Calcedônia

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“E os fundamentos do muro da cidade estavam adornados de toda a pedra preciosa. O primeiro fundamento era jaspe; o segundo, safira; o terceiro, calcedônia; o quarto, esmeralda; O quinto, sardônica; o sexto, sárdio; o sétimo, crisólito; o oitavo, berilo; o nono, topázio; o décimo, crisópraso; o undécimo, jacinto; o duodécimo, ametista”. Ap 21:19-20.

Calcedônia – O Apóstolo João

Calcedônia é uma pedra criptocristalina

Apocalipse 21:19. depois de dar a primeira frase e de citar esses primeiros alicerces diz ali: “o terceiro calcedônia”; o terceiro alicerce é a pedra preciosa chamada calcedônia; ali na Reina Valera traduziram a palavra grega calcedônia, que é kalkedón, por ágata; e a tradução não é precisamente equivocada posto que a ágata é uma das variedades da calcedônia; ou seja, a calcedônia tem várias variedades, e uma das mais conhecidas, e possivelmente a mais conhecida e a mais apreciada, é a ágata; então o tradutor, onde encontrou a palavra calcedônia no grego, traduziu por ágata.

A palavra no idioma hebraico é shebu, e foi traduzida também calcedônia ou ágata; no peitoral do sacerdote, no Urim e Tumim, aparece no oitavo posto; ou seja, na terceira fileira, no meio; lá no hebraico se diz shebu e se traduz ágata ou calcedônia. A palavra que o Espírito Santo inspirou ao apóstolo João foi a palavra mais ampla, a palavra que abrange mais variedade, que é a palavra calcedônia.

Vamos falar aqui algumas das variedades da calcedônia, e logo vamos entrar em seu sentido. É uma pedra criptocristalina, o qual é muito significativo, e é o que vamos ver agora. Entre as pedras criptocristalinas há aquelas que são granulosas, que têm grânulos, e as que são fibrosas:

  1. As que são granulosas são o jaspe, o prásio, o sílex, a pederneira; são pedras criptocristalinas granulosas;
  2. Há umas que são fibrosas, quer dizer, pedras que têm fibras microscópicas; se chamam criptocristalinas fibrosas, e são as distintas variedades da calcedônia, a ágata, carneola, a cornalina, o heliotrópio, o ônix, o crisopraso; todas estas são criptocristalinas fibrosas.

Vamos dar os nomes das pedras que são parentes da calcedônia; entre elas está

  1. A pedra sardônica que a veremos depois, está o plasma, que é uma calcedônia verde escura,
  2. O ônix, que é uma mescla de calcedônia com opala, logo está a própria ágata, que tem capas de calcedônia com opala.
  3. O jaspe atual, que é como uma calcedônia opaca que tem muita cor e que o Senhor pode fazê-la muito preciosa e cristalina como fará com o ouro.

O ouro não é nada cristalino, mas na Nova Jerusalém será cristalino. Fala muito ao meu coração que o jaspe, sendo uma pedra opaca, chegará a ser uma pedra totalmente translúcida; isso nos fala do trabalho do Senhor.

  1. Também a carnealina que é uma pedra vermelha
  2. O crisopraso que depois o veremos, e que é um verde maçã.
  3. 0 heliotrópio, que é um jaspe com vermelho por dentro que vai como com gotas de sangue.

Todas essas são as pedras parentes da pedra calcedônia; inclusive algumas se classificam entre as variedades da calcedônia. Hoje nos concentraremos, não nas variedades que são tratadas à parte pelo Senhor, mas nas que estão incluídas no nome genérico: Calcedônia.

Características da calcedônia plasmadas em João

Esta pedra, irmãos, tem várias características: e o curioso, o que nos deixa pasmado, é como as características da calcedônia chegam a ser as características de Cristo que se formaram no apóstolo João; todas são características de Cristo, mas cada apóstolo é identificado com uma pedra.

Cada pedra é especial, todas são preciosas, mas cada uma tem uma preciosidade especial. O apóstolo ao que corresponde a calcedônia é o apóstolo João; e vocês vão perceber como as características e propriedades desta pedra enquadram perfeitamente com o apóstolo João; não só com as características que temos inspiradas no Novo Testamento, porque João, ainda depois de que se fechou o Novo Testamento, ele seguiu vivendo, e a igreja primitiva tem notícias preciosas de João.

Então o João que aparece identificado com a calcedônia na Nova Jerusalém, é o João que foi transformado durante toda sua vida até sua morte; não só no período que tem haver com o que está escrito dele na Bíblia, mas também com o que continuou até que ele foi aperfeiçoado, transformado na imagem do Senhor.

Então uma das características que tem a calcedônia, que são várias, e vamos ver uma por uma, é a característica de que é criptocristalina; essa palavra cripto e cristalina quer dizer que o cristalino, o precioso, está debaixo, está escondido; às vezes por fora a calcedônia aparece de uma cor marrom que não é nada atrativo, e entretanto, quando você consegue tirar ou limar essa parte, descobre as distintas cores; e há algumas calcedônias que são tão preciosas que inclusive refletem o próprio arco íris; mas esse arco íris está escondido; isso se significa com a palavra “criptocristalina”; e a razão pela qual é críptica essa pedra é porque também é uma pedra intrusiva, que é uma segunda característica; é uma pedra que se forma dentro de outras pedras, nos espaços vazios; esses espaços vazios são chamados de drusas, geodes; esses espaços acontecem porque às vezes outras rochas, especialmente as de granito, deixam uns certos ocos, uns certos vazios; uma das características da calcedônia é preencher os vazios; depois nos deteremos um pouquinho mais nesse detalhe.

Algumas dissoluções de silicato começam a filtrar-se onde estão aquelas gretas, aquelas drusas para intrusões, aqueles geodes como se chamam esses ocos; então essas dissoluções  vão se decantando e vão enchendo esses vazios; inclusive uma cova grande pode ser preenchida por meio das estalagmites e das estalactites que são de calcedônia; começa a gotejar e os minerais começam a formar essas estalactites, e logo abaixo as gotas também vão subindo, e logo se juntam a estalactite com a estalagmite, e logo outra, e outra.

Tem essa característica de encher os vazios, de “remendar” os ocos; essa palavra que vocês já vão associar com o apóstolo João. A calcedônia é uma pedra criptocristalina; essa palavra críptica quer dizer que é uma pedra escondida, é preciosa, mas que a primeira vista não se vê a preciosidade:

  1. A preciosidade está escondida, e também se refere a coisas profundas;
  2. É uma pedra que pode transmitir o ultrassom porque é uma pedra que não está centrada em si mesmo; as pedras que não se centram em si mesmos, têm a propriedade de transmitir o ultrassom; é um som que não se pode ouvir na primeira ouvida; quer dizer, está mais à frente ou mais atrás da onda sonora que nós podemos ouvir. Isso também é muito significativo.

O mundo não conhece o que há por dentro

Vamos nos deter um pouco no aspecto criptocristalino. Vamos a João; vocês sabem que o terceiro apóstolo na lista dos apóstolos é o apóstolo João. O primeiro é Pedro, jaspe; o segundo é Tiago filho de Zebedeu, safira, e o terceiro é João.

Na lista de Mateus aparece como de quarto, posto que diz Pedro e André seu irmão, e logo diz: Tiago e João seu irmão; mas logo em Marcos aparece nessa ordem por terceiro; em Atos aparece nessa ordem, e também na história nos damos conta de que os que eram colunas eram justamente Pedro, Tiago e João, embora Tiago o justo era coluna depois que morreu Tiago o filho de Zebedeu, com o Pedro e com João; os que eram mais próximos ao Senhor Jesus, os que Ele tomava à parte para curar algum doente, aos que levou ao monte da transfiguração, aos que levou mais perto Dele no Getsemani; ou seja, os mais próximos eram estes três; portanto, o terceiro realmente é João; e vejamos o que diz João no evangelho dele.

Vamos ver esta primeira característica do João. Vamos a 1ª João 3:1-2:

“VEDE quão grande amor nos tem concedido o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. Por isso o mundo (os que estão fora) não nos conhece, (por que?) porque não conhece a ele”.

Quer dizer, por fora o mundo não conhece o que há por dentro; a característica da calcedônia, por fora está coberta; inclusive os indígenas chamam umas destas pedras “ovos de trovão”; e essa pedra por fora é escura; inclusive é uma pedra que não parece preciosa, mas quando você abre essa pedra, quando você a vê transversalmente, dentro tem uma estrela de calcedônia de várias cores, às vezes da cor do arco íris, mas por fora está oculta; deverá se tirar a parte exterior para vermos o interior; por isso se chama criptocristalina, porque é cristalina por dentro. Segue dizendo João:

“Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos”.

Significa que agora os filhos de Deus não são conhecidos, agora o próprio João não é conhecido, até o próprio Senhor Jesus não foi conhecido; diz em Isaías 53 que lhe veremos, mas sem atrativo para que o desejássemos, foi descartado, menosprezado, não o estimamos, e entretanto, o precioso estava por dentro como no tabernáculo.

O tabernáculo por fora estava coberto por peles de texugos. Os texugos são como uma espécie de ratos grandes do deserto; como quem diz, aos que viam a casa de Deus por fora, parecia-lhes um camundongo gigante; mas por dentro aí estava a glória do Senhor, a Shekiná, aí estava a arca, estavam os querubins no propiciatório e estavam o resto dos móveis da casa de Deus em ouro; mas essa preciosidade da presença do Senhor estava escondida nas peles de texugos.

“Agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos”.

Essa é uma primeira característica do que quer dizer criptocristalina na calcedônia.

João é o apóstolo mais profundo

Outro significado de criptocristalina é o que vos disse agora: João é o apóstolo mais profundo. Notem: a calcedônia é uma pedra intrusiva; aquelas dissoluções entram no meio das gretas, no meio do que se chamam drusas ou geodes, vai adentrando e vai formando a pedra e chega a formar uma pedra muito preciosa chamada calcedônia, que está coberta pelas outras pedras.

Calcedônia é uma pedra que enche o vazio.

O ministério do apóstolo João desde o começo se caracterizou por isso; nos diz que quando o Senhor chamou o João, João estava remendando as redes; ele era pescador com outros pescadores, mas quando se rompiam as redes dos pescadores, quem remendava as redes era João.

Observemos um detalhe: Pedro era um grande pescador, e o Senhor lhe disse: Pedro, farei de ti pescador de homens; você o vê na Bíblia; o primeiro que aparece é Pedro; e aparece Pedro pregando, jogando a rede; no dia de Pentecostes recolheu três mil; na porta Formosa recolheu cinco mil; quer dizer, recolheu multidões.

O grande pescador era Pedro; em troca o apóstolo Paulo, seu ofício era construtor de tendas; ele era construtor de tendas porque Paulo era o que ia receber a revelação para edificar o corpo de Cristo, e o corpo de Cristo está tipificado no tabernáculo; e se ele não tivesse sido um perito construtor de tendas, quando ele lia os detalhes do tabernáculo, que um pedaço para cá, que outro pedaço para lá, costurado vai com isto e isto com aquilo, possivelmente não teria entendido; mas Paulo entendia o desenho do tabernáculo porque ele era um desenhista de tendas no natural, que é figura do espiritual.

Preenchendo o oco em Éfeso

Qual foi o apóstolo que mais falou de edificar o corpo de Cristo? Foi Paulo. Paulo foi o grande edificador de lojas; mas Paulo, quando ia morrer, ficaria um “oco” ao Paulo; aí fica um vazio. Vocês observem a última carta de Paulo, que é o testamento de Paulo, e o que é a primeira carta a Timóteo.

Ali vocês perceberão o que Paulo diz; 1ª Timóteo 1:3 diz:

“Como te roguei, quando parti para a Macedônia, que ficasses em Éfeso, (diz à Timóteo, que ficasse em Éfeso) para advertires a alguns, que não ensinem outra doutrina, Nem se dêem a fábulas ou a genealogias intermináveis, que mais produzem questões do que edificação de Deus ( aqui está “edificações” mas no grego é oikonomía, que algum dos aspectos da economia é a edificação; traduziu-se como edificação, mas a palavra exata é economia) que consiste na fé; assim o faço agora”.

Vemos que Paulo nesta primeira carta à Timóteo mostra que começou a haver um problema em Éfeso, pessoas que ensinavam diferente doutrina; e ele tem que deixar Timóteo para que mande às pessoas que não ensinem diferente doutrina; isso foi em Éfeso.   Quando Paulo se despedia dos Santos em Éfeso, em Atos dos apóstolos, ele diz:

“Porque eu sei isto que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não pouparão ao rebanho; E que de entre vós mesmos se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si.” (At. 20:29-30);

e efetivamente, quando você vê a mensagem a Éfeso que Deus dá por João no Apocalipse, o Senhor diz à igreja em Éfeso: “Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras”;

quer dizer que quando Paulo partiu, ficou um “oco” em Éfeso; e não só em Éfeso. Éfeso era a principal cidade na Ásia Menor, mas na segunda carta de Paulo a Timóteo, Paulo lhe diz: “abandonaram-me todos os que estão na Ásia” (2 Tm. 1:15).

Isso quer dizer que a economia divina foi abandonada quando os irmãos abandonaram Paulo; ou seja, fez-se um oco na Ásia e logo morreu Paulo; e a quem mandou o Senhor para preencher esse oco? João. Justamente João foi o apóstolo que Deus mandou à Éfeso; primeiro João esteve em Jerusalém, logo ele começou a subir pelo que conhecemos como Ásia Menor, chegou a Éfeso, esteve um tempo em Éfeso; depois em pleno tempo da perseguição de Domiciano, João foi a Roma para apoiar a Pedro, mas mataram o Pedro em Roma e condenaram João à morte em uma grande bacia de azeite fervendo; João não morreu, inclusive saiu ileso*, pensaram que era um bruxo e o mandaram como prisioneiro à ilha de Patmos e ali esteve na ilha do Patmos durante 18 meses, e nesse tempo o Senhor revelou o Apocalipse a João.

Quando morreu o imperador Domiciano, que foi o que condenou o apóstolo João, então o imperador Nerva libertou os presos que havia, e João foi liberto. João voltou para Éfeso; lá quando chegou em Éfeso, acabavam de matar Timóteo, porque Timóteo era o que tinha ficado à frente de Éfeso; quando João voltou acabavam de atravessar Timóteo com uma espada.

Timóteo ficou à frente da igreja em Éfeso, tal como Paulo e João o deixou; e aconteceu que encontrou essa situação difícil.

Preenchendo o oco da Bíblia

João foi o que teve que completar toda a Bíblia; quem completa a Bíblia é João; quer dizer, se falta João ficar um oco imenso na Bíblia. Por exemplo, você vê o que diz Mateus, o que diz Marcos, o que diz Lucas; os três são chamados os evangelhos sinóticos; mas João diz o que eles não dizem; o oco que eles deixaram faltando, João preenche.

Se não tivéssemos o evangelho de João ficaria esse oco; mas agora João, como uma calcedônia, deve encher o oco, e diz coisas profundas sobre Jesus que Mateus não havia dito, nem Marcos, nem Lucas. Agora o que completa é João. As últimas cartas são aquelas em que João trata do gnosticismo, trata as heresias; quer dizer, aquela rede que se arrebentou dos pescadores, é João quem remenda.

João é o que trata o assunto dos ebionitas dizendo que Jesus realmente veio em carne e que é Deus; porque uns negavam a divindade, outros negavam a humanidade; os ebionitas negavam a divindade; então João tem que lhes dizer que no princípio era o Verbo e que o Verbo era com Deus e que o Verbo era Deus, e aí está cobrindo esse aspecto da divindade; mas Cerinto negava a humanidade; dizia que era uma espécie de fantasma; eram os chamados docetistas, o que vem da palavra grega dokesis, que quer dizer aparência, porque diziam que Jesus logo que tinha tido a aparência de um homem como um fantasma, mas que não tinha sido um homem; e João diz que Ele veio em carne; diz que o que não confessa que Ele veio em carne, esse é anticristo.

Vemos que João é o que está enchendo os ocos, remendando a rede, o mesmo que faz uma calcedônia; a calcedônia é a que enche tudo; é uma pedra intrusiva metamórfica; também é composta; é uma pedra que apresenta vários aspectos.

Temos aqui uns dados da calcedônia;

  1. A calcedônia está formada por capas de quartzo cristalino e opala; esses dois juntos formam a calcedônia;
  2. Quando tem algumas migalhas de ferro, toma uma cor mais vermelha;
  3. As vezes tem migalhas de alumínio e tomada uma cor mais cinza, inclusive às vezes até azulado;
  4. Quando tem umas migalhas de níquel então toma uma cor mais esverdeada;
  5. Há a clorita; dessa raiz vem a palavra clorofila, de cor verde; a clorita lhe dá essa cor verde.

Vemos que a calcedônia tem distintas cores; a calcedônia tem, como dizer, capas ou bandas de cores. Também há algumas que se chamam musgosas porque parece que têm paisagens, como pequenas árvores por dentro; tem paisagens que se formam pelas micro fendas, que são como uns filamentos que ficam nas pedras e aí se vão formando como os raminhos; vocês o podem ver como se fosse um desenho, mas ninguém o desenhou, só Deus através da natureza; esta é uma delas; inclusive disto fazem uns pratos que têm várias franjas; as que são com negro são com ônix, e estas outras são ágatas, que são calcedônias; por isso foi traduzido assim, calcedônia. Vemos, pois, que está formada por várias franjas, por várias capas, por várias coisas juntas.

O aspecto criptocristalino do ministério de João

Preenchendo os Ocos – Remendando as Redes

Podemos ver que João fala da divindade, fala da humanidade; João está enchendo os ocos, João está remendando as redes, que é exatamente o que faz a calcedônia; a calcedônia não deixa ocos, às vezes não deixa nem covas através das estalacmites e estalactites. Quanto você corta transversalmente uma estalacmita de calcedônia, por dentro é como uma rosa, tem as pétalas como de uma rosa; aqui estão as fotos.

Então esta pedra nos fala muito do que é o ministério do apóstolo João, esse aspecto criptocristalino, isso que ele fala que por fora não se vê; o mundo não nos conhece, o que temos que ser; depois seremos semelhantes a ele, mas por agora estamos escondidos.

Profundidade

Outro aspecto do criptocristalino da calcedônia que se vê também em João, é a profundidade do João; João é o que fala da divindade de Cristo. O Apocalipse é o escrito mais críptico que há, mais misterioso; a gente o vê por fora, e Daniel escreve, falando nos termos apocalípticos, o que diz o anjo a Daniel: que os ímpios não entenderão, que só os entendidos entenderão; e agora diz o anjo a João que não sele as palavras deste livro; mas essas não vão dirigidas ao mundo inteiro, mas aos servos; os servos são os que podem ver por dentro; são símbolos, são sinais; é algo críptico; é a característica do João, é críptico, está escondido.

O outro aspecto do João é o de preencher os ocos. O último apóstolo que escreveu, que encheu os ocos da Bíblia, que completou a Bíblia foi João, que completou os evangelhos foi João; as últimas cartas são de João, o último livro da Bíblia foi de João; quer dizer, João é o que completa.

Quando os da Ásia abandonaram o Paulo, quem ficou na Ásia, e precisamente em Efeso, foi João; e o que tratou com as heresias nascentes do gnosticismo, e os que negavam a divindade de Cristo como os ebionitas, e como os cerintianos, que negavam não a divindade mas a humanidade de Cristo, então João é o que apresenta esses dois aspectos, e quero chamar a atenção de vocês pra algo.

Na história da Igreja houve muitas discussões a respeito da divindade de Cristo e a respeito da humanidade de Cristo, de maneira que se realizaram vários concílios, porque haviam várias pessoas confusas.

O Concílio de Calcedônia

Um dos concílios, precisamente o de Calcedônia, foi onde se confessou claramente as duas naturezas de Cristo: a Divina e a humana, em uma só pessoa, pois se havia dito de Cristo, por Nestório, que eram duas pessoas: uma divina que tinha entrado em uma humana; então Cirilo da Alexandria disse: não, não; é uma mesma pessoa, não são duas pessoas; então um dos alexandrinos, Eutiques, caiu no monofisismo. Para você ver isso pode consultar o livro de Arcadio Serra Díaz, “Os Concílios Ecumênicos, Notas de rodapé”, onde ele resume em poucas palavras, mas com muita clareza este assunto que eu aqui está mencionado.

Então aconteceu em Alexandria? Eutiques, que foi um sucessor de Cirilo, começou a dizer que Cristo não tinha a não ser uma só natureza, que a natureza de Cristo era a natureza divina e que tinha divinizado a natureza humana e havia uma só natureza; então surgiu o eutiquianismo ou monofisismo, que significa uma natureza, a heresia do monofisismo; as Igrejas monofisistas de hoje são as que desde Alexandria continuaram com o eutiquianismo, que é o que sustentam hoje os coptos; os coptos até hoje são monofisitas, e têm a catedral de São Marcos em Alexandria.

A união do quartzo e a opala, formam a Calcedônia

As Duas Naturezas no Redentor

Então o que aconteceu com os monofisitas? Foram combatidos principalmente pela escola de Antioquía, por Teodoro de Mopsuéstia, por Flaviano, mas principalmente por um irmão chamado Teodoreto de Ciro.

Teodoreto do Ciro escreveu várias obras e mostrava que Cristo tinha em sua única pessoa, duas naturezas: a divina e a humana. Assim que Verbo era Deus e estava com Deus; Ele era Deus, Ele era divino; assim que se fez carne assumiu a natureza humana e era humano; tinha a divindade perfeita e a humanidade perfeita; ou seja, as duas naturezas em uma só pessoa, assim como vemos na calcedônia, o quartzo e também a opala; o quartzo que é cristalino e a opala que é opaco, um mostrando simbolicamente a divindade e o outro mostrando a humanidade, a humilhação; e sabem o que, irmãos?

Como houve esse problema decidiram fazer um concílio para tratar o assunto. A igreja fez um concílio, e nesse concilio por fim se conseguiu chegar a essa conclusão definitiva de que a pessoa do Senhor Jesus era uma só pessoa, a do Filho de Deus, e era divino, tinha a natureza divina que não deixava de ser divina por haver-se feito homem, e também tinha a natureza humana, e que não deixava de ser humano pelo fato de ser Deus que se fez homem; e que a natureza divina é divina e que a humana é humano, que não é meio homem e meio Deus, mas Deus e homem.

Vemos, pois, que o que João tinha ensinado saiu a luz através destes irmãos; e sabem onde se realizou este concílio. Onde? Em uma cidade que se chama Calcedônia; por que não se realizou em outro lugar? Precisamente na cidade da Calcedônia se realizou esse concílio; e sabem por que a esta pedra preciosa se chama calcedônia? Porque a traziam da Calcedônia. Justamente nos arredores de calcedônia é onde está esta pedra, e o nome da cidade deu origem ao nome da pedra; ou seja, que a pedra fala da cidade. Parece que Deus escolheu umas chamadas “casualidades”, que justamente na Calcedônia é onde se veem estes aspectos.

A calcedônia é chamada também de ágata.

Calcedônia está localizada na Bitinia, no Ásia Menor. Bitínia está perto de Constantinopla, um pouco mais perto do Bósforo na Ásia Menor, ali onde hoje é Istambul, que era Constantinopla, e um pouquinho mais para a Bitínia ali fica Calcedônia, e aí se realizou o concílio de Calcedônia onde prevaleceu o ensino de João a respeito da divindade do Verbo:

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”.

E a respeito da humanidade:

“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós “. “E todo espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne, não é de Deus; e este é o espírito do anticristo”.

A Igreja entendeu justo isso na Calcedônia, e se chama Calcedônia justamente; é uma coisa muito curiosa que em Calcedônia foi onde ficou definido o assunto das duas naturezas de Cristo: a divina e a humana na única pessoa do Filho de Deus que se fez homem.

A calcedônia não se centra em si mesmo

A essa pedra também, a uma variedade dela, se chama ágata; por isso aqui o tradutor traduz ágata; por isso lá no Urim Tumim onde se diz shebu, traduziram ágata, porque é a principal variedade da calcedônia; então quando dizemos ágata, estamos dizendo calcedônia, só que a palavra calcedônia é mais ampla; se diz ágata porque essas pedras também provêm de um rio que se chamava ágata na Sicília, Itália; hoje em dia esse rio se chama o rio Drillo, mas antes se chamava o rio Ágata; e como essas pedras se tiravam do rio Ágata, no ocidente se chamou ágatas, e no oriente calcedônias; e notem o curioso: como estava dizendo, essa pedra é críptica, é criptocristalina, dentro está formada por “trapezoedros” no grego; um trapezóide é como uma espécie de figura geométrica com quatro lados mas que não são iguais, mas um não pode ser paralelo com o outro; um trapezóide tem uma forma especial; quando isso se leva ao espacial é um trapezoedro;

então dentro dessa pedra os átomos cristalizam nessas formas, e isso faz que a pedra seja uma pedra que não está centrada em si mesmo; essa pedra não é uma pedra simétrica; tem a outra característica, que é a de que não se centra em si mesmo.

Quando entra a luz, a luz chega aos planos, às tampas dos trapezoedros, e se desvia à direita com giro dextrogiro, e à esquerda com giro levogiro; ou seja, a ágata e/ou a calcedônia desviam a luz. Ou seja, tem a capacidade de dar a volta ao raio; quer dizer, o raio entra de uma maneira, e quando chega dá a volta e sai de outra maneira; sai para a esquerda ou sai para a direita.

A luz entra por um lado e forma um helicoide, dá a volta, se o virem? Isso é o que acontece com a luz quando entra pela calcedônia; entra luz por um lado e dá a volta; essa é uma capacidade da calcedônia, e isso é curioso. Essa luz entra por um lado e sai pela direita, como quem diz, para a Calcedônia, Teodoreto de Ciro; ou sai para a esquerda, como quem diz, para a Sicilia, ou Itália, ou Leão Magno.

Leão Magno, que chegou a ser um Papa, e que é como dizer o primeiro grande Papa que houve, este homem estava muito claro quanto à divindade e a humanidade de Cristo; então no Oriente principalmente Teodoreto de Ciro com outros, e no Ocidente principalmente Leão Magno com outros defenderam a humanidade e a divindade de Cristo; é curioso que essa luz que entra na calcedônia sai para a direita e sai para a esquerda, dando volta; é uma coisa curiosa.

Os escritos do Teodoreto de Ciro e de Leão Magno foram os que prevaleceram na Calcedônia mantendo o ensino do João.

João escondia a si mesmo

Como é uma pedra que não está centrada em si mesmo, tem a capacidade de transmitir, como disse, o ultrassom, que são aquelas ondas de som que o ouvido humano não as capta, e por isso se chama ultrassom; mas uma pedra ao ter estas características, de não estar centrada em si mesmo, pode transmitir o ultrassom; quer dizer, as coisas mais profundas podem ser transmitidas pela calcedônia que está representando João;

João transmite o mais profundo; mas vejam que João está também representado como a águia; a águia é um daqueles quatro seres viventes; um desses quatro seres viventes era a águia voando; e entre os seres viventes há serafins e há querubins; os serafins têm seis asas; e somente com duas voam; mas com quatro se tapam, com quatro se ocultam, essa é a característica que mais nos toca de Cristo em João;

eles se escondem; com duas asas cobrem o rosto, com duas asas cobrem os pés; ocupam mais asas escondendo-se que voando; eles voam com duas asas e se escondem com quatro asas; e João, representado pela calcedônia, que é uma pedra não centrada em si mesmo, é alguém que se escondia; por isso é que eu não somos dignos de falar disto, porque nós, naturalmente falando, não nos escondemos; quando escrevemos algo o primeiro que fazemos é colocar nossa assinatura, fulano de tal;

em troca João não; João era alguém que se escondia. Se vocês querem ver isso, vão comigo ao evangelho de João, que é a característica mais preciosa que é a que descansa sobre as duas anteriores. Vamos a São João 1:40; resulta que João, o Batista, teve vários discípulos; entre os principais discípulos de João Batista, que logo João Batista os deu a Cristo, porque ele disse que o que tem à esposa é o marido, entre os discípulos mais próximos a João o Batista um era o apóstolo João e o outro era o apóstolo André;

João e André foram os primeiro discípulos de João Batista e logo foram discípulos de Jesus porque João Batista disse: este é o Cordeiro de Deus; quem tem a esposa é o marido; então quando eles viram João e viram Jesus que passava por lá, João lhes disse: este é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo;

André e João lhe seguiram. Mas o apóstolo João, ao escrever isto, diz que seguiram a Jesus: André e outro discípulo. Não o nomeia, mas era ele mesmo; era ele, mas ele não disse nada; ele falou do André; pôs o nome André; André era um, ele mesmo era o outro. Diz João 1:35:

“No dia seguinte João estava outra vez ali, e dois dos seus discípulos; E os dois discípulos ouviram-no dizer isto, e seguiram a Jesus “; e logo identificou a um dos dois, a André, mas ele mesmo não se identificou, ele ficou oculto, ficou escondido.

João recebeu revelações especiais

Passemos agora aos 13:23; aí está quando Jesus está anunciando a traição; eles se recostavam em mesas não como esta; às vezes quando lemos a palavra mesa e dizemos que João estava recostado frente ao peito de Jesus, então imaginamos neste tipo de mesa de hoje em dia, e imaginamos João assim como jogado em Jesus; não era assim; as mesas eram baixas e em forma de ferradura; quem servia entrava pela ferradura aberta e as pessoas se reclinavam, como dizer, recostados; reclinavam-se assim ao redor da ferradura; então se Jesus estava recostado aqui, quem estava à frente de Jesus recostado era João; ou seja quem está, como dizer, sobre seu peito; era João, os outros estavam assim ao redor; então quando Jesus lhes disse que um deles ia o trair, todos começaram a perguntar: quem é, sou eu?

Mas Pedro fez gestos a João: pergunte quem é; então João no privado disse: Senhor, quem é? Há coisas que o Senhor só revelou a João; então o Senhor revelou a João: “A quem eu der o pão molhado, aquele é”; então agarrou o pão e o deu ao Judas Iscariotes, e disse: “O que vais fazer, faze-o depressa”; outros não souberam.

Ah!, como ele tinha o dinheiro, teve que sair a comprar algo ou a dar uma oferta, ou a alguma outra coisa, mas quem soube foi João; os outros não sabiam de nada.   Significa que teve coisas que Deus só revelou a João; revelou quem era o traidor; possivelmente tenha revelado quem seria o anticristo, porque no Apocalipse soam os sete trovões, e João ia escrever, e o Senhor disse: não, não escreva, sele; é algo criptocristalino;

João sabe, mas ninguém mais sabe; só João sabe o que disseram os sete trovões de Apocalipse; quando ia escrever foi proibido, mas a ele lhe permitiu ouvir e entender, mas não pôde escrever, mas selá-lo, e o deixou selado; por isso é criptocristalino; só João sabia certas coisas, só João sabia quem era o traidor nesse momento, só João sabia o que disseram esses sete trovões; ninguém mais sabe; foi proibido escrever.

Além disso os outros apóstolos já tinham morrido quando João escreveu isto; só João sabia estas coisas. Bastante críptico, criptocristalino.

João não procura ser o primeiro

Agora vamos aos 13:23: “E um de seus discípulos, ao qual Jesus amava”. Veem? Paulo também é um servo de Deus, Pedro também; mas Pedro diz: “Pedro, apóstolo de Jesus Cristo”; Paulo diz: “Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, honro meu ministério”; mas João diz:

“Ora, um de seus discípulos, aquele a quem Jesus amava, estava reclinado no seio de Jesus. Então Simão Pedro fez sinal a este, para que perguntasse quem era aquele de quem ele falava. E, inclinando-se ele sobre o peito de Jesus, disse-lhe:…”;

Se dão conta? Ele está falando de um dos discípulos; ele está escondido. Se dão conta dessa característica preciosa de alguém que sabe sair do centro? Irmãos, aqui primeiro Pedro teve revelação, verdade? E Pedro aparece em primeiro; João corria mais que Pedro; quando viram que as mulheres disseram que o Senhor Jesus tinha ressuscitado, saíram correndo os dois, Pedro e João, e o que chegou primeiro foi João, mas João deixou entrar primeiro o Pedro; João ficou esperando e deixou o Pedro entrar e Pedro entrou; quando Pedro entrou então detrás entrou João, e diz: e viu, e creu; inclusive sem ver o Cristo ressuscitado ele já acreditou; embora ele tenha chegado primeiro.

Notem a característica de João. Na vez passada nos detivemos na safira e víamos que é mais difícil ser segundo que ser quinto, que ser oitavo, que ser vinte e sete; mas Tiago se manteve em segundo; quer dizer, necessita-se muita maturidade para ficar por segundo, porque o diabo sempre quer ser Deus, o segundo quer ser primeiro; somente uma pessoa muito amadurecida se mantém como segunda; o segundo, Tiago.

Qual é a tribo que Tiago julga? Dã; julgamento; do que nos fala a safira? Do julgamento de si mesmo; mas sobre a safira está a terceira pedra que é a calcedônia. Quando alguém nega a si mesmo, quando a gente julga o pecado em si mesmo, a gente sai do centro.

Ah!, o Senhor é o centro; João deixa acontecer primeiro o Pedro,  menciona primeiro André, menciona a outros; isso é maturidade, saber ficar de lado, ficar como segundo ou terceiro, ou último. Note, “um de seus discípulos ao qual Jesus amava”, claro, Ele ama a todos os discípulos, mas o que importava a João era que o Senhor o amava, mas ainda; ele podia dizer: eu João, como dizia Paulo: Eu Paulo, olhem com que grandes letras vos escrevo; mas João era outra classe de pedra preciosa que tinha outra beleza, saía do centro, não aparecia, não estava centrado em si mesmo, se apartava para o lado dando preferência aos demais.

João fala na terceira pessoa ao referir-se a si mesmo.  Vejamos também no capítulo 18:15:

“E seguiam ao Jesus Simão Pedro e outro discípulo”; ele podia dizer o nome como disse o do Pedro, como disse o do André. Por que não diz a não ser o outro? Porque era ele, veem? “E este discípulo era conhecido do supremo sacerdote, e entrou com o Jesus ao pátio do supremo sacerdote”. Ele foi o que introduziu ao Pedro ao pátio; menciona ao Pedro como se o principal fora Pedro, e o outro é só outro discípulo; não diz o nome.

Passemos aos 19:35; todo o tempo João é assim; diz:

“E o que o viu dá testemunho”; não diz: eu o vi, embora em outra parte diz: vimos, aí está o plural, mas agora que é o que escreve isto diz: “E o que o viu dá testemunho, e seu testemunho é verdadeiro; e ele sabe que diz verdade, para que vós também criam”.

Irmãos, por isso eu lhes digo que não sou digno de falar nem sequer do João, menos do Senhor; um irmão que sabia sair-se de ser o centro; isso me fala muito, isso me ensina. Esse Cristo formado em João.  Vejamos o capítulo 20:2:

“Correu, pois, e foi a Simão Pedro (quem? Maria Madalena) e ao outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: Levaram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram. Então Pedro saiu com o outro discípulo, e foram ao sepulcro. E os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais apressadamente do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro. E, abaixando-se, viu no chão os lençóis; todavia não entrou. Chegou, pois, Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro, e viu no chão os lençóis, E que o lenço, que tinha estado sobre a sua cabeça, não estava com os lençóis, mas enrolado num lugar à parte. Então entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, e viu, e creu”.

Percebem como João fala? Passemos ao 21:2 Olhem, irmãos, quando lemos os evangelhos sinóticos, Mateus, Marcos e Lucas, percebemos que sempre dizem que chamou primeiro a Pedro; claro, com André; depois chamou Tiago e a seu irmão; depois chamou Felipe, e depois chamou Natanael; ou seja, aos que chamou em segundo lugar, depois de ter chamado os primeiros irmãos que foram Pedro e André, os que o Senhor chamou em seguida foram João e Tiago que eram irmãos; em todo o evangelho de João ele diz que primeiro era André, depois era Pedro, e logo passa por cima de Tiago e João, e não os menciona para nada, e logo diz como chamou Felipe e como chamou o Bartolomeu;

João pulou ele e seu irmão Tiago; e aqui, quando está nomeando os discípulos diz: “Estavam juntos Simão Pedro, e Tomé, chamado Dídimo, e Natanael, que era de Caná da Galiléia, os filhos de Zebedeu”; não põe nome próprio, mas chama de os filhos de Zebedeu; notem como explica bem claro: Simão Pedro; dá os dois nomes de Pedro; logo diz: Tomé chamado Dídimo; dá o nome e o apelido, viram? Natanael, e diz de onde era, de Caná da Galileia; mas logo, para se referir a eles mesmos, diz os filhos de Zebedeu, assim.

A verdade está por dentro

Se lêssemos só João não saberíamos quem eram os filhos de Zebedeu; não fala nada do mesmo João, não fala nada de Zebedeu, e quando fala, fala de uma maneira críptica; a verdade está por dentro, mas por fora está escondido. Se dão conta? Essa é a característica de Cristo em João. Irmãos, quanto isto nos toca; a gente sempre quer estar lá e aparecer como primeiro, mas João é o contrário, está se esquivando, está levando a direção a outro. Que coisa preciosa! Logo passamos aos 21:20:

“E Pedro, voltando-se, viu que o seguia (poderia ter dito: João, mas para se esconder diz:) aquele discípulo a quem Jesus amava, e que na ceia se recostara também sobre o seu peito, e que dissera: Senhor, quem é que te há de trair?” e diz o verso 24:

“Este é o discípulo que testifica destas coisas e as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro”.

Fala em terceira pessoa acerca dele mesmo; por isso alguns críticos dizem: João não o escreveu isto, porque aqui fala em terceira pessoa, isto escreveria outro; mas é o próprio João.

“Este é o discípulo que testifica destas coisas e as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro “. Irmãos, damo-nos conta dessa característica preciosa do apóstolo João, uma pessoa maturada de tal maneira para que não se centre em si mesmo.

O problema de Satanás começou, e todos os problemas do universo, do invisível e do visível começaram, quando deixamos de nos centrar no Senhor e nos centramos em nós mesmos. Quando Satanás se viu tão belo e tão sábio, começou a pensar muito em si mesmo e aí foi quando começou a pensar: mas por que eu não sou Deus? e ao fim concebeu assentar-se no monte de Deus, no trono de Deus, aos lados do norte, e ser como Deus; aí começou o problema, quando alguém se centra em si mesmo;

e eu penso que por isso a calcedônia descansa sobre a safira, como a safira descansa sobre o jaspe; o jaspe nos fala do fundamento, de revelação, e quando há revelação, quando estamos à luz, então na luz vemos as coisas, aí julgamos o pecado, Dã, Deus julgou. Quando temos luz julgamos o pecado, e quando se julga o pecado, e somente quando se julga o pecado, é que podemos nos tirar do centro, é que podemos sair da primeira cadeira.

Disse o Senhor: não se assente na primeira cadeira, não seja que outro mais honorável que você tenha esse lugar e tenhas que sair; vê e assente-se no último lugar; isso era o que João fazia; nem sequer contou a história de sua chamada; contou a dos de antes dele e a dos de depois dele; nem a de seu irmão, para que por seu irmão não aparecesse ele; nem sequer a contou.

Irmãos, isto me fala profundamente, graças ao Senhor. “Este é o discípulo que dá testemunho destas coisas”; parece que fala como se fosse outro para não chamar a atenção a si mesmo, e alguns duvidam se seria ele; justo, portanto que se escondia, por isso se diz que a calcedônia é criptocristalina e não está centrada em si.

A Calcedônia é fossilizante

Agora, há outra característica mais que a calcedônia também tem; a calcedônia é fossilizante; é uma pedra que fossiliza inclusive bichinhos, plantinhas; e às vezes justamente se encontram calcedônias com bichinhos ali enterrados dentro como um fóssil; o conserva; e justo nessas pedras preciosas eles as esculpem, dão polimento, e deixam esses bichinhos fossilizados dentro;

às vezes não são bichinhos; é como essa ágata que se chama ágata musgosa, porque entram nela aquelas dissoluções que se filtram por esses espaços que ficam; a essas infiltrações são chamadas de dendritas, como as dos neurônios que têm uns filamentos com que se conectam;

e esses filamentos por onde penetram aquelas dissoluções nas pedras, principalmente rodeadas de granito e outras, vão colocando dentro e formam como arvorezinhas, como paisagens; às vezes são de várias cores, às vezes parecem feitas a tinta da China; desenhados com tinta da China, às vezes têm vermelho, às vezes têm verde, segundo os elementos que tenha; os elementos podem ser níquel, às vezes cromo que é o que lhe dá a cor verde, e também outras cores; essa beleza está escondida; às vezes forma estrelas, todas essas belezas, essas paisagens, esse arco íris, tudo isso está escondido, está guardado; e Deus, ao identificar João como calcedônia, está-nos falando de uma obra preciosa do próprio Filho;

“Eu não faço nada por mim mesmo; eu não procuro minha glória, há quem a busca mas não eu; outro é o que dá testemunho de mim, não eu”.

Isso é muito precioso! Quão difícil é para alguns, irmão; a gente quer dar testemunho da gente mesmo; como os disse, a gente quer colocar nossa assinatura, se defender; em troca João, que tinha sido tratado, se esconde.

Por cima da safira está a calcedônia porque quando há luz e revelação, então há julgamento do pecado, a safira; quando há julgamento do pecado, a gente sai do centro, não nos centramos em nós mesmo como Satanás, nos ocultamos.

Senhor Jesus! Tudo o que nos fala a calcedônia é da beleza interior, a beleza escondida, a beleza velada, assim como a noiva; da noiva no início, no Cântico dos Cânticos, diz-se: seus olhos são como de pomba; o noivo diz no início acerca noiva. A pomba representa o Espírito Santo; olhos de pomba são olhos ungidos; mas às vezes nós não sabemos guardar o que vemos, em troca João viu e guardou. Mas adiante, quando a noiva é mais amadurecida, volta-se a dizer: “seus olhos como de pomba”, mas lhe acrescenta uma frase que não havia dito antes: “escondidos detrás das tranças”; via mas estava escondida, velava-se.

Nós ao princípio vemos uma coisa, e em seguida a dizemos. Diz Paulo: faz quatorze anos conheço um homem em Cristo que foi levado a terceiro céu onde ouviu palavras inefáveis que não é dado ao homem expressar. Fazia quatorze anos que Paulo estava escondendo isso, ninguém sabia o que ele sabia; só quando foi necessário disse; porque era necessário, porque a Igreja estava correndo perigo, então ele disse coisas que estavam ocultas por 14 anos.

Como se diz da noiva jovem: seus olhos são como de pomba; e da noiva já amadurecida se diz: seus olhos são como de pomba entre as tranças; as tranças são os cabelos, que é o véu; escondida, velada. João era alguém que sabia discernir mas sabia guardar, alguém que não estava metido mas sempre velado, e entretanto, era o que Deus pôs para remendar, para recobrir, e essa é a característica da calcedônia; a calcedônia recobre, enche os vazios, e esse é o apóstolo João; está velado olhando onde pode ajudar, olhando onde estão os perigos, as heresias;

foi João quem tratou essas heresias; quem mais combateu as heresias foi João; quem ficou por último na Ásia foi João. Fossilizante, conserva; se não estivessem cobertos com calcedônia, essas coisas as levaria o vento, mas a calcedônia as fossiliza, as cobre e as conserva. É uma das características da calcedônia.   Para resumir, leiamos alguns detalhes a respeito da calcedônia, da ágata:

Resumo:

1º. A calcedônia está composta de capas de quartzo e opala; combina elementos diferentes, mas que se podem relacionar, assim como Cristo que é Deus e é homem.

2º. É criptocristalina; por ser criptocristalina e interiormente estar formada por trapezoedros, por fibras, os átomos formam trapezoedros, por isso a luz que chega dá a volta assim como em um helicoide, como em hélices, assim como o DNA que dá essas voltas assim, e sai a luz para a esquerda, levogiro, e para a direita, dextrogiro; isso quer dizer que ele gira em plano à luz polarizada; a luz polarizada entra e a excursão; quer dizer, a mostra pela direita e pela esquerda; e quem mostra as coisas realmente é João.

3º. Por não estar centrada em si mesmo, tem a capacidade de transmitir o ultrassom, usa-se para transmitir o ultrassom.

4º. Quando você a olha no microscópio é translúcida, com belas cores; quando você a olha fora, inclusive essa que chamam de ovo de trovão, parece uma pedra escura; às vezes parece um cristal singelo; às vezes só se pode ver a beleza com o microscópio; às vezes, para ver a beleza, tem que olhar com microscópio.

E terminamos com isto: estudando sobre as pedras; a única pedra da qual não se descobriu todos os segredos é a calcedônia; as outras pedras são analisadas, e dizem: isto se forma por isso, isto se forma por aquilo; mas da calcedônia dizem os especialistas, os melhores especialistas, que não sabem como se formam essas capas, abundam muitas teorias, mas estas não concordam, porque aqui, dizem, passa-lhe isto; aqui já não concordam.

5º A calcedônia segue tendo mistérios dentro. Como o evangelho mais profundo, como o livro mais misterioso, o Apocalipse, assim é a calcedônia.

A tribo que corresponde a João pela ágata é Aser, que quer dizer: feliz, ditoso, bem-aventurado. Para isso profetizou Jacó acerca de Aser o seguinte: “De Aser, o seu pão será gordo, e ele dará delícias reais”.

Assim, profundas, foram as Palavras do Senhor acerca de João:

“o que te importa se eu quero que ele fique até que eu venha” disse o Senhor à Pedro a respeito de João.

Conteúdo extraído e traduzido do livro “Aproximación al Apocalipsis” do irmão Gino Ianfrancesco.