nos levando mais longe em nosso caminho e estabelecendo nossas vidas.”
“Vamos agradecê-lo por ambos, vamos tomar os pesos tão bem como as asas, e assim divinamente impulsionados, vamos persistir com fé e paciência em nosso alto e celestial chamado”.
Esse é apenas uma outra forma de expor a ideia. Luz e poder vêm do conflito. Assim o Senhor constrói Sua casa com os despojos da batalha, e permite que os inimigos permaneçam para nossa superação, inimigos internos e externos, de forma que Ele possa obter a beleza e a glória para Sua casa.
O Senhor coloca o Seu dedo sobre essa palavra, e nos mostra que quando Ele dá a visão, a revelação, o chamado; quando nós respondemos, então os revezes acontecem, dificuldades e oposições não são contradição para a revelação de Deus ou o chamado, mas são intencionais com o objetivo de trazer-nos para dentro de algo que é mais do que apenas um reino emocional em relação a verdade e serviço; eles devem trazer-nos a um lugar de força onde Ele pode contar conosco. Diz o Senhor Jesus: “Eu vou edificar minha igreja; e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” – por causa da sua qualidade moral. Por causa da sua virtude moral está estabelecida para sempre.
27- Capítulo 21
A Prensa do Lagar na Cidade dos Loucos
Doegue e o Episódio em Nobe – I Sm 21
Seu nome não é muito citado na Bíblia, porém, nos poucos versículos em que aparece, foi em momentos decisivos na vida de Davi. Segundo o dicionário Strong, Doegue significa “temor”. Parece uma antítese, o significado de seu nome. Ficou detido em Nobe, cidade dos sacerdotes, e viu David conversar com Aimeleque (I Samuel 21:7).
Edomita, que servia como pastor principal do Rei Saul, um cargo de supervisão, de responsabilidade. (1Sm 21:7; 22:9) Doegue evidentemente era prosélito. Por estar “retido perante Jeová” em Nobe, possivelmente por causa de um voto, de alguma impureza ou duma suspeita de lepra.
Doegue presenciou quando o sumo sacerdote Aimeleque entregou a Davi os pães da proposição e a espada de Golias. Mais tarde, quando Saul, ao dirigir-se aos seus servos, externou a opinião de que eles conspiravam contra ele, Doegue contou o que vira em Nobe.
Depois de convocar o sumo sacerdote, bem como os outros sacerdotes de Nobe, e então interrogar Aimeleque, Saul deu ordens aos batedores que matassem os sacerdotes.
Quando estes se recusaram, Doegue, às ordens de Saul, sem hesitação matou um total de 85 sacerdotes. Depois desse ato iníquo, Doegue devotou Nobe à destruição, matando todos os seus habitantes, tanto jovens como idosos, bem como o gado. (1Sm 22:6-20).
Conforme indicado no cabeçalho do Salmo 52, Davi escreveu a respeito de Doegue: “Tua língua maquina adversidades, afiada como navalha, trabalhando com dolo. Amaste o mal mais do que o bem, a falsidade mais do que falar justiça. Amaste todas as palavras devoradoras, ó língua enganosa.” (Sal 52:2-4).
Davi, Aimeleque e Aquis- I Sm21 |
Agora, falaremos a respeito das experiências de Davi no deserto. Muita coisa tem sido escrita sobre a luta de Davi com Golias, sobre sua aventura amorosa com Bathseba, seus problemas com o seu filho Absalão. Mas muito pouca coisa é dita sobre suas experiências no deserto. Mas o interessante, entretanto, é que as Escrituras dedicam 10 capítulos para descrever as suas experiências no deserto, enquanto poucos capítulos são dedicados a descrever as suas vitórias.
Aparentemente, Deus está muito interessado em que aprendamos do que Davi viveu no deserto, e não está muito preocupado com as suas vitórias, especialmente pelo fato de que suas vitórias são fruto do que ele aprendeu no deserto. Deus usou essas experiências para fazer de Davi um homem segundo o Seu coração, a fim de que ele aprendesse a ser um rei segundo Deus, da mesma maneira que Deus tirou o Seu povo Israel do Egito e o manteve por 40 anos no deserto para que este seu povo o manifestasse e fosse por Deus governado. Aqui há um precioso paralelo. As experiências do deserto em nossas vidas são deliberadamente planejadas por Deus para que Ele molde o homem e a mulher de maturidade. Como C.S. Lewis disse: “Deus sussurra em nossos prazeres, mas ele clama à plenos pulmões em nossas dores.” O sofrimento é o megafone de Deus para chamar a nossa atenção. Portanto, nossas lutas e pressões, que podem ser emocionais, físicas ou espirituais, são a forma de Deus nos falar: “Eu estou fazendo de ti um homem segundo o meu coração. Não corra disto. Permita-me molda-lo e faze-lo segundo a imagem de Cristo.” Assim, observaremos que Davi teve experiências e atitudes muito análogas, semelhantes às nossas. O veremos com raiva de Deus, obedecendo a Deus, subindo às alturas e descendo em terríveis abismos. Veremos todos os picos e vales da experiência de uma pessoa normal. Mas ao vermos essa pessoa normal, o que estaremos realmente vendo é um “homem segundo o coração de Deus” e como Deus o molda. Esse estudo é extremamente confortador. Deixamos a Davi no capítulo anterior fugindo de Saul para o deserto. E tendo fugido diretamente de seu encontro com Jônatas, não levava qualquer armamento, não havia se preparado com uma guarnição de comida, ia com a roupa do corpo e nada mais. Por essa razão, tinha ele necessidades reais. A tragédia de tudo isso, foi que Davi usou aquilo que chamamos de “ética situacional”, para satisfazer as suas necessidades. A nossa filosofia moderna diz que a situação na qual estamos metidos, determina a nossa ética; o fim justifica os meios. Vemos isso por todo lado, no governo, em nossas igrejas, e até mesmo em nossas vidas. Mas, preste atenção, essa filosofia não começou no Século XXI. Ela existe desde a queda dos nossos primeiros pais, e há cerca de 3000 anos atrás, “um homem segundo o coração de Deus” usou as mesmas táticas. Sem sombra de dúvida, as necessidades de Davi eram legítimas. Ele precisava comer, obviamente. Ele precisava de proteção, sem sombra de dúvida. Suas necessidades eram reais. O problema foi como ele as supriu. Davi estava em Gibeá de Saul, uma cidade no território da tribo de Benjamim, cerca de uns 20 quilômetros ao norte de Jerusalém. Ele fugiu de lá diretamente para a cidade de Nobe, a cidade dos sacerdotes, onde se encontrava o Tabernáculo, que estava a cerca de uns 7 quilômetros de Gibeá. Ele fugia em busca de alguém que tinha muito contato. Davi, como campeão dos exércitos de Israel, em suas guerras sob o comando de Saul, esteve muitas vezes com o Sumo sacerdote para buscar com ele a orientação de Deus. Davi tinha um excelente relacionamento com o Sumo sacerdote de Israel, e o que seria natural é que ele fosse em busca de seu fiel amigo em busca de um conselho. A tragédia em tudo isso, é que Davi caiu vítima da tirania do urgente. Ele havia caído miseravelmente de sua confiança em Deus. Deus já havia dado provas incontestes de que em tudo a Sua boa mão sustentava e dirigia as circunstâncias em favor de Davi. Deus estava dizendo: “Eu estou no comando, não importa o que esteja ocorrendo, não importa o que esteja se passando contigo”. Mas no meio de tudo isso, Davi parece não estar entendendo a mensagem da parte de Deus. Pelo contrário, ele está usando seu estratagema e seu esquema pecaminoso. Ele está pondo fogo no rastro de pólvora e acabou se queimando, vítima de suas artimanhas. Verso 1 capítulo 21: Então veio Davi a Nobe (Sig. No Hebraico: “Lugar Alto; Raiz da palavra Fruto”), ao sacerdote Aimeleque (Sig. No Hebraico: “Meu irmão é rei”); Aimeleque tremendo, saiu ao encontro de Davi, e disse-lhe: Por que vens só, e ninguém contigo? Respondeu Davi ao sacerdote Aimeleque: O rei deu-me uma ordem, e me disse: Ninguém saiba por que te envio e de que te incumbo; quanto aos meus homens, combinei que me encontrassem em tal e tal lugar. O que pareceu a Aimeleque? Aqui está um líder dos exércitos de Saul, e ele está sozinho. Hoje é Sábado. A “Lei” proíbe que se viaje no Sábado. Davi jamais viajou sozinho. Viajava sempre com seus exércitos, ou um pelotão de guarda-costas. Aimeleque pensando no conflito que estava sendo travado a cerca de 08 quilômetros ao norte, quer entender o que efetivamente está ocorrendo. Davi, sabendo provavelmente que Aimeleque entende o conflito que está se travando no palácio e temendo que Aimeleque não o atendesse no suprimento de suas necessidades, mente para ele. Ele afirma que ele está vindo da parte do rei e que tem uma missão secreta especial e que os seus homens estão em outro lugar. Aqui há o que nós chamamos de “ética situacional”. Davi tem as suas necessidades. As necessidades são reais. As necessidades são legítimas. Mas o processo usado é errado. Ao invés de confiar em Deus, ele usa a sua esperteza (porque afinal de contas o “mundo é dos espertos”) Ele usa as armas do engano. No entanto, como já vimos antes, engano produz engano; a carne sempre produz os frutos da carne e a carne jamais pode agradar a Deus (Rm.8.7). Então ele vai em frente, I Samuel 21. Verso 3, para compor o seu engano: “Agora, [Ele age como se estivesse verdadeiramente sendo enviado por Saul e ele exige que lhe seja dado os suprimentos que ele necessita] que tens à mão? Dá-me cinco pães, ou o que se achar. Respondendo o sacerdote a Davi, disse-lhe: Não tenho pão comum à mão: [A cidade dos sacerdotes era aparentemente pobre naqueles dias. Parece-nos que os filisteus haviam roubado toda a colheita] há, porém, pão sagrado; Esses eram os “pães da Proposição”, ou os “Pães da Presença” os doze pães que eram assados todas as semanas no Sábado e trazidos ao tabernáculo, e colocados no Santo Lugar, ali na mesa da proposição, seis pães em cada uma das porções, e cada pão representando as tribos de Israel. Cada um dos pães era dedicado a Deus. Permaneciam ali por sete dias completos, e eram santificados ao Senhor. Eles significavam que Deus era o provedor de todas as necessidades de Israel. No final dos sete dias, 12 pães frescos eram trazidos para repor os 12 pães postos sobre a mesa. O sumo sacerdote, e os sacerdotes da nação de Israel, podiam comer aqueles pães quando substituídos e repostos. Eles eram separados para alimentar os sacerdotes, mas poderiam ser comidos somente no Santo Lugar. Portanto, tudo o que Aimeleque possuía eram os pães consagrados, pães que estavam ali expostos à mesa do Senhor. I Samuel 21 verso 4b: “…se ao menos os teus homens se abstiveram das mulheres.” No sistema levítico, qualquer fluido corporal emitido tornava a pessoa impura. Qualquer coisa que viesse de você, ao invés de Deus, tornaria o adorador impuro. Assim, Aimeleque percebendo que Davi haveria de lhe fazer uma exigência, esperou que não violassem tanto a lei cerimonial. Aparentemente, entretanto, ele estava pronto a dar a Davi o que ele necessitava. Então Davi mente novamente, verso 5: Respondeu Davi ao sacerdote, e lhe disse: Sim, como sempre, quando saio à campanha, foram-nos vedadas as mulheres, [Davi está dizendo que em viagens anteriores ele havia observado a lei cerimonial. Ele deixou claro que cada um mantinha-se puro ante de ir para cada uma das batalhas] e os corpos dos homens não estão imundos. Se tal se dá em viagem comum, quanto mais serão puros hoje!” “Se esta tem sido minha prática em ocasiões anteriores”, cogita Davi, “muito mais agora quando vou em missão secreta em favor do rei no dia do sábado”. Ele iria levar aquele pão por sua lábia ou pela força. Verso 6: Deu-lhe, pois, o sacerdote o pão sagrado, porquanto não havia ali outro senão os pães da proposição [literalmente o pão da “Face”, que significa a face de Deus, ou a presença de Deus] que se tiraram de diante do Senhor, [Os pães já passados que deveriam ser comidos pelos sacerdotes no Santo Lugar] quando trocados, no devido dia, por pão quente. Assim, o sacerdote deu a Davi o pão que, sob a lei cerimonial, deveria ser utilizado pelos sacerdotes e comidos somente no Santo Lugar. Mas esses eram pães ofertados a Deus, santificados por Deus, e dados de volta aos sacerdotes para o uso em suas necessidades. Deixe-me perguntar-lhes o seguinte: “Era errado para Davi comer o pão consagrado?” (A menos que você conheça o evangelho, essa pergunta nos parecerá difícil de responder.) Se você disse que de acordo com o Novo Testamento, “não seria”; então você respondeu corretamente. A ação de Davi, que era envolta de enganos, não foi condenada por Cristo, mas ele permitiu que se comesse os pães porque eles supriam uma necessidade legítima. Se Davi tivesse sido direto e honesto, Aimeleque poderia ter-lhe dado o pão sem violar qualquer Lei de Deus. Deus nos diz, no capítulo 12 de Mateus, que a lei cerimonial jamais interferiu quando das reais necessidades humanas. Deus designou o Sábado para o benefício do homem, jamais determinando que o homem se conformasse ao sábado (i.e., também em Marcos 2.27, “O Sábado foi feito para o homem não o homem para o sábado.”) No capítulo 12 de Mateus, começando com o verso 1: Por aquele tempo, em dia de sábado, passou Jesus pelas searas. Ora, estando os seus discípulos com fome entraram a colher espigas e a comer. Era uma prática muito comum naqueles dias. Todas as plantações de grãos tinham caminhos no meio delas. Esses caminhos entre os vilarejos eram cobertos de trigais e outros cereais. E, segundo a lei mosaica, pelo fato de que tudo pertencia a Deus, você podia andar por aqueles caminhos e tudo aquilo que você pudesse alcançar com as suas mãos, poderia ser colhido e comido. Essa era a comida para o viajante, para o pobre, para o faminto, para os necessitados, para aqueles que tinham necessidades legítimas. Você não podia ajuntar absolutamente nada em seu alforge e vender em algum outro lugar, mas podia pegar tudo o que você pudesse comer ali mesmo para matar a sua fome. Teria que haver uma necessidade legítima para ser saciada ali. E pelo fato de que a plantação pertencia a Deus de qualquer forma, os discípulos com fome enquanto andavam no dia do sábado, pegaram alguns grãos, debulharam com as suas mãos e mandaram boca a dentro. No entanto, os fariseus haviam escrito uma lei dizendo que isto era ilegal. Mateus 12 verso 2: Os fariseus, porém, vendo isso, disseram-lhe: Eis que os teus discípulos fazem o que não é lícito fazer em dia de sábado. Mas Jesus lhes disse: Não lestes o que fez Davi quando ele e seus companheiros tiveram fome? Como entrou na casa de Deus, e comeram os pães da proposição, os quais não lhe era lícito comer, nem a ele nem aos que com ele estavam, mas exclusivamente aos sacerdotes? Ou não lestes na lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado e ficam sem culpa? Quando se espera que ninguém trabalhe, os sacerdotes estavam no tabernáculo atendendo os cuidados do culto, repondo o incenso, repondo o óleo, assando o pão e substituindo os doze pães semanalmente. O trabalho deles no sábado era parte do seu ministério a Deus. Por isso o Senhor nos diz aqui: “Vocês não leram na Lei, que no Sabath os sacerdotes quebram o Sabath, e são inocentes?” Eles trabalham no sábado. Eles assam o pão no Sábado. Eles substituem o pão no Sabath. Na verdade, eles circuncidam no Sabath. De acordo com a Lei, o menino macho deve ser circuncidado ao oitavo dia, por isso eles circuncidam regulamente no Sabath de tal forma a não quebrarem a Lei da circuncisão. Tinham eles que quebrar uma lei para que pudessem guardar outra lei. A circuncisão era a dedicação dos meninos a Deus e Deus considerava esse rito inicial de consagração dos meninos, quando com eles se firmava um pacto, mais importante do que a minudência rigorosa da lei do Sababh. Por isso o Sabath era quebrado regularmente pelos sacerdotes. Mateus 12, verso 6: “Pois eu vos digo: Aqui está quem é maior que o templo. Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não holocausto, não teríeis condenado a inocentes. Porque o Filho do homem é Senhor do sábado.” Cristo disse que o ponto mais fundamental de toda a lei cerimonial é que Deus deseja compaixão, e não sacrifício. Ele deseja que as necessidades do homem sejam supridas e não que as regras meticulosas da lei sejam guardadas se porventura venham elas a interferir nas necessidades dos homens. Estes é, na verdade, o fundamento do sistema levítico, que acabou sendo totalmente esquecido e subvertido no tempo dos fariseus. Por isso não era absolutamente errado para Davi, comer o pão da proposição consagrado ao Senhor. Ele tinha uma necessidade legítima. O que estava errado, é que ele não veio de uma forma aberta e honesta. Ele enganou. E ao ludibriar o Sumo Sacerdote ele estava mentido para Deus. Necessidade legítima, método errado! De acordo com as próprias palavras de Cristo, Davi tinha todo o direito de tomar do pão consagrado das mãos de Aimeleque, ele poderia come-los sem qualquer pecado estando totalmente livre diante de Deus, “porque o Senhor busca compaixão e não sacrifício”. Na verdade, é isso que Ele requer. A tragédia da carne, é que ela sempre caminha pela vereda mais tortuosa e sempre vai de mal a pior. Deus havia dado a Davi um aviso. Deus é maravilhosamente paciente e fiel. Você não precisa se levantar a cada manhã dizendo: “Senhor, eu não quero fazer coisas erradas, eu vou olhar meticulosamente para a tua lista de regras e consulta-la a cada instante durante o dia para que eu possa ter certeza de fazer aquilo que eu devo fazer e me abster de fazer aquilo que eu não devo fazer”. O Senhor jamais haverá de agir assim conosco. Você não está debaixo da lei, você está debaixo da graça. Não é o cumprimento restrito da lei que importa para Deus, mas o seu amor por Ele e fazendo isso toda a lei será cumprida. Isso não significa que você viverá uma vida displicente e relaxada. Isso significa que sua mente, seu coração e sua vontade estarão tão abertos ao Espírito Santo de Deus que Ele efetivamente será a sua mente, seus pensamentos e sua vontade. Então, na medida que você andar durante o dia, fazendo as coisas que normalmente devem ser feitas, as coisas de maneira natural, você será sensível ao Espírito de Deus, e ele lhe dirá: “Vá devagar aqui, cuidado ali, para acolá, olhe para lá”. Deus velará pelo meu andar, a cada instante, a cada dia, em todo lugar. Minha única responsabilidade é deliberadamente escolher o seu caminho. Então ele será responsável pelo restante. Agora, eu posso escolher a lista de regras impostas, fazer uma meticulosa análise de cada uma delas e segui-las farisaicamente para que com isto eu seja aceito perante os olhos de Deus. Isso é autojustificação. Ou eu posso dar a minha vida a Cristo, andar em obediência e fazer tudo o que esteja diante de mim, agradecendo a Deus que quando eu desviar para uma direção errada, o Espírito de Deus me alertará. Ele é o Espírito Santo de Deus. Seu primeiro nome é Santo. Ele guiará os meus passos. Ele até mesmo orará através de mim “com gemidos inexprimíveis”. Sou chamado somente para ser instrumento do Senhor e ele me usará. Ele me dará convicção de que estou andando com Ele pelo testemunho silencioso e gentil do Espírito. Não há stress e sobressaltos na vida Cristã autêntica. Haverá lutas, sim, mas não stress. Logo depois do engano de Davi, Deus nos apresenta algo no verso 7, quando ele nos diz: “Olhe! Preste atenção!” I Samuel 21, verso 7: “Achava-se ali naquele dia um dos servos de Saul, detido perante o Senhor; [a mesma razão para a purificação] cujo nome era Doegue (Sig. No Hebraico: “Temor”), edomita, o maioral dos pastores de Saul.” Afinal, porque Deus coloca esta pequena informação aqui justamente após Davi ter cometido esse deslize? Porque de repente Ele faz com que Davi veja Doegue, o temido, o difamador, o fofoqueiro, aquele homem que deixou os Edomitas, aparentemente porque Saul os derrotou, para que se juntasse com Saul: “O lado vencedor é o lado que eu estou.” Você sabe que ele vai fazer média com Saul, enchendo seus ouvidos de informações. [Ele se tornou um prosélito na fé Judaica, e assim mesmo, tal como veremos, ele não crê nem um milímetro naquilo que ele abraçou]. Ele não é nada. Por que Deus deu a Davi uma percepção da presença de Doegue o Edomita, o interesseiro, aquele que vivia tirando proveito próprio das situações por seus caminhos marotos, por seus expedientes traiçoeiros, agora voltando para Gibeá de Saul? Por que justamente aqui? Davi sabia que Doegue voltaria e contaria tudo o que viu a Saul. Veja só a situação que Davi coloca a Aimeleque. Saul era um homem vingativo. Ele estava decidido a manter o reino a qualquer custo, sem se importar com o querer de YHWH, e se porventura o ungido de Deus, Davi, se intrometesse em seu caminho, pura e simplesmente seria eliminado. Saul está preste a embarcar numa campanha sórdida de destruir Israel, pura e simplesmente para que nessa destruição fosse também destruído Davi, e Davi sabia disto. O que você imagina que passa pela mente de Davi, será que ele não percebe que agora Aimeleque corre sérios e terríveis riscos? Ele, sem sombra de dúvida será alcançado pela mão vingativa de Saul. E em que medida Davi está preocupado com tudo isso? Davi tem seus olhos e interesses focados exclusivamente em si mesmo. “Ninguém pode estar pior do que eu. Portanto, tenho eu necessidades legítimas e eu vou satisfaze-las. Dane-se os outros!” Deus deliberadamente, nesse ponto de seus enganos, o traz à presença de Doegue, e este homem estava pronto e preparado para correr em busca de Saul e lhe dizer tudo o que estava ali ocorrendo. [Davi mais tarde admite que ele sabia que Doegue iria e diria a Saul.] Mas o que ele faz? Buscando satisfazer unicamente as suas necessidades, nem sequer se importa com Aimeleque. Quando seu foco é você mesmo, você nem se importa com qualquer outra pessoa. A única coisa que se cogita é: “Minhas necessidades. Meus problemas.” Aqui então temos I Samuel 21, verso 8: “Disse Davi a Aimeleque: Não tens aqui à mão lança ou espada alguma? Porque não trouxe comigo nem a minha espada nem as minhas armas, porque a ordem do rei era urgente”. Aqui está Davi, novamente mentindo. Davi sabe mentir com classe, e esse é o “homem segundo o coração de Deus.” Aqui está a carne do “homem segundo o coração de Deus.” Mas a carne de um crente não é mais aceitável diante de Deus, de que a carne de um incrédulo. Na verdade, isso parece ser ainda mais repugnante pelo fato de que o crente não tem a vida dominada pela carne, enquanto o incrédulo não tem outra escolha. Verso 9: Respondeu o sacerdote: A espada de Golias, o filisteu, a quem mataste no vale de Elá, está aqui, envolta num pano detrás da estola sacerdotal; [a estola sacerdotal era a vestimenta sagrada de um sacerdote. Era uma vestimenta ricamente bordada, usada quando os oráculos de Deus revelavam a Sua vontade]. Portanto, no lugar santo do santuário, envolta naquelas vestimentas dedicadas ao Senhor, envoltas na túnica do Sumo Sacerdote, estava a espada de Golias. Davi, como bem nos lembramos, no capítulo 17, havia levado o armamento de Golias para a sua tenda. E, provavelmente, mais tarde Davi tomou aquela espada com a qual ele havia matado a Golias, e, como símbolo de que Deus lhe havia dado aquela vitória, dedicou-a a Deus. [a pedra cravada na testa de Golias o derrubou, mas a espada o matou]. A espada de Golias estava no santuário e não mais pertencia a Davi. Não pertencia nem sequer a Aimeleque. Pertencia agora a Deus somente. Tal como o “pão da proposição” pertencia a Deus, para o que Deus desejasse utilizar, a espada pertencia a Deus para o que Ele desejasse utilizar. Deus deu de volta o pão da proposição para uso humano, mas a espada ainda estava envolta da estola sacerdotal, e por isto pertencia a Deus somente. Verso 9b: “se a queres levar, leva-a, porque não há outra aqui, senão essa. Disse Davi: Não há outra semelhante; dá-ma.” Provavelmente não havia nada igual àquela espada. Esta pertencera ao um homem de cerca de 03 metros e meio de altura. Davi provavelmente a usaria segurando-a com as duas mãos de tal maneira que pudesse ser usada como um porrete. Essa espada cortava dos dois lados e assim era uma arma terrivelmente mortal. Mas usar aquela espada no flanco, pendurada à sua cintura, afinal, o que isso estaria dizendo aos outros? Davi agora era conhecido por aquelas declarações que eram cantadas por toda parte: “Eu matei Golias de Gate”. Ninguém em qualquer lugar tinha uma espada como essa, que era símbolo inconfundível de sua vitória sobre Golias. Mas, certamente, isso haveria de trazer problemas para Davi, como já estava acontecendo. Estaria Davi errado de tomar para si a espada de Golias? Tinha ele matado a Golias. Como direito de guerra, os pertences dos inimigos vencidos pertencem ao vencedor. Esses são os direitos da conquista. O único problema que vemos aqui, é que Davi havia dado aquela espada a Deus, e a Ele consagrado. Tinha Davi o direito agora, de tomar de volta a espada de Golias? Ele tinha de tomar o pão consagrado [se para isso ele não tivesse mentido] conforme aprendemos claramente do contexto de Mateus 12.3-4. Mas quanto a espada ele não tinha esse direito, porque ele a havia consagrado ao Senhor. O que Deus haveria de fazer com o pão que ele não fizesse com a espada? Ele havia dado o pão de volta aos homens em tempos de necessidade. Mas ele não fizera isso com a espada de Golias! Você pode ver o princípio aqui? Há áreas em nossa vida nas quais temos conflito, ou lutas, ou fraquezas, ou limitações e quando vamos a Cristo, Deus nos diz: “Estas devem ser minhas,” e ele as toma. Agora, quando chegamos à maturidade em Cristo, ele nos dá algumas dessas de volta, porque, na medida que crescemos, podemos lidar com essas áreas de nossas vidas. Mas você já observou, que existem outras áreas que jamais devemos ser tolos de tê-las e administrá-las por nós mesmos? Há certas áreas em nossas vidas nas quais somos tão frágeis, que Deus jamais nos concede autoridade para lidarmos com elas por nós mesmos. Se o fizermos, vamos criar uma terrível e destruidora confusão. Quando começamos nosso andar cristão, fazemos regras e estabelecemos leis, os “podes” e “não podes”. Mudamos completamente o nosso estilo de vida. Então, na medida que vamos crescendo em Cristo, vamos obtendo mais e mais liberdade, e algumas coisas que imaginávamos que não deveríamos fazer, Deus nos permite que delas gozemos novamente. No entanto, existem outras áreas, que ele jamais nos permite que usufruamos novamente porque elas simplesmente nos produzirão prazeres para depois nos escravizar. Elas jamais satisfazem. E Deus haverá de nos prestar uma grande ajuda se Ele não nos permitir jamais que as tomemos de volta. Cristo disse ao homem que estava ali na beirada do poço de Betesda: “Vá e não peques mais para que coisas piores não lhes ocorra.” I Samuel 21:10 Levantou-se Davi, naquele dia e fugiu de diante de Saul, e foi a Aquis, rei de Gate. Estaria Davi preocupado quando ele fugiu de Saul em direção a Gate carregando consigo a espada de Golias? Não me parece! Ele estava pensando provavelmente: “Os Filisteus são inimigos de Saul. Eu sou inimigo de Saul. Eu sou um guerreiro vitorioso. Certamente eles haverão de dar as boas-vindas a mim como mercenário”. Mas ele carregou consigo a sua grande espada e isso também era lido como o fato de que ele havia liquidado o seu grande campeão, que, por acaso, tinha muitos parentes em Gate. Golias tinha três ou quatro irmãos, e nós vamos nos encontrar com eles mais tarde no relato desse livro. Davi estava carregando um símbolo que avisava a todos: “Eu sou aquele que derrubou o seu herói, eu sou aquele que humilhou a todos vocês, que os fez correr como covardes o Vale de Ela, que os destruiu em pedaços. Vocês se lembram de mim? Lembram-se quem sou eu”? Davi era ruivo e havia pouquíssimas pessoas em seus dias com cabelos vermelhos. Um ruivo carregando uma espada daquele tamanho era inconfundível. Até mesmo os filisteus podiam chegar facilmente à conclusão de quem se tratava. Quando você começa a jogar o jogo do engano, você acaba com o que? Se autoenganado! Você deixa de ter um pensamento retilíneo. Você deixa de ter uma percepção correta da situação. Tudo o que Davi queria era fugir para o mais longe de Saul, e a cada passo que dava, em mais encrencas ele acabava se metendo. E saindo da frigideira acabou caindo no fogo. I Samuel 21 verso 11: Porém os servos de Aquis lhe disseram: Esse não é Davi o rei da sua terra? [não se esqueça que ele estava usando a espada de Golias em seu flanco] não é esse que se cantava nas danças dizendo: Saul feriu os seus milhares, porém Davi os seus dez milhares? Davi guardou essas palavras, considerando-as consigo mesmo, e teve muito medo de Aquis, rei de Gate. [Foi dessa situação que surgiu o Salmo 56]. “Tem misericórdia de mim, ó Deus, porque o homem procura ferir-me; e me oprime pelejando todo o dia. Os que me espreitam continuamente querem ferir-me; e são muitos os que atrevidamente me combatem. Em me vindo o temor, hei de confiar em ti. Em Deus, cuja palavra eu exalto, neste Deus ponho a minha confiança e nada temerei. Que me pode fazer um mortal? Todo o dia torcem as minhas palavras; os seus pensamentos são todos contra mim para o mal. Ajuntam-se, escondem-se, espionam os meus passos, como aguardando a hora de me darem cabo da vida. Dá-lhes a retribuição segundo a sua iniquidade. Derriba os povos, ó Deus, na tua ira! Contaste os meus passos quando sofri perseguições; recolheste as minhas lágrimas no teu odre; não estão elas inscritas no teu livro? No dia em que eu te invocar, baterão em retirada os meus inimigos; bem sei isto: que Deus é por mim. Em Deus, cuja palavra eu louvo, no SENHOR, cuja palavra eu louvo, neste Deus ponho a minha confiança e nada temerei. Que me pode fazer o homem? Os votos que fiz, eu os manterei, ó Deus; render-te-ei ações de graças. Pois da morte me livraste a alma, sim, livraste da queda os meus pés, para que eu ande na presença de Deus, na luz da vida.” (Sl 56:1-13). Você se lembra a primeira vez que as mulheres israelitas cantaram aquele cântico: (I Samuel 18.6-7) Essa canção acabou se tornando muito popular. Quem eram os milhares que Saul matou e os dez milhares que Davi exterminou? Filisteus! Os filisteus tinham verdadeiro ódio de Davi. O comentário que era feito à boca pequena, já dava conta que Davi era rei “o rei da terra”. “Rei da Terra” provavelmente era uma expressão popular. Os filisteus não reconheceram Davi como o ungido de YHWH, como rei de Israel. Mas o reconheceram como um grande inimigo que haveria de fazer todo o esforço para retomar as terras que agora estavam nas mãos dos filisteus, mas que Deus efetivamente havia dado ao povo de Israel. Davi exterminou milhares de milhares, e agora Davi estava nas mãos dos filisteus. O Salmo 56 nos indica o pavor produzido pelo sufoco que Davi experimentou ali na presença de Aquis. Pobre Davi. Agora ele está perante um problema de fato. Suas artimanhas o meteram em situação ainda mais complicada. Davi não via outra alternativa senão a mais estapafúrdia possível. No oriente, naqueles dias, uma pessoa louca era vista como que “possuída por espíritos”. Todos ficavam aterrados com aquele quadro e nem sequer ousam tocar no louco. Nabucodonosor, quando em meio a sua loucura, transformou-se num verdadeiro animal. Seus inimigos poderiam aproveitar aquela oportunidade para mata-lo, mas não ousaram, nem sequer tocaram nele. Nós sabemos, através dos achados arqueológicos da antiga Babilônia, que os loucos eram considerados como que pessoas “possuídas por deuses”. Se lermos cuidadosamente Daniel capítulo 4, poderemos perceber que foi exatamente isso que Deus fez com Nabucodonosor. Nabucodonosor se orgulhou de suas obras na construção magnificente da Babilônia, quando Deus o desmoronou levando-o à loucura, cumprindo assim a profecia de Daniel. Nabucodonosor tornou-se como um animal. Suas unhas ficaram como garras, seus cabelos como juba, sua aparência grotesca, e ninguém ousou mata-lo. “Os deuses possuíram Nabucodonosor, os deuses possuíram Davi”. Aquis não queria nada com este doido. Davi sabia disso e por isso jogou e usou e manipulou aquela superstição. Verso 13: Pelo que se contrafez diante deles, em cujas mãos se fingia doido [eles o tomaram e o levaram à presença de Aquis] esgravatava nos postigos das portas, e deixava correr saliva pela barba. Aqui está o futuro rei de Israel com seus olhos vidrados, contorcendo sua face, babando em sua barba. Eis o “homem segundo o coração de Deus”. Ele transformou a si mesmo em motivo de escárneo, uma obra ridícula. Mas o que Davi sentia em seu coração naquele instante, era medo por sua própria vida, e por isso deixou Deus de lado usando todos os recursos para salvar a própria pele. Ele estava vivendo pelos recursos de sua esperteza e ele estava pronto a fazer qualquer coisa, não importa o quão humilhante fosse para salvar a sua própria pele. Toda a coragem e beleza de Davi desapareceram. Tudo o que ali restou, foi Davi na lealdade de sua carne e tudo o que ele queria era sair dali vivo. Bem, funcionou! Verso 14 Então, disse Aquis aos seus servos: Bem vedes que este homem está louco: porque mo trouxestes a mim? Faltam-me a mim doidos, para que trouxésseis a este que fizesse doidices diante de mim? [mais literalmente “voltar-se contra mim”. Ele ficou com medo desse homem. Os loucos têm a tendência de serem perigosos, de produzirem injúrias, de ferirem as pessoas ao seu derredor, de causarem dano à propriedade. Aquis não queria nada com este homem demente.] Há de entrar este na minha casa? Essa é uma passagem bastante sugestiva. Aquis, era rei de Gate. Seu nome significa no hebraico “Eu aterrorizarei, eu denegrirei”. Ocorre que a cidade se chama Gate, que significa no hebraico “Prensa do Lagar”, ou seja, David estava experimentando uma profunda prova para ser literalmente quebrado, triturado. A ironia desse episódio encontra-se no fato de que Aquis era um rei filisteu. Sabemos que os filisteus tipificam, na Palavra, uma dentre as diversas manifestações da vida egocêntrica. E, nesse lugar, foi que David se fingiu de doido. Por que? Para preservar sua vida. Ocorre que Aquis, vendo a Davi daquele jeito, mencionou: “Então disse Aquis a seus servos: Bem vedes que este homem está louco; porque mo trouxestes a mim? Faltam-me doidos, para que trouxésseis este para fazer doidices diante de mim? Há de entrar este na minha casa?” Ou seja, isso é bastante interessante. O “rei” das manifestações egocêntricas, pelo menos nessa cidade, se auto declara, quase que fazendo uma confissão: a cidade dos “eus” é a cidade dos loucos. Por isso, David não foi maltratado. Os reis cananeus e filisteus só se insurgem contra aqueles que “parecendo loucos” acolhem a “loucura de Deus” que é mais sábia que a sabedoria dos homens. Por isso, Aquis despachou aquele demente. Se lermos o Salmo 34, quando Davi foge para a caverna em Adulão, observaremos que Deus fortalece a mente de Davi e o faz ver que não fora a sua esperteza e sim o próprio Deus que o livrara das mãos de Aquis. Ele escapou daquela tremenda enrascada que se meteu, porque Deus o livrou, porque Deus é fiel e porque ele se manteve fiel durante todo o tempo. Isso fez com que Davi percebesse a ação de Deus, e se arrependesse de seus pequenos e marotos truques e pecados. Existem 8 salmos escritos sobre esse período no deserto, e em todos eles, Davi expressa sua profunda confiança e seu comprometimento para com o seu Deus. Ainda que ele se sinta envolto em uma perseguição não merecida. Ele lutou profundamente entre sua confiança em Deus e seu sentimento de uma perseguição injusta. Deus o havia levado à essa experiência do deserto para ensina-lo a ter uma fé resoluta. Esse foi um dos lugares que ele aprendeu a ter fé inabalável, esse foi um lugar onde ele se tornou um tolo com a finalidade de escapar da morte. A grande pergunta que sempre sobra é: “por que Deus nos deu os cinco sentidos e cérebro se nós somos chamados constantemente pela Palavra de Deus a não confiarmos em nós mesmos?”. A resposta a esse enigma da existência humana, está na nossa necessidade de revertermos o nosso procedimento. Deus nos deu o cérebro para que pudéssemos lidar com as coisas, mas a primeira coisa que ele quer de nós em relação ao nosso cérebro é que nós o dediquemos e o entreguemos de volta a Ele. A primeira coisa que eu devo fazer é entregar a minha vida ao Senhor, entregar a minha mente ao Senhor, e permitir que Ele pense através da minha mente, de tal forma que façamos tudo o que precisa ser feito de acordo com o seu processo. Não devemos jamais suar a nossa camisa e trabalharmos ardorosamente primeiro, para em seguida entregar os resultados que nós obtivemos a Deus, com aquela oração amarela: “Senhor abençoa esta confusão na qual eu me meti”. Deveríamos começar dizendo: “Senhor, aqui está a minha mente, aqui estão as minhas emoções, aqui está a minha vontade, aqui está o meu corpo, aqui está a minha pessoa, e aqui está esse dia. Pense os teus pensamentos através de mim. Sinta as tuas emoções através de mim. Ame o teu amor através do meu. Dá-me o teu poder para que eu possa fazer todas estas coisas”. E assim prosseguirmos! “Eu farei a primeira coisa que estiver diante de mim, e eu te serei grato porque tu a farás através de mim”. O processo de pensamento é exatamente o mesmo, mas ele é agora controlado por Deus, e o poder para fazê-lo procederá de Deus. Ele nos diz que devemos “desenvolver a nossa salvação (Filipenses 2.12 que significa literalmente usar algo que já temos, e não algo para obtê-la) com tremor e temor (com desejo profundo de agradar a Deus, não com terror paralisante) porque Deus é quem opera (“energeo” – no grego; Deus energiza a você nesse fazer, porque a sua obra sempre tem a ver com um poder sobrenatural, conforme nos é mostrado nas Escrituras) tanto o querer quanto o realizar da sua boa vontade.” Deus sobrenaturalmente energizará você para escolher aquilo que Ele quer que você faça, então Ele lhe dará poder para que você possa fazer a Sua vontade. Deus não vai anula-lo, não! Você estará ainda, usando o seu cérebro, mas Deus estará agindo nele. Não coloque os carros na frente dos bois. |
28- Capítulo 22
A Caverna de Adulão e a Libertação da “Segurança Relativa”
22.1 — Depois que Davi escapou de Gate, ele se juntou a sua família e seus seguidores numa caverna próxima à cidade de Adulão (Ver estudo sobre a Caverna de Adulão abaixo), cerca de 15 Km a sudeste de Gate e 24 Km a sudoeste de Jerusalém. A caverna de Adulão foi onde Davi compôs o Salmo 142 e possivelmente o Salmo 57.
“Tem misericórdia de mim, ó Deus, tem misericórdia, pois em ti a minha alma se refugia; à sombra das tuas asas me abrigo, até que passem as calamidades. Clamarei ao Deus Altíssimo, ao Deus que por mim tudo executa. Ele dos céus me envia o seu auxílio e me livra; cobre de vergonha os que me ferem. Envia a sua misericórdia e a sua fidelidade. Acha-se a minha alma entre leões, ávidos de devorar os filhos dos homens; lanças e flechas são os seus dentes, espada afiada, a sua língua. Sê exaltado, ó Deus, acima dos céus; e em toda a terra esplenda a tua glória. Armaram rede aos meus passos, a minha alma está abatida; abriram cova diante de mim, mas eles mesmos caíram nela. Firme está o meu coração, ó Deus, o meu coração está firme; cantarei e entoarei louvores. Desperta, ó minha alma! Despertai, lira e harpa! Quero acordar a alva. Render-te-ei graças entre os povos; cantar-te-ei louvores entre as nações. Pois a tua misericórdia se eleva até aos céus, e a tua fidelidade, até às nuvens. Sê exaltado, ó Deus, acima dos céus; e em toda a terra esplenda a tua glória.” (Sl 57)
“Ao SENHOR ergo a minha voz e clamo, com a minha voz suplico ao SENHOR. Derramo perante ele a minha queixa, à sua presença exponho a minha tribulação. Quando dentro de mim me esmorece o espírito, conheces a minha vereda. No caminho em que ando, me ocultam armadilha. Olha à minha direita e vê, pois não há quem me reconheça, nenhum lugar de refúgio, ninguém que por mim se interesse. A ti clamo, SENHOR e digo: tu és o meu refúgio, o meu quinhão na terra dos viventes. Atende o meu clamor, pois me vejo muito fraco. Livra-me dos meus perseguidores, porque são mais fortes do que eu. Tira a minha alma do cárcere, para que eu dê graças ao teu nome; os justos me rodearão, quando me fizeres esse bem.” (Sl 142)
22.2 — Davi logo atraiu considerável interesse por parte daqueles que estavam oprimidos e descontentes com o governo de Saul. E todo homem endividado, aparentemente se refere àqueles que corriam o risco de serem vendidos como escravos por seus credores (II Rs 4.1). Chefe é um termo geral para um líder político, militar ou religioso. Os quatrocentos homens logo passaram a ser seiscentos (I Sm 23.13).
Interessante notar que a expressão, CAVERNA, na Bíblia, está, via de regra, associada à manifestação da vida da alma, notadamente quando em perigo, angústia ou amargura.
Os 400 homens que se juntaram a Davi estavam “em aperto”, endividados” e “amargurados”. Mais à frente veremos que, em II Samuel, muitos dentre esses mesmos homens vão compor a relação dos valentes de Davi. Ao analisar o que lhes sucede e o porquê são assim chamados, percebemos que a Caverna de Adulão foi uma etapa importante e necessária para eles (e assim o é para nós!).
22.3,4 — O nome Mispa significa torre de vigia (Gn 31:49); e foi primeiramente mencionada em um dentre os episódios entre Jacó e Labão. Isso fala do fato de o Senhor VIGIAR, entre nós e nosso eu, tendo em vista que Labão foi a “contraparte” utilizada por Deus para tratar com Jacó.
Essa era provavelmente uma fortaleza em Moabe. Ocorre que Moabe significa no hebraico “Família de um pai”, já que foi um povo que se originou da relação incestuosa entre Ló e uma de suas filhas. Observe ainda que, a primeira menção bíblica a caverna, se dá na experiência de Ló (Gn 19:37), exatamente nesse contexto.
Ora, juntando ambas menções (Mispa e Moabe) vemos que após Adulão havia uma clara necessidade de separação “dos de casa” para que a Obra de Deus nele pudesse avançar: “Dali passou Davi a Mispa de Moabe e disse ao seu rei: Deixa estar meu pai e minha mãe convosco, até que eu saiba o que Deus há de fazer de mim”.
De fato, ao estar com Aimeleque, David consultara por meio dele ao Senhor (I Sm 22:9-10). Esses são aqueles momentos em que devemos estar a sós com Deus (momentos de solitude) e aguardar o Seu falar, o Seu agir e os Seus desígnios para nós. Sem dependência não há como ser habilitado para Reinar com Cristo.
A região de Moabe estava localizada a leste do mar Morto. A conexão entre a família de Davi e os moabitas é evidenciada na história de Rute (Rt 1.4-18; 4.21,22).
22.5,6— Seguindo o conselho do profeta Gade (II Sm-24.11), Davi deixou o lugar forte e se escondeu no bosque de Herete, cuja localização é desconhecida. O arvoredo é muito adequado para lugares quentes e secos, crescendo bem em areia e solos desérticos.
Observe que a orientação de Deus a Davi, por meio do profeta Gade foi: “Não fiques neste lugar seguro: vai e entra na terra de Judá. Então David saiu e foi para o Bosque de Herete”. Ora a palavra Herete significa “entalhar, gravar”. Isso aponta para a formação do caráter de Cristo em nós. E como foi o processo disso: sair do lugar seguro (ou seja, mais do que nunca vemos que “o justo viverá mesmo é pela fé”) e se deixar trabalhar pelo Senhor. Tremenda lição para nós!
22.7,8 — O filho de Jessé. Saul talvez não estivesse disposto a se referir a Davi pelo nome (I Sm 20.30,31). Saul sugeriu que os benjamitas não poderiam esperar bênçãos sob o governo de Davi, que era da tribo de Judá.
22.9-13 — Doegue procurou agradar e conseguir a aprovação de Saul traindo Aimeleque, o sumo sacerdote que dera a Davi pães e uma arma (I Sm 21.1-9). O qual consultou por ele o Senhor. Esse fato não é mencionado em I Samuel 21.1-9, embora Aimeleque pareça admiti-lo no versículo 15.
22.14-16 — Tão fiel como Davi. Respondendo às acusações contra si, Aimeleque, inadvertidamente, defendeu Davi. Ouvir a fé e a lealdade de Davi sendo defendidas, deve ter aborrecido Saul consideravelmente. Não soube nada de tudo isso. Aimeleque apelou para a sua inocência declarando que ignorava o rompimento ocorrido entre Saul e Davi.
22.17-19 — Não quiseram estender as suas mãos para arremeter contra os sacerdotes do Senhor. Os soldados que serviam a Saul sabiam o quão errado seria levantar as suas armas contra os sacerdotes do Deus vivo. Provavelmente, eles interpretaram aquela sentença como uma punição injusta ou um ato de sacrilégio. Vendo uma oportunidade de ganhar favores futuros de Saul, Doegue, um gentio, comandou o massacre aos 85 sacerdotes (I Sm 21.7).
22.20,21 — Abiatar não estava entre os 85 sacerdotes mortos por Doegue em Gibeá. Ele escapou de Nobe antes do massacre. De acordo com I Samuel 23.6, ele se encontrou com Davi em Queila.
22.22 — Eu dei ocasião contra todas as almas da casa de teu pai. Davi reconheceu que a sua atitude resultou no massacre dos sacerdotes e de suas famílias (I Sm 21.1-9). Essa foi uma mudança importante na VISÃO DE DAVI. Até então, assim como vimos em Gade, ele havia e comportado como que buscando preservar a sua vida; agora não. Ele já começa a ver as implicações de sua vida, de suas decisões na vida de outros.
Diferentemente do episódio em Gade, quando estava a “fazer-se de louco” para escapar de Aquis, agora David se expõe a sair dos lugares seguros, se deixar trabalhar pelo Senhor em Herete e, para “coroar” essa mudança, manifesta sua preocupação com o outro.
“Então, Davi disse a Abiatar: Bem sabia eu, naquele dia, que, estando ali Doegue, o edomita, não deixaria de o dizer a Saul. Fui a causa da morte de todas as pessoas da casa de teu pai. Fica comigo, não temas, porque quem procura a minha morte procura também a tua; estarás a salvo comigo.” (I Sm 22:22-23)
Na soberania de Deus, a morte dos sacerdotes de Nobe era um cumprimento parcial do juízo que havia sido profetizado à casa de Eli (1 Sm 2.27-36). Mas, a soberania de Deus nunca anula as responsabilidades pessoais pelas atitudes de alguém (At 2.23).
22.23 — Porque quem procurar a minha morte também procurará a tua. Davi e Abiatar eram considerados como inimigos por parte de Saul. Salvo. Davi ofereceu proteção a Abiatar. O sacerdote permaneceu com Davi e contribuiu com um valioso serviço (I Sm 23.9). Ele trouxe o éfode consigo e perguntou ao Senhor por Davi (ISm 23.2,6).
A Caverna de Adulão – I Sm 22:1-23
Poderíamos perguntar: O que Davi, um valente, o homem que matou o leão e o urso, que derrotou o gigante Golias, o valente cantado pelas mulheres de Israel em suas músicas (Saul matou a mil e Davi aos dez milhares), o que esse homem estava fazendo ali naquela caverna?
Adulão: Significa Justiça do povo, refúgio, esconderijo; esse lugar era um complexo de cavernas.
Talvez você esteja se sentindo injustiçado por alguns acontecimentos, por relacionamentos que foram quebrados, por circunstâncias adversas que te surpreenderam.
Adulão representa os momentos de dificuldades, dívidas, amarguras que enfrentamos. Deus tem algo especial para você neste momento de Adulão em sua vida.
A caverna de Adulão foi um lugar de tratamento e crescimento na vida de Davi. Davi havia vivido um momento de glória, estava muito bem quisto, e por ter caído nas graças do povo, por ter sua unção reconhecida e valorizada, Davi despertou a inveja do Rei Saul, que passou então a persegui-lo com o intuito de matá-lo.
Vejamos alguns aprendizados que Deus nos proporciona na caverna de Adulão:
Em primeiro lugar, é na caverna que nossos familiares irão nos reconhecer e nos honrar: “… quando ouviram isso seus irmãos e toda a casa de seu pai, desceram ali para ter com ele”. (ISm 22.1)
Davi foi por muito tempo desonrado pela própria família. Quando o profeta Samuel foi ungi-lo, Davi ficou por último na escolha de seu pai, isso porque o profeta insistiu: Acabaram-se os teus filhos? (I Sm 16.10,11). O próprio Samuel ficou encantado com os irmãos de Davi. Deus lhe disse: Não veja como vê o homem, veja como eu vejo: Veja o coração (I Sm 16.7).
Observamos também, quando Davi foi levar alimento para seus irmãos na fronte da batalha, e se dispôs a resolver o problema com Golias, Eliabe, seu irmão mais velho, o chama de presunçoso e maldoso (I Samuel 17.28). O próprio Rei Saul o achou muito criança para tamanha tarefa de enfrentar o Golias, ao passo que este era um guerreiro experiente (I Sm 16.33).
Enfim, após a vitória contra Golias, muita coisa mudou nos relacionamentos familiares de Davi. Agora, na caverna, toda sua família o reconhece como um ungido levantado por Deus para mudar a história de Israel.
O tempo do reconhecimento e da honra chegará dentro da sua própria família.
Ele deve governar bem sua própria família, tendo os filhos sujeitos a ele, com toda a dignidade. Pois, se alguém não sabe governar sua própria família, como poderá cuidar da igreja de Deus. (I Tm 3.4,5)
Nossa família é o primeiro degrau para subirmos no chamado de Deus. É o ponto de partida do ministério. Sem uma família unida e abençoada, não poderemos ir muito longe.
Em segundo, é na caverna que vamos nos fortalecer e nos graduar. Davi foi cercado por 400 homens marginalizados pela sociedade, homens em dificuldades, endividados e amargurados. Havia um povo rebelde naquele lugar. O que fez Davi? Tornou-se chefe dos “Zés Ninguém”.
“… e ele se fez chefe deles; e eram com ele uns quatrocentos homens”.
Deus acredita em todos que se dispõe a obedecer a sua voz. Deus tem preferências por aqueles que não são. A religião busca pessoas de posição na sociedade, mas o cristianismo busca pessoas que a sociedade marginalizou.
Mas Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios, e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar os fortes. Ele escolheu as coisas insignificantes do mundo, as desprezadas e as que nada são, para reduzir a nada as que são, para que ninguém se vanglorie diante dele. (I Co 1.25-29)
Deus escolheu as coisas fracas, as desprezadas, as que nada são, para que ninguém se vanglorie na presença de Deus. Davi foi tratado na caverna, para não se ensoberbecer diante de tantas conquistas poderosas.
Por isso, por amor de Cristo, regozijo-me nas fraquezas, nos insultos, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias. Pois, quando sou fraco é que sou forte. (II Co 12.7-10)
O apóstolo Paulo também teve seu momento de Adulão para ser alfinetado no seu orgulho. E afirmou: Pois, quando sou fraco é que sou forte.
Adulão é uma caverna que nos afunila para uma vida humilde, onde nos humilhamos debaixo da potente mão de Deus e no tempo oportuno Ele nos exaltará. Davi se graduou em meio aos rejeitados, marginalizados e os fortaleceu, tornando-os poderosos, valentes que se tornaram seus escudeiros. Adulão se tornará sua fortaleza.
“São estes os principais valentes de Davi, que o apoiaram valorosamente no seu reino, para o fazerem rei…” (I Cr 11.10)
Em I Crônicas 11 Davi se torna rei em todo Israel e seus valentes são exatamente os rejeitados da caverna, aqueles “Zés Ninguém”. Não se desanime em meio as injustiças da vida, Adulão será talvez a etapa mais importante da sua vida.
Em terceiro lugar, é na caverna que descobrimos os propósitos de Deus para nós. Adulão nos faz enxergar nosso real objetivo de vida. Quando achamos que tudo está perdido, Deus fará entendermos que o momento é a grande oportunidade de nossa vida. Vejamos cinco propósitos de Deus para nós.
1.Principal propósito: Adorar a Deus e declarar nossa total dependência dele. (Marcos 12.28,30). Ali Davi viu sua real condição de dependência.
2. Amar o próximo. (Mc 12.31). Ali Davi amou seus companheiros rejeitados pela sociedade.
3.Ser a expressão de Deus na terra.
O profeta Gade disse que era hora de Davi sair do lugar seguro (Caverna de Adulão) para ir rumo ao Bosque de Herete. O termo Herete tem um significado muito forte – deriva de charath – entalhar, gravar; isso fala de caráter.
Agora Davi estava pronto, com seu caráter tratado, pronto para cumprir o chamado de dirigir Israel com Integridade de coração (Sl 78.70-72). Davi, em nenhum momento, difamou seu rei. Sofreu calado como ovelha que vai para o matadouro. Isso é talvez, a maior prova de um caráter tratado – perdão e submissão.
Em Rm 8.28,29 Paulo confirma que tudo coopera para o nosso bem.
Paulo também diz que somos feitura (grego ‘poieima’) dele. Somos um poema, uma rima de Deus, fomos inspirados por Deus. – Ef 2.10
4.Descobrimos o propósito de sermos o corpo de Cristo. Adulão era uma caverna na rocha. Nós estamos edificados na rocha. A rocha simboliza a igreja. (Mt 16.18).
5.Por último, descobrir o propósito pessoal. (Sl 139.16) Éramos uma substância informe, quando Deus já tinha escrito todos os nossos dias e determinado, quando nem um deles havia existido.
Na caverna, o Espírito Santo nos encontra prontos para ouvirmos a sua voz (Rm 8.14,16). É obra do Espírito Santo o descobrimento do nosso chamado. (Rm 8.26)
O Espírito intercede por nós segundo a vontade de Deus.
Davi foi chamado para ser rei, profeta e sacerdote. Você terá que descobrir o chamado em Deus que tens a fazer. Os desconfortos de Adulão que passamos na vida visam o nosso bem.
Deus nos quer maduros, com um caráter tratado, prontos para reinarmos nessa terra. Deus tem dupla honra para aqueles que se submetem a sua vontade, sabendo que a nossa família é a nossa base para a batalha, que no tempo de Deus nos honrará.
Nas fraquezas tiramos forças e nos graduamos no poder de Deus para cumprirmos o propósito que somos chamados. Deus nos faça crescer nas cavernas da vida.
29- Capítulo 23
Davi e o Preparo Pessoal para Reinar – As Pedras
3ª Pedra: A Dependência de Deus: A Pedra de Escape
Pedra do Conhecimento do Senhor como Alto (e Único) Refúgio.
Davi no Deserto de Zife – I Sm 23:1- 9 |
I Samuel 23, versos 1-2 – “Foi dito a Davi: Eis que os filisteus pelejam contra Queila e saqueiam as eiras. Consultou Davi ao Senhor, dizendo: Irei eu e ferirei estes filisteus? Respondeu o Senhor a Davi: Vai, e ferirás, e livrarás Queila.”
Obs. 01: Queila no hebraico, segundo o dicionário Strong, significa “Fortaleza” e possui a raiz da palavra indicando “cerco”. Queila foi uma cidade fortificada de Judá na região de Sefelá
Obs. 02: Observe que os filisteus estavam saqueando as eiras. Veja a correlação com o episódio de Gideão e os Midianitas. Isso não é por acaso; a questão aqui envolvida é, dentre outras, a questão do medo assim como já evidenciada no episódio de Gideão e os Midianitas.
Verso 03:” Porém os homens de Davi lhe disseram: Temos medo aqui em Judá, quanto mais indo a Queila contra as tropas dos filisteus?”
Verso 4-5 “Então, Davi tornou a consultar o Senhor, e o Senhor lhe respondeu e disse: Dispõe-te, desce a Queila, porque te dou os filisteus nas tuas mãos. Partiu Davi com seus homens a Queila, e pelejou contra os filisteus, e levou o gado, e fez grande morticínio entre eles, Davi salvou os moradores de Queila.”
Versos 6-8: “Sucedeu que quando Abiatar, filho de Aimeleque, fugiu para Davi, a Queila, desceu com a estola sacerdotal na mão. Foi anunciado a Saul que Davi tinha ido a Queila. Disse Saul: Deus o entregou nas minhas mãos; está encerrado, pois entrou numa cidade de portas e ferrolhos. Então, Saul mandou chamar todo o povo à peleja, para que descessem a Queila e cercassem Davi e os seus homens.”
Versos 9-11: “Sabedor, porém, Davi de que Saul maquinava o mal contra ele, disse a Abiatar, sacerdote: Traze aqui a estola sacerdotal. Orou Davi: Ó Senhor, Deus de Israel, teu servo ouviu que Saul, de fato, procura vir a Queila, para destruir a cidade por causa de mim. Entregar-me-ão os homens de Queila nas mãos dele? Descerá Saul, como o teu servo ouviu? Ah! Senhor, Deus de Israel, faze-o saber ao teu servo. E disso o Senhor: Descerá.”
Verso 12: “Perguntou-lhe Davi: Entregar-me-ão os homens de Queila, a mim e aos meus servos, nas mãos de Saul? Respondeu o Senhor: Entregarão.”
Verso 13: “Então, se dispôs Davi com os seus homens, uns seiscentos, saíram de Queila e se foram sem rumo certo. Sendo anunciado a Saul que Davi fugira de Queila, cessou de persegui-lo.”
Suponha que você seja parte de um povo que tenha um senso pobre de lealdade a quem quer que seja, exceto a si mesmos, e sua pequena situação tribal, e suponha que você também sonhe com campos e vinhas, poder e o gozo de coisas atraentes aos olhos com os quais Saul está comprando o seus próprios súditos, os Benjamitas, os mais vis entre os judeus.
Como você (homem de Queila) pode usufruir daqueles tesouros roubados de Israel? Simples, entregando Davi nas mãos de Saul e obtendo como pagamento propriedades, campos, vinhas e poder sobre milhares e dezenas de milhares. Além disso, Davi nem era mesmo um judeu puro sangue. Era ele um mestiço renegado. Sua bisavó era uma Moabita, sua tataravó era um cananita.
Não havia lugar seguro para Davi. E Davi não tinha lugar para ir em segurança, exceto para Deus. Observe o que Deus faz com ele.
I Samuel 23.14 “Permaneceu Davi no deserto, nos lugares seguros, e ficou na região montanhosa no deserto de Zife. (Que está a oeste da região central do Mar Morto numa área extremamente estéril). Saul buscava-o todos os dias, porém Deus não o entregou na sua mão.”
Dia após dia, Saul tentava destruir a Davi. E dia após dia, YHWH o protegia. Davi agora tinha 600 homens consigo, armados com armas de ferro e bem provisionados. Possuía ele, uma extraordinária habilidade para evitar Saul dia após dia, naquela caçada humana.
Era quase inevitável, que ele passasse a pensar: “Eu sou um tremendo general. Estamos vivendo nessa terra perigosa, fugindo todo o tempo, e estamos conseguindo sobreviver e lidar com tudo isso contra nós. Estamos vencendo a Saul no seu próprio jogo e no seu campo.”
E, evidentemente, por mais tempo que Davi mantivesse os seus homens a salvo, mais a lealdade deles crescia.
Assim, Davi é posto debaixo de um segundo teste para ensiná-lo sobre os seus próprios recursos. Mas Deus é um Deus fiel. Antes de nos colocar sob teste, Ele se fixa em Sua promessa de I Coríntios 10.13, onde Ele nos afirma que a provação jamais será acima do que podemos suportar, mas nos será provido, juntamente com cada uma das provações um escape de tal maneira que possamos superá-las.
Ele, de alguma forma nos fortalecerá antes que a prova chegue, por isto, quando vier, você andará nos caminhos daquilo que é justo e será capacitado a lidar com a provação e não entrará em colapso. O que Deus faz é maravilhoso.
I Samuel 23, verso 15 – “Vendo, pois, Davi, que Saul saíra a tirar-lhe a vida, deteve-se no deserto de Zife, em Horesa, [Lembre-se, Jônatas estava em sua casa. Ele determinou não tomar parte naquela caçada humana a Davi, e quando soube que seu pai iria para Horesa, ele se levantou primeiro e foi à frente].
Então levantou-se Jônatas, filho de Saul, e foi para Davi a Horesa e lhe fortaleceu a confiança em Deus, e lhe disse: Não temas, porque a mão de Saul, meu pai, não te achará; porém tu reinarás sobre Israel, e eu serei contigo o segundo; o que também Saul, meu pai, bem sabe. E ambos fizeram aliança perante o Senhor, [perante YHWH, o Deus do Pacto] Davi ficou em Horesa e Jônatas voltou para sua casa. [Ele voltou para casa. Ele não queria participar daquilo.]”
A fim de fortalecer a Davi antes de seu próximo teste, que haveria de ser terrivelmente duro, Deus enviou Jônatas para ter com Davi, o único homem que tinha mais a perder do que qualquer outro, se Davi permanecesse vivo. Ele não somente perderia as suas vinhas, seus campos, seu comando perante milhares, mas também o seu próprio reinado.
Com a morte de Davi, Jônatas seria rei em Israel e a dinastia de Saul haveria de ter continuidade. Mas Deus, deliberadamente, enviou a Jônatas, que fez um pacto com Davi, [perante o Senhor, YHWH, o Deus do pacto que ungiu a Davi e se pactuou com ele para fazê-lo rei em Israel] ele seria o segundo depois de Davi e Davi seria o rei. Por isso, entre todos os que pudessem desejar a morte de Davi, o que mais obteria vantagens foi exatamente aquele que Deus enviou para fazer um pacto com Davi em relação ao seu reino.
Jônatas abriu mão de tudo, porque afinal de contas, com uma pequena faca, cravada no peito de Davi, poderia ter tudo. Mas Jônatas tem um compromisso com Davi para que ele se torne rei.
Agora, tendo fortalecido a Davi, Deus o lança no segundo teste. Os Queilitas, como você se lembra, estavam planejando trair a Davi, mas eles não tomariam a iniciativa naquela traição intentada. Eles haveriam de esperar Saul fazê-lo. Eles cercariam a cidade e a destruiriam de tal forma que estivessem convencidos de que Davi, e todos os seus homens, fossem exterminados.
Os Queilitas somente proporcionariam este cerco. Mas agora surgem os Zifeus. Os Zifeus viviam a oeste do Mar Morto, exatamente no centro de Judá. Eram eles membros da mesma tribo de Davi. Imaginaríamos que eles ficariam do lado de Davi, mas o temor de perder suas vinhas, seus campos e o comando de milhares e centenas de milhares indo para as mãos dos Benjamitas os paralisou.
Como os Queilitas, os Zifeus queriam também compartilhar dos despojos da terra, e pensavam que tinham recebido de Deus a Davi, e com ele tudo mais que imaginavam obter. Davi era um bilhete premiado, só faltava ser descontado.
I Samuel 23, verso 19 – “Então subiram os zifeus a Saul a Gibeá, dizendo [atravessaram todo o seu território rumo ao norte até o território dos Benjamitas, onde estava o quartel general de Saul. Eles tomaram a iniciativa daquela traição] não se escondeu Davi entre nós, nos lugares seguros de Horesa, no outeiro de Haquilá, que está ao sul de Jesimom? [o deserto]
Agora, pois, ó rei, desce conforme te impõe o coração; toca-nos a nós, entregarmo-lo nas mãos do rei. Disse Saul: Benditos sejais vós do Senhor, [YHWH] porque vos compadecestes de mim; [é interessante observar como esta religiosidade da carne satisfaz, e não somente a bênção que proceda da parte de Deus, mas a bênção do Deus do pacto, seu Deus, por uma pequena traição. Mas Saul não é bobo].
Ide, pois, informai-vos ainda melhor, sabei e notai o lugar que frequenta e quem o tenha visto ali; porque me foi dito que é astutíssimo. [Isso é provavelmente verdadeiro. Isso é provavelmente o que Deus estava agora fazendo com Davi- um homem astutíssimo)
Pelo que atentai bem, e informai-vos acerca de todos os esconderijos em que ele se oculta; então voltai a ter comigo com seguras informações, e irei convosco; se ele estiver na terra buscá-lo-ei entre todos os milhares de Judá.”
Possivelmente, nesse momento, Davi está realmente convencido de que é ele muito astuto. Ele tem a reputação agora de ser muito astuto. Ele tem uma fama de ser muito astuto e penso que ele crê ser muito astuto, tremendamente esperto. Em algum lugar na linha da vida de Davi YHWH lhe mostrou que YHWH era aquele que lhe protegia
Davi vai de Adulão a Queila e de volta para Adulão e circula por todo o país, e muitas vezes lemos esse texto e dizemos, e daí? Grande coisa?
Irmãos, essa tem sido uma das experiências mais desagradáveis de muitos na vida pastoral e elas têm ocorrido frequentemente. E eu creio que é isso que Deus está ensinando a Davi aqui nesse momento de sua vida. Davi chegou ao ponto de imaginar que ele é muito esperto, astuto e ele agora vai ser superado por alguns que são mais espertos do que ele. Esses Zifeus são mais brilhantes em suas artimanhas.
I Samuel 23, verso 24 – “Então se levantaram eles [os Zifeus] e se foram a Zife, diante de Saul; Davi porém, e os seus homens estavam no deserto de Maom, na planície, [que fica logo ao sul de Zipa – O grande vale que vem do Mar Morto até o Vale da Jordânia até o Golfo de Acaba] ao sul de Jesimon [o deserto. Eles estão no meio da região desértica].
Saul e os seus homens se foram ao encalço dele, e isto foi dito a Davi, [Saul veio em busca de Davi e os Zifeus vieram a Davi e lhe disseram: “Ei, você sabe quem vem em seu encalço? Saul!] pelo que desceu para a penha …”
Naquela parte do deserto, muitas dunas se formavam, especialmente porque haviam muitas rochas que amontoavam as areias sopradas pelas tempestades de vento.
“A penha” é, provavelmente, o pico de uma dessas montanhas rodeadas de areia e, provavelmente, era um dos lugares excelentes para se esconder, tendo uma vista de todos os lados, e sendo ali protegido, sem que ninguém pudesse perceber alguém ali escondido.
Mas, os Zifeus contaram a Saul todos os lugares possíveis de esconderijos de Davi. Cada um deles! Tentar capturar um bando de guerrilheiros como o de Davi é como juntar uma porção de mercúrio em sua mão. O mercúrio escapa por todos os lados e não há como conter em suas mãos. Saul tinha que encontrar um lugar onde Davi pudesse ficar encurralado, num beco sem saída, tal como ele o tinha em Queila, onde foi cercado.
Os Zifeus disseram a Davi: “Saul está vindo em seu encalço”, por isso ele foi direto para aquele lugar onde podia se esconder. Ninguém podia imaginar que Davi para ali se dirigia, no meio do deserto, num lugar esturricado e sem água. 600 homens e seus animais precisando de água e pasto. Ninguém poderia pensar naquele lugar, mas os Zifeus disseram a Saul exatamente onde Davi estava. E ali Davi estaria cercado e Saul poderia engalfinhá-lo.
E quando Saul ouviu isso, que ele acabara de empurrar a Davi para o deserto de Maon [de onde Saul ouviu isso? Dos amigos queridos de Davi, os Zifeus] e Saul foi para um dos lados da montanha, e Davi e seus homens para o outro lado da montanha; e Davi procurando fugir de Saul; e Saul e seus homens no seu encalço buscavam cercar Davi. Saul sabia exatamente onde agarrar a Davi num dos pontos daquela montanha cônica.
Parte dos seus exércitos ia ao derredor de um dos lados, mantendo pelo flanco, na retaguarda, milhares de soldados e Davi ao derredor do outro lado, como aquela brincadeira de fugir um do outro ao derredor do toco.
Em um determinado ponto, os exércitos de Saul divididos em dois haveria de encontrar a Davi e seus seiscentos homens, que não teriam outra alternativa senão se lançarem no descampado do deserto e ali facilmente serem esmagados.
Alvos fáceis a serem lancetados e transpassados. Saul tinha Davi justamente onde ele queria que Davi estivesse, encurralado. Xeque mate! Mas, meus irmãos, por mais estranho que isso possa parecer, era exatamente ali que Deus queria que Davi estivesse, para que Davi pudesse perceber que todo o sustento provêm do Senhor, Ele nos guarda em Suas mãos e Deus “jamais permitirá que sejamos provados acima do que podemos suportar, mas juntamente com a provação nos proverá escape”. E aqui estava o escape de Davi, provido por Deus.
I Samuel 23, verso 27 – “Então veio um mensageiro a Saul dizendo: Apressa-te, e vem, porque os filisteus invadiram a terra. [Os Filisteus eram astutos. Se Saul estava marchando com todos os seus exércitos para o sul de Judá, deixava ao mesmo tempo todo o lado norte de Israel completamente desprotegido. Assim os filisteus podiam conquistar um país inteiro enquanto Saul estava atrás de uma única pessoa.]” Pelo que Saul desistiu de perseguir a Davi, e se foi contra os filisteus. Por esta razão aquele lugar se [Davi e seus homens] chamou Pedra de Escape.
Eles comemoraram esse acontecimento. Entenderam que a mão de Deus estava com eles e edificaram um altar, tal como Abraão no passado o fizera. Davi e seus homens tinham a plena convicção de quem os dera tremenda libertação, quem era aquele que os protegia daquela confusão toda que foram metidos, YHWH, e eles chamaram aquele lugar de Rocha de Escape, literalmente “A rocha de fuga”. A fuga espetacular das mãos ameaçadoras de Saul.
I Samuel 23 verso 29 – Subiu Davi deste lugar e ficou nos lugares seguros de En-Gedi.
En-gedi está um pouco acima, no meio, no lado oeste do Mar Morto. Ali, está cheio de rochas escorregadias, subidas íngremes no meio do limo. Um lugar onde Davi deveria estar. Ali, ele não seria encurralado novamente. Ele não se sente agora tão esperto, tão astuto assim, tão alto confiante, tão auto suficiente, e agora ele entende perfeitamente que seria morto só se fosse pela mão de YHWH.
Por sinal, ali estava uma fonte tremenda de águas. Ela era chamada de “Fonte das Cabras”. Portanto, tudo aquilo que Davi precisava estava ali à sua mão. Como Deus lhe provera tamanho e tão miraculoso escape? Quem foram os seus verdadeiros agentes naquela dramática situação? Os Filisteus, os inimigos.
Irmãos, uma coisa Deus gosta de fazer em nossas vidas, é tomar os nossos próprios inimigos que nos deixam petrificados de medo e usá-los para nos prover uma rota de escape. Você já observou isso? É isso que Ele faz aqui. Ele toma exatamente aquele povo que Davi mais teme e o usa para resgatar a Davi.
Com grande reverência eu digo: Deus se deleita em manifestar a Sua soberania ao nosso derredor simplesmente para nos mostrar quem Ele realmente é, moldando para nós o lugar certo para que possamos ver o quanto Ele pode suprir. Ele ama deliberadamente tomar a coisa que mais tememos para usar aquilo de tal forma a nos libertar do medo, tal como Ele está fazendo aqui com Davi.
Observações Importantes acerca desse Episódio em Queila
1. Queila significa “Fortaleza”, no sentido de cercar. Exatamente porque esse lugar é chamado de “uma cidade de portas e ferrolhos”, foi que Saul se animou a perseguir David.
2. No entanto, David só desceu a Queila para libertar seus habitantes da ofensiva dos filisteus, uma vez que estes estavam saqueando as eiras. Observe a similaridade com o episódio dos midianitas/Gideão em Juízes.
3. Não bastasse isso, os homens de Davi, os companheiros da Caverna de Adulão, manifestaram claramente o MEDO de ir a Queila para enfrentar os filisteus. Eles disseram: “Se em Judá já é complicado, imagine em Queila”.
4. David, nesse processo de desenvolver cada vez mais intimidade e dependência do Senhor, consulta a Deus e o Senhor lhe diz que pode ir, uma vez que daria os filisteus (mesmo em Queila) nas mãos de David e seus homens.
5. Assim sucede, porém esse movimento, desperta em Saul o firme propósito de perseguir a David, pois pensava ele, “em Queila, ele não terá como me escapar”.
6. David sabendo desse fato, consulta novamente a Deus e faz duas perguntas
6.1- “Saul descerá a mim para tentar me matar?” E o Senhor responde: Sim, descerá!
6.2- “Mas, e os homens de Queila, estes mesmos a quem salvei das mãos dos filisteus, me entregarão a Saul?” E o Senhor responde: Sim, entregarão!
7. Observe a conjunção de fatores e acontecimentos que se sobrepõem a David nesse episódio:
7.1- Ele se arriscou em favor de seus “irmãos” em Queila para libertá-los dos filisteus.
7.2- Esse movimento, desperta a firme disposição de Saul de promover um “cerco” a David em Queila, por se tratar de uma fortaleza.
7.3- Ele tem então, a confirmação pelo Senhor de duas notícias “bombásticas”: Saul descerá para tentar pegá-lo e os habitantes de Queila não hesitarão em entregá-lo, mesmo que isto seja uma terrível traição.
8. David sobe a região montanhosa no Deserto de Zife em Horesa. Interessante notar que, Zife é uma palavra hebraica que significa “seteira” e cuja raiz da palavra aponta para “liquefazer”. E Horesa significa “Lugar Arborizado”.
9. Seteira, na arquitetura e construção, é o nome que se dá à uma abertura vertical alongada na parede, para permitir a entrada de luz. Normalmente trata-se de uma janela alongada. O termo seteira é inspirado nos antigos castelos medievais que continham aberturas verticais nas paredes para permitir o disparo de flechas da mesma forma que protegia os arqueiros. Veremos que David não era o flecheiro, mas a flecha. E isso ficará tanto mais claro quando estudarmos o episódio em que David poupa a vida de Saul na Caverna (I Sm 24)
10. A flecha é composta de 03 partes: uma ponta de material mineral, que vinha de debaixo da terra (antigamente pedra afiada), corpo vegetal (madeira) que estava plantado na terra e uma pena para dar direção, que, ainda na ave, estava constantemente voando entre o céu e a terra. A ponta diz da certeza do chamado e propósito de Deus. O corpo somos nós, plantados na terra e moldados pelo Carpinteiro até termos o formato exato de corpo. Semelhantemente, o Espírito de Deus tipificado pela pomba “sopra onde quer, de tal modo que não sabes de onde vem e nem para onde vai”; nosso direcionamento fica a cargo Dele.
11. O Senhor nos faz como Flecha Polida e nos guarda em sua aljava, até que haja o tempo propício de sermos, por Ele, lançados. O tempo da aljava é o teste do tempo e da confiança. Na aljava a flecha fica de ponta cabeça e não há muita visão, já que é um local apertado e escuro. É quando não perdemos a fé em Sua promessa nem a certeza de que somos chamados e que há um propósito específico para nossa existência.
12. Para ser lançada a flecha precisa de ângulos de inclinação específicos junto ao arco. Deus nos aponta para o alto (local distinto do qual cremos com os olhos naturais que nos levará ao alvo) e relutamos como crianças insensatas. Mas o Seu braço é forte e nos lança não por caminhos tortos, mas pelo Caminho certo. Flecha não dá para trás; não desvia de seu curso após o lançamento.
13. Ora, David se escondia por entre as árvores de Horesa e, neste sentido, já não mais estava “contido” em uma fortaleza, mas se “liquefazia” por entre os lugares arborizados de Horesa; lugar este chamado de “Lugar seguro”
14. A ironia disso, é que no Bosque de Herete, foi para onde o Senhor o havia enviado para que ele pudesse ser “entalhado”, de forma a ter o caráter de Cristo nele formado. Naquele episódio (I Sm 22:5), ele deveria sair de Adulão que, naquele contexto, era considerado o lugar seguro; não Herete.
15. Veja que há Bosques como o de Herete e o de Horesa. Realidades naturalmente parecidas, mas, sob o ponto de vista de Deus, locais bastantes distintos, sob o ponto de vista do que se considera como “seguro” e o que não; embora em ambos o Senhor vai “tratar com David”, porque se efetuarmos uma pesquisa veremos que ambas palavras (Herete e Horesa) possuem a mesma raiz hebraica que aponta para “entalhar, gravar”. Que tremendo!!
16. Então chega o versículo 14 deste capítulo: “Saul buscava-o todos os dias, porém Deus não o entregou em suas mãos”. Logo, veja que interessante, quem “se fazia” de Queila para David era, na verdade, o Senhor! Castelo Forte, Fortaleza!
17. O Salmo 31 escrito por David, provavelmente nesse episódio, retrata bem isso: David chama o Senhor de CASTELO FORTE, FORTALEZA!!
18. Logo, na sequência, vemos Jônatas indo a David, mas onde? Em Horesa! Que significativo!! Para que? Para LHE FORTALECER O CORAÇÃO E A CONFIANÇA NO SENHOR!!
19. Observe que o mesmo Jônatas está presente no episódio das flechas relatado em I Sm 20, onde foi utilizada uma “senha” entre David e Jônatas para indicar se David deveria fugir ou não pela eventual perseguição de Saul contra ele.
20. Agora, segunda vez, quando se trata de abordar o tema “flecha”, ainda que em um “local seguro”, quem encontramos ao lado de David? Jônatas. Que homem esse Jônatas!!! Que discernimento!!! Não só NÃO buscou seus próprios interesses, como ainda fortaleceu o coração daquele a quem Deus havia escolhido para reinar (embora naturalmente falando fosse ele quem reinaria depois da morte de Saul e, portanto, seria natural pensar que ele deveria ter “em tese” interesse na morte de David).
21. Não! Jônatas revela muita consciência do Governo de Deus; muito discernimento, muita realidade espiritual. E não somente isso, mas Jônatas é usado pelo Senhor para o cumprimento do propósito de Deus na vida de David; e isso a favor de Israel. Note que, Jônatas reitera pela segunda vez a aliança feita com David. A primeira vez foi em I Sm 20:42.
22. Quando em I Sm 23:19, os zifeus sobem a Saul para declarar a esse, a exata localização de David, algo, mas nos é acrescentado: David estava no “Outeiro de Háquila”, ou seja, David estava no “Monte Escuro”, que é o significado da palavra no hebraico. Mas não somente isso, o Outeiro de Háquila ficava ao sul de Jesimom (Sig. no Hebraico: “Lugar ermo, deserto, desolado”). Momentos muito, mas muito difíceis eram estes para David.
23. Então os zifeus vão utilizar de uma metáfora; inconscientemente. Eles dizem a Saul: “Toca-nos a nós, entregar David em suas mãos”. Qual o sentido disso?
24. O impressionante dessa história, é que David compõe o Salmo 54, exatamente nesse episódio. Ao verificarmos em nossas Bíblias, veremos que este Salmo é um Salmo de apelo para o Socorro Divino e é um Salmo Didático para INSTRUMENTOS DE CORDAS.
25. Ou seja, parece claro que o Espírito Santo está a nos mostrar que o verdadeiro Salmo de clamor e de louvor, é produzido em nós, nas “cordas de nosso coração”, afinal “nossa boca fala do que está cheio o nosso coração”.
26. Agora vamos juntar ambas realidades. De um lado, as “cordas do coração” de Davi o impulsionavam a escrever o Salmo 54; de outro, David por meio desse operar de Deus (e por meio desse clamar ao Senhor) era (mais uma vez) lançado como uma flecha para novos lugares, novas experiências pelo próprio Senhor. Como? Através da resposta de Deus às suas orações, ao seu clamor.
27. Irmãos, o que ocorre a seguir é impressionante: os zifeus vão ao encalço de Davi. Onde ele estaria? Sim, no Deserto de Maom (Que significa “Morada, habitação e possui a raiz da palavra significando “coabitação, direitos conjugais”).
28. Isso é extremamente expressivo, porque fala muito de como se encontrava David diante de Seu Senhor através dessas muitas tribulações. Ou seja, Deus usava das próprias cordas do coração de Davi, distendidas ao máximo, através dessas experiências tão dolorosas, para lançá-lo a um lugar de comunhão, de habitação muito profundo!
29. Se de um lado sabemos que através de muitas tribulações nos importa entrar no Reino dos Céus; de outro, sabemos também que o Senhor haverá de livrar os Seus (de Filadélfia) da hora da provação que virá sobre a terra…”. Por que? Porque já tem sido provados!
30. Veja a clara conexão entre esses textos. Só se veem livres, ainda que por meio das tribulações e das provações, aqueles que já estão nessa relação de conjugalidade com o Senhor.
31. E essa relação só se constrói e se estabelece ao ponto de nos elevar à Presença do Senhor, quando somos “lançados” através das próprias “cordas distendidas do coração”.
32. Ou seja, as “cordas do coração” funcionam como instrumentos de súplica, louvor e adoração (até para a composição de Salmos como no caso de David), na mesma medida em que nos catapultam a um novo local em nossa relação com o Senhor onde usufruímos a Sua íntima e gloriosa Presença.
33. E então chegamos ao epílogo dessa seção. E o que ela nos traz? O fato de que o Senhor vai agora, livrar a David dos zifeus e de Saul, por meio dos filisteus, ou seja, Deus passa a utilizar aqueles que Ele originalmente utilizou em Sua Soberania e Sabedoria, para gerar todos esses acontecimentos.
34. Assim o Senhor agora usa os filisteus para libertar a David e seus homens. Em outras palavras, Deus usa o elemento que nos causa medo/pavor para nos libertar (e porque não dizer) do próprio medo!
35. Dalí, David vai a En-gedi, que está um pouco acima, no meio, no lado oeste do Mar Morto. Ali está cheio de rochas escorregadias, subidas íngremes no meio do limo. Um lugar onde Davi deveria estar. Ali ele não seria encurralado novamente. Ele não se sente agora tão esperto, tão astuto assim, tão alto confiante, tão auto suficiente, e agora ele entende perfeitamente que seria morto só se fosse pela mão de YHWH.
36. Por sinal, ali estava uma fonte tremenda de águas. Ela era chamada de “Fonte das Cabras”. Portanto, tudo aquilo que Davi precisava estava ali à sua mão. Como Deus lhe provera tamanho e tão miraculoso escape? Quem foram os seus verdadeiros agentes naquela dramática situação? Os Filisteus, os inimigos.
37. En-Gedi (significa em hebraico: Nascente do Cabrito) e é um oásis localizado a Oeste do Mar Morto, perto de Massada e das cavernas de Qumran. É conhecido pelas suas grutas, nascentes, e a sua rica diversidade de fauna e flora. Em-Gedi é mencionado diversas vezes nos escritos bíblicos, por exemplo, no Cântico dos Cânticos; “A minha amada é para mim como um cacho de flores de hena nos vinhedos de Ein Gedi” (1:14).
38. Aqui temos outra verdade implicitamente colocada. Sabemos que, segundo a guematria judaica, as letras hebraicas possuem uma representação numérica. Ora, En-Gedi possui a somatória da numeração de suas letras equivalente a 17. Ocorre que 17 = 3 + 14. Ou seja, é o número que expressa a morte (3) e a ressurreição (14), pois o Cordeiro foi imolado no 14º dia e o Senhor ressuscitou ao terceiro dia.
39. Essa mesma verdade está colocada em Ez 47:10 quando vai tratar da “Torrente das Águas Purificadoras” simbolizando profeticamente a restauração da nação judaica antes do Milênio, a exemplo do mesmo episódio contido no N.T. através da vida de Pedro (153 peixes).
40. Em Ezequiel 47:10 são mencionadas En-Gedi (visto acima) assim como En-Eglaim. Ora, En- Eglaim possui na guematria judaica, na soma dos números correspondentes às suas letras, o valor de 153. E o número 153 corresponde a soma aritmética do número17.
41. Veja só: 1+2+3+…+14+15+16+17 = 153. Esses são os chamados números triangulares. Logo, o número 153, correspondente a En-Eglaim simboliza a “BENÇÃO DA RESSURREIÇÃO” assim como o número 17 correspondente a En-Gedi que simboliza a ressurreição.
42. Logo, veja o que está implicitamente colocado nesse episódio. Se não conhecêssemos o significado dos nomes em hebraico, o significado de suas raízes, bem como a guematria judaica (dentre outros) não entenderíamos o que o Senhor quer nos revelar por meio dessa tão profunda e intensa experiência contida neste capítulo através de Queila, Zife, Horesa, Háquila, Jesimom, Maom e En-Gedi.
Os Números Triangulares e a Perfeição da Palavra de Deus
Quando Jesus ressuscitou, o Evangelho de João conta que os discípulos, que passaram a noite sem pescar nada, sob o comando de Cristo, apanharam surpreendentemente 153 grandes peixes (João 21.11). Por que exatamente 153? Se é simplesmente história de pescador por que não falar de 150, 160, 200 ou 300 peixes? Por que 153?
Coincidentemente, o número 153 não é um número qualquer, mas possui algumas propriedades interessantes. É um número triangular. O que é um número triangular? Todo número que é a soma de uma sequência a partir do 1.
1
1 + 2 = 3
1 + 2 + 3 = 6
1 + 2 + 3 + 4 = 10
1 + 2 + 3 + 4 + 5 = 15
1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 = 21
etc.
Agora, observem: Pelo calendário judaico, Jesus teria ressuscitado no dia 17 do primeiro mês (Nisan). Somando-se 1 + 2 + 3 + … até 17, teremos exatamente 153. Em outras palavras: 153 é o triangular de 17. O número de peixes apanhado pelos discípulos depois da Ressurreição de Cristo é exatamente o triangular do número do dia da Ressurreição. Coincidência? Quais as chances desse número 153 ter sido escolhido por acaso pelo evangelista João?
Essa mesma realidade está contida em Ezequiel 47:10 através da guematria contida nos locais mencionados: En-Gedi e Em-Eglaim. Observe que o que parece claro é que, aquilo que se operou nos discípulos, haverá de ser operados no povo de Israel quando do retorno do Senhor à essa terra.
Sem Palavras para descrever a Sabedoria e Soberania do Nosso Senhor!!!
30- Capítulo 24
24.1,2 — Cumes das penhas das cabras monteses é o outro nome dado à área de En-Gedi.
24.3 — E chegou a uns currais de ovelhas. À noite, os pastores daquela região árida juntavam as suas ovelhas e as protegiam dentro de uma caverna fechada. Uma parede baixa de pedra impediria as ovelhas de saírem. O pastor deveria se posicionar à entrada do curral para guardá-las dos animais de rapina e dos ladrões. Não raro, cavernas com uma parede construída na sua entrada serviam de curral nas regiões áridas. Aliviar o ventre é um eufemismo para dizer esvaziar os intestinos (defecar).
24.4 — Eis aqui o dia do qual o Senhor te diz. Talvez essas palavras tenham sido dadas como uma interpretação dos homens de Davi acerca dos últimos eventos. Cortou a orla do manto de Saul. Saul deve ter colocado a sua capa de lado, possibilitando a Davi cortar um pedaço do manto sem ser observado. O pequeno retalho serviria como prova de que Saul estivera totalmente à mercê de Davi.
Se de fato foi uma profecia revelada pelo Senhor a Davi ela é carregada de responsabilidade. É como se Deus estivesse a provar o coração de Davi para reinar. Se assim o foi, Davi passou no teste.
Cortar a orla do manto, era algo de uma simbologia extremamente relevante. David teve esse discernimento. Sobre o significado de vestes e, em especial, manto, vimos nas seções anteriores nesse resumo.
24.5 — O coração doeu a Davi. Davi teve dor na consciência. Ele sabia que era errado atacar o rei ungido do Senhor (v. 6,10). Mesmo não tendo feito realmente nada para machucar o rei fisicamente, o fato de ele ter se valido de uma faca o perturbou.
24.6 — O Senhor me guarde de que eu faça tal coisa ao meu senhor. Davi tinha uma alta consideração pelo rei ungido do Senhor. Cortar um pedaço do manto de Saul constituía para Davi, um ato de desrespeito para com o representante de Deus, ainda que este estivesse obcecado pelo desejo de persegui-lo e matá-lo.
24.7 — O fato de Davi não permitir que seus guerreiros matassem Saul, demonstra que ele não era um oportunista procurando uma chance de tomar o trono por quaisquer meios. Davi tinha alta consideração pela posição de rei em Israel, embora este o considerasse um inimigo pessoal.
24.8,9 — Rei, meu senhor. Essa saudação de respeito vinda na voz que Saul conhecia muito bem provavelmente o surpreendeu. Se inclinou com o rosto em terra e se prostrou. Tal atitude não constituía uma adoração religiosa, mas um ato de respeito pela posição de Saul.
Por que dás tu ouvidos às palavras […] Davi procura o teu mal. Algumas pessoas na corte de Saul estavam falsamente acusando Davi de tentar destruir Saul.
24.10 — O Senhor, hoje, te pôs em minhas mãos. Davi reconheceu a soberania de Deus em trazer as circunstâncias que dariam a ele a oportunidade de matar Saul.
24.11 — Meu pai é um afetuoso termo de afeição e respeito (II Rs 5.13; 6.21). Isso também fez lembrar a Saul que Davi era seu genro. Teu manto. Não poderia haver mais clara evidência de que Davi não estava disposto a ferir o rei.
24.12 — Julgue o Senhor entre mim e ti. Davi dedicou ao Senhor aquele conflito que envolvia a sua vida e a de Saul. Deus poderia resolver a situação e trazer a justiça perfeita (Dt 32.35; Rm 12.17-21).
24.13 — Dos ímpios procede a impiedade. O significado desse provérbio é que, apenas um homem perverso, procuraria fazer mal contra o outro. Uma vez que Davi não tirou vantagem da oportunidade de matar Saul, ele era, sem sombra de dúvidas, um homem bom.
24.14,15 — Davi se comparou a um cão morto e a uma pulga em contraste com o rei de Israel. Como poderia algo tão indigno quanto um cão morto ou tão insignificante quanto uma pulga representar qualquer perigo para Saul?
24.16-18 — A expressão, meu filho, serve aqui como uma declaração de carinho. Saul alçou a sua voz e chorou. As lágrimas de Saul refletiram o seu remorso por ter procurado fazer o mal a Davi. Porém, foi um remorso que durou muito pouco (I Sm 26.2). Mais justo és do que eu. Para conferir um ato similar de confissão, veja o relato de Judá e Tamar (Gn 38.26).
24.19 — O Senhor, pois, te pague com bem. Saul orou para que Deus abençoasse Davi.
24.20,21 — Agora, jura-me pelo Senhor. Saul pediu a Davi que se comprometesse com um juramento de (1) preservar a família de Saul e (2) preservar o nome de Saul.
24.22 — Então, jurou Davi a Saul. Davi concordou com o pedido de Saul e manteve a sua promessa (II Sm 9.1-13; 21.6-8). Enquanto Saul voltava para casa em Gibeá (I Sm 10.26), Davi permaneceu escondido. Aparentemente, ele não tinha muita confiança que a demonstração de remorso de Saul durasse por muito tempo.
31- Capítulo 25
Davi e o Preparo Pessoal para Reinar – As Pedras
4ª Pedra: A Proteção de Deus: A Pedra Que Lança para longe de Nós os nossos “inimigos”
Pedra do Conhecimento do Senhor como Aquele que Batalha a nosso favor – O Senhor dos Exércitos.
25.1 — E faleceu Samuel. A morte de Samuel deve ter acontecido quando Davi estava na região desértica de En-Gedi (I Sm 24.1). A sua morte (ou pelo menos os registros dela) veio em hora propícia. Davi tinha acabado de ser reconhecido como o sucessor de Saul pelo próprio rei, e havia uma pequena trégua entre os dois lados.
A popularidade de Samuel ficara evidente pelo fato de a nação de Israel se congregar em Ramá para render honras a ele durante o seu funeral. Após a morte de Samuel, Davi viajou para o sul, para a região desértica de Parã, uma área na região norte da península do Sinai.
25.2 — Maom (Sig. no Hebraico: “Habitação”) ficava localizada na região montanhosa de Judá (Js 15.55), cerca de 12 Km ao sul de Hebrom. O Carmelo (Sig. no Hebraico: “Campo Fértil”) estava localizado na fronteira da região desértica, cerca de 1,5 Km ao norte de Maom. Como nos tempos de colheita, a tosa das ovelhas era uma ocasião festiva.
25.3 — A conduta pessoal de Nabal, sugere que seu nome, que significa insensato, era-lhe bem propício (v. 25). Não se sabe se ele mesmo usava tal nome ou se era o nome pelo qual as pessoas o chamavam. Nabal era um descendente da casa de Calebe, que tinha ocupado a área na época da conquista (Jz 1.20).
Abigail, uma mulher de sabedoria e beleza, fazia grande contraste com a natureza rude e má de seu marido. O texto também mostra a sabedoria de Abigail (Pv 31.10). Entendimento é um substantivo (hb. sekel) relacionado com os termos usados para contrastar Davi e Saul.
25.4-9 — Nabal morava em uma região árida e possuía milhares de bodes e ovelhas, e, por isso, era alvo certo para ladrões. Davi e seus guerreiros, generosamente haviam protegido os gados de Nabal e as suas propriedades (v. 15,16,21). Como era época de tosquiar as ovelhas, Nabal devia estar com grande quantidade de dinheiro, obtido pela venda da lã, de modo que poderia recompensar Davi e seus guerreiros pelo serviço prestado.
25.7 — Nem coisa alguma lhes faltou todos os dias. Davi e seus guerreiros haviam prestado proteção e não tinham tirado vantagem de sua posição e autoridade.
25.8, 9 — Davi enviou os seus guerreiros em bom dia, ou seja, em uma época em que a maioria das pessoas demonstra dose extra de generosidade. Dá, pois, a teus servos e a Davi, teu filho, o que achares à mão. Aparentemente, nenhum preço havia sido arbitrado pelos serviços oferecidos.
25.10 — Quem é Davi? Nabal fingiu que não conhecia Davi. Ele adicionou insulto à injúria sugerindo que Davi poderia ser apenas mais um servo fugitivo.
25.11-14 — Nabal morava em uma região onde a água era escassa (Js 15.19).
25.15,16 — Aqueles homens têm-nos sido muito bons. Os próprios homens de Nabal testificaram a respeito do cuidado e da proteção recebidos de Davi e seus guerreiros.
25.17 — E ele é um tal filho de Belial. Os servos estavam tão furiosos com o seu amo, que se referiram a ele de maneira rude para com a sua própria esposa! A expressão em hebraico utilizada para traduzir mal é, literalmente, filho de Belial ou filho da indignidade.
25.18 — Tomando o problema em suas próprias mãos, Abigail juntou uma grande quantidade de mercadorias para compensar Davi e seus guerreiros. Dois odres de vinho. Nos tempos antigos, o vinho era carregado em recipientes feitos de pele de animais. A palavra hebraica seah era uma medida equivalente a um terço de um efa; cada efa equivale a cerca de 22 litros (nvi).
25.19-21 — Ide adiante de mim. Abigail, sabiamente, enviou as provisões à frente para prevenir e evitar qualquer ato hostil causado pelo comportamento ofensivo de seu marido.
25.22 — Assim faça Deus aos inimigos de Davi e outro tanto. Davi fez um juramento pedindo o juízo de Deus sobre os seus inimigos se ele falhasse em matar a qualquer um que trabalhasse para Nabal.
25.23-31 — A maneira de Abigail falar com Davi foi um digno exemplo de sabedoria e graça. Sua argumentação foi capaz de evitar uma situação desastrosa. Abigail conseguiu:
(1) mostrar o devido respeito por Davi, coisa que seu marido não havia feito;
(2) revelar entendimento com respeito ao nome de seu marido;
(3) reconhecer a fé no Deus vivo;
(4) admitir as atitudes más dispensadas a Davi;
(5) restituir a Davi e aos seus guerreiros;
(6) pedir perdão por suas transgressões;
(7) reconhecer o direito de Davi ao trono;
(8) ajudar Davi a enxergar os prováveis desfechos daquela situação a longo prazo.
25.23,24 — Os atos de humildade de Abigail traçaram um forte contraste com o comportamento agressivo e rude de seu marido (v. 10,11). Ela fez tudo o que pôde para mostrar respeito a Davi, quando ele estava zangado, e para obter o perdão dele pelo o mal que Nabal havia cometido.
25.25 — Porque tal é ele qual é o seu nome. O nome Nabal era muito adequado para um homem tolo. O bom humor de Abigail à custa de seu marido tinha por objetivo salvar a vida dele próprio (v. 21, 22).
25.26 — Vive o Senhor. Abigail se revelou a Davi como sendo uma mulher sincera, piedosa e de muita fé.
25.27 — Essa é a bênção que trouxe a sua serva, ou seja, as provisões mencionadas no versículo 18. Aqueles graciosos presentes expressaram o desejo de Abigail de fazer as coisas certas.
25.28 — Certamente fará o Senhor casa firme a meu senhor. As palavras de Abigail indicam que ela esperava que Davi obtivesse êxito sobre Saul e que desfrutasse uma longa linha de sucessores (v- 30).
25.29-31 — A vida de meu senhor será atada no feixe dos que vivem com o Senhor. Essa metáfora se referia ao costume de juntar valores numa trouxa para protegê-los contra danos. A lição importante a se guardar aqui é que Deus cuida dos Seus como um homem cuida de seus tesouros valorosos.
A vida de teus inimigos se arrojará ao longe. Essa metáfora alude à rejeição dos inimigos de Deus. Nem por pesar no coração. Abigail procurou mostrar a Davi que os dias presentes não eram nada comparados ao seu futuro de glória.
Ao dizer “…, porém a vida de teus inimigos, este (o Senhor Deus) a arrojará como se a atirasse da cavidade de uma funda”, Abigail trazia a David à nova realidade que “cercava” David. Não era ele quem agora precisava utilizar a funda. Não! O Senhor mesmo faria isso por ele diante daqueles que lhe fossem contrários, notadamente aqueles que, como “filhos de belial”, lhe fossem injustos, soberbos e arrogantes.
Esse é outro ponto de inflexão na relação de Davi com o Senhor. E, evidentemente, faz parte do processo de formação do caráter de Cristo para Reinar através dos episódios das PEDRAS; tão significativo nesse livro.
Davi esteve para fazer “justiça com as próprias mãos”. Através de uma sábia mulher e do operar da justiça de Deus sobre Nabal (que morreu porque seu coração ficou como pedra), Davi começa a aprender a não fazer justiça com as próprias mãos.
Nabal não era o ungido do Senhor, pelo contrário; tal qual ele é seu nome significa. Se até aqui David tinha reverência para com a vida “dos ungidos” de Deus, agora ele aprende a ter respeito para com todos aqueles que Deus criou, dado que “A MIM PERTENCE A VINGANÇA; EU RETRIBUIREI” (Rm 14:17-21).
25.32-35 — E tenho aceitado a tua face. Uma tradução literal dessa expressão seria: eu elevei a tua face. Eis a recompensa pelo ato de profunda humildade de Abigail ao ter se inclinado perante Davi quando o encontrou pela primeira vez (v. 23,24).
25.36 — A grande insensatez de Nabal é vista nessa cena. Sua mulher tinha acabado de salvar a sua vida, mas ele, alheio de que correra grande perigo, estava engajado em uma noite de excessos! Abigail continuou a mostrar sabedoria em não tentar falar com o seu marido bêbado aquela noite.
25.37,38 — E se amorteceu nele o seu coração, e ficou ele como pedra. Nabal aparentemente sofreu um choque e ficou paralisado. O Senhor abateu Nabal. A sua morte foi resultado do juízo de Deus. O coração fica “como pedra” e se cumpre em Nabal o profetizado por Abigail em I Sm25:29.
25.39,40 — Davi rendeu louvores ao Senhor, pois foi Deus que executou a justiça, e não ele mesmo. Essa história é um perfeito exemplo do conceito bíblico Minha [do Senhor] é a vingança e a recompensa (Dt 32.35; Rm 12.19).
25.41,42 — Eis aqui a tua serva […] para lavar os pés dos criados de meu senhor. Lavar os pés dos outros era tarefa dos servos. Abigail expressou a sua prontidão para fazer o mais subalterno dos serviços. Essa foi uma genuína expressão de gratidão a Davi.
25.43 — Ainoã se tornou a mãe do filho mais velho de Davi, Amon (II Sm 3.2). Jezreel não é a cidade do norte, mas um vilarejo de Judá (Js 15.56).
25.44 — Davi estava sem Mical, sua primeira esposa (I Sm 18.27). Saul a tinha dado a outro homem durante a ausência de Davi.
32- Capítulo 26
Poupando a Vida do Inimigo. A traição dos zifeus estavam em forte contraste com a nobreza intrínseca do caráter de Davi. Deus fez a ira humana louvá-lo e cingiu-se do resíduo dela (SI 76.10) de modo que seu servo, como um pássaro, escapou à armadilha do caçador. (Salmo 54)
Foi um ato audacioso de Davi e Abisai passar entre as fogueiras e as sentinelas, e saltar sobre o monarca que dormia ali deitado conversando em voz baixa. Como diz Davi em um dos seus salmos: “Pois contigo desbarato exércitos, com o meu Deus salto muralhas”.
A parte especial atribuída a Deus aqui, é o profundo sono que tinha caído sobre o acampamento (v. 12). O Senhor que pôs a resolução na mente de Davi, cooperou em sua execução.
Algumas vezes agimos guiados por um impulso divino, e Deus coloca seu selo sobre aquele ato; mas não devemos lançar-nos no perigo a menos que a situação claramente o exija. Não temos a liberdade de atirar-nos montanha abaixo, a não ser que seja essa a expressa vontade de Deus.
No caso de Davi, havia suficiente razão para essa aventura; em primeiro lugar, que Saul fosse advertido uma vez mais, e, segundo, que ficasse comprovada a integridade do jovem proscrito.
Profundo sono. Foi um sono tão profundo e fora do natural que foi considerado como enviado diretamente do Senhor. O mesmo termo foi usado para com o sono de Adão enquanto o Senhor criava Eva de uma das costelas tiradas do lado de Adão.
Aceite ele a oferta. A ideia aqui, é que se foi o Senhor que levou Saul a persegui-lo, Davi procuraria o perdão de Deus através da devida oferta expiatória. Davi reconhecia a legitimidade da intenção de Saul, mas ofereceu-se para expiar qualquer pecado de sua parte. Isso era mais do que ceder a metade do caminho.
A segunda parte do versículo sugere que, possivelmente, os homens estavam procurando colocar barreiras humanas entre Saul e Davi. Se fosse esse o caso, Davi rogava pelo seu justo castigo.
Vai, serve a outros deuses. Era o costume de uma pessoa, adotar os deuses da terra à qual se dirigia e nela se instalava. Rute prontificou-se a aceitar o Jeová da Palestina em lugar de Camos de Moabe. Davi sentia que Israel estava literalmente afastando-o da adoração de Jeová para os deuses estrangeiros.
Finalmente, o Reconhecimento da Verdade. É bom notar as frequentes referências de Davi ao fato de que o Senhor vive. (Ver os versículos 10 e 16.) Essa é a explicação de tudo: ele estava esperando em Deus.
Veja o Salmo 40, que pode ter sido escrito nesse período de sua vida. De maneira alguma, Davi se aproveitaria da vulnerabilidade do seu adversário. Não faria retaliações, nem vingaria os malefícios praticados contra ele.
Davi recusou-se a aceitar a maliciosa ideia de que a oportunidade significa permissão, a possibilidade, liberdade. Ele acalmou a ânsia de sua alma, resistiu à sutil tentação do adversário, e decidiu esperar o lento desdobramento do plano divino.
Fiquemos sempre tranquilos; Deus está realizando o plano de nossa vida! No momento certo — no melhor momento — ele nos concederá o desejo do nosso coração!
Quando Davi deu essas indubitáveis evidências de sua inocência, de lealdade, e afeição a Saul, este foi vencido pela emoção e confessou que tinha representado o papel do louco. É assim que ainda podemos ganhar os homens.
Aquele que pode vigiar com Deus demonstra que está possuído de poder espiritual que os outros são forçados a reconhecer. Não te aflijas por causa dos malfeitores; confia no Senhor; agrada-te do Senhor; entrega teu caminho ao Senhor, e espera nele (Sl 37.3,4,5,7).
Análise Detalhada
26.1 — Os zifeus eram de Zife, 6 Km a sudeste de Hebrom. Eles viajaram por cerca de 37 Km para ter com Saul em Gibeá. O outeiro de Haquila foi identificado com uma cadeia de montanhas, 9 Km a sudeste de Zife (I Sm 23.19).
É possível que Jesimom não seja um nome próprio, mas um termo que significa desperdício ou deserto. O termo é mais possivelmente usado aqui, para o terreno árido de Judá, o qual está localizado nas redondezas de Zife e se estende a leste, em direção ao mar Morto.
26.2-4 — Aparentemente, sem se lembrar dos eventos descritos em I Samuel 24.16-22, Saul guiou os seus soldados para o deserto em perseguição a Davi. E Davi se levantou e veio ao lugar onde Saul se tinha acampado.
As semelhanças entre os eventos do capítulo 24 e os eventos descritos aqui são surpreendentes. No deserto de Zife, se refere à região desértica nas redondezas de Zife e na direção leste.
26.5 — Abner, o filho de Ner, servia a Saul como um comandante bem-sucedido do exército.
26.6 — Aimeleque, o heteu, era um estrangeiro que se juntara à tropa de Davi, provavelmente como um soldado mercenário. Os heteus eram um povo militar poderoso que governava a Ásia Central Menor durante o segundo milénio a.C.
Abisai, sobrinho de Davi (I Cr 2.15,16), ofereceu-se para ir ao acampamento de Saul junto com ele. Abisai se tornou um líder entre os homens de Davi (II Sm 23.18).
26.7 — A lança de Saul era um símbolo de sua autoridade (I Sm 18.10; 19.9).
26.8 — Abisai parecia ter uma natureza sangrenta (II Sm 16.9; 19.21). Ele prometeu que não feriria Saul uma segunda vez, querendo dizer que o seu primeiro ataque seria fatal.
26.9,10 — Davi, mais uma vez, recusou-se a estender a sua mão contra o ungido do Senhor (cap. 24). Ele não iria assassinar o rei de Israel apontado por Deus (I Sm 10.1). O Senhor o ferirá. Davi sabia que Deus removeria Saul do cargo de acordo com o Seu tempo perfeito.
26.11,12 — Davi pegou a lança e a bilha da água. Esses objetos provariam que Davi tinha estado perto de Saul o suficiente para matá-lo, mas se recusou fazê-lo. A visita de Davi ao acampamento não foi detectada, pois havia caído sobre eles um profundo sono do Senhor.
26.13,14 — E Davi bradou ao povo e a Abner. Davi não gritou diretamente para Saul; em vez disso, provocou Abner, o comandante de Saul.
26.15,16 — A lança do rei e a bilha da água serviram como evidências da negligência de Abner e a prova da boa vontade de Davi.
26.17,18 — Não é essa a tua voz, meu filho Davi? Saul reconheceu a voz familiar de Davi porque estava próximo à caverna em En-Gedi (I Sm 24.16).
26.19 — Se o Senhor te incita contra mim. Davi considerou a possibilidade de Deus estar usando Saul como um agente de Sua disciplina. Se esse fosse o caso, Davi estaria disposto a oferecer um sacrifício expiatório, uma oferta de manjares.
Por outro lado, ele clamou pelo juízo de Deus sobre cada homem perverso que tivesse colocado Saul contra Davi. Vai, serve a outros deuses. Essa expressão reflete a visão de Davi na qual o seu exílio era quase equivalente a ser forçado a abandonar a adoração a Deus, uma vez que não havia santuários dedicados a Deus fora do território israelita.
26.20-22 — Davi comparou-se a uma pulga (I Sm 24.14). A perdiz era um animal conhecido por fugir para ter segurança ao invés de lutar. Quando fatigado, poderia ser capturado com varas ou redes.
Saul, mais uma vez, confessou o seu pecado (I Sm 24.17). Ele pediu a Davi que voltasse para casa, prometendo não investir contra a sua vida novamente.
26.23 —Justiça e lealdade são características do próprio Deus, das quais os fiéis podem partilhar.
26.24,25 — Davi solicitou que sua vida fosse valorizada tanto quanto ele valorizava a vida de Saul. Quando os dois partiram, Saul reconheceu que Davi iria prevalecer no final (I Sm 24.20). Esse foi o último encontro entre Davi e Saul.
33- Capítulo 27
27.1 — Ainda algum dia perecerei pela mão de Saul. As evidências apontavam para o contrário (I Sm 13.14; 23.17; 24-20). Talvez Davi estivesse deprimido. Dando prosseguimento à sua fuga, Davi viajou a oeste, em direção à planície costeira, e entrou na terra dos filisteus.
27.2 — Vários locais foram sugeridos para a localidade de Gate. O mais amplamente aceito fica a cerca de 30 Km a leste de Asdode ou cerca de 32 Km a oeste de Jerusalém.
Aquis parece ter dado boas-vindas a Davi. Talvez ele tivesse ouvido a respeito do rompimento entre Saul e Davi e estava ansioso para fortalecer o seu próprio exército com os seiscentos homens guerreiros de Davi.
27.3,4 — E Davi ficou com Aquis em Gate. A ida de Davi para um território filisteu, o livrou do perigo imediato de Saul, e lhe deu uma oportunidade de desenvolver posteriormente a sua liderança e as suas habilidades militares (v. 8).
O tempo que passou na Filístia também deu a Davi o conhecimento da geografia da região o que lhe serviu de grande proveito durante as guerras posteriores contra os filisteus.
Como Davi provavelmente já esperava, sua estada na Filístia colocou um ponto final na perseguição de Saul.
27.5 — Por que razão habitaria o teu servo contigo na cidade real. Davi sugeriu a Aquis que era honra demasiada continuar morando em Gate, a cidade do rei. Talvez Davi quisesse se ver livre da acirrada vigilância das autoridades filisteias e da contínua exposição às práticas religiosas dos filisteus.
27.6 — Aquis nomeou Davi como seu vassalo em Ziclague, uma das cidades da israelita Neguebe. A cidade foi originalmente dada a Judá (Js 15.31) e estava localizada cerca de 19,3 Km ao norte de Berseba.
Pelo que Ziclague pertence aos reis de Judá, até ao dia de hoje. Essa nota deve ter sido adicionada à narrativa histórica após a divisão da monarquia (930 a.C.). Antes desse tempo, havia reis de Israel, mas não de Judá.
27.7 — Em Ziclague permaneceu o quartel-general de Davi até a morte de Saul, quando Davi se mudou para Hebrom (II Sm 1.1-14).
27.8 — Durante a sua estada na Filístia, Davi convenceu Aquis de que estava servindo aos filisteus. Porém, ele usava Ziclague como base para os ataques às tribos do deserto, ao norte do Sinai. Esses povos eram inimigos dos israelitas.
Os gesurítas moravam a sudoeste de Israel (Os 13.2), entre a Filístia e o Egito. Os gersitas são mencionados apenas aqui. Os amalequitas eram um povo nômade que vivia na terra seca ao sul das montanhas (Nm 13.29).
Sur era a região da fronteira que separava o Egito do norte do Sinai. Os israelitas perambularam por essa região após atravessarem o mar Vermelho (Êx 15.22).
27.9,10 — E dizendo Aquis: Sobre onde destes hoje. Embora Davi fingisse servir aos interesses de Aquis, ele estava na verdade atacando os inimigos de Israel. O Sul dos jerameleus era a parte de Neguebe ocupada pela família de Jerameel, um dos clãs de Judá (I Cr 2.9).
Os queneus, facilmente associados com os israelitas desde o casamento de Moisés com a família de Hobabe, um queneu (Jz 4-11), eram um povo nômade, descendente dos midianitas (Nm 10.29). De fato, Davi estava em bom termo com os jerameleus e os queneus (I Sm 30.29).
27.11 — E Davi não dava vida nem a homem nem a mulher. A destruição de toda a população parecia ser a única forma que Davi conhecia para evitar que fosse descoberto por Aquis.
Davi também podia estar presumindo que aquela era a maneira de completar a destruição dos habitantes daquelas terras, o que não havia sido feito completamente durante o tempo da conquista (Js 23.4,5).
27.12 — Pelo que me será por servo para sempre. A decepção demonstrada por Davi foi tão convincente, que Aquis concluiu que a troca de aliança feita com Davi seria permanente.
Aspectos Relevantes
1. Davi no Exílio em Ziclague (ISm 27.1-12)
Finalmente, convencido de que jamais poderia confiar na instabilidade de Saul (cf. 4, evidência que mais uma vez o seu arrependimento registrado em 26.21 durou pouco), Davi decidiu sair de Judá e ir para a Filístia, onde estaria a salvo das tramas do rei.
Por todos os termos de Israel (1) — “por todos os limites de Israel”. Com seus 600 soldados, suas esposas e todos os seus familiares, ele foi para Gate, cujo rei era Aquis (cf. 1Sm 21.10).
É fácil perceber a diferença entre a recepção de Davi em Gate nessa ocasião, e aquela que teve quando ali esteve primeiramente, em uma fuga solitária de Saul. O rei filisteu sem dúvida alguma ficou ciente da hostilidade de Saul contra Davi, e supôs que aquele jovem soldado retribuiria tal sentimento e recebeu-o como um aliado na chefia de um grupo poderoso e bem disciplinado.
Davi pediu a concessão de um lugar em alguma cidade no campo, ao sugerir que a sua presença na capital com Aquis seria um fardo ao rei (5). Seu verdadeiro motivo era a necessidade de liberdade de movimento no qual ele poderia preservar a imagem de inimizade com Saul sem ter que realmente pegar em armas contra o seu próprio povo.
Ziclague (Sig. No Hebraico: “Sinuoso”), uma cidade provavelmente situada a sudeste de Gate na fronteira sul de Judá, mas ocupada pelos filisteus há muito tempo, foi concedida a Davi e seus homens. Pertence aos reis de Judá, até ao dia de hoje (6), indica uma data para a escrita desse relato, algum tempo após a divisão do reino com a morte de Salomão, mas antes do exílio de Judá em 586 a.C. Davi e seus homens passaram um ano e quatro meses na Filístia.
Durante esse período, Davi e seus homens fizeram vários ataques contra as tribos do deserto ao sul, identificadas como os gesuritas, os gersitas e os amalequitas (8).
O texto em Josué 13.2 identifica os gesuritas como habitantes das redondezas da Filístia, e perto dos amalequitas. Os gersitas não são mencionados em qualquer outra passagem do Antigo Testamento, e são atualmente desconhecidos. Os amalequitas tinham uma longa história de hostilidade contra Israel, e devem ter sido completamente destruídos por Saul (I Sm 15.1-35). Os remanescentes da tribo tinham aparentemente fugido, se reorganizado, e retomado uma vida semi-nômade no deserto a sudoeste de Judá.
34- Capítulo 28
28.1-25 — Esse capítulo marca o mais baixo ponto da vida espiritual de Saul, registrando uma das horas mais obscuras do seu reinado. Também apresenta um incidente que perturba eruditos e estudiosos das Escrituras, o episódio da médium/pitonisa (Obs.: O Significado no Hebraico para Médium é Feiticeira, Necromante) de En-Dor (Sig. No Hebraico: “Fonte de Dor, Fonte da Habitação”), em que Saul consulta o espírito de Samuel.
Saul estava prestes a enfrentar um ataque dos filisteus. Com o profeta Samuel morto e com o silêncio do Senhor, Saul se volta para uma prática condenável por Deus, a consulta aos mortos (Dt 18.10,11). E o faz apenas para saber sobre a sua morte e a derrota de Israel. A tragédia de sua vida quase se igualou ao seu amargo fim.
28.1 — Naqueles dias. Os eventos ocorreram durante o tempo em que Davi estava morando em Ziclague, como um vassalo do rei filisteu. Juntando os filisteus os seus exércitos para a peleja. Por todo o tempo em que Saul foi rei, os filisteus permaneceram em guerra contra Israel (I Sm 14.52).
Comigo sairás ao arraial, tu e os teus homens. Uma vez vassalo de Aquis, os filisteus esperavam que Davi se juntasse a eles na peleja contra Saul. Davi enfrentou um terrível dilema.
28.2 — Assim saberás tu o que fará o teu servo. As palavras de Davi foram deliberadamente ambíguas. Sua vida teria corrido perigo se ele tivesse se recusado a se juntar a Aquis; então ele teve de esperar por um livramento de Deus.
Te terei por guarda da minha cabeça para sempre. Davi não somente se encontrou no meio do exército filisteu, mas também estava designado como um dos principais guarda-costas do rei.
De certa forma, podemos dizer que, ao “habitar” na terra dos filisteus, essa fala de David manifesta bastante a soberba característica daqueles que se encontram governados pelo “eu”.
28.3 — E já Samuel era morto. Saul não podia contar com o profeta para trazer a resposta do Senhor.
O termo adivinhos se refere aos praticantes da necromancia, aqueles que presumidamente se comunicavam com os mortos.
Encantadores, (hb. yiddeonim) é um termo geral para se referir àqueles que fazem “contatos com espíritos”.
Mantendo a Lei de Deus, pessoas associadas à necromancia e ao espiritismo foram expulsas da terra de Israel (Êx 22.18; Lv 19.31; Dt 18.9-14). A adivinha de En-Dor era uma dessas pessoas (v, 7).
28.4 — O vilarejo de Suném (Sig. No Hebraico: “Lugar de Descanso Duplo”) estava situado no vale de Jezreel. As forças israelitas estavam acampadas cerca 7,4 Km ao sul dos filisteus, na cordilheira de Gilboa (Sig. No Hebraico: “Monte Inchado”).
28.5 — Saul estava com tanto temor da batalha iminente, que estremeceu muito o seu coração. A desobediência persistente de Saul o tinha deixado completamente sem a confiança na presença e na proteção de Deus.
28.6 — Em meio a profundo temor e delirante ansiedade, perguntou Saul ao Senhor, mas não obteve nenhuma resposta, O comentário registrado em I Crónicas 10.14 informando que Saul não buscou ao Senhor não contradiz o presente versículo.
Na verdade, ali se trata de um resumo a apontar para o fato de que, Saul foi até a médium para pedir conselhos, em vez de, persistentemente, procurar pela orientação do Senhor.
Deus não respondeu a Saul por meio de sonhos, como fez com José (Gn 37.5-10); nem através do Urim, como fez com os sumos sacerdotes (Êx 28.30; Nm 27.21); nem por revelação profética, como fez com Samuel (I Sm 3.10-21).
Ele recorreu a uma prática que ele próprio tinha proibido, procurando conselho de uma médium (II Pe 2.20-22).
28.7 — Buscai-me uma mulher que tenha o espírito de feiticeira, para que vá a ela e a consulte. Em vez de arrepender-se de seus pecados e buscar o perdão de Deus, Saul procurou uma fonte proibida de aconselhamento (Ex 22.18; Lv 19.31; Dt 18.9-14).
Essa trágica decisão resultou na sua morte (I Cr 10.13). A Lei do Senhor preconiza o castigo de morte para os adivinhos (Lv 20.27). En-Dor estava localizado no vale de Jezreel, a cerca de dez quilómetros a noroeste de Suném.
Nossa alma não pode viver separada do mundo invisível. Ele é, seu elemento natural. Se a afastarmos de Deus, o espaço vazio se encherá de demônios. Quando o rei viu que não conseguia obter resposta alguma pelos meios normais, em desespero, enviou servos à procura de um médium.
Tivesse ele sido reto com Deus, não haveria necessidade disso. Nos dias atuais, o declínio do antigo espírito religioso tem dado lugar ao surgimento da astrologia, necromancia, da quiromancia e das sessões espíritas.
É muito triste abandonar-se a fonte de águas vivas e cavar “cisternas rotas, que não retêm as águas” (Jr 2.13,19).
Referência: O Antigo Testamento Comentado – R. Norman Champlim, Ph.D.
28.8 — E Saul se disfarçou. Devido ao fato de adivinhos e encantadores terem sido banidos, Saul não poderia esperar muita ajuda se a sua identidade fosse descoberta. Faças subir literalmente traga até mim.
28.9 — Por que, pois, me armas um laço à minha vida? A mulher estava ciente do que Saul tinha feito aos que praticavam adivinhações e encantamentos. Ela reconhecia o risco ao qual estava se expondo, ou seja, sabia da punição que lhe poderia ser aplicada (Êx 22.18). Por isso, procurou ter certeza de que o visitante não lhe estava armando uma cilada.
28.10 — Saul lhe jurou pelo Senhor. Enquanto se engajava na prática que simbolizava negação ao controle soberano de Deus sobre todas as coisas, Saul jurou em nome de Deus que protegeria a mulher.
28.11 — Saul buscou a ajuda de Samuel porque ele lhe havia ungido como rei e já lhe tinha revelado a Palavra de Deus antes (I Sm 10.1).
28.12 — Vendo, pois, a mulher a Samuel. Quando a espécie de sessão espírita realmente começou, a mulher reconheceu que seu “cliente” era Saul.
A aparição de Samuel tem sido interpretada de várias maneiras.
1. Foi sugerido que tal aparição se deu apenas na mente de Saul, como parte de seu colapso psicológico.
2. Os pais da Igreja acreditavam que um demônio tomou a forma de Samuel e apareceu a Saul.
3. Outros acreditam que tudo não passou de uma fraude e que a mulher levou Saul a pensar que realmente tinha visto Samuel.
A interpretação mais aceita é a dos pais da Igreja, tendo em vista que o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz (2 Co 11.14).
28.13 — Porém que é o que vês? A mulher alegou ter visto um espírito. A palavra espírito é um termo comumente traduzido da Bíblia hebraica por deuses (hb. ‘elohím).
Aqui, essa palavra parece ter sido usada pela mulher no seu estado de transe, para descrever algo que ela nunca vira antes. Vejo deuses que sobem da terra. Foi o que a mulher disse referindo-se ao aparecimento sobrenatural do espírito
Adivinhadores eram excelentes trapaceiros ou tinham ligação com poderes demoníacos. Daí a proibição expressa na Lei de Deus contra consulta aos mortos e outras práticas advinhatórias (quiromancia, cartomancia, astrologia etc).
28.1 4 — A capa descrita fez com que Saul se lembrasse da túnica usada pelos profetas, como a que Samuel usava quando vivo. Foi exatamente essa capa que Saul havia rasgado certa feita (I Sm 15.27).
28.15 — A expressão fazendo-me subir pode ser entendida simplesmente como levantando-me da sepultura. Essa expressão, ratifica a questão demoníaca, pois guarda relação com o ABISMO/TÁRTARO (Ap 9 e Jd 6).
28.16,17 — O Senhor te tem desamparado e se tem feito teu inimigo. Essa triste constatação era apenas uma confirmação daquilo que Saul já havia reconhecido no versículo 15.
Aqui, vemos a contradição entre as palavras e as atitudes de Saul, que alegava desejar saber a vontade do Senhor sem nunca tê-la cumprido; antes, pelo contrário, infringindo-a diversas vezes, inclusive nessa ocasião, visto que a Palavra de Deus proibia terminantemente a consulta a mortos e a médiuns, e Saul buscou exatamente isso. Não poderia ser Deus nem o espírito de Samuel falando por intermédio da médium. O Senhor não infringiria Sua própria Palavra.
28.18 — O espírito demoníaco mostrou-se um acusador de Saul, lembrando-lhe a desobediência desse e o juízo que sofreria por não destruir os amalequitas e, particularmente, Agague (I Sm 15.2-9). Isso mostra o quanto o mundo espiritual é real, observa e sabe tudo o que ocorre, ao mesmo tempo em que esses “espíritos” são essencialmente maus e enganadores.
Quantas lembranças devem ter passado pela memória do rei, enquanto estava sentado naquele divã: os primeiros dias de seu reinado, que tinham sido tão felizes; Jabes-Gileade, a lealdade de seu povo; depois viu como aquele maldito ciúme em relação a Davi, passo a passo, o lançara na corrente lamacenta que o estava empurrando agora para um fim suicida. Esse é um dos mais penosos espetáculos da história. Mas aprendamos essa lição; vigiemos e oremos; evitemos a primeira e pequenina rachadura dentro da argamassa da vida!
28.19-23 — Saul e seus filhos morreram na batalha contra os filisteus no dia seguinte. E não houve força nele. A atitude reprovável de Saul em buscar um adivinho resultou no seu colapso completo. Ele ficou aterrorizado, doente e totalmente enfraquecido.
28.24,25 — Bolos asmos eram assados sem fermento e poderiam ser preparados sem a necessidade de se esperar que aumentassem de volume.
35- Capítulo 29
Considerações Iniciais
Sob Justa Suspeita. Davi estava em apuros! A que difícil situação o haviam conduzido as mentiras daquele último ano e meio! Ele não tinha outra alternativa senão acompanhar o rei Aquis à batalha, mas deve tê-lo feito com o coração oprimido.
Parecia que seria obrigado a combater Saul, o ungido do Senhor, e Jônatas, seu amigo, bem como o povo que ele, um dia, iria governar. Provavelmente, ele deve ter-se voltado para Deus, em oração suplicante, pedindo que o desenredasse da emaranhada teia que seus pecados tinham tecido. (Deuteronômio 30.4)
Uma inesperada porta se abriu no vale de Acor. Os príncipes filisteus se sentiram ofendidos com a posição de Davi na retaguarda com o rei, e insistiram em que voltasse a Ziclague com seus servos. Afinal, Aquis teve de ceder, embora com grande relutância.
Ele pouco percebeu da sensação de alívio com que Davi ouviu a ordem real. E quando, naquela madrugada cinzenta, ele partiu com seus homens na jornada rumo à casa, deve ter entoado as palavras do Salmo 124.7.
Análise Detalhada
29.1,2 — Afeca ficava cerca de 19,50 Km ao norte de Jope. Junto à fonte que está em Jezreel. Os israelitas se juntavam numa importante fonte, mas não identificada, no vale de Jezreel. Aparentemente, as tropas filisteias se reuniam em um encontro combinado para se organizarem em companhias.
29.3 — Davi estava em um dilema porque não iria lutar contra o seu próprio povo. Ele não poderia fazer nada a não ser esperar que o Senhor provesse a ele um meio de escapar daquela perigosa situação. Aquis veio rapidamente em defesa de Davi quando os outros príncipes questionaram acerca de sua lealdade. E coisa nenhuma achei nele, desde o dia em que se revoltou. Aquis não encontrou falhas em Davi desde que tinha “desertado” de Saul.
29.4 — Faze voltar a esse homem. Aquis não obteve êxito em persuadir seus príncipes aliados e soldados quanto à permanência de Davi e seus guerreiros nas forças filisteias. Eles temiam que Davi e seus guerreiros trocassem de lado na hora da batalha. Veja em I Samuel 14.21 um exemplo daquilo que eles temiam acontecer.
29.5 — Saul feriu os seus milhares, porém Davi, as suas dezenas de milhares. A canção popular que os israelitas usavam para provocar (I Sm 18.7) continuavam a ecoar nos ouvidos dos filisteus (I Sm 21.11).
29.6 — Aquis estava completamente equivocado quanto à demonstração de lealdade de Davi. Vive o Senhor. Aquis jurou em nome do Deus de Israel para impressionar Davi. Ele estivera perto de Davi o suficiente para saber a linguagem que deveria usar para ser melhor entendido.
29.7,8 — E volta em paz. Essa despedida era muito mais uma cortesia. Aquis estava liberando Davi de qualquer obrigação que ele tivesse assumido quando o tinha constituído por um de seus vassalos em Ziclague (I Sm 27.6). Por quê? Que fiz? Davi, que parece ter sido um excelente ator, fingiu surpresa por Aquis despedi-lo da tropa.
29.9 — Aquis foi enganado por Davi. O adjetivo bom aqui significa sem culpa. A comparação és bom como um anjo de Deus aparece de novo em II Samuel 14.17.
29.10 — Os criados de teu senhor. Aquis estava se referindo a Saul como o senhor de Davi.
29.11 — Após a partida de Davi e seus guerreiros, os filisteus marcharam para o norte de Afeca (v. 1) para o vale de Jezreel.
36- Capítulo 30
30.1 — O ataque em Ziclague aconteceu ao terceiro dia após Davi e seus soldados deixarem o exército dos filisteus em Afeca. Os amalequitas eram um povo nômade que perambulava por Neguebe (Nm 13.29). Por causa de seu ataque aos israelitas após a saída do Egito (Ex 17.8-13), eles foram colocados sob o julgamento divino (Dt 25.19).
30.2-5 — Os levaram consigo. Em vez de matarem os cidadãos de Ziclague, os amalequitas provavelmente os fariam escravos. Entre aqueles que foram levados cativos, estavam as duas esposas de Davi (v. 5), junto com as esposas e os filhos dos seus soldados.
Outra real possibilidade, é que tenha sido mais um ato da Infinita Misericórdia divina, pelo fato de ele ter sido mandado de volta, e o de que nenhuma guarnição tivesse sido deixada para proteger as mulheres — o que poderia ter irritado os invasores levando-os a matar todos, porém não foi o que ocorreu — de alguma forma Deus preservou para que ninguém tivesse sido morto (v. 2)!
30.6 — Davi enfrentou uma séria crise na sua liderança. Ele muito se angustiou não apenas por razões pessoais (v. 5), mas também pela situação difícil que o pressionava. Porque o povo falava em apedrejá-lo.
Não é de todo incomum que pessoas amarguradas descarreguem as suas frustrações por meio de atos hostis contra os seus líderes (Ex 17-4). Davi se esforçou no Senhor, seu Deus. Diferentemente de Saul, Davi sabia onde recorrer em tempo de crise (Fl 4.13). Ele tinha aprendido a esperar em Deus confiante do Seu livramento (SI 40.1-3).
Os versículos 1-10 dão algumas sugestões valiosas “sobre como lidar com o desânimo”, pois Davi se esforçou no Senhor, seu Deus, vs 06, uma chave para a profundidade de seu abatimento.
(1) As causas do desânimo são:
(a) aflição e perda, 1-3;
(b) a dor e a tristeza que vêm dos golpes inesperados da vida, 4; e
(c) a incompreensão de companheiros íntimos quando se dá o melhor de si, 6.
(2) A cura para o desânimo é encontrada em:
(a) buscar a Deus em oração, 7,8;
(b) ação resoluta, 9,10; e
(c) acima de tudo, forte apoio do Senhor Deus.
No primeiro momento de tristeza e horror, somente a intervenção da graça divina podia salvar a vida de Davi. Mas essa foi a hora de sua volta a Deus.
E com as cinzas ainda quentes aos seus pés, a aflição comprimindo seu coração, a ameaça da violência em seus ouvidos e a amarga contrição na consciência, “Davi se reanimou no Senhor seu Deus”.
A partir daquela hora, ele voltava a ter sua antiga personalidade, forte, alegre e nobre. Após meses de negligência, pediu a Abiatar que trouxesse o éfode, e procurou saber qual era a vontade de Deus.
Então, com maravilhoso vigor, saiu em perseguição dos invasores e recuperou tudo. Ele tinha sido tirado de um horrível poço de perdição, e, de novo, seus pés estavam sobre a rocha (SI 40.2). Seus passos agora podiam ser firmados.
30.7,8 — Abiatar, cujo nome significa o maior é pai, era filho de Aimeleque, o sumo sacerdote de quem Davi havia recebido provisões em Nobe (I Sm 21.1-9). O Urim e Tumim estavam presos ao escudo da éfode que Davi havia pedido a Abiatar. Por meio do Urim e Tumim, Deus poderia ser consultado e a Sua vontade, determinada (Êx 28.30).
30.9 — O ribeiro de Besor (Sig. No Hebraico: “Animado”; raiz da palavra “trazer novas, anunciar”) desaguava no mar Mediterrâneo exatamente ao sul da cidade filisteia de Gaza (I Sm 6.17).
30.10 — O cansaço dos homens de Davi se devia ao fato de eles terem viajado cerca de 12 Km de Afeca a Ziclague (I Sm 29.1; 30.1), para sair imediatamente em perseguição aos amalequitas.
30.11-13 — E acharam no campo um homem egípcio. Um escravo doente havia sido deixado pelos amalequitas para morrer no deserto (v. 13). Os amalequitas julgavam mais econômico substituir um escravo do que lhe providenciar tratamento quando adoecido. Um pedaço de massa de figos secos e dois cachos de passas. Esses alimentos eram parte regular da dieta dos homens de Davi (I Sm 25.18).
30.14 — Os queretitas (II Sm 8.18; 15.18; 20.7,23) eram um clã intimamente ligado ao povo filisteu, se não uma parte dele (Ez 25.16; Sf 2.5). A banda do sul de Calebe se refere à parte de Judá que havia sido herdada por Calebe (Jz 1.20).
30.15 — Em troca de proteção, o egípcio concordou em levar Davi e seus soldados até os amalequitas.
30.16 — Comendo, e bebendo, e dançando. Os amalequitas estavam desfrutando todo o grande despojo que haviam tomado da Filístia, de Judá e de Ziclague.
30.17-21 — Desde o crepúsculo até a tarde do dia seguinte. Crepúsculo aqui, provavelmente, seja instantes antes do nascer do Sol. É provável que Davi tenha atacado os amalequitas bem no início da manhã e que a batalha tenha continuado até a tarde do dia seguinte.
Deus tinha sido fiel a Sua promessa anterior (v. 8). Os homens de Davi puderam recuperar as suas esposas e posses. E não somente puderam recuperar os seus próprios pertences, como também puderam tomar todas as ovelhas e vacas dos amalequitas. Esses animais foram levados diante do outro gado quando eles voltaram triunfantemente a Ziclague:
30.22,23 — Todos os maus e filhos de Belial. Esses homens insistiram que o espólio capturado dos amalequitas, não deveria ser dividido com os homens que ficaram no ribeiro de Besor com os suprimentos.
Não fareis assim […] com o que nos deu o Senhor. Davi ressaltou que os despojos capturados dos amalequitas eram, na verdade, um presente de Deus, que lhes havia concedido a vitória.
Davi, porém, recusou a sugestão de que eles fossem menosprezados, reconheceu que Deus havia dado a vitória e estabeleceu o princípio de que a parte dos que desceram à peleja, será tal qual a dos que ficaram com a bagagem; igualmente repartirão (24); ou seja, deveriam dividir os despojos com igualdade.
Esse conceito fora apresentado em Números 31.27 e tornou-se uma regra constante desde aquele dia em diante (25)
Repartindo os Despojos
Aquele que se apoia na força do Senhor é bondoso para com os fracos e cansados, e não se deixa intimidar pelo clamor dos homens de Belial.
Assim, não ficamos surpreendidos ao constatar que Davi cordialmente tenha perguntado aos 200 sobre o seu bem-estar (v. 21), e insistiu em que eles fossem também contemplados na partilha, assim como os que tinham estado na batalha.
Isso constituiu um belo exemplo de bom senso cristão, e a sensatez da decisão agradou aos seus seguidores. Os lucros e perdas do grupo inteiro, deviam ser partilhados igualmente pelos que estavam na frente de batalha e na retaguarda. Essa é a regra de Deus!
Aquele que recebe o profeta, terá a recompensa do profeta. Moças que, em vez de se tornarem missionárias, ficam em casa para cuidar de uma mãe idosa; moços sem pais que trabalham para sustentar os irmãos menores; inválidos confinados em seus quartos — animem-se todos.
Eis que todos participarão da vitória do seu Senhor. O coração agradecido de Davi produziu um fruto prático nas generosas dádivas que fez aos que lhe haviam mostrado bondade, em seus períodos de adversidade.
A gratidão é o sinal de uma natureza nobre. Partilhemos nossas posses com outros menos favorecidos e teremos mais prazer nelas (II Co 8.14,15).
30.24,25 — E quem em tal vos daria ouvidos? Davi questionou se os homens que esperavam no ribeiro de Besor aceitariam a proposta dos guerreiros que queriam excluí-los de receber qualquer parte do espólio. Igualmente repartirão. O grupo de guerreiros de Davi era um só, embora fosse formado por homens de diferentes resistências e habilidades. Eles dividiriam igualmente os frutos da vitória.
30.26-31 — Davi também dividiu os despojos tomados dos amalequitas com os anciãos de Judá. Esse gesto de boa vontade, ajudou Davi a restabelecer a sua relação com os líderes de Judá após a sua estada no território filisteu.
“Dividir e dividir Igualmente” é o assunto dos vv 21-25. Princípios que podem ser listados aqui:
(1) Nem todos podem estar na linha de frente, 21;
(2) Manter o acampamento base é importante, a despeito das reações que isso desperta, 22;
(3)A generosidade e a bondade de Deus ordenam um tratamento justo para com todos, 23.
Para variar a figura, podemos concluir que não só Paulo “que planta” e Apoio “que rega”, mas aqueles que preparam a terra e fornecem a semente, também se regozijam pela colheita que Deus concede (I Co 3.6-9).
30.27 — Essa Betel não se trata da conhecida cidade de Benjamim, mas provavelmente da Betel de Josué (Js 19.4).
Ramote do Sul pode ser a mesma cidade de Ramá do Sul (Js 19.8), cuja localização é desconhecida. Jatir, uma cidade levítica (Js 21.14) destinada a Judá (Js 15.48), ficava cerca de 19,5 Km a sudoeste de Hebrom.
30.28 — Aroer era um vilarejo cerca de 18 Km a sudeste de Berseba. A vila de Sifmote não havia sido identificada. Estemoa era uma cidade levítica na montanha de Judá.
30.29 — Racal é de localização incerta. Os jerameelitas formavam um clã de Judá (I Cr 2.9).
30.30 — Horma, foi onde os israelitas foram derrotados pela primeira vez pelos cananeus (Nm 14.45). A localização da cidade destinada a Judá (Js 15.30) e a Simeão (Js 19.4) é incerta. Borasã e Atace também são de localização incerta.
30.31 — Hebrom, também conhecida como Quiriate-Arba (Gn 23.2), estava prestes a se tornar a capital de Davi (II Sm 5.3). Hebrom foi capturada por Josué e dada a Calebe (Js 14.13). Era uma cidade levítica (Js 21.11) e uma cidade refúgio (Js 20.7).
As lutas em Ziclague – I Sm 30:1-31
I – Ziclague, uma Cidade destruída pelos Inimigos
Ziclague, no hebraico, significa serpente, sinuosa ou ondulada. Era, portanto, uma cidade que já tinha um nome “carregado” de maldição, pois a serpente é o símbolo do inimigo, do diabo, a antiga serpente, o enganador, o pai da mentira, aquele que veio para roubar, matar e destruir.
A cidade, agora, estava destruída e sem vida. Os homens, aqueles que eram os responsáveis por guardar, por vigiar a cidade, por um lapso, por um erro de estratégia ou mesmo por excesso de confiança, abriram a guarda e o inimigo entrou e agiu sem piedade.
Ora, é assim mesmo que o “inimigo” age, num momento em que a gente nem espera, ele vem “sinuosamente, sorrateiramente” e ataca.
Os inimigos que atacaram Ziclague foram os Amalequitas, antigos conhecidos de Israel, de Judá e sempre perseguiu o povo de Deus. Eles eram descendentes de Esau, eram assassinos e assaltantes, desde o começo de sua história (Êxodo 17:14 e 16; I Samuel 15:2).
E Saul, por desobediência, não os exterminou e agora, eles estavam atacando a descendência de Jacó, de Israel, Davi.
Qualquer que seja o inimigo que venha contra nós para nos atacar e destruir, ainda que tenhamos cometido erros e dado brecha para o inimigo agir, temos um Deus que nos socorre, que nos perdoa e nos salva (I João 1:8-10).
Apresente a Deus a sua cidade, a sua família que foi roubada ou mesmo destruída, a sua vida. Entregue-se nas mãos dAquele que pode restaurar a sua vida: Jesus Cristo!
II – Ziclague, uma Cidade Triste e sem Esperança
Quando os homens, moradores de Ziclague, retornaram da guerra, das suas lutas, esperando encontrar os seus filhos, suas esposas, suas casas, não encontraram mais ninguém. Tudo tinha sido destruído e queimado. Suas famílias tinham sido levadas como escravos pelos inimigos. Ziclague era uma cidade fantasma.
E eles ergueram a voz e choraram até não ter mais força para chorar (I Samuel 30:4). Tristeza, revolta e dor tomaram conta dos seus corações. Perderam completamente a esperança e estavam a ponto de cometerem uma loucura, estavam prestes a apedrejar o seu líder Davi, tamanho era o seu desespero.
Ziclague, outrora uma cidade alegre e festiva, refúgio seguro para Davi e seus guerreiros valentes, uma cidade que pertencia a Judá (Josué 15:31), estava sob o domínio dos Filisteus e foi dada, gentilmente, por Aquis a Davi e a seus homens (I Samuel 27:6), para ser um lugar seguro, de repouso e descanso para Davi e seus soldados, agora era só fumaça.
A sua vida, a sua família, a sua alma pode estar como Ziclaque, triste e sem esperança, mas saiba que em Deus há esperança (Jó 14:7-9). E Davi sabia muito bem disso, por isso ele buscou ao Senhor (I Samuel 30:6).
37 – Capítulo 31
31.2,3 — O quarto filho de Saul, Is-Bosete, aparentemente, não estava presente nessa batalha, uma vez que Abner o havia declarado rei depois da morte de Saul (II Sm 2.8-10).
31.4 — Saul tomou a espada e se lançou sobre ela. Esse relato da morte de Saul é diferente daquele dado pelo amalequita em II Samuel 1.6-10. Provavelmente, o amalequita tenha falsificado a versão verdadeira objetivando ganhar a aprovação de Davi.
31.5 — Numa demonstração de lealdade, o pajem de armas de Saul juntou-se ao seu senhor na morte.
31.6 — Todos os seus homens morreram juntamente naquele dia. Isso não se refere ao exército inteiro (v. 7), mas somente aos homens que estavam particularmente associados a Saul, talvez os seus guarda-costas reais.
31.7 — Que estavam dessa banda do vale, se refere ao vale de Jezreel. Desampararam as cidades e fugiram. Como resultado da derrota de Israel, muitas das cidades do norte de Israel foram abandonadas. As pessoas fugiram para regiões remotas para escapar da ameaça dos filisteus.
31.8,9 — Vindo os filisteus ao outro dia a despojar os mortos. O saque ao campo de batalha era uma regra nos tempos antigos. Os vitoriosos pegavam roupas, armas e armaduras dos despojos.
A anunciá-lo no templo dos seus ídolos e entre o povo. A vitória dos filisteus foi anunciada a adoradores congregados como testemunho público da grandeza dos seus deuses em derrotar os israelitas.
31.10 — A armadura de Saul foi colocada no templo dedicado à adoração de Astarote, ou Istar, a deusa cananeia da fertilidade e da guerra.
Bete-Seã ficava entre Jezreel e o vale do Jordão, cerca de 6 Km a oeste do Jordão,
Embora o corpo de Saul tivesse sido afixado no muro da cidade, em I Crônicas 10.10 lemos que a sua cabeça foi afixada no templo de Dagom.
31.11 — Os moradores de Jabes-Gileade tinham ficado livres das ameaças de Naás, o amonita, pela intervenção de Saul em sua primeira campanha militar como rei de Israel (I Sm 11.1-11).
31.12 — Todo homem valoroso se levantou. Em gratidão a Saul, por ele ter livrado a cidade, os homens de Jabes-Gileade arriscaram a vida para resgatar os corpos de Saul e seus filhos e dar a eles enterro digno.
Os queimaram. A cremação não era prática comum entre os antigos hebreus. A razão pela qual optaram por esse recurso talvez tenha ligação com o estado em que os corpos se encontravam (v. 9).
31.13 — Embora os corpos de Saul e seus filhos tivessem sido queimados, os ossos foram resgatados e enterrados. Posteriormente, Davi exumou os corpos de Saul e de Jônatas e os enterrou novamente em Benjamim (II Sm 21.11-14).
Jejuaram sete dias. No antigo Israel, jejuar era uma maneira de expressar tristeza e luto. Com aquele jejum, os homens de Jabes demonstraram seu respeito pelo primeiro rei de Israel.
O Senhor tenha Misericórdia de nós!!!