As Dores de Parto da Mulher de Apocalipse 12

→ A mulher de Ap 12 é o Israel de Deus = Judeus + Gentios, ambos convertidos ao Senhor.

Ap 12:2 → Dores de parto.

→ Deus é Senhor do tempo. Ele usa figuras do:

  • Passado;
  • Presente (Época de João);
  • Futuro.

Para nos dar a entender os eventos proféticos.

→ Nesta questão de Dores de Parto devemos nos lembrar que:

→ Eva (Gn 3:16) em meio a dores (de parto) daria luz a filhos. Mas o filho gerado a partir dela haveria de esmagar a cabeça da serpente.

→ Por este motivo o dragão é chamado de antiga serpente, pois afinal, no contexto de Ap 12, o dragão vai querer devorar o filho varão quando este está para nascer.

→ Ou seja, este contexto visa nos lembrar de Gênesis.

→ Desta forma, como já vimos, esta luta já vem desde muito tempo:

  • Moisés x Faraó;
  • Mordecai x Hamã;
  • Jesus x Herodes.

→ Mas, mais especificamente no contexto de Ap 12, vemos como o dragão queria matar Aquele que tinha as promessas de fazer plena redenção.

→ Quando Jesus nasceu, quando uma multidão da milícia da celestial veio louvar aquele menino que havia nascido. Será que achamos que o diabo é bobo ou ingênuo? Ou que ele não sabe das coisas? Claro que não!

→ Por este motivo Herodes foi usado para matar o menino.

→ Maria entra na história da geração deste filho, mas ela mesma não é esta mulher cujo restante da descendência foge para o deserto. Ela, individualmente, não preenche os requisitos da mulher anunciada em Ap 12.

→ Ela faz parte de um povo que está representado nesta mulher.

→ Logo, a mulher é o Israel de Deus – O povo de Deus formado por Judeus + Gentios, ambos convertidos.

→ Agora, e esta questão de “dores de parto”? Como pode nos ajudar a compreender melhor esta passagem?

Observe, o dragão não quer deixar este menino nascer, porque ele sabe que este menino vai esmagar a cabeça da serpente.

→ Como Cristo corporativo é formado pelo Filho (o Cabeça) e Seu Corpo na terra (a Igreja), e como o apóstolo Paulo deixa claro que, ao crermos, somos um Espírito com Ele e que as Suas promessas são nossas também (somos co-herdeiros) então Paulo diz que “o Deus da paz, em breve, esmagará debaixo de vossos  pés a satanás.” (Rm 16:20)

→ Quem está esmagando é Cristo, mas ele está utilizando a Igreja para isto. E é claro, que o diabo sabia de tudo isto também.

→ As Dores do Parto, conforme Gênesis, são consequência do pecado.

→ Vamos então procurar a expressão “dores de parto” nas escrituras:

  • Is 23:4 → Profecia contra Tiro, figura do inimigo e nações.
  • Is 26:18 → O contexto aponta para o Israel de Deus guardado na tribulação.
  • Is 54:1 → A esposa são as Duas Casas:
  • Casada – Judeus;
  • Solitária – Gentios.
  • Is 66:7 → Sião aponta para o Israel (Espiritual) de Deus.
  • Jr 13:21 → Relação das Dores de Parto e a Perseguição (Vs 22).
  • Jr 22:23 → Dores de parto e angústias pela desobediência (povo de Deus).
  • Jr 30:6 → A angústia de Jacó e a proteção e restauração de Deus.
  • Jr 48:41 → Profecia contra a soberba de Moabe (ver Jr 48:11).
  • Jr 49:22-24 → Profecia contra Edom (contra sua soberba).
  • Jr 50:43 → Profecia contra a Babilônia (idem).
  • Gl 4:19 → A dor de Paulo para Cristo ser formado nos Gálatas.
  • I Ts 5:3 → A falsa paz e segurança e o Dia do Senhor.

Parece bastante claro. Esta expressão remete a:

1- Juízo contra a soberba, crueldade, e maldade das nações como manifestação do próprio caráter do diabo.

2- A mulher são as duas casas, o Israel espiritual de Deus.

3- A dor de parto para a formação de Cristo na Sua igreja.

Ou, sob outra ótica, as dores de parto associadas:

  • O povo de Israel;
  • Os gentios;
  • As nações ímpias;
  • Ao tempo do fim (não relacionada ao nascimento de Jesus).

→ Observe que quando associado às nações ímpias, aos gentios, eles vão sofrer dores de parto, mas não vão gerar nada, senão vento.

→ Contrariamente a isto, a Igreja vai gerar Dores de Parto para gerar o Filho.

→ Logo, juntando os pontos, estas Dores de Parto não estão associadas à quando Jesus Cristo nasceu, mas estão relacionadas ao tempo do fim.

Is 66:5-9

→ Correlacionado a Is 9:6-7 (nascimento do Messias).

→ Interessante pois diz que “antes que tivesse dores de parto deu à luz, nasceu-lhe um menino”.

→ Ora, primeiro vem as dores de parto, depois é que ocorre o nascimento.

→ Isto “casa” com o fato que, à primeira vista, nos parece estranho, pelo fato de as dores de parto não estarem associadas ao nascimento a partir de Maria (no tempo), mas no tempo do fim (Ap 12).

→ Eva ao dar à luz em Dores de Parto é figura da Igreja (judeus = Gentios, convertidos).

→ Interessante que no contexto de Is 66:5-9 Isaías correlaciona três elementos fundamentais:

1- Menino;

2- Terra, nação (associado ao menino);

3- Sião, é esta Terra, Nação.

– Observe então que no tempo do nascimento de Jesus era Israel, como Nação, como povo da Aliança da Lei, que tendo a Lei e os Profetas poderiam gemer para o nascimento do Messias. Mas não, ao contrário, eles não O reconheceram, muito menos gemeram para sua vinda, pelo Seu nascimento.

– Poucos eram os que, de fato, temiam e aguardavam o Senhor.

– Quando Jesus veio a primeira vez, o Filho nasceu, mas não houve menção de Dores de Parto. Eles não gemiam por Sua Vinda.

– Foi Jesus quem chorou e teve Dores de Parto por eles (Mt 23:37-39).

– Porém, após os judeus começarem a crer, depois os gentios, e a Palavra começa a se espalhar mundo afora, vemos o início destas Dores de Parto tipificadas:

  • Na igreja → Na luta do Espírito contra a carne;
  • Na criação → Por causa da esperança de ser redimida do cativeiro da corrupção.

Obs: Há muitas citações bíblicas aqui relacionadas, mas vamos citar a título de exemplo, somente:

  • Rm 8:18-30 (Observe o contexto de Sofrimento);
  • II Co 5:1-10 (Vincula dois elementos associados: Redenção ao corpo, Tribunal de Cristo).

Outro elemento importante a ser considerado é o fato da relação entre “Sião” e o “Israel de Deus”

  • Sião → Realidade espiritual que aponta para o governo de Deus;
  • Israel → Significa no hebraico, “aquele que governa com Deus”.

– Logo, o Israel de Deus, é a Igreja, entendida como a união das Duas Casas de Israel (Judeus + Gentios) convertidos.

– O fato de Is 66:8 citar nação, remete, necessariamente, as promessas de Deus feitas a Abraão, Isaque e Jacó. Logo, sem o entendimento das Duas Casas de Israel, esta compreensão fica comprometida.

→ Observe ainda que a tipologia de tomar posse da terra prometida no tocante ao povo de Israel fala, na verdade, da entronização, de Cristo em nosso ser interior, através do desalojar das diversas formas de vida egocêntrica, tipificada por cada um dos inimigos, tanto no deserto quanto em Canaã.

– Veja, não havia mesmo condições desta nação ser formada em um único dia, é um processo.

– Observe ainda que ao dizer sobre nascer uma terra, uma nação em um único dia, aponta para o Dia da Expiação, por meio do qual a nova aliança no Sangue de Cristo se estabeleceria iniciando o processo de salvação de Deus seguindo a ordem:

1º – Espírito → Justificação.

2º – Alma → Santificação.

3º Corpo → Glorificação.

Nos dois últimos, temos as Dores de Parto sendo reveladas na Escritura.

– Obviamente, esta Obra já foi consumada na Cruz.

– Subjetivamente ela está se processando nos filhos de Deus.

– Profeticamente ela está revelada, conforme Hebreus, quando em cumprimento as Festas do Sétimo Mês, o Sumo Sacerdote sair do Santo dos Santos no Tabernáculo Celestial, tendo dado pleno cumprimento a expiação no tocante às Duas Casas de Israel.

– Somente então, haverá esta plena união das Duas Casas com Cristo e o cumprimento profético das promessas feitas aos patriarcas, com a ressalva de que, “os da fé é que são descendentes de Abraão, conforme a promessa”.

– Neste sentido é importante observar que a quarta visão de Zacarias (Zc 3:1-10) se utiliza da figura do Sumo Sacerdote Josué (Yeshua) para tratar da questão da edificação da casa de Deus (naquele contexto) o templo reconstituído.

– Isto aponta para a verdade Casa de Deus, que somos nós, e vincula necessariamente a conclusão da Obra do verdadeiro Sumo Sacerdote mencionada no final da última semana de Daniel (Dn 9:24).

– Se entendermos, neste aspecto, que não houve pleno cumprimento subjetivo da expiação dos pecados (tanto que hoje temos um Sumo Sacerdote que intercede diante do Pai em virtude de nossos pecados).

– E, se entendermos que no tocante à casa de Judá, ainda há uma expiação a ser realizada no futuro com base na Obra da Cruz (vide Joel 3:20-21), então, somente quando as Duas Casas estiverem juntas, unidas ao seu Marido, é que a edificação terá tido pleno cumprimento conforme a profecia das 70 semanas.

– Neste Dia então se cumpre plenamente a Expiação de nossos pecados dando cumprimento temporal a palavra que diz “Mostrarás a Jacó a fidelidade, e a Abraão a misericórdia, as quais juraste a nossos pais, desde os dias antigos”.

→ Observe a correlação direta as promessas feitas aos Patriarcas.

→ Neste Dia cumpre-se cabalmente o que disse Miquéias quanto a igreja do Senhor (Mq 7:18-19).

→ Isto tanto é verdade que hoje mesmo o próprio Espírito Santo nos lembra e nos revela nossos pecados para que nós possamos confessar a Ele (Hb 4:14-16, I Jo 1:9).

→ Logo, estas Dores de Parto de Ap 12, vão se cumprir na última semana profetizada por Daniel.

→ Logo o que há em Ap é um “intercâmbio” temporal da realidade do nascimento do Filho:

  • Quer seja em Maria como mãe de Jesus;
  • Quer seja de Cristo como o Cabeça da Igreja, ou melhor, do Israel de Deus.

– Logo este gemido em Ap 12 tem a ver com uma dor profunda pela consciência do pecado, pela consciência da volta à terra do Filho de Deus, pelo desejo da consumação da plena redenção tanto na natureza humana quanto em toda a criação.

– As Dores de Parto são uma evidência do pecado, conforme vimos através de Eva, em Gênesis.

– Desta forma, após o nascimento do Filho Varão em Ap 12 temos eventos que vão contribuir para este processo de “Dores de Parto”.