O Senhor Jesus virá no Dia das Trombetas?
→ Algumas, não poucas, pessoas estão colocando a vinda de Cristo vinculada a Festa das Trombetas.
→ Se considerarmos os eventos relacionados às Festas do Sétimo Mês, até poderíamos considerar como possível, na medida em que a este período estão associados:
- As Estações de Deus, notadamente o Verão;
- As Chuvas Serôdias;
- O Tempo da Colheita Final.
→ Porém, não podemos deixar de considerar a real possibilidade de, em cumprimento as demais Festas do Sétimo Mês, notadamente expiação, para que estes eventos subsidiem o cumprimento literal de Tabernáculos.
→ Colocado de outra forma, a Festa de Tabernáculos não pode acontecer sem que antes ocorra a Festa da Expiação.
→ Via de regra, aqueles que defendem a volta do Senhor na Festa das Trombetas, assim o fazem porque o apóstolo Paulo fala acerca disto em I Ts 4:13-18
→ Porém, devemos ter atenção ao fato de que a Festa das Trombetas ocorria no 1º dia do 7º mês. Ocorre que várias e várias Trombetas eram tocadas. Era um memorial com som de Trombetas. Isto é importante de ser compreendido. Não se fala de uma única Trombeta, mas nesta Festa, neste Dia se faz menção a Trombetas.
→ Outro elemento importante é que este dia é muitas vezes confundido como sendo o Rosh Rashaná, ou seja, o “Cabeça do Ano”, como que inaugurando o ano novo.
→ Não há base escriturística nenhuma para tal afirmação, uma vez que o início do ano foi estabelecido por Deus na Páscoa (Ex 12:2) → Mês de Nissan (Março, no nosso Calendário).
→ Muitos estudiosos da Palavra alegam ser heresia dizer que Jesus retorna no final do Dia da Expiação. Isto porque entendem que a Expiação já foi feita e que isto seria contradizer a Palavra, e de alguma forma, isto estaria por “anular” o sacrifício de Cristo.
→ É evidente que a Expiação literalmente foi cumprida em Cristo na Cruz do Calvário, tendo no Cordeiro imolado na Páscoa, uma tipificação bastante clara.
→ É na Páscoa que a Expiação é feita. O povo recebe a Expiação de pecados na Páscoa. E a Festa dos Pães Asmos, já é, por si só, um evidente indicativo disto. A retirada do fermento que é claramente uma figura do pecado na bíblia.
→ No entanto, se tomarmos uma Menorah, é bastante sugestivo observarmos a ligação do “Braço do Candelabro” unindo, em certo sentido, Asmos (vida sem Fermento) com Expiação.
→ Isto é muito importante de ser entendido. Porque ainda que o Dia da Expiação aponte para o sacrifício do Cordeiro Pascal, temos de considerar que depois que o Senhor ascendeu ao céu, Ele atua como Sumo Sacerdote na função de Advogado, Intercedendo por nós diante do Pai.
- Hb 2:16-18;
- Hb 4:14-16;
- Hb 5:1-3;
- Hb 7:20-28;
- Hb 8:1-6;
- Hb 9:23-28;
- I Jo 1:5-10;
- I Jo 2:1-2.
I Jo 2:1-2
→ Observe as expressões utilizadas:
- “…Junto ao Pai…” → Significa estar no Santo dos Santos
- “…Temos Advogado…” → Significa que Ele está trabalhando por nós diante do Pai como Advogado.
→ Ora, o Sumo Sacerdote tem um momento em que Ele entra no Santo dos Santos assim como há um momento em que Ele sai do Santo dos Santos.
→ Desta forma, seu serviço de Advogado exercido como Sumo Sacerdote no Santo dos Santos é finalizado quando Ele sai do Santo dos Santos.
→ E é neste ponto que o povo tem de estar preparado para receber o Sumo Sacerdote, quando Ele sai do Santo dos Santos, para que então ocorra a Festa de Tabernáculos.
→ Vamos ler em Ap 8:2-6 e devemos observar:
- “…Que se acha diante do Trono…” → Significa que é o Santo dos Santos, logo aponta para Expiação.
- “…Que se acham em pé diante de Deus…” → Significa que não possuem elementos repreensíveis.
→ É importante notar que este texto, a exemplo das Festas Fixas do Senhor, correlacionam duas Festas: Trombetas e Expiação.
→ O Sumo Sacerdote está no Santo dos Santos (Porque está em pé diante de Deus).
→ De outro lado, Trombetas serão tocadas assim como ocorria na Festa das Trombetas. Em outras palavras, não era apenas uma Trombeta, mas várias Trombetas que se tocavam nesta Festa.
→ São 7 trombetas a serem tocadas enquanto O Anjo trabalhava diante de Deus com o incensário. O incensário estava aceso!
→ Para que o incensário estivesse aceso, algumas condições deveriam ser satisfeitas. Vejamos o que a lei nos diz a este respeito.
Lv 16:12-13, este texto nos dá indicativos importantes para compreensão:
O Sumo Sacerdote era quem deveria apresentar diante do Senhor o incensário cheio de brasas de fogo, com incenso aromático e o levar, desta forma, “PARA DENTRO DO VÉU”.
Ora, reportando-nos ao texto em Ap 8:2-6 veja as correlações:
- Vemos um Anjo, em pé, junto ao altar, com um incensário de ouro, exercendo claramente as funções designadas pelo Sumo Sacerdote (“Para dentro do véu”, ou seja, no Santo dos Santos).
- Ora, sabemos que Cristo é o verdadeiro e real Sumo Sacerdote, do qual os anteriores eram meramente figuras. Isto está evidenciado no livro de Hebreus.
→ Logo, este anjo de Ap 8:2-6 com um incensário nas mãos é claramente uma representação de Cristo, como Sumo Sacerdote, oferecendo incenso diante de Deus.
→ Porém, para que o incenso pudesse ser levado algo deveria ocorrer → Ex 30:6-8
Atenção a expressão: “…Quando preparar as lâmpadas…”
A palavra “quando”, em algumas traduções, esta como “depois’.
Ou seja, a sequência era:
- 1º- Preparar as lâmpadas;
- 2º- Queimar o incenso;
- 3º- Tocar as trombetas (Contexto de Apocalipse).
→ Ora, consoante ao que sabemos de Ap 1:20, as lâmpadas são representativas das Igrejas.
→ E é por este motivo que vemos Cristo vestido como Sumo Sacerdote, no início do livro, preparando aquelas lâmpadas.
→ O que está ocorrendo é que o verdadeiro Sumo Sacerdote está colocando as lâmpadas no Candelabro em ordem.
→ Ele está preparando a Menorah. Mas, para que? Para que se pudesse cumprir Ap 8:2-6
Se nesse contexto, o incenso foi oferecido então significa que as lâmpadas já estavam acesas.
E quando estas lâmpadas estão acesas, e quando o incenso está sendo oferecido, então é que as 7 Trombetas serão tocadas.
→ Na Páscoa, o Senhor foi oferecido por nós, como Cordeiro, para fazer Expiação. (Ex 12)
→ Nas Primícias Ele ressurge de entre os mortos (I Co 15).
→ Em Pentecostes Ele derrama do Espírito Santo, exatamente porque Ele já havia ascendido aos céus e entrado no Santo dos Santos (Jo 16).
→ Mas e agora?
→ Se a entrada do Sumo Sacerdote no Santo dos Santos representa a entrada de Cristo aos céus, na Presença do Pai, quando de sua ascensão.
→ Então a saída do Sumo Sacerdote no Santo dos Santos deve representar Seu retorno para levar o povo, para a Festa de Tabernáculos.
→ Logo, o Dia da Expiação, é uma representação de Cristo entrando no Santo dos Santos e saindo do Santo dos Santos.
→ Lv 16:17
→ Hb 9:11-12
Isto implica numa “representação temporal” de 2.000 anos. Sua entrada e sua saída do Santo dos Santos.
Atenção
- Há parâmetros estabelecidos para que o Sumo Sacerdote possa sair do Santo dos Santos
- Logo estabelecer a volta de Cristo no Dia das Trombetas sem que Ele tenha concluído este processo ligado ao Dia da Expiação estaria contrariando a Lei e interrompendo Seu trabalho como Sumo Sacerdote no Santo dos Santos.
- Outro elemento importantíssimo: Isto estaria por fazer uma diferença no quesito EXPIAÇÃO entre Judeus e Gentios.
→ Ocorre que a TORAH não dá nenhuma base para isto.
→ Porque temos que analisar tanto:
- O povo que se convertia – Gentios.
- O povo que se convertia – Judeus.
→ Observe Ex 12:43-49
- O escravo circuncidado comeria da Páscoa.
- O estrangeiro circuncidado também.
“A mesma lei haja para o natural e para o forasteiro que peregrinar entre vós”. (Ex 12:49)
→ A realidade espiritual disto está dentre diversas outras passagens relacionadas, em Rm 2:25-29 e Rm 4:9-17.
→ Desta forma, na Lei, vemos que mesmo o “forasteiro” deveria se submeter a todas as demais ordenanças que o “natural” no tocante a palavra de Deus.
→ Da mesma forma no contexto da Nova Aliança. Judeus e Gentios devem, a exemplo do Dia Expiação, se preparar para a saída do Sumo Sacerdote do Santo dos Santos.
→ Lv 16:17
Quando o Sumo Sacerdote real entrou para fazer a propiciação no Santuário? A aproximadamente 2.000 anos atrás.
“…Até que Ele saia depois de ter feito a expiação…”
→ Logo, Cristo não vai sair do Santo dos Santos até que Ele tenha terminado Seu trabalho de Intercessor como Advogado.
→ E é isto o que Cristo está fazendo HOJE por nós, trabalhando como nosso Advogado.
→ Desta forma e neste sentido, seria incorreto afirmar que Cristo vem para Seu povo no Dia das Trombetas, pois significaria retirá-lo do Santo dos Santos ANTES que ELE tenha concluído SEU trabalho como Sumo Sacerdote, intercedendo pelo SEU povo, atuando como ADVOGADO, e fazendo Expiação por todo o povo.
→ Logo, vinculando Ap 8:2-6 com todo este contexto, o que está acontecendo é o preparo de Seu povo para receber o Sumo Sacerdote, quando este sair do Santo dos Santos, após ter concluído SEU trabalho de Intercessão, de Expiação, de Advogado.
→ Importante entender que a menção de Lv 16:17 quanto a “Toda congregação de Israel…” compreende que Judeus e Gentios, ambos convertidos, à semelhança das menções ao natural e ao estrangeiro feitas ao final de Ex 12.
→ Hb 9:11-12
- “…Dos bens já realizados…” na verdade é conforme a correta tradução “…Dos bens que têm realidade…”.
→ Hb 9:23-28, observe:
Vs 24 → Relação da entrada no Céu com a entrada no Santuário Celestial.
Vs 28 → Que significa “…Assim também Cristo, tendo se oferecido uma vez para sempre para tirar os recados de muitos, aparecerá segunda vez, sem recado, aos que O aguardam para a salvação…”?
→ Ora, isto elimina a possibilidade de fazermos uma “partição” da Expiação de Cristo, como implicitamente indica a visão dos que creem que ELE viria na Festa das Trombetas.
→ Sim, porque seria necessário que Ele fizesse a Expiação pelos Judeus, após ter estado nas Bodas com Sua Igreja, uma vez que já teria retornado para ela no Dia das Trombetas.
→ Isto é contrário a tudo que está estabelecido no A.T. com respeito a Expiação e ao trabalho do Sumo Sacerdote.
→ Além destes fatos, a Lei estabelecia que quando o Sumo Sacerdote concluísse Seu trabalho de Expiação, ELE deveria se despir de Suas vestes de Sumo Sacerdote.
→ Logo, não há possibilidade de Ele fazer “nova Expiação”, pois seria necessário vestir-se novamente com estas vestes. Ou seja, é algo incompatível com as prescrições da lei.
→ Evidente que o absurdo não está vinculado a questão da vestimenta em si, mas ao fato de que se a expiação dos Judeus é a posteriori, e considerando que Cristo está nas Bodas com a Igreja, nova Expiação seria necessária; isto é frontalmente contra o ensino de que Cristo:
- Ofereceu-se uma única vez;
- Entrou no Santuário Celestial (Céus);
- Atua como Advogado, Intercessor, Sumo Sacerdote; Hoje;
- Ao sair, irá para a Festa dos Tabernáculos com o Seu povo.
→ “…Aos que O aguardam para a SALVAÇÃO…” → Quando isto sucederá? Quando ELE sair do Santo dos Santos e conduzir o Seu povo para a Festa de Tabernáculos.