Jaspe

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O Jaspe – O Apóstolo Pedro

“E os fundamentos do muro da cidade estavam adornados de toda a pedra preciosa. O primeiro fundamento era jaspe; o segundo, safira; o terceiro, calcedônia; o quarto, esmeralda; O quinto, sardônica; o sexto, sárdio; o sétimo, crisólito; o oitavo, berilo; o nono, topázio; o décimo, crisópraso; o undécimo, jacinto; o duodécimo, ametista”. Ap: 21:19,20.

A pedra mais preciosa

Apocalipse 21:19, diz ali:

“E os fundamentos do muro da cidade estavam adornados de toda a pedra preciosa. O primeiro fundamento era jaspe”;

Lemos conforme o aparato crítico; aqui o tradutor adicionou a palavra “e”; diz além disso: “estavam adornados”; “O primeiro alicerce era”; enfim, são traduções válidas, parafrásicas; as palavras exatas no grego são como as traduzi: “os alicerces do muro da cidade toda pedra preciosa. O primeiro alicerce jaspe”.

Vamos nos deter nisso: “O primeiro alicerce jaspe”. Irmãos, quando recordamos o ensino do Senhor Jesus, recordamos que os apóstolos lhe perguntaram: Senhor, por que nos fala por parábolas? E Ele disse: para que vendo não vejam; mas aos seus falava em particular e lhes revelava todas as coisas. O Senhor usava parábolas.

O Apocalipse usa sinais, parábolas; o Senhor toma coisas naturais, e através das coisas naturais Ele fala coisas espirituais; coisas do reino da natureza, podem ser do reino animal, do reino vegetal ou do reino mineral, que foram os três reino criados por Deus; entretanto, como o Criador foi o que criou esses três reinos, então Ele esconde revelação detrás das leis naturais;

  1. Temos a parábola do semeador, do trigo e o joio, do reino vegetal;
  2. A parábola do pescador, do reino animal;
  3. Da pérola de grande valor; e também o Senhor fala de pedras preciosas; as pedras preciosas pertencem ao reino mineral;

mas assim como Deus fala coisas espirituais usando parábolas do reino animal, usando parábolas do reino vegetal e usando parábolas do reino mineral, assim estas pedras preciosas, não somente são pedras preciosas.

Deus criou no universo pedras preciosas para nos ensinar com elas. A primeira pedra preciosa é o próprio Senhor; Ele é o mais precioso, Ele é o que está no centro de toda a criação; toda a criação está ao redor do Senhor; o Senhor é o centro legítimo de todas as coisas.

Deus tem aspecto semelhante a pedra de jaspe. Digamos que a criação é como o engaste de ouro e o Senhor é a pedra preciosa engastada em toda Sua criação; assim, na Bíblia o aspecto de Deus é descrito como de pedras preciosas; lemos ali em Apocalipse capítulo 4 onde aparece também o jaspe; aparece Deus no trono descrito aqui no capítulo 4: 2:

“Imediatamente (quando Deus chamou João a essa altura espiritual) eu me achei em espírito, e eis (foi a primeira coisa que João viu no céu), que um trono estava posto no céu, e um assentado sobre o trono”.

Aqui não descreve o trono, não diz que era o trono; isso diz depois, mas primeiro diz sobre quem estava sentado sobre o trono.

“E quem estava sentado assemelhava-se pelo aspecto, (essa palavra “aspecto” é muito importante para entender o sentido de jaspe) à pedra jaspe e cornalina (não que era “pedra de jaspe”, mas “semelhante a) e o arco celeste estava ao redor do trono, e parecia semelhante à esmeralda”.

Aqui aparecem já mencionadas três pedras preciosas: o jaspe, o sárdio, que é o que aqui se traduziu “cornalina”; no grego é “sárdio”, mas o sárdio, que é uma pedra vermelha, lhe chamam também cornalina, ou cornerina, ou carnéola, ou carnelita, inclusive rubi.

Hoje em dia, a pedra vermelha mais preciosa, a que tem o segundo grau em pureza depois do diamante, é o rubi, e aqui aparece o jaspe e o sárdio ou a cornalina, mas provavelmente poderiam ter sido o diamante e o rubi traduzidos nos termos modernos; vamos ver um pouquinho mais adiante a respeito dessa conjectura de alguns.

“E o aspecto do que estava sentado era semelhante a pedra de jaspe”.

Aqui a primeira pedra preciosa, como todas as pedras preciosas, nos fala do mais precioso; sempre as pedras preciosas se colocam nos lugares visíveis; são colocadas nas coroas, nos anéis, nos colares; ou seja, quase sempre estão rodeadas de ouro ou prata ressaltando a beleza das pedras preciosas; e aqui, o primeiro de quem nos falam as pedras preciosas é de Deus.

Segundo, as pedras preciosas, assim como nos falam de Deus o Pai, falam-nos também do Filho; as pedras preciosas nos falam do Filho. Vamos ver isso em Isaías capítulo 28. Vamos ver ali uma expressão magnífica. Isaías 28:16:

“Portanto assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu assentei em Sião uma pedra, uma pedra já provada, (olhem por onde começa: uma pedra, mas primeiro provada, então) pedra preciosa, (então) de esquina, que está bem firme e fundada; aquele que crer não se apresse”.

Então quem é esta pedra preciosa? É Cristo, é o Senhor Jesus, é o Filho de Deus. A pedra angular Em Apocalipse 4 aparece Deus mesmo representado em pedras preciosas; aí era semelhante ao jaspe e ao sárdio, e aqui diz: “Hei aqui que eu pus em Sião”; agora o Pai coloca em Sião, ou seja, no monte Sião, no trono com o Pai, o Filho, o Cordeiro no trono do Pai.

“Eis que eu assentei em Sião uma pedra, uma pedra já provada, pedra preciosa de esquina…”;

por isto se diz que o fundamento da casa de Deus, é Cristo. Paulo diz:

“Ninguém pode pôr outro fundamento que o que está posto, o qual é Jesus Cristo”; e diz: “pedra já provada, pedra preciosa de esquina..”;

a que está no ângulo de cima da pirâmide; é a cabeça da pirâmide. As pirâmides, se não tiverem a pedra angular, não têm cabeça; a pedra do ângulo de cima da pirâmide é a pedra angular; é a pedra em que se reúnem todos os lados da pirâmide e de onde se vê toda a pirâmide completa.

Desde nenhum lugar se vê toda a pirâmide, a não ser de cima, do lugar da pedra angular; “pedra provada, angular, preciosa”; aqui agora o Filho aparece também como uma pedra preciosa. As pedras preciosas nos falam do Pai, falam-nos do Filho, do Pai no Filho, da glória do Pai revelada no Filho; o Filho é o resplendor da glória do Pai; assim diz Hebreus: “o resplendor da glória do Pai”.

Isso o que quer dizer? Que o Pai é refletido perfeitamente no Filho; isso é o que faz uma pedra preciosa, refletir a luz. Quanto mais refratária seja uma pedra, quer dizer, quanto melhor possa refletir a luz que recebe, é mais preciosa; se a pode refletir é preciosa.

Por isso se chama “brilhante”; os brilhantes são pedras preciosas porque refletem a luz; então a luz chega e a pedra a recebe; mas a pedra foi tratada de tal maneira e foi provada para poder ser posta em seu lugar, para poder refletir.

Do Filho se diz que Ele é o resplendor da glória do Pai; o Filho vê o Pai como o Pai é, e o revela como Ele é; isso é o que nos querem falar as pedras preciosas.

Começamos pelo Filho, mas o Filho disse assim: “Pai, a glória que me deste, eu lhes dei” (João 17:22); e logo vemos a Nova Jerusalém tendo a glória de Deus. Voltemos para Apocalipse 4 e depois para o 21. O 4 diz no verso 3:

“E quem estava sentado assemelhava-se pelo aspecto (o próprio Deus) a uma pedra de jaspe e de cornalina (sárdio); e havia ao redor do trono um arco íris, semelhante em aspecto à esmeralda”.

A primeira semelhança, o primeiro aspecto de Deus, está representado pelo jaspe, mas jaspe como cornalina; logo em Apocalipse 21 aparece o jaspe na Nova Jerusalém; também no muro; no resplendor, no muro e no primeiro fundamento do muro. Então vamos ver o capítulo 21 do verso 10:

“Levou-me em espírito a um grande e alto monte e mostrou-me a Cidade Santa, Jerusalém, (esse “grande” aqui é agregado) que descia do céu, de junto de Deus”;

agora, a cidade Santa de Jerusalém é a esposa. O que havia dito o anjo? Mostrar-te-ei a esposa; a esposa é a Jerusalém Santa, a esposa do Cordeiro, a Igreja, a Igreja vencedora, a Igreja triunfante, a esposa; essa é a cidade de Deus. Diz no verso 9:

“Vem, mostrar-te-ei a esposa, a mulher do Cordeiro. E levou-me em espírito a um grande e alto monte, e mostrou-me a grande cidade, a santa (“Santa”, separada, como se estava lendo, como se profetizou) Jerusalém, que de Deus descia do céu. E tinha a glória de Deus”.

Agora é a cidade a que tem a glória. Deus tem glória, mas diz: “a nenhum outro darei minha glória”; como quem diz: só a meu Filho darei minha glória; só honrem ao Filho para que honrem ao Pai; quem não honra ao Filho não honra ao Pai; o Pai deu ao Filho ter vida em si mesmo. Se alguém quer conhecer pai, o reflexo do Pai, o resplendor da glória do Pai, é o Filho; mas agora disse o Filho: “Pai, a glória que me deste, eu lhes tenho dado”; a glória que o Filho tem é a glória de Deus.

O homem, desenhado para refletir a glória de Deus Quando Deus fez o homem, o que Deus queria era que o homem expressasse Sua glória. “Façamos o homem a nossa imagem”, diz o Pai ao Filho; “a nossa semelhança”. A imagem e a semelhança do Pai é o Filho; e agora Deus quer fazer uma criatura, um homem corporativo, que chegou a ser a Igreja, porque outros homens se tornaram velhos homens; mas os redimidos tornaram a ser o novo homem; o novo homem que é a Igreja.

Com o novo homem, com a Igreja, é que se obtém o propósito de Deus com o homem. “Façamos o homem à nossa imagem”; significa que o homem foi desenhado para refletir. Por isso diz em 2ª Coríntios 3:18:

“Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como em espelho (esta tradução diz: como em, mas é como um espelho) a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor”.

Significa que Deus nos coloca em Sua luz como sendo nós um espelho para refletir a luz que vemos; ou seja, o homem está desenhado para refletir aquilo no qual se concentra. Você vai se parecendo com aquilo ao qual se dedica; se você se dedicar ao Senhor se vai parecendo com o Senhor; você olha como um espelho; você foi feito um espelho; essas são as pedras preciosas; as pedras preciosas não têm luz própria; foram desenhadas por Deus através de uns processos tremendos, muito significativos que temos que ver, para que ela reflita a luz e a reflita de uma maneira preciosa, às vezes, inclusive em forma de arco íris.

A luz branca do Senhor se funde nas sete cores; as pedras preciosas refletem a plenitude das cores da luz mais preciosa. Então essas pedras preciosas somos nós depois de sermos tratados. Primeiro, o Pai; Seu aspecto é como pedra preciosa; o Filho é também uma pedra preciosa; e agora diz: “a glória que me deste eu lhes tenho dado”; a Igreja tem que ser também como uma pedra preciosa no final.

Claro que o processo de uma pedra preciosa o temos que ver; não é tão fácil; mas ao final do processo é uma pedra preciosa. Então diz aqui no verso 11:

“E tinha a glória de Deus; e a sua luz era semelhante a uma pedra preciosíssima, como a pedra de jaspe, como o cristal resplandecente”.

Significa que o fulgor da Nova Jerusalém inteira é semelhante a uma pedra muito preciosa. Hoje em dia, o que se chama jaspe é uma pedra opaca; mas que pode chegar a ser muito preciosa. O diamante não começa sendo muito precioso; o diamante só consta de um elemento; um elemento muito comum na natureza, que é um elemento comum aos seres vivos, o qual é o carvão.

Pelo carbono se sabe da vida que tiveram os seres vivos anos atrás. O comum chega a ser precioso pela pressão. O carvão é submetido a uma pressão tão tremenda que o faz precioso. Irmão, por favor, não se incomode pela pressão, porque somente a pressão faz às pedras preciosas. Você pode ser um carvão comum.

Dou-lhes um dado: um centímetro cúbico de carvão necessita 53 toneladas de pressão a 2.760 graus de temperatura para converter-se em diamante; um só cúbito, um centímetro cúbico de carvão, pode se tornar diamante. O material mais duro que existe, que se conhece, é o diamante; mas só se pode tornar diamante sob pressão.

O comum, o mais comum, pode se tornar precioso pela pressão dirigida por Deus. Irmão, todas as pedras preciosas que vamos vendo se fazem de material muito comum, como de simples areia, mas chega a ser precioso, não pelo material mesmo, mas pela pressão a que é submetido; é a pressão que faz de uma pedra comum, uma preciosa; só a pressão.

Irmão, não fuja da pressão porque se torna comum; aceite a pressão de Deus, seja feito precioso. Então, irmãos, aqui vemos que toda a Nova Jerusalém aparece como uma pedra muito preciosa.

“E seu fulgor era semelhante ao de uma pedra muito preciosa”.

Alguns dizem: como é que na Nova Jerusalém o ouro vai ser cristalino, se o ouro não é cristalino? Alguém tem uma placa de ouro e a gente não pode ver o outro lado; claro, o carvão tampouco é cristalino, mas se submete à pressão e se torna cristalino, transforma-se diamante; do mesmo modo, Deus, através de seu trabalho de pressão, é quem vai nos fazer cristalinos; inclusive o jaspe; e aqui aparece a Nova Jerusalém como uma pedra muito preciosa.

A Nova Jerusalém é como se fosse a joia do universo; toda a terra tem os reis ao redor; diz-se que trarão sua glória à cidade; mas a cidade é como uma pedra preciosa; toda a cidade é uma pedra preciosa; mas com qual pedra preciosa aparece aqui representada a cidade? Com jaspe. Qual é a primeira pedra que se menciona de Deus? O jaspe.

Quando é a primeira vez que na Bíblia se menciona ao jaspe? Menciona-se no peitoral, no Urim e Tumim do Sumo Sacerdote. Vamos a Êxodo capítulo 28, que se relaciona com Êxodo capítulo 39; vamos olhar  Êxodo 28 e tenham também o 39 ao lado. Êxodo 28:15:

“Farás também o peitoral do juízo de obra esmerada”;

o peitoral era o que o Sumo Sacerdote levava sobre seu peito, e aí estavam doze pedras preciosas; sobre essas pedras preciosas os nomes dos doze filhos de Israel; significa que o povo de Deus é carregado sobre o coração do Senhor; o Senhor tem Seu povo como algo muito precioso; então o povo está representado nessas pedras; cada tribo é uma pedra; todas as pedras juntas estão no peitoral; o peitoral está sobre o coração do Senhor; o que o Senhor tem em seu coração como algo precioso, é Seu povo. Então diz:

“conforme à obra do éfode o farás, (o éfode são as ombreiras de onde se sustenta o peitoral e também a capa) de ouro, de azul, e de púrpura, e de carmesim, e de linho fino torcido o farás. Quadrado e duplo, será de um palmo o seu comprimento, e de um palmo a sua largura”;

ou seja, as duas mãos; Seu povo está nas mãos do Senhor; palmo a palmo,

“ninguém as arrebatará de minha mão, ninguém as arrebatará da mão de meu Pai, meu Pai que me deu é maior que tudo”.

As pedras preciosas estão em dois palmos, ou seja, nas mãos de Deus;

“E o encherás de pedras de engaste”;

olhem o que Deus diz; Seu povo vai ser esse peitoral; olhem o que Deus quer fazer: “encherá”, ou seja, Deus encherá Seu coração, “encherás de pedras de engaste”; o que Deus quer fazer é pedra de engaste. Deus quer que o homem seja precioso como Ele. Quando Deus colocou o homem no jardim do Éden, havia um rio que saía do jardim do Éden.

Isso está em Gênesis; e se repartia em quatro braços; e quando você segue um desses braços, diz-se que esse rio leva onde há ouro; e o ouro daquela terra é bom; onde há ônix e aonde há bdélio; significa que o rio do Éden te leva onde há os materiais preciosos para a Nova Jerusalém.

Em Gênesis você tem o rio, tem a árvore da vida, tem os materiais, mas não tem a construção; a construção é desde Gênesis passando por Êxodo, por Levítico, por Números, por Deuteronômio, por Josué, por Juízes, por Samuel, por Reis; enfim, até chegar ao Apocalipse. No Apocalipse você tem outra vez o rio, tem outra vez a árvore, tem outra vez as pedras preciosas mas edificadas.

De Gênesis vemos como o rio de Deus nos leva onde estão os materiais preciosos. O que fazem as pessoas quando veem materiais preciosos? Querem vê-los em si mesmos, os põem aqui no pescoço, no nariz, nos braços, nas orelhas; ou seja, queremos que essa preciosidade não esteja fora de nós, mas esteja em nós.

Isto é o Deus que quer fazer; Ele próprio é precioso e Seu Filho é precioso. Façamos ao homem a nossa imagem, conforme a nossa semelhança; Vamos pôr ele no jardim, e o rio de vida o vai levar onde há os materiais preciosos para que ele queira vestir-se do precioso; é o que Deus quer que o homem seja, que chegue a ser precioso como Ele é precioso.

O coração de Deus cheio de pedras preciosas Por isso Deus diz em Êxodo 28:17:

“E o encherás de pedras de engaste, com quatro ordens de pedras;”.

Que curioso! Tivessem sido duas fileiras, mas aqui Deus chamou quatro fileiras, porque a Nova Jerusalém tem quatro lados, três portas em cada lado: três portas ao oriente, três portas ao sul, três portas ao ocidente e três portas ao norte; três, três, três e três; 4 vezes 3.

Em Números, quando o Senhor distribuiu as tribos, colocou à casa de Deus no meio; três tribos ao oriente com a bandeira de Judá; três tribos ao sul com a bandeira de Ruben; três tribos ao ocidente com a bandeira de Efraim, e três tribos ao norte com a bandeira de Dã; três tribos ao norte, três ao sul, três ao oriente e três ao ocidente, como a Nova Jerusalém tem doze portas com os nomes das doze tribos, e também aparecem quatro grupos de três pedras, porque são três filhos de Israel ao oriente, suas tribos, suas portas, e cada um a outros lados; por isso diz:

“E o encherás de pedras de engaste, com quatro ordens de pedras;”;

quatro ordens; “uma fileira…”, e olhem a primeira que menciona aqui; vou ler segundo a tradução de Reina-valera, mas tenho aqui o original hebraico, porque foi necessário buscá-lo no hebraico, porque esta é uma questão que foi bastante controvertida pelo significado das pedras antigas.

  1. Primeira fileira: primeira pedra, odem; segunda pedra, pitheda; terceira pedra, berequet;
  2. Segunda fileira: quarta pedra, nefek; quinta pedra, sapir; sexta pedra, yajalom;
  3. Terceira fila: sétima pedra, leshem; oitava pedra, shebu; nona pedra, ejelama;
  4. Quarta fila: décima pedra, tarshish; décima primeira pedra, shoham; décima segunda pedra, yashfe.

Esse é o nome dessas pedras no hebraico tal como estão na Bíblia; mas o problema para identificá-las é que as traduções variam de uma a outra; consultando 25 versões da Bíblia, uma por uma, olhando como traduziam essas pedras; algumas pedras são todas traduzidas igual, mas onde há problema é nesta última, o jaspe, justo a que nos toca hoje.

Vamos dar os nomes de algumas; temos aqui algumas traduções que vamos ler.

A primeira pedra, a de Ruben, Odem em hebraico, é traduzida:

  1. Pela Septuaginta, sardion;
  2. Pela Vulgata, sárdio;
  3. Pela Reina-valera, sárdica;
  4. Pela Nova Versão Internacional, rubi;
  5. Pela Bíblia do Peregrino, carmelita;
  6. Por Madrepérola-Colunga, as
  7. Pela Watchtower, rubi.

Agora podemos ler aqui, por exemplo:

  1. Em turco dizem kirmisi;
  2. Em russo, ribiah;
  3. Em tcheco, sardius;
  4. Em húngaro, sardius;
  5. Em sueco, carneol;
  6. Em alemão de Lutero, sander;
  7. Na King James inglês, sardius;
  8. Em hindu, sardi;
  9. Em africano, Sardiona;
  10. Em francês, sardoine;
  11. Em italiano, sardonio;
  12. Em romeno, sardonis;
  13. Na Bíblia em português, a de Jerusalém, sardônica;
  14. Em guarani, saiya.

Todas estas são traduções da primeira pedra; aí não houve maior problema; o problema está com a palavra jaspe; aqui na tradução Reina-valera que estamos vendo, no capítulo 28:17 aparece assim:

“a ordem de um sárdio, de um topázio, e de um carbúnculo; esta será a primeira ordem; E a segunda ordem será de uma esmeralda, de uma safira, e (aqui traduziram) um diamante; (esta palavra teremos que examinar). E a terceira ordem será de um jacinto, de uma ágata, e de uma ametista; E a quarta ordem será de um berilo, e de um ônix, e de um jaspe”.

Aqui nestas pedras o jaspe aparece como o último, a última pedra; ou seja, a última pedra é a que fala do final, a que fala da consumação; o último livro da Bíblia, onde se apresenta a consumação, é Apocalipse; e aí aparece Deus mesmo em aspecto semelhante ao jaspe; ou seja, Deus é o que dá a última palavra; Ele é o primeiro e o último; mas como também é um Deus Salvador, aparece uma pedra vermelha que se traduz sardio, cornalina, carneol, rubi, que é vermelha; a vermelha fala da salvação, da redenção, do sangue derramado; o Senhor é o que cumpre seus planos através da redenção; então Ele aparece em aspecto como de jaspe e de sardio ou cornalina, ou rubi; a pedra vermelha; mostrando essas duas naturezas: a natureza de Deus como o último, como o Ômega, como o que termina toda a consumação de Deus; aparece Deus em Apocalipse semelhante em aspecto ao jaspe.

A Nova Jerusalém como uma pedra de jaspe; a última pedra, a de Benjamim, é jaspe, e resulta que a primeira pedra do fundamento é jaspe, e o muro jaspe. O muro da cidade era de jaspe. Voltemos para Apocalipse 21 para que vejamos ali o jaspe. No verso 12 nos fala de um muro:

“E tinha um grande e alto muro com doze portas, e nas portas doze anjos, e nomes escritos sobre elas, que são os nomes das doze tribos dos filhos de Israel. Do lado do levante tinha três portas, do lado do norte, três portas, do lado do sul, três portas, do lado do poente, três portas. E o muro da cidade tinha doze fundamentos, e neles os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro”.

Logo saltamos aqui estes detalhes que aparecem no 15 e no 16, e chegamos outra vez ao muro no 17 e diz:

“E mediu o seu muro, de cento e quarenta e quatro côvados, conforme a medida de homem, que é a de um anjo. E a construção do seu muro era de jaspe,”.

Aqui aparece o jaspe no aspecto do próprio Deus, no fulgor da Nova Jerusalém, como o material do muro, e como o primeiro alicerce que lemos no princípio: os alicerces do muro com todas as pedras preciosas; o primeiro alicerce: jaspe.

Sobre esta palavra jaspe há discussão pelo seguinte, irmãos: Há um livro de mineralogia que nos mostra o que é o jaspe de hoje, o que hoje se chama jaspe, não é uma pedra tão cristalina, é uma pedra um pouco opaca; é uma espécie de variedade de calcedônia com cores; entre estas pedras preciosas que vocês veem aqui, esta que aparece neste lado é a que hoje em dia é chamada de jaspe.

No livro de História Natural de Plínio o Velho, que foi contemporâneo do apóstolo João, e que no livro 37 de sua História Natural falou das pedras preciosas; aqui, quando ele descreve o que trata no livro 37 da História Natural, ele faz diferenças e diz assim: “o diamante ou anancita (Plínio, que é da época de João chama de anancitas, o diamante dessa época), o diamante ou anancita, seis classes e dois remédios do diamante”.

Logo começa a descrever outras pedras; salto-me algumas; por exemplo, “o ônix e suas classes, os carbúnculos, suas doze classes, seus defeitos e provas; a antraxiti, o sandastro, o sandaresto, a pedra lígnide, a calcedônia, a sarda, o topázio, a turquesa, o prásio, o jaspe egípcio”; e o põe em uma lista distinta de diamante; mas ao diamante ele dá outro nome, anancita.

Logo diz: “o jaspe do Egito (que é uma variedade de jaspe) a pedra moloquítide, o jaspe (já não se chama egípcio) e suas dezessete classes”; ele fala de dezessete classes de jaspe.

Aqui neste livro de mineralogia que nos fala do jaspe, o jaspe se encontra entre os chamados tectosilicatos. A maioria das pedras preciosas estão conformadas de sílice; o que se chamam silicatos, com oxigênio; que são dois elementos; os mais comuns do planeta; quer dizer, dos elementos que mais há por toda a terra; na crosta terrestre uma grande percentagem dela é de sílice; ou seja, o silício misturado com o oxigênio que forma o silicato; e esses silicatos submetidos a diferentes pressões, alguns com alumínio, outros com outros elementos, formam diferentes pedras preciosas; essas pedras preciosas se agrupam por grupos.

Entre as pedras preciosas aparece o grupo das que se chamam as pedras de quartzo; e entre as pedras de quartzo aparecem várias pedras; por exemplo, aparece o que se chama a calcedônia, a ágata, o ônix, carneola, o jaspe, o heliotrópio, a pederneira, o sílex, a opala; todas estas são pedras da variedade quartzo; inclusive o jacinto da Compostela e a ametista; todas essas pedras são variedades de quartzo precioso; entre essas aparece o jaspe.

O jaspe que hoje se conhece, embora haja dezessete classes, é um jaspe que não é tão translúcido; mas da Nova Jerusalém se diz que era uma pedra muito preciosa, transparente como o cristal; quer dizer que o opaco se fez transparente; começou sendo opaca e chega a ser translúcida.

Há algo curioso que tem uma variedade de jaspe; dessa variedade se diz aqui: “o jaspe é calcedônia opaca, intensamente colorida. Quando tem cor verde com manchas de vermelho intenso…”. Esse jaspe é verde; mas quando tem umas manchas vermelhas, como quem diz, quando a pessoa é redimida, esse jaspe se converte em heliotrópio. O que quer dizer a palavra heliotrópio?

Que se dirige para o sol, que sempre está voltado para o sol. Então o que quer dizer um jaspe heliotrópio? Quer dizer que sempre se volta para o sol. O sol figura a Cristo; Ele é chamado o sol da justiça. O apóstolo Pedro e a pedra de jaspe. Agora, Pedro, na lista dos doze apóstolos, das quatro listas que tem dos doze apóstolos, uma em Mateus, outra em Marcos, outra em Lucas, outra em Atos, em todas as quatro listas, o primeiro é sempre Pedro; então o primeiro alicerce ao qual corresponde a pedra de jaspe é Pedro; e olhemos justamente o que aconteceu com Pedro. Sabem como se chamava antes Pedro? Olhemos no evangelho de João 1:40 e seguintes; olhemos ali uma expressão do Senhor Jesus.

“Era André, irmão de Simão Pedro, um dos dois que ouviram aquilo de João, e o haviam seguido. Este achou primeiro a seu irmão Simão”; notem que aqui primeiro chamou Simão, Pedro, porque já sabia toda a história posterior; já fala Simão Pedro; agora, Este achou primeiro a seu irmão Simão, e disse-lhe: Achamos o Messias (que, traduzido, é o Cristo). E levou-o a Jesus “.

Notem, André trouxe seu irmão Pedro ao Senhor Jesus.

“E, olhando Jesus para ele, disse: Tu és Simão, (o que era nesse momento ele) filho de Jonas”.

Simão é convertido em uma pedra. Jonas tinha sido um grande profeta em Israel, de tal maneira que as pessoas colocavam o nome de Jonas nos seus filhos, assim como os que hoje se chamam João; hoje em dia o nome João é um nome comum; há alguns sobrenomes que são muito comuns como Rodríguez, como González, como Gómez; você procura no diretório telefônico e há várias páginas do Rodríguez, várias páginas do Gómez; assim era o nome Jonas e Simão, porque também vinha da tribo de Simeão; era um nome comum; ou seja, Pedro era um ser humano comum: “Você é Simão, filho de Jonas; você será (eu sei o que vou fazer contigo) chamado Cefas (que quer dizer, Pedro)”; pedra; ele era uma pessoa comum como Adão.

Adão vem de adama. Quando Deus disse: reúnam-se as águas debaixo da expansão em uma porção seca, chamou Deus ao seco: terra, erets, e ao chão, adama, e daí vem Adão. Adão vem de adama, da poeira; assim nós no princípio, quando somos do mundo, somos como barro. “Você é Simão, filho do Jonas”, você é uma pessoa comum, um adamita a mais, mas “será chamado Cefas ou Pedro”, uma pedra.

O Senhor converte o Simão no Cefas, assim como converteu o Jacó, que era um trapaceiro suplantador, em Israel, um príncipe com Deus; essa transformação fez o Senhor, de Jacó a Israel; assim a fez de Simão a Cefas ou em Pedro; de um montão de barro, em uma pedra viva da casa de Deus.

Logo o que escreve Pedro? “Vós também, como pedras vivas…” (1 P. 2:5); ou seja, ele é uma pedra, e nós também somos pedras; mas ainda na era da Igreja. Sim, somos pedras vivas, porque temos a vida do Senhor, nascemos de novo, somos filhos, somos filhas, temos a salvação, somos pedras vivas; mas em Apocalipse é mais que pedras vivas; são pedras preciosas.

Uma coisa é ser um filho, e outra coisa é ser um filho transformado e configurado à imagem do Filho de Deus para refletir a glória de Deus. As pedras preciosas aparecem ao final; ao princípio aparece o barro, depois as pedras, e ao final, essas pedras são preciosas.

Assim diz Paulo: se alguém edificar com ouro, com prata e com pedras preciosas; as pedras preciosas representam o trabalho do Espírito Santo em nossa vida, começando por ser pessoas comuns; mas somos trazidos ao Senhor, e o Senhor nos diz: você é agora Simão filho de Jonas, mas depois que Eu trabalhar contigo será chamado Cefas, ou seja, uma pedra.

De barro a pedra, e de pedra a jaspe

Agora, este Pedro está representado pelo jaspe, depois que o Senhor o tratou. O Senhor tratou tremendamente com o Pedro. Pedro era muito natural, ele confiava em suas próprias emoções; suas próprias emoções eram como um elevador que subia e que baixava; como dizem em termos psiquiátricos: ciclotímico; pois às vezes estava dizendo: Senhor, minha vida porei por ti; embora outros lhe neguem, eu nunca te negarei; assim Pedro confiava no que ele sentia; e disse o Senhor: Pedro, de certo te digo que antes de que o galo cante duas vezes, você me negará três vezes; e ele instava que não, que sua vida daria por ele, mas logo negou o Senhor, e teve que sair e arrepender-se profundamente.

Aí era quando Pedro começava a conhecer quem era ele, que ele não era digno de confiança, que ele não podia confiar em seus sentimentos, nem nos bons sentimentos, porque quando ele usou os bons sentimentos para defender ao Senhor da cruz, Satanás o usou, de maneira que o Senhor disse: aparta-te Satanás, porque me és tropeço; chamou de Satanás a Pedro, porque Satanás usou as boas intenções, agradáveis, emocionais do Pedro.

Pedro confiou nele, então o Senhor lhe disse: és Simão, será Cefas; o Senhor teve que tratar o Pedro, e a Pedro teve que acontecer muitas coisas; lá em Jerusalém houve a perseguição da Igreja, e agarraram a Tiago e a Pedro; e mataram o Tiago, e Pedro pensaria que certamente ia morrer também; mas olhem como tinha já amadurecido; estava dormindo; não estava preocupado; dormindo; o despertou o anjo, e Pedro foi e disse: avisem ao Tiago; e foi a outro lugar, foi para a Antioquia; diz Paulo em Gálatas que Pedro veio à Antioquia, e ficou, diz a história antiga, em Antioquia, sete anos; e para o oriente da Antioquia fica Babilônia; depois foi pra Babilônia, e escreveu a primeira carta lá na Babilônia; e logo de Babilônia escreveu às Igrejas do Ponto, da Bitínia, da Capadócia, como aparece aqui; e logo ele foi vindo pouco a pouco por todo esse norte, e chegou a Roma; e logo seguiu até o ocidente, e chegou ao sul da Britânia; depois voltou outra vez a Roma, e lá em Roma o condenaram a morte, a morrer crucificado; e quando estava morrendo crucificado, disse que ele não era digno de morrer como o Senhor, que por favor, pusessem-no cabeça abaixo; viraram a cruz e ficou crucificado de cabeça pra baixo, não de cabeça acima; aí deu sua vida.

Olhem a transformação: Pedro, quando você foi jovem, aí esta Simão, te cingias e ia onde queria; aí está Simão; quando for velho, outros te cingirão; estenderás os braços e outro te cingirá e te levará onde não queres ir. Essa é a transformação do Simão no Cefas, e do Cefas em jaspe. Era uma pedra preciosa, passou por provas tremendas. O forno se torna precioso ao cristão

Irmãos, um dado do diamante: para converter em diamante um cubo de um centímetro cúbico de carbono, necessitam-se 53 toneladas de pressão, 2760 graus de fogo, de calor. Algumas pedras preciosas têm elementos comuns; se esses elementos comuns estiverem ao contato do meio ambiente, seguem igual de comuns e se deterioram. Os elementos têm que estar no forno para serem preciosos; se estiverem no ambiente normal se deterioram; só quando estão no forno se tornam preciosos; isso é muito significativo.

Quando nós vivemos nossa vida comum, estamos no meio ambiente, somos comuns, não somos preciosos, somos mundanos; só quando somos submetidos a pressão e a fogo é que nos tornamos preciosos. Lendo na mineralogia, vemos algumas frases e nos perguntamos: mas Senhor, esta não é a Bíblia, é um livro de mineralogia; mas olhem frases como esta; dizia assim:

“Para tirar a beleza de uma gema, necessita-se uma série de prolongados processos”.

O que lhe parece essa frase? Primeiro vinha dizendo os processos: o primeiro processo é a esfoliação. A pedra preciosa está unida a outras pedras, está juntada com granito, ou com quartzo comum, ou com outras pedras que não são preciosas.

  1. Primeiro processo: esfoliação, separar de onde está apegada. Ai ai ai! Nós estamos apegados a isto e àquilo; temos que ser separados.
  2. Segundo processo: serrá-la, submeter a pedra a uma serra; porque a esfoliação é para te separar dos outros materiais e te deixar sozinho com o Senhor, mas você ainda não é tocado; deve ser tocado seu ambiente, sua parentela; “deixa seu povo e sua parentela e vá à terra que eu te mostrarei”; “que ama a pai e mãe mais que a mim, não é digno de mim”. Essa é a esfoliação, a separação do mundo e do natural; depois de que está separado, deve tratar contigo pessoalmente; chama-se a serra; é o segundo processo, serrar a pedra;
  3. E serrá-la para logo o terceiro processo: esculpi-la; esculpi-la é para lhe dar várias faces porque só o esculpido é o que põe em ângulos as faces da pedra preciosa para que a luz entre e se reflita; enquanto não está esculpida, não reflete a luz; tem a capacidade de refleti-la quando a esculpirem, mas enquanto não a esculpirem, ainda não a reflete; tem que esfoliá-la, serrá-la, esculpi-la;
  4. E por último, quarto processo: poli-la. E sabem o que? Há umas pedras tão duras como o diamante, que é a mais dura; de um a dez se calcula a dureza. Um é o talco; o dois é o gesso; mas o número dez, o mais duro de todas as que existem, é o diamante; é a número dez; nada pode raiar o diamante; o diamante raia tudo. Para poder fazer furo lá na terra, escavar para tirar petróleo, na broca vai ponta de diamante, porque o diamante é o que rompe tudo. Dão-se conta, irmãos? Para esculpir a pedra se necessita o próprio pó de diamante com azeite; isso é o único que o esculpe; isso é interessante. Por que estou falando do diamante?

Porque parece a alguns que ao que lhe chamavam jaspe na antiguidade, é o diamante; agora vamos ver por que. Embora aqui Plínio diz umas coisas, há umas possibilidades por outro lado que vou dizer mais adiante; pela Septuaginta, a Vulgata e outras versões; então vamos por isto.

Somente o pó do diamante unido com azeite pode esculpir o diamante; somente o mesmo material junto, ou seja, Cristo mesmo formado em ti com o Espírito Santo, o azeite, é o único que pode esculpir. É uma coisa muito preciosa. Esfoliação, a serração, o esculpir e o polimento, uma série de processos para tirar a beleza de uma gema. Isso, quando já é preciosa; mas antes de que seja preciosa tem o processo do fogo, da pressão, do forno, da escuridão.

A metamorfose das pedras

Notemos uma coisa: a maioria das pedras que existem sobre a terra são pedras ígneas; são as que saem do fogo vulcânico; logo as pedras sedimentárias, que são as que se encontram nos rios, que arrastam os sedimentos; e as metamórficas, que são das mesmas outras pedras ígneas ou sedimentárias que acontecem um processo. Em resumo:

  1. Pedras Igneas – São as que saem do fogo vulcânico.
  2. Pedras Sedimentares – São as que se formam pela sedimentação.
  3. Pedras Metamórficas – Se originam das anteriores, mas passam por um PROCESSO.

Por isso se chama metamorfose, ou seja, transformação; e essa transformação das pedras é a que nos representa; essa transformação se dá debaixo da terra; no forno; dá-se sob pressão, em escuridão e em fogo, de tal maneira que quando você está sendo feito precioso, o vulcão já não te suporta, então te vomita.

Quando o vulcão te vomita, saem as pedras preciosas fora ou ficam em chaminés, preciosas; mas não pode haver pedras preciosas fora, a não ser as que são expulsas de dentro; quer dizer, quando você está sendo precioso, o mundo já não te suporta.

O Senhor Jesus disse: o mundo os ama porque vocês são do mundo; não me ama porque eu atesto que as coisas que o mundo faz são más; e assim vai acontecer conosco. Como fizeram comigo, disse o Senhor, vão fazer com vocês; como me aborreceram , vão ser aborrecidos com vocês; quanto mais precioso você esteja sendo feito, submetido a pressão e a fogo, está sendo feito precioso, aí é quando o mundo te vomita, tira-te, expulsa-te; aí vem o vulcão e expulsa essas pedras; nessas pedras vêm as pedras metamórficas onde estão as pedras preciosas, as distintas pedras preciosas.

Você olha a primeira; as demais se fazem parecidas; mas com umas pequenas diferenças de elementos; umas têm silício, outras têm alumínio, outras têm um gás, outras têm ar e de outras saíram, e distintos elementos formam as distintas cores e diferentes matizes de pedras; mas essas pedras só se formam na pressão, no fogo, e são vomitadas da terra para a expulsão por chaminés vulcânicas; saem e terá que separá-las do que não é precioso, as serrar, as esculpir e as polir; e quando são polidas refletem a luz que recebem.

Isso é o que o Senhor disse a Pedro. Destas mesmas pedras de sílice, há uns quartzos; quando chegam a mais ou menos 870 graus de temperatura, os átomos se vão comprimindo; o espaço que há entre os elétrons e os prótons vai se comprimindo, e passa de ser uma pedra de quartzo comum, a ser tridimita, que é outra pedra um pouco mais preciosa; logo, quando passa ao dobro, quase a 1470 graus, quando alcança isto, passa a ser cristobalita, uma pedra que é de mais valor.

Cristobal quer dizer Cristóforo, portador de Cristo; uma pedra de quartzo chega a ser cristobalita na terceira etapa de pressão. A primeira pressão é a 870 graus; a segunda pressão é a 1470 graus que produz a tridimita; logo, daí por diante, são as cristobalitas; estas já são tão duras que já não os afeta o meio ambiente; você as pode colocar no ácido, pode colocar onde seja, não a corrompem; olhem que interessante.

Quando foi submetida a pressão, a pedra aguenta qualquer ambiente; no ácido mesmo se coloca e continua preciosa; mas se não tiver suportado os níveis de pressão, se desfaz só com meio ambiente; e se a pressão não foi suficiente, desfaz-se com o ácido; mas, em troca, a mais preciosa, quando vai subindo de grau em grau em preciosidade, já nada a desfaz, já nada a corrói, já nada a destrói; quanto mais pressão suporta, menos dano lhe faz a corrosão.

Isso não nos fala muito? O Senhor submete a pressão para nos fazer preciosos; para que? Para que possamos suportar algo depois; começamos com pequenos probleminhas, depois problemas mais fortes, depois mais fortes, até que depois nos metem no ácido deste mundo, algo, o ódio, a rivalidade, os piores ácidos, que não nos fazem mal, porque estamos bem conformados, bem preciosos. Isso é válido para muitas das pedras preciosas.

Tradução das pedras

Vejamos agora o assunto do jaspe. Tenho aqui umas notas sobre o jaspe. Estas pedras, como aparecem aqui, foram traduzidas de diferentes maneiras; a pedra de Benjamim no hebraico é yashfe; por isso é que se traduziu jaspe; entretanto, a Septuaginta não a traduz jaspe; e a Septuaginta é uma tradução de 200 a 300 anos antes de Cristo.

É a tradução mais próxima em tempo ao texto hebraico do Antigo Testamento; não há uma versão mais antiga; pode ser que João conhecesse o nome das pedras na época de Plínio o velho; só que Plínio o velho estava em Roma, e João estava em Patmos, mas João conhecia a versão da Septuaginta, porque a Septuaginta foi uma versão promovida por Demetrio Falerom, que era o bibliotecário da famosa biblioteca de Alexandria, encarregado do rei Ptolomeu Filadelfo II, que foi o que formou a Biblioteca de Alexandria 200 a 300 anos antes de Cristo; eles quiseram ter os livros dos hebreus; então  a carta de Aristeias e Josefo, contam como Falerom fez o possível para pedir ao Sumo Sacerdote que lhes enviasse uns anciões, que foram 70, e por isso se chama a Septuaginta, que traduziram a Bíblia ao grego; e traduziram também os livros apócrifos, e outros pseudos epígrafos; e também há umas variantes na Septuaginta em relação ao texto hebraico massorético; mas de todas maneiras, a versão mais antiga, inclusive anterior a Cristo, e a que usaram os apóstolos, é a Septuaginta.

Quando os apóstolos falam em grego, a maioria das vezes que citam o Antigo Testamento, citam-no segundo a Septuaginta; a Septuaginta traduziu as pedras da seguinte maneira: a pedra jaspe, traduziu-a onixión; não foi traduzida como jaspe; e sim ônix; em troca sabem que pedra traduziu como jaspe? A pedra que se chama yahalom; há uma pedra que se chama yahalom; que foi traduzida na Septuaginta iaspis; na Vulgata Latina iaspis; mas logo foi traduzida em muitas versões como jade; por exemplo, a N.V.I, traduz jade; a do Peregrino a traduz diamante; reina-valera a traduz diamante; o turco bejaski, ou seja de jaspe; a russa almas; o tcheco jaspis; o húngaro gema; o sueco calcedoni; e Lutero a traduziu Diamond; a King James a traduziu Diamond; o hindu Diamond; o africano kulelema, que é o diamante; o francês diamant; o italiano diamante, o romeno diamont; o português de Jerusalém diamante, e o guarani yahai, que quer dizer a pedra que rompe, que destrói; e justo o diamante é o que se usa para destruir tudo.

A palavra em hebraico yahalom, somando os diferentes tradutores, a maioria traduz diamante; e a Septuaginta a traduz iaspis ou jaspe. Por isso se diz que pode ser que o que hoje se chama diamante, antigamente se chamou jaspe. A pedra mais dura e que reflete o arco íris é o diamante; por isso possivelmente há possibilidade de que este jaspe se refira ao diamante como o sárdio se refira ao rubi. O diamante, que é o primeiro, representando ao próprio Deus, tem a maior dureza; depois do Pai vem o Filho, o da redenção, a pedra vermelha, lhe chamam rubi, e que ocupa o segundo lugar em dureza mas é o sárdio; então pode ser que se refira ao diamante e ao rubi traduzido aos termos de hoje, ou possivelmente não, e sejam simplesmente jaspe e sárdio; por isso lhes contei dessas distintas traduções, para ver como essa palavra yahalom é chamada diamante; entretanto, aqui na Reina-valera aparece várias vezes a palavra diamante; mas quando fui ver, a estudar a palavra diamante na Reina-valera, para ver qual pedra era a que se referia no original, e comparando-a com o hebraico e as outras traduções, aí me encontrei com uma questão estranha; nenhuma das vezes que em Reina-valera aparece a palavra diamante é a palavra yahalom; por exemplo, diamante em Êxodo 28 e 39, a Septuaginta diz iaspis, ou seja jaspe; é a tradução de yahalom; essa palavra foi traduzida iaspis na Septuaginta; logo a palavra diamante que aparece em Jó 28:17 não é yahalom, é zebubith; e é traduzida na Septuaginta como yalos; já não se traduz iaspis, mas yalos.

Logo em Jeremias 17:1 se volta a mencionar o diamante, mas a palavra no hebraico é shamir, e alguns não a traduzem diamante, mas pederneira; alguns a traduzem vidro; então por isso as traduções são estranhas. Em Ezequiel 3:9 volta a lhe chamar shamir, mais duro que o mitsur; diamante mais duro que a pederneira, mas não usa a palavra yahalom, usa a palavra shamir; mas a palavra shamir não aparece nas doze pedras; então, alguns dizem que o diamante se conheceu apenas 800 anos antes de Cristo, da Índia; mas as pedras eram muitíssimo mais anteriores; certamente que havia diamantes antes de que os descobrissem os hindus; então, pode ser, digo apenas a nível provisório, que esse yahalom seja o que hoje se chama diamante, que foi traduzido pela Septuaginta iaspis; pela Vulgata iaspis, por algumas outras yaspis ou diamante; então realmente, o muro sendo de jaspe, se esse jaspe for o diamante, é o mais duro que há; o mais incorruptível, o que não permite que nada penetre.

Mas pode não ser o diamante, e sim simplesmente jaspe, o qual é mais preciso. Yahalom foi também, pois, traduzido jade, que se costuma confundir com crisopraso, o qual corresponde mais com a lista de Apocalipse 21.

Agora, o primeiro alicerce é também jaspe. O que quer dizer? Que Simão foi feito pedra semelhante a Cristo. Onde está o que dizíamos do heliotrópio? O que foi que disse Simão Pedro, quando o Senhor lhes disse: querem ir também vós? Aonde iremos?  Só tu tens palavras de vida eterna; ou seja, só podemos voltar para ti; esse jaspe, quando tem aquelas pintas vermelhas, ou seja, o heliotrópio, quando a pessoa é redimida, volta-se só para o Senhor; heliotrópio, só se dirige ao Senhor.

Pedro chegou a ser uma pessoa preciosa. Diz-se que até a sombra de Pedro sanava aos doentes; ou seja, que realmente o Senhor mesmo diz que o primeiro alicerce era jaspe; mas já para terminar, a palavra jaspe aparece relacionada com a palavra aspecto, ao que lhes chamei a atenção no princípio; “o aspecto de que estava sentado no trono era como jaspe e cornalina”.

Em termos modernos alguns poderiam dizer: diamante e rubi, embora eu duvido. Quando diz “o aspecto”, quer dizer a revelação. Quem foi o primeiro que teve revelação? Foi Pedro, por isso aparece jaspe como o primeiro alicerce. Como disse-lhe o Senhor? Quem dizem vós que é o Filho do Homem? e o que disse Pedro?

“Tu é o Cristo, o Filho do Deus vivente”;

e o que lhe respondeu Jesus?

“E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus. Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra (sobre o que te foi revelado acerca do Filho de Deus) edificarei minha igreja” (MT. 16:17,18).

Significa que a Igreja se edifica sobre a revelação de Jesus Cristo; e aparece no trono a pedra de aspecto semelhante a jaspe e cornalina; a divindade como Criador e Redentor; o Primeiro e o Último; mas também aparece o brilho da cidade tendo a glória de Deus; ou seja, a revelação de Deus através da Igreja.

O que disse o Senhor? “Sobre esta rocha edificarei minha igreja”. O que foi revelado a Pedro? O Senhor Jesus; então aparece o primeiro alicerce, jaspe. A primeira pessoa que recebeu a revelação do Senhor Jesus. Em Atos dos Apóstolos, o primeiro que se levanta, é quem? Pedro; os doze primeiros capítulos de Atos dos Apóstolos tratam de Pedro, Pedro, Pedro.

Realmente diz: o primeiro alicerce era jaspe. Mas se o jaspe fora o diamante, embora Plínio o diferencia de outros jaspes, de todas maneiras o que nos interessa é o aspecto espiritual. Pedro, jaspe, foi quem abriu as portas. O que devemos fazer para ser salvos? O que ele disse lá segue válido até hoje.

“Arrependei-vos, e batize-se cada um de vós no nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados, e receberão o dom do Espírito Santo” (At. 2:38);

O perdão dos pecados, o Sangue e o Espírito, são as portas abertas que Pedro nos abre, que foi o primeiro a receber revelação. Certamente o Jaspe nos fala, e fala muito!!

Conteúdo extraído e traduzido do livro “Aproximación al Apocalipsis” do irmão Gino Ianfrancesco.