O Modelo de Vida e Serviço Cristão
I Tessalonicenses
-> I Ts 2:1-20
– Esta foi a primeira epístola das 13 epístolas escrita pelo apóstolo Paulo
– E ela foi escrita muito pouco tempo depois de Paulo estar pessoalmente com eles
– I Tessalonicenses tem o foco no significado e implicações da PAROUSIA do SENHOR para a Igreja. Ênfase no Dia de Cristo.
– II Tessalonicenses tem o foco no significado e implicações da PAROUSIA do SENHOR para o mundo. Ênfase do Dia do Senhor.
– Devemos nos lembrar que esta é uma jovem assembleia sofrida, atribulada e perseguida.
– Este capítulo 02 enfatiza nos seus 12 primeiros versículos instruções muito preciosas sobre o MODELO DE VIDA E SERVIÇO do apóstolo Paulo.
– São 06 características apresentadas em pares de versículos com respeito aos 12 primeiros versículos deste 2º capítulo.
– E este modelo é de muita instrução para nós, uma vez que o próprio apóstolo Paulo, ao escrever a Timóteo em sua primeira carta, nos deixa claro sua consciência do trabalhar de DEUS, pela sua GRAÇA, para forjar nele UM MODELO DE VIDA E SERVIÇO CRISTÃO.
– “Fiel é a palavra e digna de toda aceitação que CRISTO JESUS veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quase eu sou o principal. Mas, por esta razão, me foi concedida misericórdia, para que, em mim, o principal, evidenciasse JESUS CRISTO a sua completa longanimidade, e estivesse eu DE MODELO a quantos hão de crer nele para a vida eterna.” (I Tm 1:15-16).
– Desta forma, os 12 primeiros versículos de I Ts 02, se dividem em 06 pares, que contêm, portanto, 06 características do modelo de vida e serviço dos cristãos.
– Fazendo a conexão entre “As implicações e o significado da PAROUSIA do SENHOR” com “o modelo de vida e serviço cristão” nos dão uma percepção, através da vida de Paulo, do que ambas as coisas, conjugadas, representavam para ele.
– Ou seja, como Paulo aguardava a PAROUSIA do SENHOR?
– Esta é A chave da compreensão desta epístola.
– Nele havia uma viva e pulsante esperança, e ao mesmo tempo, um coração dedicado ao serviço, ao SENHOR e aos irmãos. Porque ambas as coisas SEMPRE TÊM DE ANDAR JUNTAS!
– Se nós aguardamos de forma ansiosa, pulsante e vibrante a volta do SENHOR, nós não o fazemos de forma passiva, mas em labor e fadiga pelos interesses do SENHOR, conforme os encargos distribuídos pelo SENHOR aos seus filhos.
– E é extremamente importante haver equilíbrio entre ambas as coisas:
– Não deve haver labor e fadiga no trabalho ao SENHOR SEM uma viva e pulsante esperança com respeito à sua volta, pois isto não é um fim em si mesmo, mas um trabalho a ser oferecido ao SENHOR, como uma oferta de Amor, Naquele Dia.
– De outro lado não devemos somente ter está viva e pulsante expectativa de Vinda do SENHOR sem um árduo e efetivo trabalho no SENHOR, porque nos foi dado, a cada um, dons e encargo para a proclamação do evangelho e para a edificação dos santos.
– Nós somos a expressão do corpo de CRISTO nesta terra; para isto vivemos. Desta forma “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na OBRA DO SENHOR, sabendo que, no SENHOR, o vosso trabalho NÃO É VÃO.” (I Co 15:58)
– Desta forma cada um dos santos foi chamado para trabalhar naquilo que convém aos interesses do SENHOR.
– Em resumo, por um lado um trabalho árduo, fiel e sempre abundante no SENHOR e, de outro, uma viva e pulsante esperança da volta, da PAROUSIA do SENHOR.
– Isto significa que trabalhamos, mas o fazemos com uma expectativa viva no coração. Haverá de chegar o dia em que receberemos a recompensa pelo serviço fiel e obediente, feito com motivação correta, santa e adequada, servindo ao SENHOR e a SEUS santos.
– Desta forma, vamos retomar quais eram para o apóstolo Paulo, no que concerne ao modelo de vida e serviço cristão, o significado e as implicações da PAROUSIA do SENHOR.
– Vamos analisar os 12 primeiros versículos em pares, no capítulo 02:
Capítulo 02
Vs 01-02 / 1º Ensino
-> Maltratados e ultrajados em Filipos
-> Em meio a muita luta.
-> Aqui está o primeiro ensino: Nós devemos aguardar a PAROUSIA do SENHOR com uma mente preparada (ou disposta) a enfrentar sofrimentos, lutas, privações, provações.
-> Se assim não fosse nós correríamos o perigo de sucumbir em nosso fervor, nossa fé no SENHOR.
At 14:20-22 -> – Houve muito sofrimento em Icônico, Listra e Derbe.
– Especialmente em Listra onde Paulo foi apedrejado
– Paulo foi dado como morto
– Observe que nos versículos precedentes DEUS realizou por meio de Paulo um tremendo milagre. (At 14:9-11)
– Paulo faz o caminho de volta, rumo a Antioquia, mas observe a citação bíblica.
– Fortalecendo a alma dos discípulos
– Exortando-os a permanecer firme NA FÉ
– Mostrando que através de muitas tribulações nos importa entrar no reino de DEUS.
– Importante notar neste contexto:
– O paralelismo entre grande operação de milagre com um sofrimento e tribulações na mesma proporção
– Se há uma viva e pulsante expectativa quanto ao retorno do SENHOR (PAROUSIA) e, por conseguinte, o estabelecimento de forma visível de SEU Reino, há de se ter uma mente preparada para o sofrimento.
– Logo, se não nos prepararmos adequadamente, nós podemos ter muita dificuldade na nossa carreira cristã.
– Nem o SENHOR, nem nenhum de SEUS servos nos prometeram um mar de rosas ou um jardim de facilidades.
– Neste sentido observe a menção feita por Paulo em I Ts 2:2: “Mas, apesar de maltratados e ultrajados em Filipos, como é do vosso conhecimento, tivemos ousada confiança em nosso DEUS, para nos anunciar o evangelho de DEUS, em meio a muita luta.”
– Aqui a menção feita por Paulo tem a ver com o episódio ocorrido em At 16:11-40. Analogicamente temos claramente estes dois componentes anteriormente mencionados: Feitos maravilhosos do SENHOR por um lado, e, por outro, muita luta e tribulação vivenciados pelos apóstolos.
-> Então, a primeira das mensagens relacionadas a PAROUSIA do SENHOR é a tremenda necessidade que temos de ter uma mente disposta e preparada para enfrentar sofrimentos, lutas, privações, provações.
– O apóstolo Pedro, analogamente, aborda esta questão em sua primeira carta.
-> I Pe 3:13-17 – Isto fala de sofrer por causa da justiça
-> I Pe 4:1-2 – Atenção à palavra “armai-vos”, neste contexto
– É uma palavra de cunho militar; significa que nós temos que dar por certo de que há um elemento pouco mencionado nas assembleias do SENHOR: Nós fomos chamados à comunhão de SEUS sofrimentos.
– A palavra “pensamento” indica que devemos ter consciência de que se CRISTO sofreu na carne, porque nós que O amamos, servimos e adoramos, não haveríamos de sofrer.
– Por que nós não haveríamos de sofrer por sermos as Suas testemunhas?
– A teologia que prega que não há sofrimento para o cristão é a chamada teologia da prosperidade.
– Muitos dentre estes dizem que o sofrimento é “Coisa do maligno”.
– Que todo sofrimento é resultado de pecado. Sabemos que muitos sofrimentos são sim, resultado de pecado, mas há um sofrimento glorioso que não é resultado de pecado, mas de fidelidade e testemunho para com o nome do SENHOR.
– E é a este sofrimento que Pedro se refere em sua primeira carta no Cap. 04:1-2.
-> I Pe 4:12-19 – Analogamente nessa passagem Pedro aborda a questão do glorioso privilégio no tocante a sofrermos por Cristo.
– O texto fala de sermos coparticipantes dos sofrimentos de CRISTO. Esta expressão de forma direta ou indireta aparece também em:
Fp 3:10
Gl 4:19
Cl 1:24
– Neste texto Pedro, por inspiração do ESPÍRITO SANTO, associa o sofrimento à glória.
– Isto desconstrói a pregação a teologia da prosperidade, pois para estes onde há sofrimento NÃO há glória, mas o apóstolo Pedro coloca estas palavras juntas.
– O que Pedro diz é que se sofremos pelos interesses do SENHOR, pelo SEU Nome, pelo SEU Testemunho, então é exatamente aí que está a glória.
– Porventura os servos fiéis do SENHOR ao longo de toda a história da Igreja não sofreram tremendamente, muitos deles pagando com sua própria vida por causa da Palavra, do Nome e do Testemunho do SENHOR?
– I Pe 4:14 -> Estes são injuriados POR CAUSA do nome de CRISTO, e não pelo pecado.
Vs 03-04 / 2º Ensino
-> Se nós estamos aguardando adequadamente o nosso SENHOR, a Sua PAROUSIA, então está viva esperança promove em nós um atraente desejo em agradar o NOSSO SENHOR.
-> A expressão “Agradar a DEUS” é a expressão-base da epístola aos Hebreus -> Hb 11:5-6
-> Vejamos algumas passagens que tratam deste tema: “Agradar a DEUS”
– Rm 8:8 – Os que estão na carne NÃO podem agradar a DEUS
– Rm 15:1 – Não agradar a nós mesmos (contexto de unidade)
– I Co 7:32 – Priorizar nesta vida o servir e agradar ao SENHOR
– GL 1:10 – Agradar a DEUS, não homens, característica do verdadeiro e fiel servo do SENHOR.
– Ef 6:6 – A submissão no serviço como consciência de que é a CRISTO a Quem servimos, ainda que servindo a homens.
– I Ts 4:1 – Viver de uma forma agradável a DEUS.
– Hb 11:5-6 – Sem fé é impossível agradar a DEUS.
– Nm 14:8 – A relação entre agradar ao SENHOR e a entrada na Terra da Promessa (CRISTO).
– I Rs 3:10 – O pedido de sabedoria de Salomão ao SENHOR para saber governar o povo de DEUS.
– SL 51:17 – Os sacrifícios agradáveis a DEUS: Espírito quebrantado, coração compungido e contrito.
– Ez 20:41 – Uma conversão genuína e profunda ao SENHOR.
– Ag 1:8 – O cuidar prioritariamente dos Interesses e do Testemunho do SENHOR.
– A motivação da vida cristã deve ser governada por este “espírito”
– Nós não andamos pelo que é certo ou errado, lícito ou ilícito, bom ou mau, nós devemos pautar a nossa vida por aquilo que agrada ou desagrada ao NOSSO SENHOR.
– Há coisas lícitas que desagradam a nosso SENHOR; da mesma forma há coisas que nos parecem boas, mas desagradam ao nosso SENHOR.
– O critério que devemos aplicar não está relacionado a:
– E quem nos dá esta sensibilidade é a Presença do ESPÍRITO SANTO em nós, nos nossos corações.
– Ao afirmar que não busca falar / pregar para agradar a homens, mas sim a DEUS, Paulo nos leva a refletir:
– Por qual motivação servimos?
– Por qual motivação nós nos reunimos?
– Por qual motivação nós adoramos?
– Por qual motivação pregamos o evangelho?
– Por qual motivação auxiliamos nossos irmãos?
– Paulo nos Vs 03-04 está dizendo que sua única motivação era a de agradar a DEUS. Esta é a única motivação pura e adequada na vida CRISTÃ.
Vs 05-06 / 3º Ensino
-> A ênfase neste ponto é a de NÃO buscar glória pessoal
– Neste ponto nós somos extremamente expostos. Porquê?
– Porque nosso ego gosta / e muito / de ser adulado, ser elogiado, ser o centro das atenções.
– Mesmo que às vezes ele se disfarce, lá no nosso íntimo, ao servir, desejamos receber algo em “troca”, em retribuição. Fazendo assim, inchamos o ego, alimentamos nossa necessidade da aprovação e louvor dos homens.
– “A verdade é que nunca usamos de linguagem de BAJULAÇÃO…”
– Observe esta palavra: BAJULAÇÃO
– Isto, aplicado à forma de tratamento para com os irmãos, significa adular alguns em detrimento de outros.
– A uns temos uma preocupação de usar de lisonjas, elogios e etc… A outros não. Isto é indicativo de interesse em alguma medida.
– Ou então agimos assim porque fazemos separação entre aqueles que são os nossos preferidos e os que não o são (Para nós!)
– “A verdade é que nunca usamos… E nem de intuitos gananciosos.”
– Isto significa servir com uma motivação errada, impura (ganância).
– É absolutamente impróprio haver intuitos de ganância, quando se está servindo ao SENHOR, servindo aos irmãos.
– Certamente isto não tem origem senão na vida egocêntrica.
– É uma deturpação do verdadeiro serviço, realizado em ESPÍRITO e com uma única motivação: Agradar ao SENHOR.
– O que fazemos deve ser pelo SENHOR, para o SENHOR.
– Até mesmo se isto possa implicar em desagradar homens, desde que agrade ao SENHOR.
– “Também jamais andamos buscando glória de homens…”
– A ênfase deste 3º tópico é não buscar glória pessoal.
– Observe Jo 5:43-44
-> Este texto deixa claro que aquelas pessoas não viriam a crer NELE, porque elas buscavam glória uns dos outros.
-> E não somente isto, mas fazendo assim elas “se eximiam” de buscar a única glória que vem do DEUS ÚNICO.
– Observe Jo 12:24
-> Neste contexto JESUS descartou todo tipo de glória pessoal através da suposta exaltação a que estaria sujeito pela sabedoria humana, representada pelos gregos.
-> Ao contrário disse ELE que o Filho do Homem haveria de ser glorificado. De que forma? ELE mesmo o respondeu: “Se o grão de trigo caído na terra não morrer fica só, mas se morrer trará muito fruto.”
Vs 07-08 / 4º Ensino
-> A ênfase neste ponto é: Gastar a vida por amor de outros
-> Novamente, se temos essa viva e pulsante esperança quanto a PAROUSIA do SENHOR, então nós trabalhamos, nós servimos.
-> Mas servimos como? De acordo com os Vs 07-08 gastando nossas vidas por amor. Por amor ao SENHOR e por amor aos SEUS.
Vs 07 -> “…Qual ama que acaricia os próprios filhos…”
– Uma mãe não cobra nada dos filhos. Ela simplesmente se dá cada vez mais e isto por amor. Ela dá incondicionalmente, ela dá sem buscar nada em troca.
– Nenhuma mãe busca retribuição de um menininho de peito. Tem só amor e trabalho.
Vs 08 -> “…Assim, querendo-vos muito…” -> Um claro indicativo do amor que permeava as ações de Paulo em favor dos irmãos.
“…Estávamos prontos a oferecer-vos…” -> A prontidão de um servo de DEUS preparado, trabalhado, habilitado.
“Oferecer-vos não somente o evangelho de DEUS, mas a própria vida…” -> A questão não era somente da transmissão de ensino, de pregação elaborada, ainda que caia de verdade e conteúdo. Mas a prova do amor se dava pela entrega voluntária, incondicional e absoluta, pela entrega da própria vida, se necessário, em favor dos irmãos.
-> O que Paulo deixa claro nesses versículos 07 e 08 é que, para ele, a implicação da PAROUSIA do SENHOR era a de que ele deveria “gastar” sua vida em favor da proclamação da Palavra de Deus para salvação dos incrédulos e edificação da Igreja, por amor do SENHOR.
-> II Co 12:14-15 – Paulo aqui reafirma o princípio anteriormente mencionado.
– O contexto deste versículo torna ainda mais gloriosa a fala de Paulo. Observe isto em conexão com:
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->Tudo isto Paulo demostrou a eles, como expressão de uma vida de amor que a eles se entregou, embora tenha recebido em troca, de muitos dentre eles, incompreensão, questionamentos e até mesmo acusações.
-> Observe que em meio a muitas lutas e tribulações Paulo havia gerado aquela assembleia em CRISTO. E agora, ele enfrentava uma forte oposição dos irmãos em corinto, que questionavam a genuinidade de seu serviço e apostolado no SENHOR.
-> E, em contrapartida, vemos Paulo agindo como um pai, buscando sempre corrigir as deficiências espirituais dos coríntios, tendo em vista o propósito de apresentá-los a CRISTO como uma noiva virgem e pura.
-> Quando Paulo vai exortar-lhes, neste sentido, ele não o faz como quem estivesse a “Retribuir-lhes as injúrias.” Não! Pelo contrário! Eles os questionam para que os Coríntios pudessem “provar a si mesmos, se de fato estavam na fé”, significando sua preocupação de eventual desvio deles e as consequências disto para eles mesmos.
-> Ao trazer à lembrança dos Coríntios o seu “curriculum apostólico”, ele o fazia como que, conforme suas palavras, expressão de “loucura”. Porque é algo que nem passava por sua mente ou coração. Por isto ele diz “suportai-me na minha fraqueza”, “suporta-me na minha loucura”.
-> Apesar de todas estas questões, observe o que Paulo diz em II Co 12:15 “Eu, de boa vontade me gastarei e ainda me deixarei gastar em prol das vossas almas”.
-> Paulo não perdeu a boa vontade e o zelo para com os Coríntios, porque ele os amava. Porque ele se considerava um pai para eles. Eles os gerou em meio de dores.
-> “…Eu me gastarei e ainda me deixarei gastar…” -> Parece haver duas ideias neste versículo, uma vez que poderíamos supor tratar-se de um pleonasmo se assim não o fosse.
-> Parece haver dois sentidos/movimentos neste versículo:
1 – Quando havia dificuldades Paulo não se escondia, mas se apresentava como vaso que ia de encontro as dificuldades para servir ao SENHOR e aos Coríntios.
2 – Quando, pelo contrário, as dificuldades vinham até ele, ele não se intimidava, mas se deixava gastar em prol das almas dos Coríntios.
-> Mas há um outro sentido neste versículo e para compreende-lo é necessário vermos pelo menos 03 traduções. Então seremos habilitados a perceber a beleza do que é aqui mencionado.
-> É, de fato, um modelo impressionante, este modelo de serviço que Paulo oferecia.
-> “Mesmo que amando intensamente vocês, eu seja menos amado”.
Vs 09-10 / 5º Ensino
-> A ênfase aqui é que a vida de Paulo fornecia modelo de labor, fadiga e procedimento.
-> Então, vemos que não era meramente a PALAVRA, mas a VIDA dele fornecia modelo.
-> A questão envolvida aqui era o estilo de vida.
-> Ele, Paulo, não poderia viver de uma forma e falar de outra. Falar uma coisa e praticar outra.
-> Isto não só é hipocrisia como também um contratestemunho.
-> A palavra “procedemos” do versículo 10 é extremamente significativa. Ela fala de procedimento, de conduta.
-> O estilo de vida de Paulo era coerente com o evangelho que ele pregava. Não havia dissonância.
-> Vejamos o estilo de vida, o procedimento de Paulo em alguns versículos:
1 – At 20:17-21
Vs 17 -> Paulo chama de Mileto os presbíteros de Éfeso.
Vs 18 -> Paulo enfatiza não só a palavra que pregou, mas a vida que viveu diante dos efésios.
Vs 19 -> Servindo ao SENHOR
A raiz desta palavra grega “doulos” significa ser escravo.
Observe onde mais esta palavra grega aparece no N.T. (“Servos =Doulos”)
-> Agora, retornando a At 20:19, de que maneira Paulo os servia, como um escravo de amor?
-> Três belíssimas palavras nos dão a noção de que maneira isto expressava:
I Co 13:1
-> O amor ágape possui motivações interiores profundas que não se limitam a esfera da alma, mas não estão desprovidos desta na esfera plena de seu exercício.
-> Parece haver uma conjunção de elementos na esfera do ser que o tornam integro; aqui entendida esta palavra como a não desconexão entre a manifestação mais intima do amor como expressão originada no espírito humano por ação direta do ESPÍRITO SANTO de DEUS, mas que não fica enclausurada. Antes, atinge a esfera da alma por meio da interface com a consciência.
-> É neste ponto que há o completo envolvimento do coração. Daí as motivações mais íntimas originadas no espírito se traduzem no alinhamento de nossas almas. E isto envolve os aspectos da racionalidade (mente) segundo DEUS, as emoções são alcançadas e a vontade exercida de forma voluntária e livre como expressão prática do Amor.
-> A medida desta expressão como Amor ágape é tanto mais evidente como tal quanto mais indigno e miserável o ser amado; isto traz evidente o conteúdo da Graça pela desconstrução do mérito e segue seu caminho pelo viés da incondicionalidade, pois que não pede, nem espera nada em troca.
– A raiz da palavra significa soltar, afrouxar, relaxar
– A ideia aqui associada é de tornar algo oco como um vaso
– Observe: Um vaso oco. Associe isto a At 9:15 e II Co 4:7-11.
-> “…Ou como o címbalo que retine…”
– Palavra grega “Kumbalon” significando um prato côncavo de bronze que quando em contato com outro produz um som musical
-> Temos de observar algo interessante neste ponto -> I Cr 15:16-24
-> Davi havia dito aos chefes dos levitas que construíssem, dentre seus irmãos, cantores, com instrumentos músicos (alaúdes, harpas e címbalos) para que “fizessem ouvir e levantassem a voz com a alegria”, quando os levitas trouxessem a arca de DEUS “aos ombros pelas varas” até Jerusalém.
-> No Vs 17 observe os homens que foram designados para se fazer ouvir com címbalos de bronze:
– Hemã -> Sig. Hebraico “Fiel”
– Filho de Joel -> Sig. Hebraico “Yhwh é DEUS”
– Asafe -> Sig. Hebraico “Aquele que ajunta, reúne”
– Filho de Berequias -> Seg. Hebraico “Yhwh abençoa”
– Etã -> Sig. Hebraico “Duradouro”
– Filho de Cusaías -> Sig. Hebraico “Arco do Senhor”
-> Embora a raiz hebraica e grega quanto a palavra címbalo seja distinta, é significativo colocar ambas passagens lado a lado, pois ambas estão a referir-se ao mesmo instrumento: címbalo.
-> Em I Co 13:1 fala de algo que emite som estridente por ser oco; isto fala de falta de realidade interior, conforme II Co 4:7. Sem amor, temos muito barulho e nenhuma realidade espiritual. Falta o conteúdo, essencial.
-> Em I Cr 15:17 vemos o “barulho” dos címbalos de bronze em conexão com a alegria pelo retorno da arca para Jerusalém. Se fizermos a junção do significado dos nomes daqueles que foram designados para tocarem os címbalos de bronze, em conexão com a realidade do Amor, parece que címbalos retinindo implica em se produzir algo que NÃO tenha:
– Conteúdo (Realidade espiritual – oco, vazio)
– A manifestação visível daquele que reúne e abençoa
– Não se utilize o instrumento (“Arco do SENHOR”) que, de fato, produza algo duradouro. Todas as coisas passam, mas só o Amor permanece (I Co 13:8)
– O arco do SENHOR é, neste sentido, o amor que nos lança para o centro de SUA VONTADE.
-Observe Fp 3:10 – Comunhão dos SEUS sofrimentos
Fp 3:14-16 – Prossigo para o alvo
Fp 4:2 – Evódia = “Fragrância agradável
Síntique = “Com destino”
= Significado de alguém que atinge a marca, atira uma lança ou uma flecha
Observações:
1 – A análise detalhada de I Co 13:1-13, versículo a versículo, se o SENHOR assim o permitir, faremos quando do resumo do livro de I Coríntios.
2 – No entanto é significativo notar que os címbalos estavam presentes:
– No lançamento dos alicerces do Templo (Ed 3:10)
– Na dedicação dos muros de Jerusalém (Ne 12:27)
3 – Agora, evidentemente, em todas as demais passagens relacionadas em I e II Crônicas, cujo foco essencial estava ligado:
– A introdução da Arca da Aliança em Jerusalém – I Cr 15:16
– O exercício do ministério Profético e de Louvor – I Cr 25:1-7
– A introdução da Arca da aliança no templo e a manifestação da glória do SENHOR – – II Cr 5:2-14
4 – Agora, é de fundamental importância se perceber o processo gradativo, no crescimento desta realidade. Inicia na Arca adentrando em Jerusalém e se conclui no restabelecimento do culto ao SENHOR, onde os holocaustos e os cânticos eram ministrados simultaneamente.
5 – Vamos traçar de forma sintética o significado deste processo:
5.1 – I Cr 15:1-28 – A Arca é levada para Jerusalém
– A Arca da Aliança era o símbolo da Presença de DEUS no meio de SEU povo.
– A Arca servia como local de armazenagem para as duas tábuas os | Lei prescrita no Sinai. Daí vem o nome “Arca do Testemunho”. Também guardava o vaso de maná (CRISTO como alimento p/ SEU povo) e a vara de Arão (Figura da vida de ressurreição).
– Logo, podemos entender a Arca da Aliança como representativa do Trono de DEUS servindo como um guia para o povo de Israel no deserto.
5.2 – I Cr 5:1-7 – O exercício do ministério profético e de louvor
– Aqui temos o ministério profético sendo exercido por meio dos instrumentos (Harpas, alaúdes e címbalos)
-Fica evidente o caráter figurativo dos instrumentos neste sentido e a necessidade da compreensão disto em vista do significado espiritual desta ministração.
– Chama a atenção o número de cantores instruídos, mestres que foram separados para este ministério; 288.
– Hemã e Asafe já haviam sido mencionados quando da citação dos címbalos no episódio em que a arca era transportada para Jerusalém. Agora temos a inclusão de Jedutum (Hebraico, louvor), o que representa uma realidade espiritual bastante significativa.
5.3 – II Cr 5:2-14 – A Arca da Aliança no Templo e a manifestação da Glória do SENHOR
– Isto ocorre no sétimo mês, o mês em que temos três Festas Fixas do SENHOR: Trombetas, Expiação e Tabernáculos.
– Os sacrifícios de tão numerosos não se podiam contar.
– Os varais sobressaíam, a ponto de serem vistos do Santo lugar. Isto demonstra a extensão da realidade espiritual da santidade do governo e trono de DEUS na consciência de seus servos.
– Somente havia as duas Tábuas da Aliança. Isto indica a Lei de DEUS impressa nos corações humanos para aqueles que já adentraram a Terra da Promessa.
– Até 120 sacerdotes tocavam trombetas. O significado da Vida no Espírito como testemunho visível auto-proclamado.
– Em uníssono. A realidade de serem um, nesta manifestação fez com que a glória do SENHOR enchesse a Casa de DEUS, tornando-se visível.
5.4 – II Cr 29:20-36 – O culto ao SENHOR é restabelecido havendo, pela primeira vez, a junção dos sacrifícios de holocaustos com os cânticos ao SENHOR
– Ao se iniciarem os holocaustos, começaram também os cânticos ao SENHOR e isto durou até findarem-se os holocaustos.
– Ali houve alegria, reverência e adoração.
Ezequias traduziu em palavras a realidade do que sucedeu. “Agora, vos consagrastes a vós mesmos ao SENHOR…”
– Sacrifícios e ações de graças. Holocaustos e Cânticos ao SENHOR.
– Houve neste episódio:
– Abundância de holocausto
– Gordura das ofertas pacíficas
– Libações para os holocaustos
5.5 – Ed 5:10 – O lançamento dos Alicerces do Templo
– No movimento de retorno do remanescente fiel, eles.
– Colocam o altar sobre a base – Centralidade da pessoa e obra de Cristo.
– Lançam os alicerces do templo – O fundamento é Cristo.
– Ornam a casa de DEUS – CRISTO formado e adornado em nosso interior.
5.6 – Ne 12:27 – A Dedicação dos Muros de Jerusalém
– Manifestação de completa separação do mundo, união em torno do SENHOR e estabelecimento de SEU testemunho visível na Terra.
-> Logo, há no modelo de serviço de Paulo, conforme At 20:19, três elementos essenciais
1 – Humildade – Porque é a beleza e o adorno da santidade
2 – Lágrimas – Porque mostra que o coração está envolvido
3 – Provações – Porque demonstra a genuinidade deste amor; o sofrimento.
Vs 11-12 / 6º Ensino
-> A ênfase se subdivide em dois elementos interdependentes.
– Paulo os exortava, consolava e admoestava como a filhos
– Como um pai ele trabalhava com vistas a torná-los dignos, compatíveis, idôneos ao reino de glória para o qual foram chamados.
-> E isto exige muito, muito trabalho.
-> Para que se desenvolva nos filhos um caráter sólido, responsável, provedor, há a necessidade de muito empenho, trabalho, dedicação.
-> E Paulo assim fazia por causa deles e por causa da PAROUSIA do SENHOR.
-> Logo, para Paulo, a PAROUSIA do SENHOR implicava em que ele deveria exortar, consolar e admoestar a seus “filhos na fé”.
-> Ou seja, ele trabalhava para formar seus filhos, educar seus filhos, cuidar de seus filhos, preparando-os para a manifestação do reino quando da PAROUSIA do SENHOR.
-> No ministério ao SENHOR, ainda mais sob a perspectiva da PAROUSIA do SENHOR, não deve ser exercido com a visão limitada de que o nos compete fazer é promover somente o bem-estar dos santos.
-> Logo, todos os instrumentos devem ser checados com a Palavra, para não nos utilizarmos de filosofias, e até mesmo psicologia humana, para buscar trazer como foco central o bem-estar dos santos.
-> Nós fomos chamados para algo muito maior do que prover um mero conforto de alma temporal.
-> Ao contrário, o dever no ministério é, neste sentido, preparar os santos para se fazerem compatíveis, idôneos em seu caráter com o reino de glória que se manifesta de forma visível na PAROUSIA do SENHOR.
Vejamos agora, ao final do capítulo 02, uma menção importantíssima que aparece em conexão com todos estes ensinos ministrados ao longo de todo este capítulo.
Vs 20 -> “Sim, vós sois realmente a nossa glória e a nossa alegria.”
-> Isto significa que eles são a exultação de Paulo Naquele dia.
-> Por eles Paulo labutou, incessante e fielmente trabalhou para que eles fossem apresentados fiéis, idôneos, compatíveis em seu caráter com o reino de glória para o qual foram chamados.
-> Eles são a coroa de Paulo. A esperança e alegria de Paulo estava vinculada ao estado de fidelidade e idoneidade pelo qual seriam apresentados ao SENHOR Naquele Dia.
-> Devemos atentar para este ponto, considerando em oração diante do SENHOR, cada um dos ensinos apresentados por Paulo em I Ts 02 no que se reteve ao modelo de vida e serviço cristão tendo em vista o significado e as implicações da PAROUSIA do SENHOR.
Vamos agora, analisar a beleza desta palavra “coroa” = Sthefanos (Grego).